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terça-feira, maio 02, 2023

Lira cogita adiar votação do PL das Fake News devido ao risco de derrota


Por Folhapress

Lira cogita adiar votação do PL das Fake News devido ao risco de derrota
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

A votação do PL das Fake News na Câmara dos Deputados, prevista para esta terça-feira (2), pode ser adiada diante das chances de o texto ser rejeitado pelo plenário.
 

Nesta terça, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conversará com os líderes dos partidos para tomar uma decisão. O relator do texto, Orlando Silva (PC do B-SP), também deve se reunir com seus pares. O adiamento é cenário considerado provável por governistas -o Palácio do Planalto endossa a matéria- e oposição.
 

O placar apertado para impor urgência à matéria, a pressão de big techs contra o texto e o desembarque de deputados, especialmente da bancada evangélica, tornaram o cenário incerto em relação à aprovação do texto.
 

O projeto é visto, junto com a pauta econômica, como um dos mais importantes para o governo neste primeiro semestre. A avaliação do Executivo é que a regulamentação das redes sociais impediria um avanço ainda maior da militância do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na internet.
 

Apoiadores do ex-chefe do Executivo, no entanto, têm esperança de derrubar o projeto.
 

Na última quinta-feira (28), Orlando Silva publicou a versão final do texto que será submetido ao plenário, com concessões feitas para atender a reivindicações da bancada evangélica e da oposição. Foi retirada, por exemplo, a previsão de uma agência reguladora.
 

A movimentação, no entanto, não parece ter sido suficiente para garantir a aprovação da matéria. No sábado (29), o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, anunciou que o partido votará contra o projeto.
 

A decisão é importante porque, na aprovação do regime de urgência por 238 a 192, a sigla foi fundamental, com 29 votos em favor da tramitação mais rápida.
 

Caso a votação do projeto siga o que foi registrado na última semana, apenas invertendo tais votos, o texto não seria aprovado --é necessária maioria simples para que uma proposta avance na Câmara.
 

Marcos Pereira disse que os votos favoráveis a uma tramitação mais célere não se confundem com a posição em relação ao mérito do tema.
 

"Ninguém assumiu o compromisso de votar o projeto propriamente dito", declarou. "É verdade que ele [relator] fez vários ajustes no texto, acatou muitas sugestões da bancada evangélica, de vários parlamentares de vários partidos, inclusive do Republicanos, mas o texto continua ruim."
 

Além da mudança no cenário político, na última semana as big techs também ampliaram a pressão para que a votação do projeto seja adiada, com manifestações públicas e anúncios em grandes jornais. A celeridade na votação é criticada por empresas como Meta, Google, Twitter e Tik Tok.
 

Um dos argumentos é de que não houve discussões suficientes sobre o tema.
 

Críticos da proposta afirmam ainda que há trechos vagos e que a previsão de regulamentação de vários dispositivos aumenta o poder para o Executivo controlar a lei.
 

Sob reserva, parlamentares avaliam que o debate se tornou ideológico e não mais de mérito. Ou seja, que a posição contrária se dá por oposição política e não necessariamente por discordâncias quanto ao conteúdo da lei.
 

Também entendem que há pouca margem de manobra para Lira porque, como o relatório final já foi apresentado, não é possível fazer mais mudanças no texto para tentar angariar mais votos -alterações agora, podem ser feitas apenas durante a votação.
 

Uma possibilidade para tentar mitigar a debandada do Republicanos é angariar votos de quem estava ausente ou de partidos mais próximos ao governo, como União Brasil ou PSD, e que se dividiram na deliberação da urgência.
 

A oposição tenta aproveitar para conseguir não só derrotar o projeto de Orlando Silva, mas para também emplacar em seu lugar outra proposta de regulação das redes sociais, de autoria de Mendonça Filho (União Brasil-CE).
 

A ideia vem sendo ventilada desde a última semana por deputados do PL, mas enfrenta resistência de Lira.
 

Orlando Silva afirmou que está otimista com a votação, mesmo diante do cenário atual.
 

"O que não pode é seguirmos com as redes sociais na dinâmica de hoje. É preciso mudar o regime de responsabilidades das plataformas digitais. O Congresso Nacional não pode terceirizar suas tarefas. Não é razoável deixar que o Judiciário faça o que é nossa obrigação", disse.
 

Também afirmou que atendeu "todas as propostas das bancadas" com quem se reuniu e da Frente Parlamentar Evangélica. "Se me apresentaram propostas e atendi, imagino que quem propôs a mudança o fez para, se atendido, votar a favor", completou.
 

O projeto regulamenta as redes sociais e impõe sanções a plataformas que não retirarem do ar, até 24 horas após decisão judicial, conteúdos ilícitos. A proposta ganhou força no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o levante golpista de 8 de janeiro e os ataques a escolas em São Paulo e em Blumenau (SC).
 

O texto em discussão traz, entre outros pontos, uma série de obrigações às plataformas de redes sociais e aplicativos de mensagens, como a moderação de conteúdo.
 

O projeto de lei chegou a ser aprovado no Senado em 2020. No ano seguinte, a Câmara criou um grupo de trabalho para analisar o texto. O andamento, no entanto, não ocorreu e, em 2022, os deputados rejeitaram dar urgência à análise.
 

Em entrevista à Folha, o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil, Marcelo Lacerda, afirmou que o PL das Fake News é vago. Ele disse que a empresa já adota medidas para moderar conteúdo de ódio e que a responsabilidade por violência nas escolas não é só das plataformas.
 

Segundo ele, o texto deixa incertezas sobre como será feita a regulação das plataformas e se equivoca ao equiparar o cuidado exigido por mecanismos de buscas ao de redes sociais.
 

O representante do Twitter Brasil, Hugo Rodríguez, que participou de reuniões no Ministério da Justiça sobre ataques nas escolas, criticou a votação do projeto no domingo (30).
 

"Desde o primeiro momento, temos pedido para diferentes atores mudanças que sejam compatíveis com os padrões internacionais. Porém, o projeto continua do mesmo jeito. Não é sim ou não, é pensar em mudanças conjuntas, hoje, não o dia da votação", disse.

Médico do Samu do Sudoeste baiano é acusado de assédio moral e sexual contra operador

 

Por Redação

Médico do Samu do Sudoeste baiano é acusado de assédio moral e sexual contra operador
Foto: Lay Amorim / Achei Sudoeste

Um médico foi denunciado por assédio moral e sexual em Guanambi, no Sertão Produtivo, Sudoeste baiano. O profissional suspeito atua no Samu do município e teria cometido os supostos crimes contra um operador do mesmo serviço.

 

Segundo o Achei Sudoeste, parceiro do Bahia Notícias, a denúncia relata que os casos ocorreram entre março e maio do ano passado, dentro da sede do Samu local. Até esta terça-feira (2), a prefeitura de Guanambi não se pronunciou sobre o caso.

 

Em maio de 2022, o diretor do serviço em Guanambi, Nilvan Patez da Silva, abriu um processo administrativo interno e solicitou o afastamento do médico. Um ofício foi enviado para a secretaria de saúde do município, Nancy Ferraz da Silveira, que determinou a abertura de sindicância para apurar o caso.

 

No decorrer do caso, Nilvan Patez, que foi exonerado do cargo, registrou boletim de ocorrência, junto com o operador de rádio do Samu 192, na delegacia de Guanambi. O caso também foi registrado no Conselho Regional de Medicina (Cremeb) da Bahia.

A greve dos professores é culpa exclusiva do governo

 em 2 maio, 2023 7:41

Adiberto de Souza


Iniciada hoje, a greve dos professores da rede estadual é justíssima, pois em sã consciência ninguém aceita uma esmola de 2,5% e aplaude quem a anuncia, como se essa migalha fosse um reajuste salarial. Ademais, não há explicação para tamanho despropósito, principalmente quando essa vergonhosa majoração é anunciada por uma gestão que recebeu o estado com as finanças super arrumadas, conforme confessou o próprio governador Fábio Mitidieri (PSD). Portanto, se milhares de estudantes vão ficar sem aulas e sem a merenda escolar, o único culpado é o governo de Sergipe que, em vez de fazer o seu dever de casa, desenvolvendo ações que aumentem a arrecadação, prefere estimular parte da imprensa a manipular a verdade dos fatos, na tentativa de transferir para os professores uma responsabilidade que é só do governante de plantão. Inteligente, a sociedade sergipana – particularmente os pais dos alunos – sabe quem está com a razão nessa queda de braço entre o Executivo e os educadores estaduais. Deus seja louvado!

Senador inconformado

O senador Rogério Carvalho (PT) ainda não se conformou em ter perdido a disputa pelo governo de Sergipe, no ano passado. Não há quem tire da cabeça do fidalgo que os governistas “tomaram a eleição usando e abusando do poder político e econômico”. De acordo com Rogério, o estado tem hoje empresários-políticos que não estão na vida pública para resolver os problemas dos sergipanos, mas para fazer transações empresariais. Cruzes! Quando questionado quais os alvos de seu ataque, o senador afirma apenas que quem quiser que vista a carapuça. Crendeuspai!

Pinote providencial

E o deputado estadual Georgeo Passos (Cidadania) tem uma visão diferente sobre a viagem do governador Fábio Mitidieri (PSD) e do vice Zezinho Sobral (PDT) aos Estados Unidos. Segundo os dois, a ida aos States visou a participação num mega evento sobre petróleo, gás e energia. O parlamentar cidadanista, contudo, garante que Fábio e Zezinho se pirulitaram para fugir do desgaste provocado pelo raquítico reajuste salarial de 2,5% concedido aos servidores estaduais: “Eles irão passar uma semana no exterior, longe da categoria [professores], das discussões na Assembleia e da imprensa. Quando o tema ‘esfriar’, os dois retornam”. Então, tá!

Viagem cancelada

Os ministros da Educação, Camilo Santana, e da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, cancelaram a visita que fariam a Poço Redondo nesta terça-feira. Ambos iriam participar da inauguração do campus do Instituto Federal de Sergipe em Poço Redondo. Pronta há mais de dois anos, a obra permaneceu fechada por falta de professores e demais servidores, problema que foi resolvido pelo MEC graças a interferência de Márcio Macedo. O novo campus tem capacidade para acolher 1,2 mil estudantes, pode ter 70 professores e 45 técnicos administrativos e está localizado no município que tem um dos piores IDH de Sergipe. Misericórdia!

Cavalo selado

A deputada federal e delegada Katarina Feitoza (PSD) aproveitou o feriadão para visitar o eleitorado do interior. A prestigiada Cavalgada do Povoado Palmares, em Riachão do Dantas, fez parte do roteiro da ilustre, que posou para fotos acariciando uma bela montaria. Será que aos olhos da parlamentar o lindo corcel pode ser o cavalo selado das próximas eleições em Aracaju? Em 2018, o também delegado de polícia Alessandro Vieira (PSD) sonhou com esse misterioso animal e acabou se elegendo para o Senado com uma estupenda votação. Aff Maria!

Ninho de ratos

Necessária para a concretização da democracia, a reforma política não avança no Congresso nem a pau. Prometida há anos, esta importante iniciativa não sai do papel simplesmente porque não interessa à maioria dos congressistas. Qual deputado federal ou senador, eleito graças às malas pretas e caixas dois, vai querer moralizar as campanhas eleitorais, defender eleições justas e punir com rigor os bandidos de colarinho branco? Os parlamentares que discordam da maioria até podem se esgoelar na tribuna, porém não conseguirão aprovar uma reforma política que contrarie o enorme conluio político, assemelhado a um fedorento ninho de ratos. Desconjuro!

No caminho certo

O Cacique Bá, da Aldeia Xocó, em Porto da Folha, festejou os decretos de homologação de seis terras indígenas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre elas está a denominada Kariri-Xocó, localizada em Alagoas e que é resultado da fusão dos povos sergipanos Xocó e dos alagoanos Kariri. “Para nós, a política adotada pelo presidente tem sido muito importante, pois está dando ênfase aos verdadeiros nativos do Brasil, que são os indígenas. Esperamos que o governo federal libere mais terras para outros povos originais”, frisou Bá. Diferente dos Kariri-Xocó, que só agora conquistaram a homologação de suas terras, a Aldeia Xocó já é homologada desde 1993, após uma intensa luta. Maravilha!

Rolo compressor

A Assembleia começa a discutir hoje os Projetos de Lei do governo concedendo um ínfimo reajuste salarial aos servidores estaduais. Por conta do vergonhoso índice de 2,5% anunciado para várias categorias, os professores decidiram cruzar os braços durante toda esta semana. Em vez das salas de aula, os educadores vão bater ponto no Legislativo, visando pressionar os deputados a rejeitarem os Projetos do Executivo, única hipótese para que o governador Fábio Mitidieri (PSD) anuncie um reajuste um tiquinho maior. Aqui pra nós, quer apostar uma mariola de goiaba como o rolo compressor governista vai aprovar os projetos no piscar de olhos, tipo vapt-vupt? Marminino!

Cuidado com os fogos

O Corpo de Bombeiros Militar lança, hoje, a edição 2023 do Projeto São João Seguro. A inciativa objetiva orientar alunos das escolas públicas e particulares sobre a prevenção de acidentes com fogos de artifício e fogueiras, além de passar conhecimentos de primeiros socorros. Estão previstas palestras e distribuição de panfletos educativos. Este ano o projeto traz como novidade um teatro de fantoches, visando atingir o público infantil. No ano passado, os bombeiros orientaram mais de oito mil crianças de 27 escolas, em oito municípios. Ah, bom!

Apertando o cinto

O governo de Sergipe decretou medidas de contenção de despesas com os contratos firmados pela administração pública direta, autárquica e fundacional. Pelo decreto, fica determinada a redução de 20% no consumo de combustíveis dos veículos destinados a serviços administrativos. E ainda foi suspensa, temporariamente, a compra de carros novos pelo Executivo. Não seria prudente reduzir também as mamatas pagas a inservíveis conselheiros de autarquias e diminuir o exagerado número de cargos comissionados, além de estancar gastos com passagens aéreas, telefones, carros pretos, etcétera e tal? Home vôte!

Novo livro

O professor e cientista político Ibarê Dantas vai lançar, no próximo dia 9, o livro “Marcelo Déda na construção da democracia”, uma biografia política do saudoso ex-governador de Sergipe. Ao anunciar o lançamento de mais uma obra de Ibarê, o jornalista Marcos Cardoso escreveu: “De líder estudantil a militante petista e compadre de Luiz Inácio Lula da Silva, de deputado constituinte estadual a governador de Sergipe, passando com autoridade pelos cargos de deputado federal e prefeito de Aracaju, Déda foi aluno e amigo de Ibarê Dantas, ‘um homem fundamental em minha formação’, segundo o próprio biografado”. Supimpa!

Autocanibalismo

De um bebinho, numa bodega imunda da periferia de Aracaju: “Com a carestia que assola o país, os pobres só estão comendo carne quando mordem a língua. Isso os que ainda têm dentes”. Cruz, credo!

INFONET

Podemos usar remédios vencidos? 90% deles duram muito mais do que o prazo previsto

Publicado em 1 de maio de 2023 por Tribuna da Internet

TCE encontra remédios vencidos em 19% das unidades de saúde de SP

Ministério descartou R$ 2,2 bilhões em remédios vencidos

Hélio Schwartsman
Folha

Deu na Folha que, de 2019 para cá, o Ministério da Saúde descartou R$ 2,2 bilhões em vacinas e medicamentos cuja data de validade expirara. Esse número pode ser multiplicado várias vezes se colocarmos na conta também os estoques de secretarias estaduais e municipais, hospitais privados e das farmácias que cada um de nós mantém em casa. É um desperdício considerável. Mas ele se justifica?

Como já escrevi aqui alguns anos atrás, o problema dos remédios vencidos é uma caixa-preta. Drogas que passaram do prazo de validade dificilmente farão mal a quem as toma, mas é fato que, com a passagem do tempo, elas podem perder potência e, no limite, deixar de funcionar.

DEPENDE DA DROGA – A deterioração depende do tipo de produto (insulinas, nitroglicerina e antibióticos líquidos estragam mais facilmente mesmo) e das condições de armazenamento. Se você guarda seus medicamentos na sauna, eles possivelmente durarão menos do que o prazo calculado pelo fabricante, mas, se você os conserva num local fresco, seco e ao abrigo da luz, sua estabilidade pode surpreender.

60% da população brasileira lê a bula do remédio, segundo pesquisa publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia

Quase tudo o que sabemos sobre drogas vencidas se deve aos militares norte-americanos. Eles costumam manter grandes estoques de alguns fármacos para caso de emergências que raramente se materializam. Foi por isso que pediram à FDA que realizasse um estudo sobre o assunto.

POR 15 ANOS – A agência testou um grupo de cem drogas armazenadas e concluiu que 90% delas estavam perfeitamente aptas para consumo mesmo 15 anos após a data de vencimento. Vale repetir, 15 anos.

Minha sugestão é que mudemos as normas e procedimentos para que, antes de descartar grandes lotes ou produtos muito caros por causa da data de vencimento, nós os testemos para ver se ainda funcionam plenamente.

Obviamente não é algo que você possa fazer em casa, mas que está ao alcance de ministério e certas secretarias. As Forças Armadas dos EUA fazem isso, para gáudio dos contribuintes.


Há momentos em que a imprensa atua de maneira vergonhosa aqui no Brasil


TRIBUNA DA INTERNET

Charge do Bier (Arquivo Google)

Carlos Newton

O jornalismo é uma das atividades mais nobres da sociedade, pois se destina a buscar o permanente avanço social e econômico, visando a uma melhor qualidade de vida. O repórter é uma espécie de clínico-geral da vida moderna, sua principal função é apontar falhas no atendimento básico aos direitos do cidadão-contribuinte-eleitor, como dizia Helio Fernandes.

É claro que há também o jornalismo dedicado a outros temas importantes, como as artes, os esportes, as ciências, assim como também existe um jornalismo mais fútil, com interesses menores e que se envereda pela vida privada das pessoas famosas, tudo isso faz parte.

EXISTE UM COMPROMISSO – De toda forma, em meio a fofocas, frivolidades e até fake news, o jornalismo requer que se dê destaque às notícias principais que interessem a todos.

Diante dessa premissa, causa surpresa que não estejam sendo repercutidas pela grande imprensa as importantíssima reportagens que vêm sendo veiculadas pela Folha de S.Paulo desde sexta-feira, dia 28, sobre a existência de conluio entre o governo federal e o governo de Brasília para facilitar a invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro.

Em mais de 50 anos de jornalismo, jamais vi nada igual. É uma notícia sobre fatos, sem qualquer tendência à especulação, pois limita-se a relatar informações existentes em documentos oficiais. Mesmo assim, está sendo varrida para debaixo do tapete, como se fosse uma notícia descartável, digamos assim.

TODOS SILENCIARAM – Apesar da importância das matérias, por comprovarem que os manifestantes bolsonaristas sabiam que não seriam reprimidos pelas forças de segurança,  nenhum órgão da grande imprensa entrou no assunto.

É uma situação vexaminosa. Todos se omitiram, como O Globo, Estado de S. Paulo, Correio Braziliense, Estado de Minas, Veja, Valor, Zero Hora, e tantos mais. Nas televisões, nem pensar. O Jornal Nacional passou batido, em seu velho estilo Homer Simpson.

Esses jornalistas amestrados (royalties para Helio Fernandes) aproveitaram o final de semana prolongado para esconder as notícias, que só foram reproduzidas por veículos menores que assinam a Agência FolhaPress, como o jornal mineiro O Tempo. 

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Abin mostrou que general Gdias mentiu ao depor

Além do fanatismo petista que impera nas redações, o motivo, todos sabem, é que a Secretaria de Comunicação está preparando a nova agenda da generosa publicidade oficial do Planalto, e ninguém quer ficar de fora. Não há outra explicação, até porque as matérias da Folha são baseadas em documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), teriam de ser automaticamente repercutidas.

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P.S. 1 – Ficou patente que houve uma espécie de pacto do silêncio, porque não surgiram comentários nem tentativas de contradizer. Ninguém disse que usar WhatsApp foi erro, porque está fora de moda. Ninguém falou que seria melhor enviar os alertas por e-mail, por fax ou telex. Ninguém sugeriu que seria melhor passar telegrama ou usar telefone analógico, nada, nada, nada. Apenas o silêncio completo, que é ainda mais revelador.

P.S. 2 – É muito triste constatar essa realidade, mas realmente estamos sendo servidos por uma imprensa amordaçada e curvada diante dos interesses políticos e econômicos. Portanto, é preciso parabenizar os jornalistas da Folha e torcer para que sigam em frente, sob o signo da liberdade. O Brasil precisa de uma imprensa sem medo. (C.N.)


Havia intenção política de tirar proveito do vandalismo para Lula posar de “vítima”?

Publicado em 2 de maio de 2023 por Tribuna da Internet

Charge do Zé: Terrorismo em Brasília - NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Ciro Nogueira
O Globo

Desde que subiu a rampa do Planalto, o governo Lula não desceu do palanque eleitoral. Dia sim, dia também, em vez de falar sobre o presente ou o futuro, sobre criação de emprego e crescimento econômico, de propostas concretas para que o país decole, o presidente e seus comissários só falam um nome: Bolsonaro.

Em vez de encontrar soluções, o governo, paralisado, prefere encontrar culpados ou “o culpado”. Agora que a CPMI do 8 de Janeiro se torna realidade, é preciso que o Brasil se olhe no espelho, e não no retrovisor. Temos de investigar a fundo o que aconteceu e o que levou à invasão do coração do poder e da democracia.

Desviar o foco – Se o governo e seus líderes desviarem o foco da responsabilidade daqueles que estavam na cadeia de comando, sobretudo no topo, para atacar o ex-presidente, demonstrarão ser uma manobra de encobrimento de fatos graves e uma forma de dispersar a atenção, para que a verdade não venha à tona.

Ficará claro que, para preencher o vazio do atual governo, seu único esguicho de reação é balbuciar o bordão “Bolsonaro”. Ficará evidente a farsa se a CPMI seguir esse caminho. Terminará em pizza. Sabor molusco.

Não há dúvida de que os perpetradores comprovadamente de atos de depredação merecem punição, na forma da lei. O colapso das forças de contenção e repressão à violência deve ser minuciosamente esquadrinhado. Por que o ministro da Justiça não convocou, com as atribuições que lhe são conferidas expressamente, a Guarda Nacional para proteger o coração do poder da nação?

ESPALHAR SUSPEITOS – Descarregar toda a responsabilidade sobre a Polícia Militar do Distrito Federal — cuja parcela de falha não pode ser eximida — é em nada convincente. O governo tem seus próprios serviços de informação e, se não agiu, a questão é: por quê?

O Palácio não foi meramente tomado pela turba. Foi-lhe facultado acesso, com tapete vermelho. Dos mil profissionais que protegem a sede do Executivo, apenas 18, repito, 18, estavam de prontidão.

Ainda assim, as imagens que vieram a público mostram uma atitude que pode ser definida como tudo, menos resistência e repressão. Havia quase uma camaradagem entre invasores e invadidos. E que não se venha dizer que eram “bolsonaristas”.

CUMPRIRAM ORDENS – Quem confraternizava com os invasores era um general da mais absoluta confiança do presidente, alguém que teve todo o período de transição e uma semana de governo para olhar com lupa e selecionar a dedo quem poderia fazer parte da segurança presidencial.

Ali estavam servidores selecionados. Se não agiram, foi porque cumpriram ordens dentro de uma cadeia hierárquica. De quem? Por quê?

A CPMI terá marcos definidores, e tolice será para o governo pensar que tratorar propostas esclarecedoras se traduzirá em ganho político. Pelo contrário. O Brasil tem o direito de saber o que falaram, com quem falaram e o que disseram o ministro da Justiça, seus principais auxiliares, o comando da segurança, o ministro do GSI, autoridades centrais no núcleo do poder.

GANHA E PERDE – Se os conteúdos dessas conversas tiverem sido eliminados ou se não for facultado o acesso a elas por uma maioria governista, o governo pode até “ganhar” dentro da comissão, mas perderá fora, na sociedade. Quem não tem nada a esconder não teme. O Brasil sabe que, se o governo quiser atacar Bolsonaro, seria apenas uma confissão de culpa de que há algo que não se quer revelar.

O governo participou, pela total leniência, para que os vândalos tivessem porteira aberta? Havia um cálculo político de tirar proveito do vandalismo para se colocar como vítima e emparedar segmentos como culpados?

A única maneira de o governo e seus aliados provarem que isso nunca aconteceu é não criar barreira contra a transparência em relação aos principais atores com poder naqueles dias. Fora disso, a CPMI será um biombo, e o Brasil enxergará.

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