Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Por que Renan Calheiros licenciou-se por apenas 45 dias? Porque será apenas a partir de dezembro que se espera a votação da emenda prorrogando a CPMF. Traduzindo: ele poderá reassumir a presidência do Senado e dirigir os trabalhos capazes de tranqüilizar o governo, aprovando a matéria, como dependerá dele protelar as sessões e chegar ao último dia do ano sem a aprovação, iniciativa capaz de causar um rombo de R$ 40 bilhões no orçamento do próximo ano.
É a carta na manga que o senador guarda para evitar a cassação de seu mandato, hipótese que só aconteceria se o PT e outros governistas do Senado decidissem sacrificá-lo. Em termos populares, barro no ventilador. Um aviso de que se Lula não enquadrar os companheiros a CPMF corre perigo.
Ouve-se nos corredores da casa que "Renan não volta, está definitivamente afastado da presidência". Não é bem assim, na medida em que apenas ele continua senhor de suas decisões. Seria um constrangimento o retorno ao fim do curto prazo, sinal de um estado de guerra com o governo. Escapariam poucos.
Falta coragem
Nem só de Renan e de CPMF vive o Senado. Numa hora em que Al Gore (algoz?) recebe o Prêmio Nobel da Paz por conta da pregação em favor da internacionalização da Amazônia, não há como explicar a inação e o marasmo da CPI formada para investigar as ONGs. Porque se uma parte delas presta inestimáveis serviços ao País, e outra se dedica a dilapidar os cofres públicos, bem mais perniciosa continua sendo a ação daquelas que estendem seus tentáculos sobre a floresta.
É impossível calcular quantas se encontram instaladas na Amazônia trabalhando as tribos indígenas para transformá-las em "nações" capazes de pedir independência a qualquer um desses organismos internacionais. Sem falar que certas ONGs mapearam todo o território amazônico e fornecem dados preciosos para os grupos econômicos empenhados em comprar glebas. Operação cuja responsabilidade é nossa, engendrada no governo FHC e praticada sob os auspícios do governo Lula.
Por incrível que pareça, com a ministra Marina Silva à frente. A CPI das ONGs precisa demarrar, e quem a vem obstando é o próprio governo, sinal de que razão tem mesmo o senador Jarbas Vasconcelos: algo cheira mal, no Senado.
O tempo passa
Deve cuidar-se o governador Aécio Neves, caso não se tenha conformado em tornar-se companheiro de chapa de José Serra. Porque neste fim de semana o "alto tucanato" (seria pleonasmo chamá-lo de paulista) apertou os parafusos para transformar em fato consumado a candidatura presidencial do governador de São Paulo.
Reunidos na paulicéia, integrantes do diretório nacional avançaram mais na consolidação de Serra, ironicamente através da iniciativa capaz de acontecer antes do fim do ano: a ida a Belo Horizonte dos dirigentes do partido para mais do que uma sondagem, pois um quase convite, para que Aécio aceite ser o vice na chapa tucana.
Em favor do governador mineiro está a possibilidade de não ser encontrado nem no Palácio das Mangabeiras nem no Palácio da Liberdade. Dificilmente os tucanos aceitarão sujar as penas nas areias de Ipanema, onde provavelmente Aécio estará meditando.
O círculo se fecha, os prazos correm. Se até o fim do ano Aecinho não se decidir a mudar de galho, passando-se para o PMDB, onde seria escolhido candidato, ficará quase impossível a mudança posterior. Porque em janeiro estarão na rua os candidatos de todos os partidos às eleições municipais de outubro. Em especial os que disputarão as prefeituras das capitais. PMDB e PSDB serão adversários. A temperatura subirá, transformando-os em desafetos.
Caso o jovem governador permaneça no ninho, como assegurou ontem que permanecerá, será instado a participar das campanhas nos principais estados, em favor dos pretendentes de seu partido. Encontraria, depois, condições para ingressar no PMDB, cujos candidatos teria enfrentado em suas andanças pelo País? Os tucanos otimistas julgam viável a formação de uma chapa café-com-leite, apesar de os pessimistas alertarem para o fato de que Norte, Nordeste, Centro-Oeste e até o Sul se ressentiriam.
Sempre haverá o exemplo de que o atual governo é café-com-leite, pois Lula, apesar de pernambucano, é mais paulista do que qualquer quatrocentão, sendo o vice José Alencar lídima expressão de Minas Gerais. De qualquer forma, o problema mais premente para o PSDB será conquistar Aecio como vice de Serra.
Até mesmo sob o precário argumento de que o atual governador paulista, se eleito em 2010 e com mandato no mínimo até 2014, estaria beirando os setenta anos no final do período. Ainda que a reeleição continue e não seja substituída pelo mandato de cinco anos, sem repeteco, um acordo poderia ser costurado. Tudo, no entanto, são ilações por enquanto esfumaçadas.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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