Se levar em consideração àquela pergunta do Gerson: “Você quer ganhar vantagem em tudo, né?” que acabou virando uma afirmativa: “Brasileiro quer ganhar vantagem em tudo!”, acabamos por concluir que o nosso povo tem muito pouca consciência do que seja “levar vantagem”, “dar um jeitinho”, “se dar bem” e praticar improbidade, fazer safadeza e envolver-se com corrupção.
O nosso entendimento é tão limitado que hoje, crianças que deveriam ser inocentes já cobram de seus pais posicionamentos comprometedores tais quais: “se o pai do fulaninho é assim porque você é diferente?”. Porem quase sempre o “pai do fulaninho” é um vagabundo, um corrupto, “dá condições” a família que uma pessoa normal e quase honesta não consegue. O “pai do fulaninho” é aquele que sempre tem uma fórmula para “furar a fila” – e olha que isso é o mínimo esperado.
Porem os técnicos, os especialistas em comportamento já conseguiram detectar que estas atitudes incoerentes somente são praticadas porque o brasileiro médio sabe que seus conterrâneos têm verdadeiro horror de confusão ou de se envolverem em brigas. Na verdade, o brasileiro é um pobre metido à besta. Faz questão de deixar diversos pedaços de pizza no restaurante para mostrar que é rico e tem vergonha de pedir ao garçom para embrulhar o que sobrou. Acha que todos em volta vão achar que ele é sovina, mão de porco. Mas na realidade é um remediado mostrando-se abonado. Se realmente tivesse dinheiro e não precisasse ficar aparecendo para os demais, certamente levaria o que sobrou.
A mesma coisa acontece na fila do banco. O esperto vai se chegando como quem não quer nada, falando no celular ou procurando um conhecido mais próximo do caixa. Aí então dá o bote: “... como vai Sicrano, quanto tempo...” e vai conversando, conversando, até que chega sua vez. Os demais, como se hipnotizados, olham para o alto, fingem que não estão vendo nada, “morrem” de vergonha de fazer escândalo. Escândalo é coisa de pobre!
Mas quando é para “arrumar” um dinheirinho extra que pode ser embolsado com segurança, mesmo aqueles que batem no peito que são honestos, que arrotam dignidade, que discursam contra a corrupção, não se fazem de rogados e acabam praticando uma improbidadezinha. Às vezes uma improbidade é tão ímproba que pode até ser considerada um enriquecimento ilícito.
Imagine uma situação fictícia e ridícula. Um funcionário público que exerça um cargo importante. Em determinado momento aparece uma oportunidade para ele ganhar um dinheiro a mais, honestamente, porem é para fazer determinada coisa que ele não tem nem idéia, não sabe, ignora. Aí o figurão arruma um subordinado que “conhece do riscado” e o coloca para trabalhar, como um escravo dos tempos idos. Para que tudo pareça certo e tenha direito a colocar a mão na “bufunfa” pratica até falsidade ideológica, assinando presença, dizendo que fez o que não sabia fazer, se passando pelo inferior hierárquico e posando de “bom da boca”. É neste momento que o nosso espertinho ultrapassa os limites da malandragem e passa a ser cometedor de crime. Tudo para “arrumar um qualquer” a mais.
E qual a diferença deste safado para um traficante de drogas? O traficante de drogas é honesto, assume seu lugar de criminoso.
Mas a coisa ainda pode ir mais alem. O prejuízo à população pagadora de impostos pode ser muito mais grave.
Hipoteticamente um subchefe de órgão é convidado para trabalhar em outro, em horário integral, ganhando um salário reforçado. Porem tem que optar entre o salário do órgão que trabalha e aquele do outro que foi convidado. Esperto, pela manhã trabalha meio expediente no seu órgão de origem e no período da tarde meio expediente no outro. Mas recebe integral dos dois órgãos, por quase um ano. Isso é honesto, desonesto ou sacanagem? O hipócrita que assim age pode ser considerado probo? Quem é capaz de confiar em alguém tão baixo, tão reles, tão “zé ninguém”?
São nessas pequenas diferenças que podemos identificar o homem sério do homem lixo. Ser honesto não é só “bater no peito”. Ser honesto vai muito mais alem do que ficar “jogando conversa fora”, se fingindo de rígido nos costumes e se apresentando como pessoa humilde.
Ser honesto é principalmente não participar de falcatruas, por conta própria e não somente quando alguém está olhando ou fiscalizando. Ser honesto é não dar cobertura ao que está errado, não compactuar com o crime, é não cometer improbidades. Se falhar em algum destes itens o indivíduo pode ser tudo – de canalha a mau caráter – mas com certeza, todo espertinho não pode ser honesto. E todo desonesto, certamente deve ser punido.
P.S. Superfaturar compra para ficar com uma "diferençazinha" é errado também.
Paulo Magalhães – Presidente da Brasil Verdade
Fonte: http://www.brasilverdade.org.br
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