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terça-feira, outubro 23, 2007

Polícia mata cinco assaltantes em Águas Claras

Populares garantem ter visto os bandidos carregando malotes bancários, que desapareceram na operação


Marcelo Brandão e Bruno Wendel
A polícia matou ontem cinco integrantes de uma quadrilha fortemente armada, inclusive com quatro submetralhadoras, em dois confrontos ocorridos no bairro de Águas Claras. Os bandidos foram flagrados quando tentavam fugir com malotes bancários, que seriam do assalto ao Banco do Brasil do município de Laje, ocorrido na sexta-feira e que desapareceram misteriosamente. Com o bando foram apreendidos também três coletes à prova de bala, um fuzil AR-15 e uma pistola israelense 9mm, além de um Fox e um Gol.
O primeiro tiroteio ocorreu numa das principais ruas de Águas Claras, por volta das 11h30, quando policiais militares mataram três bandidos. Pelo menos outros três conseguiram fugir, um deles num Ford Ka que tomou de assalto, levando a motorista como refém. No final da tarde, dois outros integrantes do bando também foram mortos, numa casa do bairro onde estavam escondidos.
Pouco antes do meio-dia, equipes da 3ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cajazeiras) flagraram a quadrilha tomando de assalto o caminhão Mercedes-Benz de placa JOZ-1347, na Rua Doutor Osvaldo José Leal, no loteamento Condor. Duas guarnições cercaram o veículo e acabaram trocando tiros com os bandidos armados com as submetralhadoras.
Eles abandonaram o caminhão e fugiram correndo por vielas do bairro, sendo perseguidos. Três foram baleados no confronto. Já os demais conseguiram escapar, um deles no Ford Ka dirigido por Viviane Castro Silva, que foi feita refém. Ela foi libertada ilesa e seu carro abandonado num trecho da estrada da Base Naval, no bairro de Coutos, momentos depois. Dois dos baleados foram levados pelos PMs para o Hospital Eládio Lasserre, no mesmo bairro, mas já deram entrada sem sinais vitais, com vários tiros pelo corpo. O terceiro foi conduzido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde também já chegou morto. Três submetralhadoras e três coletes à prova de balas foram apreendidos com eles. Segundo testemunhas, os criminosos carregavam malotes bancários, mas a polícia alega desconhecer a existência das sacolas, que supostamente continham dinheiro roubado do BB de Laje, na sexta-feira.Em seguida, policiais realizaram buscas na região, mas não conseguiram encontrar os dois bandidos que fugiram correndo, mas localizaram uma casa na Rua Marta Sênia, que, segundo moradores, tinha sido alugada por um grupo de pessoas com sotaque sulista, há cerca de um mês.
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Ação policial assusta moradores
A informação de que integrantes do bando estavam escondidos no Loteamento Condor levou um efetivo de aproximadamente 50 policiais à Rua Direta do Bom Viver, ontem à tarde, culminando no segundo confronto. Mais uma vez os policiais levaram vantagem, matando mais dois criminosos, mesmo estando eles armados com uma submetralhadora e o fuzil A-15, com 29 cartuchos intactos.
Moradores do local viveram momentos de tensão quando o início da Rua Filadélfia Carneiro foi tomado pelas viaturas do Departamento de Crimes contra o Patrimônio, Departamento de Polícia do Interior, Visão Noturna, 6ª Delegacia (Galés), Comando da Polícia da Capital, Rondas Especiais, grupo Garra, Batalhão de Choque, 31ª CIPM (Valéria) e 3ªCIMP (Cajazeiras), por volta das 16h.
O forte aparato policial desceu pela Rua Francisco Leite, onde teria sido recebido a balas pelos dois assaltantes, que estavam escondidos numa casa da Rua Direta do Bom Viver. Acuados, de acordo com versão oficial, deixaram o imóvel atirando e logo foram fuzilados, sendo “socorridos” numa viatura da Rondesp ao Hospital Geral do Estado.
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Um caso, quatro versões
A polícia contou quatro versões diferentes para o caso, que acabou sendo levado ontem à noite para ser investigado no Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc), unidade que nada tem a ver com este tipo de crime. O delegado Antônio Cláudio Oliveira, coordenador da unidade, lavrou os autos de resistência a prisão e vai ficar à frente do inquérito.
Poucas horas após o primeiro confronto, o major Ricardo Feigl, comandante da 3ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cajazeiras), unidade a que pertencem os PMs que trocaram tiros com os bandidos, contou que a polícia trabalhava com duas linhas de investigação. Uma delas, a de que a quadrilha seria a mesma que assaltou um banco no município de Laje, na semana passada. Na outra hipótese levantada, os criminosos mortos seriam os que invadiram a Colônia Penal Lafayete Coutinho, no bairro de Castelo Branco, libertando 11 presos, no sábado passado.
À tarde, depois que outros dois bandidos da quadrilha foram mortos em um novo confronto, o delegado Marcelo Tannus, coordenador do Grupo de Repressão a Roubos a Estabelecimentos Financeiros (GRREF), que participava da operação, deu outra explicação para o fato. Segundo ele, os três homens que foram mortos no período da manhã, pela PM, haviam trocado tiros pouco antes com integrantes da quadrilha que assaltou o Banco do Brasil de Laje.
Os criminosos teriam invadido uma casa no loteamento Condor onde os assaltantes de banco estavam, trocaram tiros e fugiram levando os armamentos deles. Na fuga, os bandidos se depararam com as guarnições da PM e acabaram morrendo em confronto. Estranhamente, em vez de ser levado para a 13ª Delegacia (Cajazeiras), como seria o normal, o caso foi encaminhado para o Gerrc, na Baixa do Fiscal, por determinação do delegado chefe João Laranjeira.
No Gerrc, o caso ganhou mais uma versão. O delegado Antônio Cláudio, coordenador da unidade, justifica que os bandidos mortos no confronto com a PM tinham invadido a casa de um policial militar para matá-lo, pouco antes. A motivação do crime seria o fato de os bandidos suspeitarem que esse policial militar vinha passando informações para o Gerrc sobre assaltos a ônibus praticados pela quadrilha.
Durante o confronto, que durou pouco mais que dez minutos, alguns moradores insistiam em ir para suas casas, pois seus filhos estavam sozinhos, mas, por questão de segurança, foram contidos pelos policiais. Foi o caso do ajudante de pedreiro Wagner Almeida, 35. “Eu quero apenas vê-los”, insistia.
Fonte: Correio da Bahia

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