Por: Helio Fernandes
ministro Silvio Frota tentava derrubar o "presidente" Geisel
Hoje, 12 de outubro, Dia da Criança, feriado nacional pela Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Mas nesse mesmo dia 12, em 1977, e portanto há 30 anos, essa data entrava no calendário político brasileiro por causa de divergências dentro da ditadura.A ditadura estava com problemas internos graves. Nada surpreendente. O desgaste interno é que derruba as ditaduras. Principalmente como essa de 1964, que inovou em relação a todos os modelos conhecidos. Vargas ficou 15 anos no Poder, como ditador único e irrevogável. É lógico que distribuía favores e privilégios, é assim mesmo.Mas os militares de 1964 inovaram completamente: criaram uma ditadura fixa com um ditador rotativo. Esse ditador rotativo tinha que ser general de 4 Estrelas (exército) da ativa, e não podia de maneira alguma tentar ficar no Poder mais do que os 4 anos estabelecidos. (Não gostaram da "prorrogação" de Castelo, mas Golbery conseguiu "vender" a idéia: "Só assim liquidaremos Carlos Lacerda").O ministro do Exército, Silvio Frota, não pertencia ao "sistema que implantou" 1964. Não conhecia o "presidente" Geisel, nunca fora cogitado para ministro, falara com ele raras vezes, jamais passara de cumprimentos protocolares. Foi ministro por um desses fatos que acontecem, agravado pela arrogância de Ernesto Geisel, que era ainda mais pretensioso do que FHC.O ministro do Exército era o general Vicente Dale Coutinho. O general Silvio Frota não era chefe do Estado Maior do Exército, como colocaram no livro dele. Era chefe do EMFA (Estado Maior das Forças Armadas). Tendo o ministro morrido num acidente de trabalho na casa de uma famosa atriz, cabia ao chefe do EMFA assumir, pelo menos interinamente.Geisel não percebeu que nomeando Frota interinamente não poderia substituí-lo depois. Como explicar sua demissão? Se na hora da morte nomeasse qualquer outro general, tudo bem, a escolha era dele dentro do quadro de 4 Estrelas. Tendo que confirmar Silvio Frota, Geisel estimulou, acentuou e agravou a disputa entre ele mesmo, sem nenhuma convicção, e Silvio Frota, de extrema direita. Isso durou 3 anos e quase não se falaram.
Por que outubro de 1977? Geisel tinha que resolver dois problemas imediatos e interligados.
1 - O preenchimento de uma vaga de general-de-exército. O número 1 para promoção era Hugo Abreu, chefe da Casa Militar. O número 2, João Figueiredo, chefe do SNI. Pela tradição (e não pela Constituição) quem fosse "caroneado" teria que passar para a reserva.2 - Silvio Frota trabalhava freneticamente para ser o sucessor de Geisel. Mas sabia que como a indicação partiria do próprio Geisel, não seria o escolhido. Resolveu então dar "o golpe dentro do golpe", tomar o Poder pela força. Como Geisel era "presidente" inconstitucional, para Silvio Frota bastaria ter força para se livrar de tudo.Convocou a Brasília os 4 comandantes de Exércitos, só que mandou coronéis recebê-los no aeroporto. Geisel e Hugo Abreu mandaram generais de 4 Estrelas receberem generais de 4 Estrelas. Lógico, foram para o Planalto, Silvio Frota ficou sozinho e isolado no Forte Apache. Geisel nomeou o substituto de Silvio Frota, nem comunicou a ele. Geisel saiu muito bem do episódio, jogou tudo fora na escolha do sucessor.Promoveu João Figueiredo dando carona no amicíssimo Hugo Abreu. Este se demitiu espetacularmente, escreveu um livro, "O outro lado do Poder", em que desmistificava ao mesmo tempo Geisel e os donos dos principais jornais. João Figueiredo foi feito "presidente", o último da ditadura.PS - Silvio Frota escreveu um livro de 653 páginas, só não sei quem foi o ghost-writer. É lógico que conta muita coisa inédita. Mas a credibilidade do livro está na afirmação de Silvio Frota: "Geisel era comunista, sempre foi de extrema esquerda". Ha! Ha! Ha!
Orlando Diniz
Como quem não quer nada, foi aparecendo, transformou a Fecomércio numa potência visível e citada.
Diante da omissão, hesitação e falta de convicção dos senadores, deputados lançaram um movimento para "tirar Renan da presidência do Senado". Muitos podem dizer ou perguntar: "E o que a Câmara tem com isso, o problema não é do Senado?". Não é, o desgaste, desprestígio e desmoralização é coletivo, atinge as Instituições. Começaram então esse movimento coletivo, das duas "casas", com assinaturas de cidadãos.
Mas os senadores continuaram ausentes e insensíveis, apenas 16 compareceram, ficaram solidários. E os outros 65, dos mais diversos partidos?
Isso confirma o que venho analisando diária e exaustivamente. Renan só será despejado do seu feudo na presidência do Senado se o Planalto-Alvorada sentir "cheiro de queimado" ou alguém gritar "FOGO".
E esse momento acontecerá quando começar a votação da CPMF. Depois do estardalhaço do Planalto-Alvorada, "é impossível governar sem a CPMF", o presidente do Senado não tem nem terá salvação.
Hoje, o Planalto-Alvorada tem 40 votos dos 49 que precisa para aprovar a CPMF. Mas se "entregar" Renan, o Planalto-Alvorada obterá facilmente esses 9 votos. Vai entregá-lo até sem resistência.
Anteontem me diverti muito assistindo debates na TV Justiça. Só perco esses programas diante de rigorosa impossibilidade. Levaram 5 horas para decidir o que é i-n-d-i-c-i-a-m-e-n- t-o e quem pode fazê-lo.
Como sempre citaram abundantemente, mesmo se tratando de definição usual. Fiquei esperando citarem Jesus Cristo e Marx, dentro do conceito examinado por Jean François Revel. Não chegaram a tanto.
Os responsáveis estão pensando em trocar o nome da revista Piauí para La Paz. Piauí é ao nível do mar, La Paz a 4 mil metros de altitude. Felicidade total para o ego delirante.
Foi o próprio Renan Calheiros que, tendo que escolher um relator para mais um processo e que fosse da oposição, indicou Jefferson Peres.
Explicou aos amigos, às gargalhadas: "O senador do Amazonas é tão lento, que 2 de novembro vai passar e ele não terá nem começado a trabalhar". O presidente do Senado pode ter se enganado.
A propósito: Renan Calheiros, imprensado pelos íntimos, tem dito que não deixa a presidência de jeito algum. Pára um pouco, se concentra, garante: "Só atenderia o pedido de uma pessoa". Quem?
Ex-parlamentares podem freqüentar a "casa", sentarem até no plenário. Francisco Escorcio, o espião que saiu do frio, foi senador. Quer dizer: suplente que assumiu quase 8 anos do mandato efetivo. Se sentar no plenário, será linchado?
Já vimos muitos ministros da Fazenda medíocres e sem caráter. Mas terroristas (além de medíocre e incompetente) como Mantega é a primeira vez.
Ameaçar e intimidar, "se a CPMF não for aprovada aumentaremos impostos", é uma vergonha. E nenhum senador ou deputado se revolta, protesta, defende a opinião pública, o cidadão-contribuinte-eleitor?
Como no famoso romance de Marques Rebelo, "A estrela sobe". Só que no caso tem nome, Orlando Diniz, presidente da Fecomércio.
Esta semana apareceu no Jornal Nacional, escreveu artigo no jornal O Globo. No Jornal do Commercio protestava contra a pirataria que acaba com empregos.
O BNDES cumpre a sua missão "entreguista" desde os tempos nada memoráveis de Roberto Campos. (Só que naquela época não tinha o S de Social).
Esses espanhóis que "ficarão" com as estradas brasileiras, como sempre não trarão dinheiro. "Apanharão" nesse BNDES a 5% ao ano. Que República. Não sabemos nem manter estradas.
O presidente do BC, Henrique Meirelles, empenhou sua palavra (o que vale isso?) que o dólar não viria abaixo de 1,80. Estava pressionado pelos exportadores. Durante 3 dias, parou nesse 1,80.
Mas ontem, último dia da semana por causa da enxurrada de feriados, o dólar já começou com 1,79. A palavra de Meirelles vale menos ainda.
Apesar do BC comprar o dia todo, o dólar não saiu de 1,90. A Bovespa passou dos 64 mil. E pensar que chegou a 42 mil. Ha! Ha! Ha!
A compra do Real pelo Amro, há anos, já foi um escândalo sem limites. Além do mais, a concentração de grupos multinacionais nesse setor importantíssimo atingia a segurança nacional. Ninguém fez nada.
Agora, esse ex-Real, fortalecido como Amro, volta às manchetes. É que foi comprado por três multinacionais sanguessugas, que não têm o menor interesse no Brasil e na solução dos problemas.
Agora, esse insignificante Amro ultrapassa os maiores bancos nacionais, também, pudera, não está mais sozinho. Terá a companhia e a proteção do Royal Bank, Santander e Fortis, cada um mais poderoso e mais voraz do que o outro.
O Cade está querendo investigar a operação (uma surpresa), mas não conseguirá. E essa investigação tem que ser prioritariamente financeira.
Examinar operação de compra de bancos e não saber como foi feito o negócio do ponto de vista financeiro? O que é importante num banco?
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O Vasco na inexpressiva Sul-Americana perdeu na Argentina pela segunda vez e o mesmo resultado. Significa que no jogo de volta tem que repetir os 3 a 0, ou estará eliminado.
Muitos botafoguenses me escrevem e me perguntam se há possibilidade do clube ser rebaixado. Nenhuma, haja o que houver. Pode ficar fora da Sul-Americana, nada importante. Mas rebaixado, não.
XXX
A Uerj revela que prefeituras do Estado do Rio jogam esgotos no Guandu, o que atinge a água que milhões bebem. Diante disso, a Rádio Haroldo de Andrade perguntou se recebiam água limpa e de boa qualidade. Apenas 7% responderam SIM, 93% um NÃO até gritado de raiva.
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A CVM resolveu investigar as atividades financeiras do chamado Clube Cinco de Investimento e também do grupo Cinco Platinum. Até agora agiam como bem entendiam, não havia qualquer fiscalização. Espero que publiquem os resultados da investigação.
FONTE: Tribuna da Imprensa
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