Publicado em 20 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet
Paulo Cappelli
Metrópoles
O ex-presidente Jair Bolsonaro já trabalha na linha de defesa após seu ex-ministro Anderson Torres ficar enrolado até o último fio de cabelo nas investigações sobre a invasão aos Três Poderes. Primeiro, ressaltará que não se reuniu com Anderson Torres ao longo da estadia de ambos nos Estados Unidos.
Argumentará, se for o caso, que a passagem de Anderson Torres para os EUA fora comprada em novembro, quando ele, Bolsonaro, ainda não teria definido seu destino.
OUTRA ALEGAÇÃO – O ex-presidente pretende alegar que as manifestações pedindo intervenção militar são orgânicas e que não exerce comando sobre elas. Para exemplificar, ressaltará que em novembro foi às redes sociais pedir a caminhoneiros que liberassem vias e, mesmo assim, os bloqueios em rodovias perduraram.
Bolsonaro garante a aliados que não se comunicou com Torres nem por ligação nem por mensagem desde que viajou para os EUA. A conferir.
E Bolsonaro já tem um novo advogado para representá-lo. Sem poder contar com a Advocacia-Geral da União (AGU), o ex-presidente passará a tarefa a Marcelo Bessa, advogado de seu partido, o PL. A preocupação principal, claro, é o inquérito das milícias digitais, relatado por Alexandre de Moraes no STF. O entorno de Bolsonaro avalia que essa investigação é a que em maior potencial ofensivo. Bessa, ao que tudo indica, terá muito trabalho pela frente.