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quinta-feira, outubro 18, 2007

Estiagem atinge 80% do Brasil

Cristine Gerk
A grave estiagem que castiga o Brasil desde o inverno já atinge 80% do território, quebrando o recorde de extensão registrado em 2004. Desde 1996, não havia um setembro com tanta escassez de chuvas. O clima no Brasil está diferente, e as consequências da alteração são conhecidas. Mas os cientistas ainda divergem sobre as causas e desconhecem a relação do fenômeno com as mudanças climáticas globais.
José Fernando Pesquero, meteorologista do grupo de previsão climática do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), conta que algumas localidades, como Brasilia, já sofrem com 90 dias de seca.
- Em setembro inteiro e na primeira quinzena de outubro, só choveu nos extremos Sul e Norte e no Leste do Nordeste - conta.
O cientista atribui a estiagem à presença de um sistema de alta pressão em cima do oceano Atlântico, que funciona como uma barreira inibidora da formação de nuvens. O ar vai para locais de baixa pressão, onde pode ser mais leve e formar ventos e nebulosidade.
- Este fenômeno é comum, mas este ano está mais forte. Se as estiagens continuarem assim, ficaremos sempre com dois meses a mais de secas. Isso é muito perigoso para a agricultura e para o abastecimento elétrico - alerta Pesquero.
O cientista conta que o Inpe está fazendo estudos para entender como as mudanças climáticas globais podem estar impactando o Brasil, mas ainda é cedo para conclusões. A previsão para os próximos três meses é de chuvas abaixo da média. O cientista diz que é provável que chova no Rio nos próximos 15 dias, mas a precipitação não será intensa já que o solo ainda está muito seco.
André Madeira, meteorologista do serviço ClimaTempo, conta que não chove significativamente no Estado desde 25 de setembro. Durante o mês, a media de chuva na praça Mauá é de 69,7 milímetros (mm) - mas este ano foi de 13 mm.
- Há uma massa de ar quente impedindo a chegada de frentes frias e a precipitação. Mas está perdendo força. Por isso, a situação deve mudar - aposta Madeira.
Em outras áreas do Sudeste, no Paraná e no Centro-Oeste as chuvas já começam a voltar.
Para Isimar dos Santos, meteorologista do departamento de Geociências da UFRJ, a baixa reserva de água no solo também colabora para a estiagem e a seca nos rios.
- O processo de reserva está afetado pelo desmatamento e pela ocupação desordenada - diz.
Entre os prejuízos da falta de chuva, estão queimadas e danos para pastagens, gado e outros animais. A estiagem prolongada mudou o visual do Pantanal: várias lagoas desapareceram. O fenômeno já causou queda na produção agrícola nacional, entre setembro e agosto, de aveia, cevada e milho em grãos, e na exportação de café. Alguns alimentos tiveram o preço elevado.
Fonte: JB Online

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