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sexta-feira, dezembro 04, 2020

Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência foi barrada quando ia discursar no Planalto


Surda, secretária nacional da pessoa com deficiência diz ter sido barrada  em evento no Planalto - Jornal O Globo

No discurso, Priscilla Gaspar contou que tinha sido barrada

Ingrid Soares
Correio Braziliense

A secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Priscilla Gaspar, passou por uma situação constrangedora nesta quinta-feira (3/12). Ao chegar ao Palácio do Planalto para discursar na solenidade de comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado hoje, e do Dia do Voluntário, celebrado neste sábado (5), ela foi barrada na entrada do prédio.

Priscilla Gaspar, que possui deficiência auditiva, se atrasou para o evento em meio às tentativas de provar que realmente havia sido convidada para a solenidade. Ao enfim chegar ao púlpito, ela contou o ocorrido.

NÃO ACREDITARAM – “Sabemos que ainda temos muitas barreira, muitos impedimentos. De vez em quando, temos algum problema. Eu, infelizmente, atrasei porque tive um probleminha ao entrar. Ainda que eu dissesse que estava vindo para o nosso evento, no Dia da Pessoa com Deficiência, apresentando meu crachá, não acreditaram que eu estava neste evento. Pediram para eu dar uma volta, para conseguir ter acesso. E dei a volta e também não foi liberada a minha acessibilidade, a minha entrada. Mesmo eu dizendo que era secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Então, eu precisei dizer que eu, ainda sendo uma pessoa surda, não sou diferente de ninguém e isso me mostrou que nós precisamos ainda lutar bastante, todos os dias das nossas vidas”, desabafou.

A secretária pediu ainda que o governo federal investisse em cursos de empatia sobre a pessoa deficiente. “Precisamos ter empatia, ter conhecimento da nossa causa e o governo federal é o primeiro que tem mostrado e se preocupado com nossa causa. Peço para que os senhores, autoridades do governo federal para que possam ofertar possibilidades e, quem sabe, uma oficina em relação à empatia sobre as pessoas com deficiência. Temos vários servidores que têm deficiência, mas muitas pessoa não entendem o que passamos diariamente pois se sentem constrangidas de dizer o que necessitam”, concluiu.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 O Correio questionou o Planalto sobre o ocorrido, mas ainda não obteve retorno. O fato mostra que na sede da Presidência da República, nenhum serviço funciona direito, inclusive a Portaria. Se ainda estivessem vivos, Francelino Pereira e Renato Russo perguntariam, em uníssono: “Afinal, que país é esse?”. (C.N.)

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