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segunda-feira, junho 14, 2021

Liberar preços e congelar salários só pode prejudicar a popularidade de Bolsonaro

Publicado em 14 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Adnael (facebook.com)

Pedro do Coutto

Reportagem de Bernardo Melo, Manoel Ventura e Natália Portinari, O Globo deste domingo, revela que o presidente Jair Bolsonaro está se empenhando para melhorar a sua popularidade e, com isso, a sua imagem fundamental, em sua opinião, para as eleições de 2022.

Acontece que a popularidade não se obtém através da injeção de publicidade comercial em quaisquer órgãos da imprensa ou em qualquer rede de televisão. A popularidade depende, isso sim, de realizações concretas que podem interessar à vida das pessoas, levando-as a um panorama melhor. Não adianta se injetar milhões de reais que não tem um elo consistente com a realidade do país, dos estados e dos municípios brasileiros.

PROBLEMAS SOCIAIS  – A reportagem focaliza a relação entre os problemas sociais e a população do país. Sucede que o presidente Bolsonaro se fixa no programa Bolsa Família, que ele deseja ampliar, e no auxílio de emergência, que deseja manter até o fim do ano. Mas a eleição não será conseguida em 2021, mas em 2022. Portanto, se o auxílio de emergência for cortado, como deverá ser, próximo à conquista dos votos, o reflexo será negativo ao próprio governo. É claro. A oferta de alguma coisa após ser feita não pode ser revogada, pois o beneficiário do gesto se sentirá ultrapassado, já que habitualmente faz um prognóstico otimista sobre o que lhe é oferecido. Retirar é pior do que não dar.

A publicidade do governo depende de fatos concretos e permanentes, como é o caso da redistribuição de renda. Não pode haver redistribuição de renda, e sim concentração, se os preços seguem o seu curso natural, com os salários comprimidos de forma prejudicial, causando a queda evidente e inegável do poder de consumo.

O poder de consumo se baseia na disponibilidade dos trabalhadores em adquirir os produtos que deseja, inclusive os alimentos que estão escassos para cerca de 25% da população brasileira.

PROMOÇÕES DO GOVERNO – Constança Rezende e Raquel Lopes, Folha de São Paulo, destacam o fato de R$ 52 milhões destinados para a vacinação e contra a Covid-19 terem sido aplicados em promoções do governo de muito menor reflexo na opinião pública. Justamente porque falta um fator que possa sensibilizar efetivamente os eleitores e eleitoras do país.

Não adianta pensar o contrário porque não haverá exemplo positivo, exceto para aqueles que lideram os pagamentos e aqueles que executam as tarefas, entre elas, várias inócuas. A grande arma de um governo para obter respaldo na opinião pública não é a publicidade tradicional porque ao verificar que o espaço foi comercializado, as pessoas não valorizam o conteúdo, pois se alguém pagou pelo espaço, ele não será igualitário entre a esperança e a oferta.

MOURÃO NA DISPUTA – No O Globo também de domingo, Manuel Gulino e Paulo Cappelli revelam que o vice-presidente Hamilton Mourão está estudando trocar de legenda partidária e disputar as eleições de 2022 para senador pelo Rio Grande do Sul ou para o governo do Rio de Janeiro. A informação é importante pois acentua o afastamento do general Mourão do governo Bolsonaro.

As relações entre ambos estão estremecidas há vários meses. Em alguns momentos, Mourão assumiu posições contrárias a do presidente da República, a exemplo do caso dos desmatamentos, na medida em que Mourao já se pronunciou contra a continuidade de Ricardo Salles no Meio Ambiente enquanto Bolsonaro considera a atuação do referido ministro como excepcional.

RUPTURA – O afastamento de Mourão do presidente da República representa uma oscilação na base militar, especialmente do Exército em relação ao próprio governo. Não que a corrente mais próxima de Hamilton Mourão tenha força para uma ruptura institucional.

Não se trata disso, mas sim de que existe uma corrente que pode se contrapor a qualquer iniciativa do Planalto. Um grupo pode não ter força para realizar algo de concreto. Mas não quer dizer que não consiga evitar qualquer alteração em sentido contrário. Mourão e Jair Bolsonaro, como os fatos comprovam, encontram-se em posições antagônicas. A veloz caminhada para as urnas vai com o passar do tempo caracterizando uma ruptura que se reflete nas tendências de voto e na popularidade do presidente da República.

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