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quarta-feira, julho 03, 2019

População cresce, a economia se retrai e Furnas se torna exemplo dessa contradição


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Charge do Duke (dukechargista.com.br)
Pedro do Coutto
A população brasileira cresce à velocidade de 1% ao ano, já descontado o índice de mortalidade de 0,7% a cada doze meses. Portanto, surgem a cada exercício 2 milhões de pessoas, o que permite estimar que o mesmo número se projete por igual em todas as idades até o limite de vinte anos. Processo que nos leva a mostrar um quadro econômico e social preocupante. Sobretudo porque a economia deve se expandir mais do que a população, para reduzirmos o índice de desemprego ao lado da taxa dos que lutam mas encontram dificuldades para entrar em campo.
E o não emprego projeta-se como um obstáculo contra o ingresso dos jovens na mão de obra ativa do país, favorecendo inclusive o aumento da criminalidade.
EM QUEDA – A produção industrial recuou 0,2% no primeiro semestre. Algo extremamente grave, uma vez que a produção cai, enquanto o índice demográfico cresce. Na verdade o consumo não pode avançar pois este só pode ser impulsionado pela renda do trabalho. Ou então depende dos estímulos aos empréstimos que inundam espaços publicitários da televisão. Mas neste caso, todos devemos lembrar que há 60 milhões de brasileiros e brasileiras na faixa da inadimplência que se projetam nos cadastros dos bancos e das lojas que oferecem créditos difíceis de resgatar. A população está perdendo poder de compra e assim o progresso torna-se cada vez mais distante.
Nos casos em que demitidos conseguiram voltar ao trabalho ativo os níveis de salário baixaram, resultado da eterna lei entre a oferta e a procura. O mercado emprega na escala mínima de remuneração.
EXEMPLO DE FURNAS – Mas no título deste artigo inclui a estatal Furnas como exemplo do atual impasse brasileiro. Matéria da repórter Ramona Ordonez, edição de ontem de O Globo, assinala que a segunda maior estatal do país vai mudar de endereço. Sai da Real Grandeza para diminuir as despesas com o pagamento de aluguel dos três edifícios que ocupa. Eles são de propriedade da Fundação Real Grandeza, Fundo de Pensão e Complementação de aposentadorias, a verdadeira locadora. Surge aí uma outra contradição. O Fundo de Pensão teve origem quando Furnas começou a operar. Agora, a proprietária deverá locar o complexo para outras empresas.
A face essencial da questão é que o governo Jair Bolsonaro, de acordo com o projeto Paulo Guedes, tem como prioridade diminuir custos, não levando em conta ampliar a produção e a consequente receita. Entretanto, o Planalto deveria ter como meta o aumento da produção de energia para atender o complexo industrial e a população consumidora.
HOMEM DO SIM – Criada pelo presidente JK, Furnas se tornou um dos símbolos do desenvolvimento brasileiro. Me lembro que em uma entrevista à imprensa, no Palácio do Catete, o presidente dos anos dourados afirmou que energia elétrica era absolutamente fundamental para assegurar a industrialização do país.
Juscelino era o homem do sim contra aqueles adoradores do não. Um otimista, contemporâneo do futuro, como então o definiu Paulo Pinheiro Chagas no seu  livro sobre JK e seu tempo. Hoje não se pensa em alargar os espaços da produção, reduzir o desemprego, retomar à alvorada que deu nome ao palácio residência do presidente da República. A direção de Furnas, ao invés de projetar para uma maior produção de energia, através de suas linhas e da transmissão de Itaipu, volta ao passado considerando estratégico o não pagamento de aluguel.  A estatal torna-se um exemplo emblemático da política de governo em vigor.
Furnas sai da condição de maior inquilina do país e passa a viver no passado.

terça-feira, julho 02, 2019

Âncora da Globo aponta crime de Moro na perseguição contra Greenwald

Jornalista da GloboNews, Monica Waldvogel lembrou que o Senado aprovou um dispositivo contra o abuso de autoridade ao compartilhar uma notícia de que a Polícia Federal, comandada por Moro, estaria investigando a vida financeira do jornalista do Intercept





Revista Fórum - Durante a audiência na Câmara em que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, é sabatinado sobre as conversas com procuradores da Lava Jato divulgadas pelo site The Intercept Brasil, a jornalista Mônica Waldvogel, da GloboNews, sugeriu, via Twitter, que o ex-juiz federal comete crime de abuso de autoridade ao colocar a Polícia Federal na “cola” de Glenn Greenwald, jornalista responsável pelo site que deu luz ao comportamento de Moro enquanto juiz.
“Não aprovaram um dispositivo de abuso de autoridade?”, questionou Waldvogel ao compartilhar uma notícia sobre uma suposta investigação da vida financeira de Greenwald que a PF estaria encampando. A Fórum falou com a assessoria de comunicação do Departamento de Polícia Federal, que disse que se houver investigação, elas são sigilosas e não poderiam ser confirmadas. A PF, por sua vez, está subordinada ao Ministério da Justiça, comandado por Moro.
A jornalista, em seu tuíte, se referiu ao dispositivo aprovado pelo Seando na semana passada aprovado pelo Senado na semana passadacontra abuso de autoridade de juízes e promotores. A proposta, depois de modificada, foi votada no mesmo bojo das “10 medidas contra a corrupção”, pacote defendido pelo próprio Moro.
Confira a íntegra da reportagem na Revista Fórum.

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O governo brasileiro deve suspender imediatamente as investigações sobre Glenn Greenwald e The Intercept Brasil.


Por Fundação Liberdade de Imprensa
Promovendo a liberdade de imprensa no século 21

No mês passado, a The Intercept Brazil e seu editor fundador, Glenn Greenwald , publicaram uma série de artigos investigativos que expõem sérios indícios de corrupção envolvendo Sergio Moro, ministro da Justiça do país. Moro também é ex-juiz que prendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tornando-o inelegível para disputar a eleição presidencial de 2018 que o atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, venceu.


A reportagem enviou ondas de choque em todo o establishment político do Brasil, e tem sido a maior história do país por semanas. Também levou a muitas ameaças específicas contra membros do The Intercept Brazil, Greenwald e sua família. As ameaças foram denunciadas por várias organizações internacionais de liberdade de imprensa, incluindo o Comitê para a Proteção de Jornalistas e Repórteres Sem Fronteiras . (Greenwald também é membro fundador da Freedom of the Press Foundation.)

Agora, os ataques de Bolsonaro e Moro foram severamente escalados. A polícia federal brasileira solicitou formalmente uma investigação sobre as finanças de Greenwald, de acordo com uma revista de direita no Brasil que é frequentemente citada e usada como porta-voz por Moro e os mesmos promotores que estão sendo investigados pela The Intercept Brazil.

O mais perturbador é que a Polícia Federal - o equivalente brasileiro do FBI - está sob o comando de Moro, a única pessoa que Greenwald e The Intercept Brazil estão reportando. Acredita-se que a investigação seja um pretexto que possa levar o governo brasileiro a julgar Greenwald e seus colegas jornalistas por suas publicações.

O diretor executivo da Freedom of the Press Foundation, Trevor Timm, fez a seguinte declaração:

Criminally investigating journalist Glenn Greenwald for reporting on corruption within the Bolsonaro government is a shocking violation of his rights as a reporter. Worse, the same person who is the primary subject of The Intercept’s reporting—Minister of Justice Sergio Moro—would also have ultimate authority over any Federal Police investigation. It’s not only an outrageous attack on press freedom, but a gross abuse of power. Journalists should not have to worry about harassment, death threats, or facing government investigations for reporting the truth about powerful individuals. Freedom of the Press Foundation calls on the Brazilian government to immediately halt its intimidation tactics and concentrate on investigating those who deserve it: the subjects of The Intercept Brazil’s reporting.

A Freedom of the Press Foundation terá mais sobre esta história à medida que ela se desenvolve.

FONTE:

https://freedom.press/news/the-brazilian-government-should-immediately-halt-investigations-into-glenn-greenwald-and-the-intercept-brazils-reporting/

ONU e OEA se manifestam contra ataques que Glenn Greenwald está sofrendo de autoridades brasileiras



As ameaças e ataques que o jornalista Glenn Greenwald vem sofrendo de políticos e autoridades brasileiras chamou a atenção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e da Organização das Nações Unidas (ONU).

Por Vinicius Segalla no DCM

Nesta segunda-feira (1), O Relator Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Edison Lanza, e o Relator Especial das Nações Unidas para a Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão, David Kaye, emitiram um comunicado informando ao mundo inteiro que o jornalista do Intercept Brasil vem sofrendo “as ameaças, desqualificações por parte das autoridades e as intimidações recebidas pelo jornalista Glenn Greenwald da agência de notícias The Intercept Brazil, bem como com seus parentes, após a divulgação de informações e denúncias de interesse público.”

As autoridades internacionais destacaram o importante papel desempenhado pela mídia para a democracia, especialmente quando se trata de jornalismo investigativo ativo. “Como resultado, os jornalistas que investigam casos de corrupção ou ações impróprias por autoridades públicas não devem estar sujeitos a assédio judicial ou outro tipo de assédio em retaliação por seu trabalho.”

Os relatores lembraram também que “o Estado brasileiro tem a obrigação de prevenir, proteger, investigar e punir a violência contra jornalistas, especialmente aqueles que foram submetidos a intimidação, ameaças ou outros tipos de violência.””


Leia, abaixo, a íntegra do comunicado conjunto da ONU e da CIDH:

O Relator Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Edison Lanza, e o Relator Especial das Nações Unidas para a Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão, David Kaye, expressam sua preocupação com as ameaças, desqualificações por parte das autoridades e as intimidações recebidas pelo jornalista Glenn Greenwald da agência de notícias The Intercept Brazil, bem como com seus parentes, após a divulgação de informações e denúncias de interesse público.

Os Relatores Especiais instam o Estado do Brasil a conduzir uma investigação completa, efetiva e imparcial das ameaças recebidas pelo jornalista e sua família. Também lembra as autoridades brasileiras de suas obrigações de prevenir e proteger os jornalistas em risco e garantir a confidencialidade das fontes de informação.

De acordo com informações de conhecimento público, no dia 9 de junho a Intercept Brazil começou a publicar uma série de vazamentos que denunciavam alegadas irregularidades na chamada “operação anticorrupção Lava Jato”.


Imediatamente após a publicação, o jornalista Glenn Greenwald começou a receber insultos, calúnias e ameaças de morte. US congressista David Miranda – – e os filhos do casal também sob o rótulo #DeportaGreenwald, uma campanha coordenada de assédio contra o jornalista e seu marido (o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) se tornou viral.

As autoridades públicas apontaram para a natureza supostamente ilegal do material vazado recebido pela Intercept Brasil de uma fonte anônima para desqualificar ou restringir a liberdade de imprensa.

Além disso, os deputados federais defenderam a possibilidade de convocar o jornalista Glenn Greenwald para a Câmara dos Deputados e acusaram-no de cumplicidade com “práticas de ativismo jornalístico através de um ato criminoso, que (ele faz) cúmplice”. Esses legisladores expuseram o jornalista como um agente que estaria enfrentando instituições e autoridades brasileiras ou “cometendo crimes contra a segurança nacional”, implicando que ele poderia ser criminalmente criminalizado ou deportado do país.

Os Relatores Especiais também documentaram as publicações de um legislador federal que exibiu uma foto de Greenwald no Facebook sob o título “Inimigo do Brasil”. A publicação também envolveria seu marido, David Miranda.

Por meio de um comunicado datado de 17 de junho, Miranda divulgou uma série de ameaças contra ele e seus filhos, também informou que havia apresentado uma queixa à Polícia Federal brasileira, devido ao crescente número de ataques recebidos pelo deputado após que o marido dela publique os vazamentos.

Além disso, o Relator Especial da CIDH regista a informação fornecida antes de emitir a declaração do Estado do Brasil, o que indica que o jornalista pode ativar o “Programa de Proteção para Defensores dos Direitos Humanos, comunicadores sociais e Environmentalist” ( PPDDH), que desde setembro de 2018 expandiu seu escopo de atuação para incluir jornalistas e comunicadores sociais.

Em várias ocasiões, os Relatores Especiais destacaram o importante papel desempenhado pela mídia para a democracia, especialmente quando se trata de jornalismo investigativo ativo. Como resultado, os jornalistas que investigam casos de corrupção ou ações impróprias por autoridades públicas não devem estar sujeitos a assédio judicial ou outro tipo de assédio em retaliação por seu trabalho. O Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas declarou que os ataques contra pessoas que exercem sua liberdade de expressão não podem ser compatíveis com o artigo 19 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos em nenhuma circunstância. No mesmo sentido, os Estados-Membros da OEA reafirmaram que “o jornalismo deve ser exercido livre de ameaças, abuso físico ou psicológico ou outro assédio” e pediu para implementar abrangente de prevenção, protecção e aplicação neste Matter (AG / RES. 290, XLVII-O / 17), aprovada pela Assembléia Geral da OEA no marco de seu 47 ° período ordinário de sessões.

Os Relatores Especiais lembram que o Estado brasileiro tem a obrigação de prevenir, proteger, investigar e punir a violência contra jornalistas, especialmente aqueles que foram submetidos a intimidação, ameaças ou outros tipos de violência. A obrigação de prevenir, supõe – entre outros – o de adotar um discurso público que contribua para prevenir a violência contra jornalistas, que “exige que os funcionários públicos se abstenham de fazer declarações que exponham jornalistas e trabalhadores da mídia a um maior risco de atos de violência “. Além disso, a Relatoria da ONU declarou que “O Estado deve assegurar a integridade física e psicológica dos jornalistas”.

Da mesma forma, a proteção de fontes jornalísticas constitui um princípio que faz parte do direito à liberdade de expressão, dado seu valor inestimável para a sociedade acessar informação de interesse público que, sem essa proteção, dificilmente se tornaria pública. O Princípio 8 da Declaração de Princípios sobre Liberdade de Expressão da CIDH estabelece que “todos os comunicadores sociais têm o direito de reservar suas fontes de informação, anotações e arquivos pessoais e profissionais”. Da mesma forma, em âmbito internacional, a confidencialidade das fontes deriva das garantias do direito de buscar, receber e divulgar informações, o que está consagrado no artigo 19 do Pacto.

Sobre os autores do comunicado:

David Kaye (EUA) foi nomeado Relator Especial para a promoção do direito à liberdade de opinião e expressão em agosto de 2014 pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Os Relatores Especiais são parte do que é conhecido como Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos. Os Procedimentos Especiais, o maior corpo de especialistas independentes no sistema da ONU para os Direitos Humanos, é o nome geral dos mecanismos de pesquisa e monitoramento do Conselho de Direitos Humanos para lidar com situações específicas em países ou questões temáticas em todos os países. o mundo. Os especialistas dos Procedimentos Especiais trabalham voluntariamente; eles não são funcionários da ONU e não recebem salário pelo seu trabalho. Eles são independentes de qualquer governo ou organização e agem individualmente.

Edison Lanza (Uruguai) é relator especial para a liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O Escritório do Relator Especial para a Liberdade de Expressão foi criado pela CIDH para promover a defesa do direito à liberdade de pensamento e expressão no Hemisfério, dado o papel fundamental que esse direito desempenha na consolidação e desenvolvimento do sistema democrático.

FONTE:

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/onu-e-oea-se-manifestam-contra-ataques-que-glenn-greenwald-esta-sofrendo-de-autoridades-brasileiras

“Bolsonaro achou que poderia fazer do Congresso o que quisesse”, diz Gabeira


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Gabeira acha que educação e ambiente são os pontos mais fracos
Eduardo Kattah e Paulo BeraldoEstadão
Os primeiros seis meses do governo Jair Bolsonaro foram marcados, na avaliação do ex-deputado federal e escritor Fernando Gabeira, por um erro de avaliação na relação do Executivo com o Congresso. Está em jogo nesse modelo presidencialista sem base majoritária formal no Parlamento a própria eficácia da atual gestão, afirma Gabeira. “Não houve inexperiência, houve erro de avaliação. Do jeito que está se comportando, perde todas (as votações) e acaba virando um governo ineficaz”. Em entrevista ao Estado, Gabeira, que passou 16 de seus 78 anos no Parlamento, sugere uma mudança de rumo: parceria com bancadas regionais para a aprovação de projetos de interesse nacional e local. Também defende que o presidente adote um diálogo construtivo com os parlamentares para, de fato, não se transformar numa “rainha da Inglaterra”.
O que marca até aqui o governo de Jair Bolsonaro e qual perspectiva podemos ter? Em qual rota está o País?A sensação que tenho é de que estamos ainda constatando como vai ser. Houve aquelas primeiras discussões… se haveria ou não transformações na democracia e se elas eram regressivas, se estávamos caminhando para um ponto ameaçador para a democracia… Tanto a eleição do Bolsonaro como a do Trump colocaram essa questão e muitas pessoas continuam confiando nos chamados contrapesos e salvaguardas da democracia. Eu sou uma delas. Observando esses primeiros seis meses, em muitos momentos os contrapesos e salvaguardas funcionaram evitando que a democracia de uma certa maneira fosse empobrecida. Esses contrapesos e salvaguardas são o Congresso, em vários momentos, que recusa as propostas de Bolsonaro por achar que são inadequadas, e também o Supremo Tribunal Federal que, no momento, julgou que a decisão dele era inconstitucional (por unanimidade, o plenário do STF decidiu impedir que Bolsonaro extinga, por decreto, conselhos da administração federal que tenham amparo em lei).
E como Bolsonaro encara essa situação?Bolsonaro sentiu isso. Se você examinar as últimas declarações, elas podem ser um pouco esclarecedoras sobre o momento, sobre esses seis meses. Quando ele diz ‘estão querendo fazer de mim rainha da Inglaterra’, por exemplo. Ninguém está querendo fazer dele a rainha. Ele não percebe que no processo democrático existem limites impostos pelo Parlamento e pela Constituição, que o guardião em tese é o STF. Foi ele quem tomou decisões que atendem ao público dele, que correspondem a promessas de campanha, mas que não são exatamente preparadas e negociadas para uma aprovação. Até o momento, a julgar por isso que ele disse e pelo comportamento do Congresso em alguns casos do Supremo, as salvaguardas estão funcionando e ele está incomodado. A questão indígena tem um peso também. Ele quer que o Ministério da Agricultura demarque terras, algo que não era sua função.
A Procuradoria manifestou ‘perplexidade’ com transferência de demarcação de terras indígenas à Agricultura e o ministro do Luís Roberto Barroso suspendeu a medida.A MP foi recusada na Câmara e ele reeditou uma nova MP nesse sentido. Sabemos que MP recusada não pode ser reeditada na mesma legislatura, então é outra derrota. Me parece uma tentativa de Bolsonaro aplicar suas posições e promessas. As dificuldades se dão num contexto democrático em que o Congresso acrescenta, critica, barra, e você tem o STF para garantir a constitucionalidade dessas medidas. Agora, o grande tema será a Previdência 2.
Também aconteceu isso. Ele apresentou proposta e ela foi reavaliada, o Congresso ofereceu uma outra alternativa
Nas questões mais ligadas ao liberalismo não há tanta resistência, os projetos são colocados e aperfeiçoados. Onde que há resistência são naqueles projetos que tentam propor medidas bastante conservadoras.
Na relação com o Congresso, Bolsonaro admitiu recentemente “inexperiência” na articulação política e busca um modelo que contemple negociações com os parlamentares. Trata-se de fato de uma correção de rumo ou o governo está se adequando à reação do “sistema”?
Alegar inexperiência é bastante comprometedor. Significa que ele passou muito tempo lá (28 anos) sem analisar exatamente o que se passava, como eram feitas negociações, quais são os pontos que levam um projeto a avançar ou não. Supor que por ter vencido as eleições e por ter base popular, por ter apoio nas redes sociais, você conseguiria fazer do Congresso aquilo que quisesse, não houve inexperiência, houve erro de avaliação. E agora o governo está se está ajustando à nova realidade. Se é que vão ajustar, porque na verdade o Congresso percebeu também um certo vazio que não é baseado apenas na inexperiência de articulação política, mas na fragilidade da base do próprio governo. Os deputados eleitos são muito pouco experientes e forjados em uma época em que são muito voltados para o seu público das redes, o que é interessante do ponto de vista democrático, mas eles têm cometidos muitos erros, um atrás do outro. Existe inexperiência e incompetência da própria base eleita.
Existe mesmo o risco de Bolsonaro se tornar uma rainha da Inglaterra, como ele mesmo disse?Ele corre o risco de ele próprio se transformar em rainha da Inglaterra. Não está tanto nas mãos do Congresso. A origem é muito mais os erros e a incapacidade dele. Se ele souber e quiser trabalhar com o Congresso, ter vitórias e derrotas, compreender o jogo democrático e fazê-lo amplamente, ele recompõe a importância dele e de alguns temas da campanha. Mas se insistir que o Congresso é tábua rasa onde você pode ter tudo o que quer, ele realmente vai perder todas.
O cientista político Carlos Pereira citou recentemente em artigo que o governo se caracteriza pelo presidencialismo plebiscitário3. O Planalto endossou a convocação de manifestações nas ruas… É uma forma eficaz de pressionar o Parlamento?Em alguns temas, é possível que o governo e a opinião pública que o apoia atuem juntos para que questões sejam resolvidas. Mas o governo tem que compreender que foi eleito por um grande número de votos e que deputados também foram eleitos. Ele está se dirigindo a um grupo de pessoas eleitas, legitimadas para defender suas posições independente da pressão popular. A pressão no caso das armas, talvez o Congresso tenha até posição mais próxima do Bolsonaro, mas o que acontece? Bolsonaro acha que está realizando uma proposta de campanha e que os eleitores dele acreditam nessa opção pelas armas, mas as pesquisas mostram que é diferente. A maioria que votou no Bolsonaro, inclusive com perspectiva de derrotar o PT, não favorece essa visão de liberação das armas. O Congresso, quando resiste, o faz por uma série de razões e baseado também no apoio popular.
O analista Christopher Garman, da Eurasia, diz que Bolsonaro está implementando um governo presidencialista minoritário. É possível tocar uma agenda no Congresso com esse modelo?É possível, dependendo de sua capacidade. Não acredito que Bolsonaro tenha capacidade para tocar um governo minoritário. Algumas pessoas com muita capacidade política podem fazê-lo. Qual seria a saída? Buscar em cada grande tema os consensos possíveis, ganhar e perder de acordo com as circunstâncias. Mas ele não busca os grandes consensos e as grandes negociações para fazer com que um governo minoritário vença. Do jeito que esta se comportando, perde todas e acaba virando um governo ineficaz. No presidencialismo sem coalizão a dúvida é: como ficam a governabilidade e as reformas com um governo que dificilmente terá maioria no Congresso?
Mas pela sua experiência, indo além de vitórias ou derrotas, não era mesmo preciso mudar o modelo de relação entre Executivo e Congresso?Tenho impressão de que sim. O passado, no governo de coalizão, tal como existiu, é um modelo falido. Agora, o outro modelo é de não negociação. A proposta que tenho é de que o governo faça entendimento com bancadas estaduais ou regiões para contemplá-las e fazer deputados de cada região parceiros de suas propostas. Mas para isso é preciso um projeto nacional, saber o que vai fazer em cada região, e não acredito que Bolsonaro saiba. Ele tem algumas ideias soltas. Você precisa conhecer a realidade das bancadas regionais, o que se passa em Rondônia, no Mato Grosso do Sul, e negociar com conhecimento, entender os temas que tocam os deputados e senadores de cada região. Ver temas nos quais eles seriam parceiros quase compulsórios.
Pouco antes dos seis meses, Bolsonaro passou a falar em candidatura a reeleição, caso não ocorra uma ‘boa reforma política’. Como avalia essa disposição, levando-se em conta avaliação do próprio presidente de que “não há bom governo com má economia”. Além disso, o Banco Central já disse que vivemos interrupção do processo de recuperação da economia. Para citar alguns dados: aumentou de 22,2% para 22,7% o número de domicílios sem renda do trabalho. O número de desempregados, subocupados e disponíveis que não encontram já soma 28,4 milhões.Acho muito cedo para ele falar em reeleição. A questão econômica é decisiva realmente para a esperança do próprio governo. Mas Bolsonaro afirma que vai ser candidato se não houver reforma política. Afirma que entrou para fazer reforma e como não há reforma ele continua candidato. Então, é muito possível que a reforma política não interesse a ele, já que ele não se manifestou sobre isso com nenhum projeto. Está se comportando como um político tradicional. Como não tem nenhuma razão para disputar a reeleição, vai dizer que é porque não conseguiu fazer o que gostaria no período. Um argumento puramente retórico. A verdade é que o que vai definir é a economia. Até o momento, eu diria que uma das características do governo dele é o flerte com a morte. A liberação das armas, a flexibilização das regras de trânsito, a velocidade nas estradas, extinção de radares, é um governo que flerta com a morte. Tenho dúvidas que essa característica pode levá-lo muito longe…
A taxa de desaprovação tem crescido desde a posse. O que tem frustrado os eleitores?É uma tendência. Há sempre muita expectativa numa eleição populista com promessas de soluções fáceis. Expectativas não são cumpridas, a crise econômica não é superada, então a tendência é realmente cair. O Bolsonaro também não compreendeu perfeitamente a eleição dele. Ele acha que venceu por causa dos grupos mais radicais que o apoiam. E não compreende que houve um eleitorado que transcende esses grupos e rejeitava o PT.
O presidente Bolsonaro é um dos que mais editou decretos – 157 em contagem recente do ‘Estado’. O de armas foi derrubado, o que extinguia conselhos caiu no STF. Como vê esse modelo de política?É uma tendência que governos autoritários gostam de fazer. O problema disso é que com existência de Congresso funcionando livremente e existência de um Supremo que atenda a Constituição, isso não funciona. Pode fazer quantos quiser. Nesse momento, me parece uma tática de mostrar ao eleitorado mais fiel que ele está fazendo o que prometeu na campanha mas que não está conseguindo realizar.
Sérgio Moro entrou como superministro. Hoje, o que representa?
Representou para o governo uma grande força, o ministro mais popular, mais bem recebido pela população. Ao entrar no governo, ele comunica a força do governo e transfere prestígio. Agora, representando como representou a Lava Jato, ele leva algumas suspeições sobre a operação. O Moro deixa para quem criticou a operação a impressão de que existia uma perspectiva política através da Lava Jato. A associação da Lava Jato com o governo Bolsonaro é o que de pior poderia acontecer com a Lava Jato, embora seja muito boa para o governo. Eu acho que Moro é um capital importante subjetivo. Mas quando for levar na prática as propostas no Congresso, vai encontrar resistência muito grande. Ele pode ser em muitos momentos derrotado, como já foi no caso do Coaf. Há muitas coisas boas mas muita realmente discutível. E também há um sentimento de corpo ameaçado. É uma resistência que existe também entre os presidentes do Senado e da Câmara, embora não de forma tão virulenta. O (Rodrigo) Maia, por exemplo, já disse que Moro era “funcionário do Bolsonaro”. A sensação que tenho é que existem pessoas atingidas pela Lava Jato, outros solidários aos atingidos e outros com medo de serem atingidos no futuro. Essa massa, essa crítica, dificilmente vai deixar as propostas do Moro como ele gostaria.
O senhor tem uma história fortemente marcada pelos costumes, defesa das minorias. Existe risco de retrocesso real nessa questão?Existe uma grande tentativa de retrocesso nesse campo dos costumes, mas é uma tentativa que, no meu entender, não vai ser bem-sucedida. De um modo geral, são pessoas que não compreendem como o mundo se desenvolveu até o momento, e como essas forças não dependem muito de ação do governo. No dia que a ministra “decidiu” que meninos usam azul e meninas usam rosa, fiquei perplexo. Como uma ministra queria determinar, em um país de 200 milhões de habitantes, como as pessoas vão se comportar? A evolução, a mudança de comportamento, são processos econômicos, sociológicos, culturais, que transcendem o governo. Ele pode, em alguns momentos, através da repressão, evitar que isso aconteça, como nos países árabes. Mas são realmente estruturas mais ditatoriais. Nos países mais democráticos, que estão inseridos nas negociações, nos tratados internacionais, é muito difícil você achar que um governo consiga mudar face a das coisas. O que ele faz é um discurso para quem acha que é possível conter avanços, sobretudo evangélicos e pessoas mais conservadoras. Mas é um processo em curso no mundo e não depende tanto da posição do governo.
Bolsonaro parece se alinhar cada vez mais com os evangélicos e se aproximar da ala familiar, ideológica, que já foi até chamada de olavista, em detrimento da área militar, a quem confiou postos estratégicos no início do governo. Como vê isso?
Acredito que realmente existe essa tendência de avançar um pouco mais nas perspectivas ideológicas, de acreditar mais no grupo familiar. Isso é natural em todos os lugares onde há muita desconfiança. Com incapacidade de articulação grande, desconfiança, você se refugia na família, acho que isso está acontecendo. Existe uma influência muito grande sobre o Bolsonaro de ideais que são da extrema-direita mundial, um nacionalismo exacerbado, uma posição contra imigração, globalização, anti-internacional por achar que isso tudo fere a soberania nacional. Essa posição existe hoje em alguns países como a Hungria, na extrema-direita da Itália. Mas é um campo muito pequeno. Não creio que as condições que o Brasil vive hoje faz isso poder ir muito adiante. Ao se definir no mundo, o Brasil precisa examinar exatamente onde e como está, o nível de relação com o resto do mundo, o que precisa cumprir, seguir caminhos. Na relação com a China por exemplo, não dá para ter a mesma relação que o Trump tem. A mesma coisa com os árabes. Ele precisa modular seu discurso de acordo com as características do País, das limitações, dos interesses nacionais.
O meio ambiente a educação estiveram no centro de polêmicas, declarações, medidas… Como vê essas duas áreas?A Educação é uma tragédia porque ele definiu que o problema é a luta contra o marxismo, quando na verdade é outro. Então, a gente está lutando com o problema errado com as pessoas erradas. Isso enfraquece até mesmo a ideia da reforma da previdência. Supor que o País vai crescer apenas com a reforma sem levar em conta a importância de áreas como a educação é um absurdo.
E no meio ambiente?É uma posição francamente retrógrada. Primeiro negando o aquecimento global, segundo achando que é possível desmatar mais e achando que o caminho do crescimento, da riqueza, é exatamente a destruição do meio ambiente. É uma tragédia. Então, minha visão da Educação e do Meio Ambiente são trágicas.
Qual o significado do caso Queiroz para o governo?É importante não só por causa da divisão do dinheiro entre os funcionários, mas porque configura potencialmente uma ligação com as milícias do Rio de Janeiro. É muito grave.

MORO NA CCJ: ministro ironiza oposição, parte para ataque em depoimento e deixa sessão sob gritos de ‘fujão’

Publicado por: Gerlane Neto em 

  • Notícia em áudio

Capturar 10 - MORO NA CCJ: ministro ironiza oposição, parte para ataque em depoimento e deixa sessão sob gritos de 'fujão'
Blindado por integrantes da base do governo, que travaram um embate político com a oposição, o ministro Sergio Moro (Justiça) presta um depoimento nesta terça-feira (2) na Câmara dos Deputados marcado por ironias e ataques do ex-juiz a adversários e ao vazamento de mensagens sobre a Lava Jato pelo site The Intercept Brasil.
Duas semanas depois de falar por quase nove horas no Senado, Moro está desde as 14h20 em uma sessão conjunta das comissões de Constituição e Justiça, de Trabalho e de Direitos Humanos para falar aos deputados sobre a troca de mensagens vazadas com o procurador Deltan Dallagnol.
Parlamentares do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, atuaram para evitar o que vinha sendo chamado de “pelotão de fuzilamento” contra o ministro, que se sentiu à vontade para partir para o ataque.
Moro disse que deputados poderiam “ficar com o seu foro privilegiado”, afirmou que a divulgação de suas conversas é “uma questão político-partidária”, criticou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o Intercept e, por diversas vezes, usou de ironia.
“Se ouve muito da anulação do processo do ex-presidente [Lula], tem que se perguntar então quem defende Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Renato Duque, todos estes inocentes que teriam sido condenados”, afirmou, sugerindo que a divulgação das mensagens visa beneficiar especialmente o petista.
“Precisamos de defensores destas pessoas. Que elas sejam colocadas imediatamente em liberdade, já que foram condenadas pelos malvados procuradores da Lava Jato, pelos desonestos policiais e pelo juiz parcial”, disse.
Em resposta à deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, Moro respondeu: “Não sou eu que sou investigado por corrupção”, em uma provável referência indireta a processos contra a petista.
Moro classificou o vazamento das mensagens de “escândalo fake já afundado ou afundando”, “um balão vazio”, e criticou o Intercept. Disse ter ficado com a impressão de que o veículo queria que fosse ordenada uma busca e apreensão. “Talvez para aparentar uma espécie de vítima, um mártir da imprensa ou coisa parecida”, afirmou.

Moro deixa sessão na Câmara sob gritos de ‘fujão’

Sob gritos de “fujão” e “ladrão” e sob escolta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deixou às 21h40 a audiência da Câmara de Deputados convocada para ouvir explicações sobre as mensagens que teria trocado com procuradores da Lava Jato, divulgadas pelo site The Intercept desde o mês passado.
A deputada Professora Marcivania (PCdoB-AP), que presidia a comissão naquele momento, encerrou a audiência após um bate-boca generalizado tomar conta da sessão, que se arrastava por mais de sete horas e ainda tinha dezenas de inscritos para fazer perguntas ao ministro.
O depoimento de Moro começou por volta das 14h. Passava das 21h, quando o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), da oposição ao governo Bolsonaro, afirmou que Moro era um “juiz ladrão”.
Indignados, parlamentares governistas se levantaram e foram para cima do colega. Os ânimos se acirraram
Em meio à confusão, o ministro saiu pela porta lateral da comissão. Nesse momento a deputada Marcivania chegou a declarar encerrada a audiência, mas depois voltou atrás, a pedido dos deputados.


Fonte: Polêmica Paraíba com Uol
Créditos: Polêmica Paraíba com Uol

Audiência na Câmara é encerrada após deputado chamar Moro de ladrão

Glauber Braga (PSOL-RJ) disse que ministro será lembrado como um juiz que se corrompeu. Escoltado, Moro deixou a audiência aos gritos de 'f


A sabatina do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, na Câmara dos Deputados foi encerrada por volta das 21h50, após o deputado Glauber Braga(PSOL-RJ) afirmar que “a história não absolverá” Moro, que será lembrado “pelos livros de história como o juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão”.
A fala de Glauber Braga causou reação de parlamentares aliados ao governo Bolsonaro que reagiram, aos gritos. Um dos mais exaltados, o Delegado Éder Mauro (PSD-PA) partiu para cima de Braga, mas foi separado pelo petista Paulo Teixeira (SP).
A mesa da presidência da audiência, comandada pela deputada Marcivania Flexa (PCdoB-AP), foi cercada por alguns deputados que exigiam o encerramento da sessão. O deputado Bibo Nunes (PSL-RS) disse que a parlamentar não tinha “pulso” para contornar a confusão.

A deputada Marcivana Flexa encerrou a sessão após Moro deixar a audiência escoltado por seguranças. Enquanto se retirava, deputados da oposição gritavam “fujão”.

Moro foi sabatinado por deputados nesta terça-feira, 2, por quase oito horas, para explicar as mensagens vazadas pelo site The Intercept Brasil, envolvendo o então juiz federal e o chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. O ministro da Justiça e Segurança Pública foi ouvido por parlamentares de quatro comissões: de Constituição e Justiça; de Trabalho; de Direitos Humanos; e de Fiscalização Financeira e Controle.
A confusão envolvendo Glauber Braga e governistas não foi o único momento de tensão da sessão. No primeiro bate-boca entre oposicionistas e aliados de Bolsonaro, o deputado Rogério Corrêa (PT-MG) chamou Dallagnol de “mau elemento” e “cretino” e foi respondido pelo líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), aos gritos. O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), ameaçou encerrar a reunião durante a discussão.
“Se começar bate boca, que eu tô prevendo, vou encerrar a reunião. Quero saber se querem fazer o debate de forma civilizada, fazendo perguntas”, disse Francischini.
A estratégia dos deputados ficou clara desde o início da audiência. Os aliados de Moro e do governo Bolsonaro alegaram que a Lava Jato foi responsável pela maior investigação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da história do país.
Os parlamentares de oposição, por sua vez, questionam a imparcialidade do então juiz federal na condução dos processos da força-tarefa. A analogia sobre um árbitro de futebol atuando a favor de uma das equipes foi utilizada diversas vezes por oposicionistas.


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