Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Se faltava uma evidência de que o terceiro mandato segue seu curso, apesar dos desmentidos, basta atentar para a relação dos presidenciáveis divulgada na pesquisa CNT-Sensus desta semana. José Serra, com 12,8%, Geraldo Alckmin, com 11,6%, e Aécio Neves, com 9,8%, somam 34,2%. São todos tucanos.
Nem é preciso computar FHC, com 4,7%, para se ter a evidência de que, do jeito que as coisas vão, o PSDB volta ao Planalto. E ainda surge Heloísa Helena, do Psol, também da oposição, com 6,1%. Dos governistas, só Ciro Gomes, com 9,4%, mas com a dificuldade de não ser aceito pelo PT. Quanto aos companheiros, o máximo onde chegam é 2,2%, com Marta Suplicy.
Aos formuladores da consulta faltou coragem para incluir o nome de Lula. Porque, isoladamente, em outra pergunta, o terceiro mandato conquistou 57,4%... Bastaria reunir as duas colunas para se ter o resultado da volta por cima, coisa que algum instituto acabará fazendo, mesmo sob risco de contrariar a estratégia do governo, que é continuar negando a candidatura Lula para não assustar os setores democráticos.
Para os detentores do poder, é cedo para botar a procissão na rua. Hoje, equivaleria a um golpe de estado, mesmo promovida por reforma constitucional. Amanhã, a operação surgirá como "necessidade nacional para a preservação do crescimento econômico, dos programas sociais, da melhor administração verificada desde Deodoro da Fonseca e para evitar o retrocesso e o caos". Pretextos não faltarão, a frio ou no bojo de uma crise forjada na hora certa.
É bom que se preparem quantos julgam o terceiro mandato uma violência. O ovo da serpente está sendo chocado. Destruí-lo não é fácil, ainda que possível. O diabo é que tanto a popularidade indiscutível de Lula quanto as alternativas de oposição conduzem ao cadafalso da democracia.
Consolida-se entre os companheiros o raciocínio de que sem o terceiro mandato o sonho de 30 anos no controle da nação não passará de oito anos. De Marta Suplicy a Dilma Rousseff, Jacques Wagner, ninguém tem chance. Para continuarem, tem que ser com Lula. E a ele não cabe outro papel senão o da negativa, enquanto o tempo corre.
Esbulho humilhante
Todo ano é o mesmo estrilo que não conseguimos conter. Começou o execrável horário de verão, de uns tempos para cá deixando de fora os estados do Norte e do Nordeste, que pelo jeito integram de forma diferente a combalida federação brasileira. Porque esses estados simplesmente se negaram a aceitar a determinação de adiantar os relógios uma hora. E ao governo faltaram forças para enquadrá-los, quer dizer, uns são mais federativos do que outros. Além da situação que seria cômica se não fosse trágica, de contestação do poder central, podem ser imaginadas cenas inusitadas.
Nas fronteiras de Goiás com Tocantins, de Mato Grosso com Amazonas e Pará, de Minas com a Bahia, entre outros estados, o que fará um habitante que mora num dos estados com horário de verão, mas trabalha do outro lado da ponte ou da rua, no estado sem relógios adiantados? Sairá de casa às sete horas, mas, dois minutos depois, chegará às seis horas no trabalho.
Ficará fazendo o quê? Na hora de voltar, pior. Deixará o trabalho às seis horas, fará o caminho de volta nos mesmos dois minutos, mas chegará em casa às sete. No mínimo, enfrentará a reprimenda da mulher a respeito do que estava fazendo na rua durante uma hora, senão bebendo cachaça.
O horário de verão faz com que trabalhadores acordem quando ainda está escuro. Fora o perigo de se deslocarem para as fábricas e escritórios sob o risco de enfrentarem assaltantes, mais do que já enfrentam, há o relógio biológico, impossível de ser adiantado. Sonolentos, perderão em produtividade até se acostumarem. E essa confusão se faz a pretexto de economia de energia. Como se de madrugada não precisassem acender a luz...
Até Lula...
Quando o ministro Mantega surpreendeu o Congresso, ameaçando com aumento de impostos na hipótese de não ser prorrogada a CPMF, muita gente supôs que fosse levar um pito de Lula. Como a reprimenda não veio, buscou-se uma explicação, agora chegada da África, onde se encontra o chefe do governo. A ameaça é do próprio Lula, para quem, sem a CPMF, haverá redução nos investimentos do PAC. Obras de infra-estrutura e ações sociais serão limitadas pela falta de recursos, recaindo a responsabilidade no Senado, se os senadores negarem a prorrogação.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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