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sábado, junho 05, 2021

Coincidência? Flávio Bolsonaro vendeu apartamento a um acusado de corrupção, lavagem e fraude

Publicado em 5 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Gervasio Oliveira recebeu R 3 mil de auxílio emergencial da covid

Camila Zarur
O Globo

O empresário baiano Gervásio Meneses de Oliveira, comprador de um apartamento do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no Rio, no ano passado, já foi acusado, em processos diferentes, de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e de fraudes em licitações. Oliveira comprou o imóvel do parlamentar, localizado na Barra da Tijuca, pelo valor de R$ 2,6 milhões — Flávio justificou que essa venda lhe permitiu começar o pagamento da mansão em Brasília que ele adquiriu no ano passado.

Gervásio Oliveira consta ainda como recebedor de R$ 3 mil de parcelas do auxílio emergencial. Procurado, ele afirmou que seu CPF foi usado em um golpe para sacar parcelas do auxílio.

DINHEIRO DA ENTRADA – O senador alega que usou o dinheiro da venda do imóvel para dar entrada na mansão de R$ 6 milhões que comprou no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, no ano passado.

Segundo o Ministério Público do Rio, há a suspeita de que o apartamento na Barra da Tijuca tenha sido comprado pelo filho do presidente Jair Bolsonaro com dinheiro do salário de ex-funcionários do antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), através do esquema de “rachadinha”.

Em um dos processos a que responde na Justiça, Gervásio é acusado de ter pago propina a uma desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, para obter uma decisão que suspendesse o pagamento das parcelas do passivo trabalhista da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), da qual Oliveira é fundador.

R$ 96 MILHÕES… – O suposto esquema, que teria ocorrido entre outubro de 2015 e janeiro de 2016, foi denunciado pelo Ministério Público Federal em agosto do ano passado e enviado ao Superior Tribunal Federal (STJ). O valor das dívidas da FTC somava mais de R$ 96 milhões.

Em 2010, Oliveira foi acusado de fazer parte de um esquema de fraudes em licitações de serviços de segurança e limpeza na Bahia. A denúncia contra ele foi feita após a Operação Jaleco Branco, da Polícia Federal. As investigações da PF, iniciadas em 2005, apontaram que o esquema, envolvendo empresários do setor de serviços, acontecia há mais de uma década em licitações federais, estaduais e municipais; o prejuízo aos cofres públicos, estipulado pela corporação na época, foi de R$ 625 milhões.

O empresário chegou a ter o pedido de prisão expedido na ocasião, mas teve uma habeas corpus concedido pelo então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Eros Grau.

PASSADO TENEBROSO – Oliveira afirmou, por meio de sua assessoria, que “teve problemas judiciais no passado que foram esclarecidos”. Já sobre o auxílio emergencial que teria recebido, o empresário disse que foi vítima de uma fraude e que alguém teria sacado o benefício em seu nome. Ele afirmou que fez uma notícia-crime à Polícia Federal denunciando o caso, mas não apresentou o registro da reclamação à PF.

Desde que a venda do apartamento foi feita, o nome de Oliveira não aparecia na escritura do imóvel. Sua identidade foi revelada pela revista Veja e confirmada pelo GLOBO.

De acordo com o empresário, o acordo entre ele e Flávio era que a mudança no registro se daria após o senador liquidar o financiamento que fez na Caixa Econômica para o imóvel; o que foi feito com o valor da venda. Oliveira afirmou que, como a liquidação já foi feita, está providenciando a nova escritura.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– O fato é que Flávio Bolsonaro tem uma capacidade enorme de infringir a lei e conviver com criminosos, golpistas, milicianos e que tais. Sua sorte é ter um pai que o ama tanto e tudo faz para salvá-lo das garras da lei. Como ensina aquele ditado antigo, “tal pai, tal filho”. (C.N.)

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