José Carlos Werneck
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia , decidiu esfriar as relações com Paulo Guedes e disse, que, a partir de agora, irá tratar com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, os assuntos referentes às votações importantes, como a Reforma Administrativa, porque o ministro da Economia proibiu o diálogo dele com os secretários da área econômica.
A declaração do presidente da Câmara foi feita logo após ter recebido do ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, a proposta da Reforma Administrativa do Governo.
NOVO CONFRONTO – Jorge Oliveira estava representando o presidente da República, Jair Bolsonaro, que viajou ao interior de São Paulo. E o deputado Rodrigo Maia tornou público o novo confronto com Guedes informando que o ministro proibiu os membros da equipe econômica de dialogar diretamente com ele.
“Eu não tenho conversado com o ministro Paulo Guedes. Ele tem proibido a equipe econômica de conversar comigo. Ontem (quarta-feira), a gente tinha um almoço com o Esteves Colnago, chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais e com o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, para tratar do Plano Mansueto, e os secretários foram proibidos de ir à reunião”.
O almoço, que seria na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, acabou sendo cancelado. “Foi encerrada a interlocução”, afirmou Maia. Sem esconder a briga, ele disse que suas conversas, agora, serão com o ministro Ramos, mesmo as referentes a assuntos econômicos.
UM NOVO ALIADO – “Ramos tem sido um aliado da Câmara dos Deputados, fundamental nas últimas votações, como a Lei
do Gás. Então, decidi que a relação da presidência da Câmara será com o ministro Ramos, e o ministro Ramos conversa com a equipe econômica, para não criar constrangimento mais para ninguém. Mas isso não vai atrapalhar os nossos trabalhos, de forma nenhuma”.
A cerimônia de entrega da Reforma Administrativa tinha sido planejada pelo Governo para marcar um momento bom do relacionamento entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional e contou com a presença dos líderes do governo.
Maia fez questão de agradecer Bolsonaro e alguns ministros, mas em momento algum de suas declarações fez menção ao titular da Economia.
PONTO CORRETO – “Parabenizo pela correta decisão de encaminhar reforma que vai no ponto correto”, afirmou Maia que depois mencionou sua divergência com Guedes.
Para experientes observadores políticos, quem sai perdendo nessa briga é o ministro da Economia, Paulo Guedes, pois num Estado Democrático de Direito o presidente da Câmara dos Deputados é uma figura importantíssima no encaminhamento de qualquer Reforma desejada pelo Governo.
Quem viver verá! Aguardemos as próximas semanas, ou, quem sabe, a próxima semana…