Posted on by Tribuna da Internet
Vicente Nunes
Correio Braziliense
Um dos ministros mais próximos do presidente Jair Bolsonaro assegura que seu colega da Economia, Paulo Guedes, o Posto Ipiranga, perdeu muito da influência que tinha sobre o chefe do Executivo.
“Nós, que estamos no dia a dia do governo, que falamos diariamente com o presidente, estamos cientes de que Paulo Guedes já não faz tanto a cabeça do chefe”, afirma o ministro. “Diria que a relação entre eles hoje é mediana”, acrescenta.
MOSTRA SERVIÇO – A avaliação no Palácio do Planalto é a de que Guedes, para reconquistar espaço no coração de Bolsonaro, terá que mostrar resultados muito bons na economia nos próximos medes. Isso é considerado vital para a reeleição do presidente na eleição marcada para daqui a dois anos.
“Não bastam promessas. É preciso entregar bons resultados”, diz o mesmo ministro. “Antes da pandemia do novo coronavírus, o ritmo de recuperação vinha aquém do desejado. Com a covid, foi um desastre. O auxílio emergencial reduziu parte dos estragos, mas 2021 e 2022 terão que ser muito bons”, emenda.
VOLTA DA INFLAÇÃO – A pressão sobre Guedes será ainda maior por causa do risco de volta da inflação diante da disparada dos preços do alimentos.
Na semana passada, o Ministério da Economia reclamou de uma ação do Ministério da Justiça, que interpelou redes de supermercados pelos reajustes, mas Bolsonaro deu aval ao movimento do ministro André Mendonça.
Se a carestia se estender por muito tempo, o Planalto está certo de que parte do apoio que o presidente conquistou entre a população de mais baixa renda, sobretudo no Nordeste, vai se perder rapidinho. Inflação alta, puxada pela comida, é o pior imposto sobre os pobres. Guedes que se cuide.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro parece gostar de torturar os ministros aos poucos. Em Brasília não se fala em outra coisa, o desprestígio de Guedes domina as atenções. No sábado, foi chamado para um encontro com Bolsonaro, fora da agenda, na Granja do Torto, onde Guedes foi esculachado por Sua Excia. Deveria pedir demissão, mas é um fraco, apenas mais um bajulador que presta serviços. (C.N.)