Por Ataíde Lemos 23/10/2006 às 12:33
Um brasileiro há 100 anos faz história
Pela sua invenção para humanidade
Que eternizou seu nome na memória
Por um feito que revolucionou a realidade.
Santos Dumont
Um brasileiro há 100 anos faz história
Pela sua invenção para humanidade
Que eternizou seu nome na memória
Por um feito que revolucionou a realidade.
Com a arte de inventar, sem desistir
Com coragem, firmeza e obstinação
Enfrentando as adversidades sem medo de insistir
Hoje com orgulho o chamamos de pai da aviação.
Na ancia de vencer sempre os desafios existentes
De provar o quanto é possível o homem realizar
Depois de varias tentativas sem desistência
Um peso maior que o ar faz do chão se levantar
Santos Dumont provou que ao homem é dado o poder
De dominar a natureza, dando sua contribuição
Um mundo melhor cada um de nós podemos fazer
Quando não omitimos nossa imaginação
Porem, a decisão do bem e do mal
Ao homem também é dado por igual.
Uma invenção que pode beneficiar a humanidade
Em mãos erradas transforma numa atrocidade.
Ataíde Lemos
Publicado em 23/10/2006 às 11h17
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segunda-feira, outubro 23, 2006
CONFÚCIO E O VOTO NULO
Por Fábio de Oliveira Ribeiro 23/10/2006 às 10:40
Lógica confuciana justifica voto nulo.
De todas as boas razões para VOTAR NULO, a melhor é sem dúvida alguma a capacidade dos partidos políticos brasileiros de preservar o empreguismo e se alimentar dos recursos públicos ilegalmente.
Nesse sentido, o PT e o PSDB são duas faces de uma mesma moeda. Lula não só manteve como aumentou a quantidade de cargos de confiança para acomodar petistas de todas tendências (inclusive desonestas). Alckmim manteve os níveis de empreguismo de seus antecessores, mas em compensação seu partido faz campanha eleitoral com dinheiro desviado da administração pública (inclusive do Ministério da Saúde, sob o comando de psedebistas).
Confúcio, que nasceu aproximadamente em 552 aC, dizia que ?Há um grande princípio para fazer nascer a abundância: é necessário que os que produzem riquezas sejam numerosos. Os que as devoram, devem, ao contrário, ser poucos. É necessário que todos façam esforços: os que produzem, para produzir mais; os que devoram, para ser econômicos. Assim as riquezas serão suficientes. (Confucio, Editorial Schapire, Buenos Aires, 1947)?
O Estado não produz riquezas, apenas arrecada parte das que são produzidas pelos agentes econômicos (empresários e trabalhadores). Resulta daí que os partidos políticos e os servidores públicos apenas se alimentam das riquezas que são produzidas pelos agentes econômicos.
Portanto, se forem grandes as despesas com a elite do funcionalismo (Deputados, Governadores, Presidente, Ministros, Secretários, Prefeitos, Desembargadores, Promotores, Senadores, Procuradores, Juizes, etc...) e com os partidos políticos e seus aduladores em cargos de confiança a carga tributária certamente será muito elevada. Em razão disto, a atividade econômica será inibida, os empresários se sentirão desestimulados e os salários dos trabalhadores não poderão ter aumentos reais.
Caso o Brasil aprenda e aplique a lição de Confúcio o país rapidamente se tornará uma potência e melhorará o padrão de vida da população. Para tanto é preciso apenas dar um basta na roubalheira dos partidos, nos privilégios da elite do funcionalismo e reduzir os cargos de confiança. Só assim o Estado passará a gastar menos e poderia reduzir a carga tributária, possibilitando aos empresários expandir seus negócios, contratar mais trabalhadores e pagar salários melhores.
Não há como criar um círculo virtuoso sustentando os vícios do PT e do PSDB. Portanto, a lógica confuciana sugere que devemos rejeitar os dois candidatos à presidência. Os partidos de ambos se transformaram em quadrilhas organizadas para roubar os cofres públicos e eleger políticos que usam o Estado para empregar seus milhares de aduladores.
VOTE NULO E SEJA FELIZ
Fábio de Oliveira Ribeiro
Email:: sithan@ig.com.br
URL:: http://www.revistacriacao.cjb.net
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Comentários
Os Defensores do voto nulo são confusos
Mana 23/10/2006 14:22
Os defensores do voto nulo querem aperfeiçoar a democracia representativa. Por não compreenderem a marcha da História não chegam à conclusão de que a democracia representativa deve ser abolida, não aperfeiçoada. Votos, nulos ou válidos, só legitimam as eleições.
Se ninguém trabalha por nós, que ninguém decida por nós.
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Lógica confuciana justifica voto nulo.
De todas as boas razões para VOTAR NULO, a melhor é sem dúvida alguma a capacidade dos partidos políticos brasileiros de preservar o empreguismo e se alimentar dos recursos públicos ilegalmente.
Nesse sentido, o PT e o PSDB são duas faces de uma mesma moeda. Lula não só manteve como aumentou a quantidade de cargos de confiança para acomodar petistas de todas tendências (inclusive desonestas). Alckmim manteve os níveis de empreguismo de seus antecessores, mas em compensação seu partido faz campanha eleitoral com dinheiro desviado da administração pública (inclusive do Ministério da Saúde, sob o comando de psedebistas).
Confúcio, que nasceu aproximadamente em 552 aC, dizia que ?Há um grande princípio para fazer nascer a abundância: é necessário que os que produzem riquezas sejam numerosos. Os que as devoram, devem, ao contrário, ser poucos. É necessário que todos façam esforços: os que produzem, para produzir mais; os que devoram, para ser econômicos. Assim as riquezas serão suficientes. (Confucio, Editorial Schapire, Buenos Aires, 1947)?
O Estado não produz riquezas, apenas arrecada parte das que são produzidas pelos agentes econômicos (empresários e trabalhadores). Resulta daí que os partidos políticos e os servidores públicos apenas se alimentam das riquezas que são produzidas pelos agentes econômicos.
Portanto, se forem grandes as despesas com a elite do funcionalismo (Deputados, Governadores, Presidente, Ministros, Secretários, Prefeitos, Desembargadores, Promotores, Senadores, Procuradores, Juizes, etc...) e com os partidos políticos e seus aduladores em cargos de confiança a carga tributária certamente será muito elevada. Em razão disto, a atividade econômica será inibida, os empresários se sentirão desestimulados e os salários dos trabalhadores não poderão ter aumentos reais.
Caso o Brasil aprenda e aplique a lição de Confúcio o país rapidamente se tornará uma potência e melhorará o padrão de vida da população. Para tanto é preciso apenas dar um basta na roubalheira dos partidos, nos privilégios da elite do funcionalismo e reduzir os cargos de confiança. Só assim o Estado passará a gastar menos e poderia reduzir a carga tributária, possibilitando aos empresários expandir seus negócios, contratar mais trabalhadores e pagar salários melhores.
Não há como criar um círculo virtuoso sustentando os vícios do PT e do PSDB. Portanto, a lógica confuciana sugere que devemos rejeitar os dois candidatos à presidência. Os partidos de ambos se transformaram em quadrilhas organizadas para roubar os cofres públicos e eleger políticos que usam o Estado para empregar seus milhares de aduladores.
VOTE NULO E SEJA FELIZ
Fábio de Oliveira Ribeiro
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Os Defensores do voto nulo são confusos
Mana 23/10/2006 14:22
Os defensores do voto nulo querem aperfeiçoar a democracia representativa. Por não compreenderem a marcha da História não chegam à conclusão de que a democracia representativa deve ser abolida, não aperfeiçoada. Votos, nulos ou válidos, só legitimam as eleições.
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Tudo pela Democratização dos meios de comunicação.
Por CMI-Tefé 23/10/2006 às 12:58
Semana da ciência e tecnologia serve de ponta pé para ademocratização dos meois de comunicação na região.
Nesta semana esta sendo realizada a semana de ciência e tecnologia organizada pelo CEST-UEA (Universidade do Estado do Amazonas), onde estão sendo realizadas varias atividades. Só que desta vez as atividades não ficaram concentradas em Tefé onde fica a universidade, mas sim para o outro município que fica pro cimo o Alvarães. Onde estavam sendo realizadas exibição dos cursos e a oficina de democratização dos meios de comunicação, onde forma realizada exibições de filmes como: Uma onda no ar, os do Felco CMI e os da rádio muda de Campinas.
As atividades estavam sendo realizadas simultaneamente em Tefé e Alvarães onde aconteciam debates de como implantar uma radio e de como manter ela funcionando.
Este trabalho faz parte de um processo mundial pela democratização dos meios de comunicação, Tefé já faz parte desse grupo. Veja o que diz um dos contribuintes.
?Esta semana e um marco para a comunicação democrática em Tefé, por que a partir destas exibições de filmes as pessoas estão começando a se conscientizar de como a mídia e importante para o desenvolvimento ideológico já que compre um papel muito importante na educação informal das grandes massas que estão acostumadas a ouvir o que a televisão e o rádio põem para agente. Já o que agente propõem e transformador e você poder pegar o microfone da sua opinião, falar o que ta pensando e ouvir e ser ouvidor também, vamos fazer o possível e o impossível para isto da certo, temos uma equipe ótima então tem tudo para dar certo e estamos esperando para o dia 5 de novembro o nascimento da nossa rádio que eu brinco dizendo que realmente ira nascer uma nova estrela.?
O grupo já pretender produzir um vídeo documentário com as atividades e o lançamento da rádio que em breve estará funcionando na cidade pretende-se também realizar uma exibição na praça que provavelmente acontecerá antes da eleição do 2° turno.
O grupo que foi para Alvarães fazer as exibições, gosto do que aconteceu por lar e acredita que um dia poderá se colher frutos naquela região.
Tefé 19 de outubro de 2006.
Email:: pppj.geografia@yahoo.com.br
URL:: http://www.uea.edu.br
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Semana da ciência e tecnologia serve de ponta pé para ademocratização dos meois de comunicação na região.
Nesta semana esta sendo realizada a semana de ciência e tecnologia organizada pelo CEST-UEA (Universidade do Estado do Amazonas), onde estão sendo realizadas varias atividades. Só que desta vez as atividades não ficaram concentradas em Tefé onde fica a universidade, mas sim para o outro município que fica pro cimo o Alvarães. Onde estavam sendo realizadas exibição dos cursos e a oficina de democratização dos meios de comunicação, onde forma realizada exibições de filmes como: Uma onda no ar, os do Felco CMI e os da rádio muda de Campinas.
As atividades estavam sendo realizadas simultaneamente em Tefé e Alvarães onde aconteciam debates de como implantar uma radio e de como manter ela funcionando.
Este trabalho faz parte de um processo mundial pela democratização dos meios de comunicação, Tefé já faz parte desse grupo. Veja o que diz um dos contribuintes.
?Esta semana e um marco para a comunicação democrática em Tefé, por que a partir destas exibições de filmes as pessoas estão começando a se conscientizar de como a mídia e importante para o desenvolvimento ideológico já que compre um papel muito importante na educação informal das grandes massas que estão acostumadas a ouvir o que a televisão e o rádio põem para agente. Já o que agente propõem e transformador e você poder pegar o microfone da sua opinião, falar o que ta pensando e ouvir e ser ouvidor também, vamos fazer o possível e o impossível para isto da certo, temos uma equipe ótima então tem tudo para dar certo e estamos esperando para o dia 5 de novembro o nascimento da nossa rádio que eu brinco dizendo que realmente ira nascer uma nova estrela.?
O grupo já pretender produzir um vídeo documentário com as atividades e o lançamento da rádio que em breve estará funcionando na cidade pretende-se também realizar uma exibição na praça que provavelmente acontecerá antes da eleição do 2° turno.
O grupo que foi para Alvarães fazer as exibições, gosto do que aconteceu por lar e acredita que um dia poderá se colher frutos naquela região.
Tefé 19 de outubro de 2006.
Email:: pppj.geografia@yahoo.com.br
URL:: http://www.uea.edu.br
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Petição Contra a Transposição das Águas do Rio São Francisco
Petição Contra a Transposição das Águas do Rio São Francisco
Against the transfer of the water of the São Francisco River/ Contra a transposição das águas do rio São Francisco / Contre la transposition des eaux du Fleuve São Francisco / Contra la transposición de las aguas del río São Francisco.
http://www.petitiononline.com/riosalve/petition.html
Contra a transposição das águas do Rio São Francisco.
Esta Petição não tem ligações com partidos políticos. E tem um único objetivo, esclarecer a grande farsa que é a transposição das águas do rio São Francisco.
O Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais e termina no Oceano Atlântico, entre Sergipe e Alagoas, sua extensão é de 2,800 Km² , alimenta biótipos, milhares de lagoas, berçários de peixes, uma fauna rica em suas matas ciliares. Sua bacia tem 641,000 Km2, o que corresponde a sete vezes o tamanho de Portugal, onde vivem 14 milhões de pessoas distribuídas em 503 municípios. Quando o rio foi descoberto, a 505 anos atras, tinha o nome de Opara dado pelos índios, sendo mais tarde batizado de Rio São Francisco em homenagem ao jesuíta Francisco de Assis.
O projeto de transposição do Rio São Francisco
O projeto de transposição das águas do rio São Francisco consiste na transferência de águas do rio para abastecer rios e açudes da região Nordeste. A transposição das águas do Rio São Francisco é um projeto Faraônico, de interesses políticos e econômicos, a obra completa prevê a construção de 700 quilômetros de canais de concreto, nos quais a água para chegar ao seu destino terá de subir montanhas, inundara vários pontos para a construção das 23 barragens, desalojando quase 1 milhão de famílias. Toda essa mega-construção não ira resolver o problema da falta de água na região pois os locais que mais necessitam de recursos hídricos não serão contemplados, como a região do Seridó. Estima-se que somente 0,28% da população que realmente necessita dessa água será beneficiada.
Além de ser um projeto imenso, caro (alguns bilhões de dólares), e de não resolver o problema da seca a obra foi dividida em 14 lotes a serem disputados pelas empreiteras cujas audiências públicas estão sendo feitas a toque de caixa pelo IBAMA, pois não estão respeitando os 30 dias que tem que ficar em edital.
O rio São Francisco, Velho Chico como é conhecido já foi por demais alterado, e não irá agüentar mais essa retirada de água sem desestabilizar outras obras como a usina de Paulo Afonso, trazendo inúmeros prejuízos a região, como a diminuição da produção de energia elétrica, da irrigação e do abastecimento de águas para as cidades. O projeto pretende retirar do Rio S. Francisco 60 metros cúbicos por segundo, essa quantidade já causaria grandes transtornos como citados acima, porém sabe-se que essa medida é mínima e é só para o papel. Ao longo do rio existem milhares de lagoas que servem de berçário e para a reprodução de muitas espécies de peixes que são naturais do S. Francisco, milhares de biótipos irão secar deixando em extinção centenas de espécies que ainda nem sequer foram cadastradas, nas margens fauna e flora serão altamente afetadas, mananciais marinhos que diretamente e indiretamente são abastecidos pelas águas desse rio serão prejudicados diminuindo a produção de caranguejos , peixes e outros animais que nesses santuários buscam o refugio para a reprodução e passar um período de suas vidas. Essa megalomaníaca transposição é o golpe mortal que levara o Rio São Francisco a extinção. Um monumento com pretensões maiores do que a transamazônica, a qual endividou o Brasil e depois de pronta foi abandonada, pois não servia pra nada, Existem outras alternativas? Existem, são viáveis e com um custo até 100 vezes menor, um exemplo: a integração das bacias Tocantins/São francisco( http://www.fundaj.gov.br/docs/tropico/desat/fran.html).
O Projeto de Transposição das águas foi rejeitado por todas as audiências públicas e plenárias realizadas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco. A Conferência Nacional de Meio Ambiente, convocada pelo próprio Governo Federal, decidiu também pela não-transposição das águas do Rio São Francisco. Para que serve a opinião técnica ou os estudos científicos se os interesses econômicos, políticos e a ambição pessoal prevalecem a favor de um estúpido mega-monumento. "A transposição está na minha cota pessoal, é o legado que eu escolhi deixar" Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva?
Dom Luiz Flávio Cappio bispo de Barra, na Bahia, que convive na região chegou a fazer greve de fome devido ao crime e a mentira que é esse projeto.
Dom Cappio afirmou que a transposição é um crime contra o rio, cometido com fins políticos. A luta, no caso, é fazer o governo federal "desistir desta obra insana e mentirosa que é a transposição".
Nós cidadões brasileiros, bebendo da água ou não do rio São Francisco, sendo contra a transposição ou não iremos pagar caro por ela. Vamos fazer prevalecer a nossa opinião, que não é só de brasileiros, é também de pessoas que moram em outros paises e que entendem e tem um carinho para com o meio ambiente. Salve o Velho Chico.
Contra a transposição das águas do Rio São Francisco
Com carinho assine a petição mais abaixo.
ENGLISH
The São Francisco river is born in the Canastra Mountains in the State of Minas Gerais and it flows into the Atlantic ocean between the states of Sergipe and Alagoas. It's extension is of 2,800 km2, it feeds hundred of lakes where endemic fishes grow, there is also a rich fauna in the neighborhood forest. It's basin has an extension os 641,000km2, seven times larger than Portugal. Fourteen million people live there together in 503 communities. When the river was first discovered it was called Opara by the indians, later it was rebaptized São Francisco in honour of the jesuit.
THE TRANSFER PROJECT OF THE SAO FRANCISCO RIVER
The project consist of the water transfer of the São Francisco river, into other rivers and loks in the Nordeast region of Brazil. In fact, it's an unrealistic project, only with political interest. The works include 700 kilometers of beton channels for the transportation of the water into 23 dams. This will submerge many regions so that 1 million people will be dislodged. Unfortunately this construction will not resolve the dryness problem in this region. Only 0,028% of the population will have profit of this water!
The ?Old Chico? as the river is tenderly called, has already been changed. The river will not survive the transfer of water, without negative consequences for already existing projects like for exemple the Hydroelectric Plant of Paulo Afonso. The project has foreseen to take 60m3 per second but everybody knows that's only on the paper, in reality it's much more. All along the river we find many lakes which are the birth place for hundred of endemic fishes, thousand of biotypes will be distroyed, hundred of species will die, as well as the fauna and flora that lives direct or indirectly from the river will be suffering. The production of crabs, fishes and other animal species will be reduced. It will be another monument as useless as the Transamazonian wich has runned the country into debts, and was abandoned when ready.... Are there other alternatives? YES, and with costs 100 times less, for exemple: The integration of the Tocantins (river)basin with the basin of the São Francisco.
The transposition project was denied by all the public audiences, established by the Hydrographyc Committee of the São Francisco Basin. The National Conference for the Environment, which was convene by the Federal Government, has also decided against the transfer of water from the São Francisco river. What is the use of the technical advices or the scientific studies if the economical and political as well as the personnel ambitions are stronger?
The bishop Dom Luiz Flavio Cappio, who lives in the region, has made a hunger strike, to protest against the big lye of this project. He says that the transfer is a crime against the river, based only on political interests. The combat is to convince the federal government to :?withdraw this false and unheathly project that is the transfer of the water.?
We , brazilian citisens, that drink or not water of the São Francisco, if we are for or against the transfer, we will pay expensive for this. Together we can make our opinion stronger, which is not only from people living in Brazil but also for all living outside but who are conscient of the environment. ?Good health? for the Old Chico!
Against the transfer of the water of the São Francisco River
Please, respectfully sign this petition
Français
Gerais et il fini dans l'océan Atlantique entre l'état de Sergipe et Alagoas. Son extension est de 2,800km2, il nourrit plusieurs centaines de lacs, biotype pour des poissons endémiques, ainsi qu'une faune très riche dans les forets avoisinantes. Son bassin est de 641,000 km2 (sept fois la taille du Portugal), où habitent 14 millions de personnes distribués en 503 municipalités. Il y avait 505 ans le fleuve s'appelait OPARA, nom donné par les indigènes, plus tard il été rebaptisé en hommage au jésuite François d'Assis.
Le projet de transposition du Fleuve Saint Francisco
Le projet de transposition des eaux du Fleuve São Francisco, signifie le transfert des eaux du fleuve pour approvisionner fleuves et écluses de la région nord-est brésilienne. C'est un projet pharamineux, surtout des intérêts politiques. Le projet en sa totalité, prévoit la construction de 700 kilomètres des canaux en béton dans lesquels, l'eau pour arriver à son but, doit escalader des montagnes et noyer plusieurs sites pour la construction des barrages, en conséquence presque 1 million de personnes seront délogées. Cette énorme construction ne résoudra pas le manque d'eau dans la région, puisque le projet ne vise pas les zones qui sont les plus dans le besoin d'eau, par exemple, la région de Sérido. Selon des estimations seulement 0,28% de la population aura le bénéfice de l'eau.
En plus d'être un projet géant, très chère (quelques billions de dollars) et de ne pas résoudre le problème de la sécheresse, l'oeuvre était partagé en 14 lots disputés par des entreprises en appel d'offre, seulement les audiences publiques ne respectent pas le délai de 30 jours d'avis imprimé.
Le ?Vieux Chico?, comme il est tendrement appelé, a été déjà très changé. Il ne supportera pas cette décharge d'eau, sans avoir de conséquences néfaste pour d'autres projets déjà existant, comme l'usine Hydroélectrique de Paulo Afonso. Le projet prévoit d'enlever 60m3 par seconde, selon informations sur papier mais, on sait que en réalité ça serait plus. Tout au long du grand fleuve on retrouve des lacs qui servent de crèche pour plusieurs espèces endémiques de poissons, des milliers de biotypes seront détruits, centaines d'espèces périront, faune et flore directe ou indirectement dépendantes du fleuve seront mis en souffrance. La production des crabes, poisson et d'autres animaux qui ont besoin de ce sanctuaire, diminuèrent. Cette transposition sera un coup fatal pour le fleuve São Francisco. Un monument aussi inutile que la Transamazonique, laquelle a endetté le pays et après sa finalisation a été abandonné... Est-ce qu'il y a d'autres alternatives? OUI, et viables avec un coût jusqu'à 100 fois moins, un exemple: L'intégration du bassin du Tocantins (fleuve) avec le São Francisco.
Le projet a été refusé par toutes les audiences publiques du tribunal, réalisé par le Comité du Bassin Hydrographique du São Francisco. La Conférence National de l'environnement, qui a été convoquée par le Gouvernement Fédéral, a aussi décidée pour la non transposition des eaux du fleuve São Franciso. A quoi sert l'avis des techniciens ou les études scientifique si les intérêts économiques, la politique et l'ambition personnelle sont plus fort .
L'évêque Dom Luiz Flavio Cappio , qui habite dans la région a fait une grève de faim en protestation au grand mensonge de ce projet. Il affirme que la transposition cet un crime envers le fleuve, commit par des intérêts politiques. La lute c'est de convaincre le gouvernement fédéral à:? désister du projet malsain et mensonger qui est la transposition.?
Nous, citoyens brésiliens, qui buvons ou non l'eau du fleuve São Francisco, si nous sommes pour ou contre la transposition, nous allons payer très cher pour la même. Allons faire entendre notre opinion, qui n'es pas seulement des brésiliens mais, aussi de personnes qui habitent dans d'autres pays et qui ont le respect pour l'environnement. ?Vive? le Vieux Chico!!!
Contre la transposition des eaux du Fleuve São Francisco
S'ils vous plaît, signez respectueusement cette pétition
Contra la transposicion de las aguas del rio São Francisco, link: http://chicovelho.blogspot.com/
Email:: baysbars@yahoo.com.br
© Copyleft http://www.midiaindependente.org:
É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
Against the transfer of the water of the São Francisco River/ Contra a transposição das águas do rio São Francisco / Contre la transposition des eaux du Fleuve São Francisco / Contra la transposición de las aguas del río São Francisco.
http://www.petitiononline.com/riosalve/petition.html
Contra a transposição das águas do Rio São Francisco.
Esta Petição não tem ligações com partidos políticos. E tem um único objetivo, esclarecer a grande farsa que é a transposição das águas do rio São Francisco.
O Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais e termina no Oceano Atlântico, entre Sergipe e Alagoas, sua extensão é de 2,800 Km² , alimenta biótipos, milhares de lagoas, berçários de peixes, uma fauna rica em suas matas ciliares. Sua bacia tem 641,000 Km2, o que corresponde a sete vezes o tamanho de Portugal, onde vivem 14 milhões de pessoas distribuídas em 503 municípios. Quando o rio foi descoberto, a 505 anos atras, tinha o nome de Opara dado pelos índios, sendo mais tarde batizado de Rio São Francisco em homenagem ao jesuíta Francisco de Assis.
O projeto de transposição do Rio São Francisco
O projeto de transposição das águas do rio São Francisco consiste na transferência de águas do rio para abastecer rios e açudes da região Nordeste. A transposição das águas do Rio São Francisco é um projeto Faraônico, de interesses políticos e econômicos, a obra completa prevê a construção de 700 quilômetros de canais de concreto, nos quais a água para chegar ao seu destino terá de subir montanhas, inundara vários pontos para a construção das 23 barragens, desalojando quase 1 milhão de famílias. Toda essa mega-construção não ira resolver o problema da falta de água na região pois os locais que mais necessitam de recursos hídricos não serão contemplados, como a região do Seridó. Estima-se que somente 0,28% da população que realmente necessita dessa água será beneficiada.
Além de ser um projeto imenso, caro (alguns bilhões de dólares), e de não resolver o problema da seca a obra foi dividida em 14 lotes a serem disputados pelas empreiteras cujas audiências públicas estão sendo feitas a toque de caixa pelo IBAMA, pois não estão respeitando os 30 dias que tem que ficar em edital.
O rio São Francisco, Velho Chico como é conhecido já foi por demais alterado, e não irá agüentar mais essa retirada de água sem desestabilizar outras obras como a usina de Paulo Afonso, trazendo inúmeros prejuízos a região, como a diminuição da produção de energia elétrica, da irrigação e do abastecimento de águas para as cidades. O projeto pretende retirar do Rio S. Francisco 60 metros cúbicos por segundo, essa quantidade já causaria grandes transtornos como citados acima, porém sabe-se que essa medida é mínima e é só para o papel. Ao longo do rio existem milhares de lagoas que servem de berçário e para a reprodução de muitas espécies de peixes que são naturais do S. Francisco, milhares de biótipos irão secar deixando em extinção centenas de espécies que ainda nem sequer foram cadastradas, nas margens fauna e flora serão altamente afetadas, mananciais marinhos que diretamente e indiretamente são abastecidos pelas águas desse rio serão prejudicados diminuindo a produção de caranguejos , peixes e outros animais que nesses santuários buscam o refugio para a reprodução e passar um período de suas vidas. Essa megalomaníaca transposição é o golpe mortal que levara o Rio São Francisco a extinção. Um monumento com pretensões maiores do que a transamazônica, a qual endividou o Brasil e depois de pronta foi abandonada, pois não servia pra nada, Existem outras alternativas? Existem, são viáveis e com um custo até 100 vezes menor, um exemplo: a integração das bacias Tocantins/São francisco( http://www.fundaj.gov.br/docs/tropico/desat/fran.html).
O Projeto de Transposição das águas foi rejeitado por todas as audiências públicas e plenárias realizadas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco. A Conferência Nacional de Meio Ambiente, convocada pelo próprio Governo Federal, decidiu também pela não-transposição das águas do Rio São Francisco. Para que serve a opinião técnica ou os estudos científicos se os interesses econômicos, políticos e a ambição pessoal prevalecem a favor de um estúpido mega-monumento. "A transposição está na minha cota pessoal, é o legado que eu escolhi deixar" Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva?
Dom Luiz Flávio Cappio bispo de Barra, na Bahia, que convive na região chegou a fazer greve de fome devido ao crime e a mentira que é esse projeto.
Dom Cappio afirmou que a transposição é um crime contra o rio, cometido com fins políticos. A luta, no caso, é fazer o governo federal "desistir desta obra insana e mentirosa que é a transposição".
Nós cidadões brasileiros, bebendo da água ou não do rio São Francisco, sendo contra a transposição ou não iremos pagar caro por ela. Vamos fazer prevalecer a nossa opinião, que não é só de brasileiros, é também de pessoas que moram em outros paises e que entendem e tem um carinho para com o meio ambiente. Salve o Velho Chico.
Contra a transposição das águas do Rio São Francisco
Com carinho assine a petição mais abaixo.
ENGLISH
The São Francisco river is born in the Canastra Mountains in the State of Minas Gerais and it flows into the Atlantic ocean between the states of Sergipe and Alagoas. It's extension is of 2,800 km2, it feeds hundred of lakes where endemic fishes grow, there is also a rich fauna in the neighborhood forest. It's basin has an extension os 641,000km2, seven times larger than Portugal. Fourteen million people live there together in 503 communities. When the river was first discovered it was called Opara by the indians, later it was rebaptized São Francisco in honour of the jesuit.
THE TRANSFER PROJECT OF THE SAO FRANCISCO RIVER
The project consist of the water transfer of the São Francisco river, into other rivers and loks in the Nordeast region of Brazil. In fact, it's an unrealistic project, only with political interest. The works include 700 kilometers of beton channels for the transportation of the water into 23 dams. This will submerge many regions so that 1 million people will be dislodged. Unfortunately this construction will not resolve the dryness problem in this region. Only 0,028% of the population will have profit of this water!
The ?Old Chico? as the river is tenderly called, has already been changed. The river will not survive the transfer of water, without negative consequences for already existing projects like for exemple the Hydroelectric Plant of Paulo Afonso. The project has foreseen to take 60m3 per second but everybody knows that's only on the paper, in reality it's much more. All along the river we find many lakes which are the birth place for hundred of endemic fishes, thousand of biotypes will be distroyed, hundred of species will die, as well as the fauna and flora that lives direct or indirectly from the river will be suffering. The production of crabs, fishes and other animal species will be reduced. It will be another monument as useless as the Transamazonian wich has runned the country into debts, and was abandoned when ready.... Are there other alternatives? YES, and with costs 100 times less, for exemple: The integration of the Tocantins (river)basin with the basin of the São Francisco.
The transposition project was denied by all the public audiences, established by the Hydrographyc Committee of the São Francisco Basin. The National Conference for the Environment, which was convene by the Federal Government, has also decided against the transfer of water from the São Francisco river. What is the use of the technical advices or the scientific studies if the economical and political as well as the personnel ambitions are stronger?
The bishop Dom Luiz Flavio Cappio, who lives in the region, has made a hunger strike, to protest against the big lye of this project. He says that the transfer is a crime against the river, based only on political interests. The combat is to convince the federal government to :?withdraw this false and unheathly project that is the transfer of the water.?
We , brazilian citisens, that drink or not water of the São Francisco, if we are for or against the transfer, we will pay expensive for this. Together we can make our opinion stronger, which is not only from people living in Brazil but also for all living outside but who are conscient of the environment. ?Good health? for the Old Chico!
Against the transfer of the water of the São Francisco River
Please, respectfully sign this petition
Français
Gerais et il fini dans l'océan Atlantique entre l'état de Sergipe et Alagoas. Son extension est de 2,800km2, il nourrit plusieurs centaines de lacs, biotype pour des poissons endémiques, ainsi qu'une faune très riche dans les forets avoisinantes. Son bassin est de 641,000 km2 (sept fois la taille du Portugal), où habitent 14 millions de personnes distribués en 503 municipalités. Il y avait 505 ans le fleuve s'appelait OPARA, nom donné par les indigènes, plus tard il été rebaptisé en hommage au jésuite François d'Assis.
Le projet de transposition du Fleuve Saint Francisco
Le projet de transposition des eaux du Fleuve São Francisco, signifie le transfert des eaux du fleuve pour approvisionner fleuves et écluses de la région nord-est brésilienne. C'est un projet pharamineux, surtout des intérêts politiques. Le projet en sa totalité, prévoit la construction de 700 kilomètres des canaux en béton dans lesquels, l'eau pour arriver à son but, doit escalader des montagnes et noyer plusieurs sites pour la construction des barrages, en conséquence presque 1 million de personnes seront délogées. Cette énorme construction ne résoudra pas le manque d'eau dans la région, puisque le projet ne vise pas les zones qui sont les plus dans le besoin d'eau, par exemple, la région de Sérido. Selon des estimations seulement 0,28% de la population aura le bénéfice de l'eau.
En plus d'être un projet géant, très chère (quelques billions de dollars) et de ne pas résoudre le problème de la sécheresse, l'oeuvre était partagé en 14 lots disputés par des entreprises en appel d'offre, seulement les audiences publiques ne respectent pas le délai de 30 jours d'avis imprimé.
Le ?Vieux Chico?, comme il est tendrement appelé, a été déjà très changé. Il ne supportera pas cette décharge d'eau, sans avoir de conséquences néfaste pour d'autres projets déjà existant, comme l'usine Hydroélectrique de Paulo Afonso. Le projet prévoit d'enlever 60m3 par seconde, selon informations sur papier mais, on sait que en réalité ça serait plus. Tout au long du grand fleuve on retrouve des lacs qui servent de crèche pour plusieurs espèces endémiques de poissons, des milliers de biotypes seront détruits, centaines d'espèces périront, faune et flore directe ou indirectement dépendantes du fleuve seront mis en souffrance. La production des crabes, poisson et d'autres animaux qui ont besoin de ce sanctuaire, diminuèrent. Cette transposition sera un coup fatal pour le fleuve São Francisco. Un monument aussi inutile que la Transamazonique, laquelle a endetté le pays et après sa finalisation a été abandonné... Est-ce qu'il y a d'autres alternatives? OUI, et viables avec un coût jusqu'à 100 fois moins, un exemple: L'intégration du bassin du Tocantins (fleuve) avec le São Francisco.
Le projet a été refusé par toutes les audiences publiques du tribunal, réalisé par le Comité du Bassin Hydrographique du São Francisco. La Conférence National de l'environnement, qui a été convoquée par le Gouvernement Fédéral, a aussi décidée pour la non transposition des eaux du fleuve São Franciso. A quoi sert l'avis des techniciens ou les études scientifique si les intérêts économiques, la politique et l'ambition personnelle sont plus fort .
L'évêque Dom Luiz Flavio Cappio , qui habite dans la région a fait une grève de faim en protestation au grand mensonge de ce projet. Il affirme que la transposition cet un crime envers le fleuve, commit par des intérêts politiques. La lute c'est de convaincre le gouvernement fédéral à:? désister du projet malsain et mensonger qui est la transposition.?
Nous, citoyens brésiliens, qui buvons ou non l'eau du fleuve São Francisco, si nous sommes pour ou contre la transposition, nous allons payer très cher pour la même. Allons faire entendre notre opinion, qui n'es pas seulement des brésiliens mais, aussi de personnes qui habitent dans d'autres pays et qui ont le respect pour l'environnement. ?Vive? le Vieux Chico!!!
Contre la transposition des eaux du Fleuve São Francisco
S'ils vous plaît, signez respectueusement cette pétition
Contra la transposicion de las aguas del rio São Francisco, link: http://chicovelho.blogspot.com/
Email:: baysbars@yahoo.com.br
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É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
Carta de Despedida
Por José Arbex Jr. 23/10/2006 às 15:50
Não quero nem posso ver o meu nome publicamente associado a uma linha editorial que julgo absolutamente errada e nefasta para a luta dos trabalhadores e jovens brasileiros. Não assumo e nem quero assumir nenhuma responsabilidade por essa linha.
Car@s
Com grande e sincero pesar, cumpro o dever de comunicar o meu desligamento voluntário do conselho editorial do jornal Brasil de Fato, pela razões expostas abaixo. Não se trata, em absoluto, de uma ruptura com o jornal, com quem pretendo manter uma relação de colaboração; nem é de ruptura com os movimentos que sustentam politicamente o jornal, que continuam a merecer toda a minha admiração e respeito. Trata-se, apenas, de honestidade política e intelectual. Não quero nem posso ver o meu nome publicamente associado a uma linha editorial que julgo absolutamente errada e nefasta para a luta dos trabalhadores e jovens brasileiros. Não assumo e nem quero assumir nenhuma responsabilidade por essa linha.
1. Em 2003, estava corretíssima a linha editorial do "governo em disputa". Era uma linha que permitia ao jornal dialogar com os seus leitores, à época completamente iludidos com o governo Lula. Quando o jornal pedia que Lula rompesse com a burguesia, caminhava ao lado de seus leitores, de forma a conduzi-los para a conclusão inevitável de que jamais haveria tal ruptura.
Era uma linha pedagógica. Para usar uma expressão leninista, tratava-se de "combater as ilusões no terreno das ilusões". Por isso estavam errados, naquela ocasião, o PSTU e outros que adotaram uma postura vanguardista, denuncista e isolada dos movimentos sociais.
2. Em 2006, a situação é outra. Nosso leitor médio já sabe, muito bem, qual é a vocação, a natureza e a prática do governo Lula. Não há mais o que esperar do governo dos transgênicos, do Haiti, dos mais espetaculares lucros do sistema financeiro, da privatização das reservas de petróleo da bacia de Campos etc. etc. Aliás, há sim o que esperar: mais desmandos, mais humilhações, mais corrupção, mais degradação moral da esquerda.
3. Apesar disso, o jornal ainda mantém a linha do "governo em disputa". A edição 188 traz uma capa repugnante. Metade dela é dedicada a uma foto-pôster de um Lula disfarçadamente constrangido pelo abraço de uma senhora explicitamente emocionada. A outra metade traz um editorial envergonhadamente lulista. Duda Mendonça qualificaria a capa como excessivamente pró-Lula. E a tal capa não é um caso isolado. A edição 187, por exemplo, diz que "desvios de petistas fortalecem a direita". Errado. É o PT inteiro, sua prática inteira, o governo Lula inteiro que "fortalece a direita". A votação em Alckmin não é o resultado de uma burrada de última hora, mas sim de quatro anos de frustrações e decepções.
4. Sim, há o argumento de que "muitos ainda estão iludidos". Sei, e o nosso papel, suponho, é nivelar a consciência por baixo... Não acredito nisso. Estamos no final de 2006, quando milhões já fizeram sua experiência com Lula, e não no início de 2003, quando ninguém ainda sabia ao certo o que iria acontecer. Esse argumento é inaceitável. 5. Há o argumento de que Lula é menos pior do que Alckmin. Talvez. Mas, nesse caso, não deveriam tentar encontrar, com grandes e potentes lupas, os tais "pontos positivos" no governo Lula (supostamente, sua política externa, o aumento do salário mínimo e outras mistificações e blá-blá-blás semelhantes), pois isso significa alimentar ilusões. Deveriam apenas dizer, se fosse o caso: entre o péssimo e o pior, ficamos com o péssimo, só por não ser o pior. E ponto final.
6. Mas sequer é o caso de propor o voto no "menos pior", por uma razão muito simples e trágica: o preço que teremos que pagar por essa proposta. Governos de colaboração de classe são, historicamente, a ante-sala do fascismo. Foi assim na Espanha e França, nos anos 30; em 1964, no Brasil; em 1973, no Chile. Será sempre assim, pois governos de colaboração de classe têm, por vocação, desarmar os trabalhadores, corromper suas lideranças, conduzir os movimentos sociais à prostração e à passividade, mediante a distribuição das migalhas que sobram dos banquetes dos ricos. É o que faz o bolsa-família, por exemplo, defendido como o auge da virtude pública por antigos trabalhadores e sindicalistas, hoje burocratas corruptos regiamente pagos pelo Estado. É embelmática a frase do antigo presidente da CUT, Jair Menegueli: "Ganho hoje R$ 20.000,00 por mês; é muito para o que eu ganhava antes, mas é muito menos do que ganha a Xuxa". Lula gosta de dizer que o seu governo fez em 4 anos muito mais do que o de FHC em 8. Isso é uma verdade absoluta, em pelo menos um caso específico: em 4 anos, ele causou uma devastação maior na esquerda, do que os 8 anos de FHC... e os 20 de ditadura militar. Pedir o voto em Lula, em 2006, é manter as ilusões no mais espetacular e eficaz governo de colaboração de classe instituído na América Latina contemporânea. É um ato de suicídio político.
7. Fizemos, mais ou menos, essa discussão na reunião do conselho, sábado passado. Venceu a proposta de apoio a Lula. Não tenho mais o que fazer em tal conselho. Antes que me acusem de "intransigência", "birra", "radicalismo" etc, lembro que já perdi muitas vezes em votações realizadas no conselho. Na verdade, perdi quase todas as vezes. Fui voto único contra o lançamento do jornal no fórum de porto alegre, perdi ao propor o encerramento do jornal papel etc. De fato, não me lembro de ter vencido uma única vez, sempre que manifestei divergência do senso comum. Nada disso me fez deixar o conselho. Mas, agora, o Rubicão foi atravessado. Eu me recuso a emprestar o meu nome a um chamado que visa perpetuar um governo sórdido de conciliação de classe. Lamento, mas é isso.
Abs José Arbex Jr.
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É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
Não quero nem posso ver o meu nome publicamente associado a uma linha editorial que julgo absolutamente errada e nefasta para a luta dos trabalhadores e jovens brasileiros. Não assumo e nem quero assumir nenhuma responsabilidade por essa linha.
Car@s
Com grande e sincero pesar, cumpro o dever de comunicar o meu desligamento voluntário do conselho editorial do jornal Brasil de Fato, pela razões expostas abaixo. Não se trata, em absoluto, de uma ruptura com o jornal, com quem pretendo manter uma relação de colaboração; nem é de ruptura com os movimentos que sustentam politicamente o jornal, que continuam a merecer toda a minha admiração e respeito. Trata-se, apenas, de honestidade política e intelectual. Não quero nem posso ver o meu nome publicamente associado a uma linha editorial que julgo absolutamente errada e nefasta para a luta dos trabalhadores e jovens brasileiros. Não assumo e nem quero assumir nenhuma responsabilidade por essa linha.
1. Em 2003, estava corretíssima a linha editorial do "governo em disputa". Era uma linha que permitia ao jornal dialogar com os seus leitores, à época completamente iludidos com o governo Lula. Quando o jornal pedia que Lula rompesse com a burguesia, caminhava ao lado de seus leitores, de forma a conduzi-los para a conclusão inevitável de que jamais haveria tal ruptura.
Era uma linha pedagógica. Para usar uma expressão leninista, tratava-se de "combater as ilusões no terreno das ilusões". Por isso estavam errados, naquela ocasião, o PSTU e outros que adotaram uma postura vanguardista, denuncista e isolada dos movimentos sociais.
2. Em 2006, a situação é outra. Nosso leitor médio já sabe, muito bem, qual é a vocação, a natureza e a prática do governo Lula. Não há mais o que esperar do governo dos transgênicos, do Haiti, dos mais espetaculares lucros do sistema financeiro, da privatização das reservas de petróleo da bacia de Campos etc. etc. Aliás, há sim o que esperar: mais desmandos, mais humilhações, mais corrupção, mais degradação moral da esquerda.
3. Apesar disso, o jornal ainda mantém a linha do "governo em disputa". A edição 188 traz uma capa repugnante. Metade dela é dedicada a uma foto-pôster de um Lula disfarçadamente constrangido pelo abraço de uma senhora explicitamente emocionada. A outra metade traz um editorial envergonhadamente lulista. Duda Mendonça qualificaria a capa como excessivamente pró-Lula. E a tal capa não é um caso isolado. A edição 187, por exemplo, diz que "desvios de petistas fortalecem a direita". Errado. É o PT inteiro, sua prática inteira, o governo Lula inteiro que "fortalece a direita". A votação em Alckmin não é o resultado de uma burrada de última hora, mas sim de quatro anos de frustrações e decepções.
4. Sim, há o argumento de que "muitos ainda estão iludidos". Sei, e o nosso papel, suponho, é nivelar a consciência por baixo... Não acredito nisso. Estamos no final de 2006, quando milhões já fizeram sua experiência com Lula, e não no início de 2003, quando ninguém ainda sabia ao certo o que iria acontecer. Esse argumento é inaceitável. 5. Há o argumento de que Lula é menos pior do que Alckmin. Talvez. Mas, nesse caso, não deveriam tentar encontrar, com grandes e potentes lupas, os tais "pontos positivos" no governo Lula (supostamente, sua política externa, o aumento do salário mínimo e outras mistificações e blá-blá-blás semelhantes), pois isso significa alimentar ilusões. Deveriam apenas dizer, se fosse o caso: entre o péssimo e o pior, ficamos com o péssimo, só por não ser o pior. E ponto final.
6. Mas sequer é o caso de propor o voto no "menos pior", por uma razão muito simples e trágica: o preço que teremos que pagar por essa proposta. Governos de colaboração de classe são, historicamente, a ante-sala do fascismo. Foi assim na Espanha e França, nos anos 30; em 1964, no Brasil; em 1973, no Chile. Será sempre assim, pois governos de colaboração de classe têm, por vocação, desarmar os trabalhadores, corromper suas lideranças, conduzir os movimentos sociais à prostração e à passividade, mediante a distribuição das migalhas que sobram dos banquetes dos ricos. É o que faz o bolsa-família, por exemplo, defendido como o auge da virtude pública por antigos trabalhadores e sindicalistas, hoje burocratas corruptos regiamente pagos pelo Estado. É embelmática a frase do antigo presidente da CUT, Jair Menegueli: "Ganho hoje R$ 20.000,00 por mês; é muito para o que eu ganhava antes, mas é muito menos do que ganha a Xuxa". Lula gosta de dizer que o seu governo fez em 4 anos muito mais do que o de FHC em 8. Isso é uma verdade absoluta, em pelo menos um caso específico: em 4 anos, ele causou uma devastação maior na esquerda, do que os 8 anos de FHC... e os 20 de ditadura militar. Pedir o voto em Lula, em 2006, é manter as ilusões no mais espetacular e eficaz governo de colaboração de classe instituído na América Latina contemporânea. É um ato de suicídio político.
7. Fizemos, mais ou menos, essa discussão na reunião do conselho, sábado passado. Venceu a proposta de apoio a Lula. Não tenho mais o que fazer em tal conselho. Antes que me acusem de "intransigência", "birra", "radicalismo" etc, lembro que já perdi muitas vezes em votações realizadas no conselho. Na verdade, perdi quase todas as vezes. Fui voto único contra o lançamento do jornal no fórum de porto alegre, perdi ao propor o encerramento do jornal papel etc. De fato, não me lembro de ter vencido uma única vez, sempre que manifestei divergência do senso comum. Nada disso me fez deixar o conselho. Mas, agora, o Rubicão foi atravessado. Eu me recuso a emprestar o meu nome a um chamado que visa perpetuar um governo sórdido de conciliação de classe. Lamento, mas é isso.
Abs José Arbex Jr.
© Copyleft http://www.midiaindependente.org:
É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
domingo, outubro 22, 2006
Uma trajetória
Por Carlos José Marques,
Diretor Editorial
ISTOÉ está completando 30 anos e queremos, caro leitor, relembrar com esta edição especial um pouco dessa trajetória. A ISTOÉ 30 anos que você tem em mãos se pretende uma edição de colecionador – uma revista para guardar e consultar, porque radiografa um período especial de nossa história, do Brasil e, com licença para auto-referência, da própria ISTOÉ. Nessas três décadas, desde a primeira edição, a Revista vem demonstrando sua vocação para registrar, provocar e participar das mudanças do País. Na capa número 1, já clamava pelo fim do regime totalitário e pela volta à democracia. Marcava assim uma linha editorial bem definida, de vigilância e crítica ao sistema – abrindo sempre espaço para mostrar e analisar o outro lado dos fatos. É um princípio que ISTOÉ segue até hoje.
Vários foram os protagonistas de suas páginas e capas. Muitos dos quais anônimos, brasileiros comuns que, em determinado momento, fizeram história e atuaram de forma decisiva no desenrolar dos fatos. Foi assim que, já em 1979, o então pouco conhecido sindicalista Luiz Inácio da Silva estreava na grande imprensa como capa da ISTOÉ, liderando uma greve no ABC paulista. Tempos depois, um também desconhecido motorista, de nome Eriberto França, protagonizava através das páginas de ISTOÉ o processo que desembocaria no impedimento do então presidente da República, Fernando Collor de Mello. As revelações do motorista Eriberto, numa entrevista-bomba à Revista, ligavam diretamente o dinheiro do empresário PC Farias às despesas pessoais de Collor, que acabou se afastando do cargo. Numa outra guinada da história, em maio de 93, ISTOÉ trazia uma reportagem mostrando as relações obscuras do então ministro da Economia, Elizeu Rezende, com uma grande empreiteira. O ministro caiu e para o seu lugar o presidente Itamar convocou Fernando Henrique Cardoso, que, ao assumir o comando da economia, lançou o Plano Real e no ano seguinte foi eleito presidente do Brasil. Dois anos depois, ISTOÉ revelou o primeiro escândalo do governo FHC: as manobras para a definição de uma licitação de US$ 1,4 bilhão para a compra de radares na Amazônia, em um caso que depois veio a ser conhecido como o escândalo do Sivam e levou à queda do embaixador Júlio César Gomes dos Santos.
Avanços e desvios na história do País foram levantados e mostrados seguidamente pela ISTOÉ, sempre no compromisso de buscar a verdade dos fatos e dos seus atores, acima de tudo. A primeira prova de caixa 2 nas campanhas eleitorais veio através de reportagem da ISTOÉ, em 1995, que mostrava documentos comprometedores de parlamentares, no episódio que ganhou a alcunha de “A Pasta Rosa”. Outro rumoroso evento que maculou a imagem do Congresso, a fraude no painel eletrônico do Senado, teve suas primeiras notícias através das páginas de ISTOÉ – trazendo com exclusividade gravações comprometedoras, cujo teor provocou a renúncia dos senadores Antônio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda. Mais recentemente, no ano passado, uma secretária de nome Karina Somaggio e documentos do Coaf deram, através das páginas de ISTOÉ e de seu filhote, a Revista ISTOÉDinheiro, o mapa das operações fraudulentas do “mensalão”, investigado até hoje por uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Contribuições como essa traçam uma mostra do papel que a Revista vem exercendo junto à sociedade brasileira nesses 30 anos e que almeja continuar exercendo, através da prática cotidiana de um jornalismo noticioso, analítico, plural e independente. Um jornalismo que não compactua com interesses específicos de grupos ou pessoas, que tem como missão essencial, primordial, melhor informar a você, leitor. Um jornalismo que abre o leque de cobertura a todas as transformações sociais, políticas e econômicas, do País e do mundo; às evoluções tecnológicas e aos eventos que, gradativamente, mudaram hábitos e conceitos. Para ampliar essa visão é que ISTOÉ, após cinco anos de negociação, fechou uma inédita parceria com o Grupo Time Inc. , maior conglomerado editorial de revistas do planeta. Pelo acordo, desde janeiro último, o conteúdo de People, Fortune e Time – três bíblias do modelo de revistas de informação – passou a ser incluído, respectivamente, nas páginas de ISTOÉGente, ISTOÉDinheiro e ISTOÉ. É um dos resultados da constante busca de aprimoramento editorial de sua ISTOÉ. Essa busca renova, a cada semana, nossas metas de excelência, num trabalho incessante que, apesar dos 30 anos, está só começando. Várias outras inovações estão por vir, é só aguardar. E, desde já, a partir das páginas seguintes, você, leitor, pode fazer um mergulho em parte da evolução cumprida até aqui. É, decerto, um retrato esclarecedor e analítico do que foram esses últimos 30 anos. Boa leitura.
Diretor Editorial
ISTOÉ está completando 30 anos e queremos, caro leitor, relembrar com esta edição especial um pouco dessa trajetória. A ISTOÉ 30 anos que você tem em mãos se pretende uma edição de colecionador – uma revista para guardar e consultar, porque radiografa um período especial de nossa história, do Brasil e, com licença para auto-referência, da própria ISTOÉ. Nessas três décadas, desde a primeira edição, a Revista vem demonstrando sua vocação para registrar, provocar e participar das mudanças do País. Na capa número 1, já clamava pelo fim do regime totalitário e pela volta à democracia. Marcava assim uma linha editorial bem definida, de vigilância e crítica ao sistema – abrindo sempre espaço para mostrar e analisar o outro lado dos fatos. É um princípio que ISTOÉ segue até hoje.
Vários foram os protagonistas de suas páginas e capas. Muitos dos quais anônimos, brasileiros comuns que, em determinado momento, fizeram história e atuaram de forma decisiva no desenrolar dos fatos. Foi assim que, já em 1979, o então pouco conhecido sindicalista Luiz Inácio da Silva estreava na grande imprensa como capa da ISTOÉ, liderando uma greve no ABC paulista. Tempos depois, um também desconhecido motorista, de nome Eriberto França, protagonizava através das páginas de ISTOÉ o processo que desembocaria no impedimento do então presidente da República, Fernando Collor de Mello. As revelações do motorista Eriberto, numa entrevista-bomba à Revista, ligavam diretamente o dinheiro do empresário PC Farias às despesas pessoais de Collor, que acabou se afastando do cargo. Numa outra guinada da história, em maio de 93, ISTOÉ trazia uma reportagem mostrando as relações obscuras do então ministro da Economia, Elizeu Rezende, com uma grande empreiteira. O ministro caiu e para o seu lugar o presidente Itamar convocou Fernando Henrique Cardoso, que, ao assumir o comando da economia, lançou o Plano Real e no ano seguinte foi eleito presidente do Brasil. Dois anos depois, ISTOÉ revelou o primeiro escândalo do governo FHC: as manobras para a definição de uma licitação de US$ 1,4 bilhão para a compra de radares na Amazônia, em um caso que depois veio a ser conhecido como o escândalo do Sivam e levou à queda do embaixador Júlio César Gomes dos Santos.
Avanços e desvios na história do País foram levantados e mostrados seguidamente pela ISTOÉ, sempre no compromisso de buscar a verdade dos fatos e dos seus atores, acima de tudo. A primeira prova de caixa 2 nas campanhas eleitorais veio através de reportagem da ISTOÉ, em 1995, que mostrava documentos comprometedores de parlamentares, no episódio que ganhou a alcunha de “A Pasta Rosa”. Outro rumoroso evento que maculou a imagem do Congresso, a fraude no painel eletrônico do Senado, teve suas primeiras notícias através das páginas de ISTOÉ – trazendo com exclusividade gravações comprometedoras, cujo teor provocou a renúncia dos senadores Antônio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda. Mais recentemente, no ano passado, uma secretária de nome Karina Somaggio e documentos do Coaf deram, através das páginas de ISTOÉ e de seu filhote, a Revista ISTOÉDinheiro, o mapa das operações fraudulentas do “mensalão”, investigado até hoje por uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
Contribuições como essa traçam uma mostra do papel que a Revista vem exercendo junto à sociedade brasileira nesses 30 anos e que almeja continuar exercendo, através da prática cotidiana de um jornalismo noticioso, analítico, plural e independente. Um jornalismo que não compactua com interesses específicos de grupos ou pessoas, que tem como missão essencial, primordial, melhor informar a você, leitor. Um jornalismo que abre o leque de cobertura a todas as transformações sociais, políticas e econômicas, do País e do mundo; às evoluções tecnológicas e aos eventos que, gradativamente, mudaram hábitos e conceitos. Para ampliar essa visão é que ISTOÉ, após cinco anos de negociação, fechou uma inédita parceria com o Grupo Time Inc. , maior conglomerado editorial de revistas do planeta. Pelo acordo, desde janeiro último, o conteúdo de People, Fortune e Time – três bíblias do modelo de revistas de informação – passou a ser incluído, respectivamente, nas páginas de ISTOÉGente, ISTOÉDinheiro e ISTOÉ. É um dos resultados da constante busca de aprimoramento editorial de sua ISTOÉ. Essa busca renova, a cada semana, nossas metas de excelência, num trabalho incessante que, apesar dos 30 anos, está só começando. Várias outras inovações estão por vir, é só aguardar. E, desde já, a partir das páginas seguintes, você, leitor, pode fazer um mergulho em parte da evolução cumprida até aqui. É, decerto, um retrato esclarecedor e analítico do que foram esses últimos 30 anos. Boa leitura.
O poder do presidente
País está maduro e, qualquer que seja o eleito,
terá que promover reformas e investir em infra-
estrutura para pôr o Brasil na rota do crescimento
Por Hugo Studart e Rudolfo Lago
O Brasil está a poucos dias de fazer uma
escolha crucial para o seu futuro. Depois de uma longa ditadura militar, do trauma de ter o primeiro presidente eleito após 28 anos de arbítrio apeado do poder por um processo de impeachment, de sobreviver à hiperinflação e de viver a experiência de ser governado por um trabalhador, o País está maduro o suficiente para escolher seu caminho de desenvolvimento. No domingo 29, ao apertar a tecla “confirma” das urnas eletrônicas, os 126 milhões de eleitores estarão dizendo quem será o timoneiro eleito para fazer o Brasil entrar definitivamente na nova rota, assegurando distribuição de renda, empregos, ajuste fiscal e reformas políticas indispensáveis. Caberá necessariamente ao futuro presidente, seja ele quem for, reduzir o tamanho do Estado, controlar as despesas públicas com mão de ferro e assim se livrar dos vícios de administrações ineficientes, perdulárias e eternizadoras de privilégios. O futuro exige um Estado moderno, ágil, com capacidade de investimento em infra-estrutura e alta competitividade. Ingredientes fundamentais para a receita de um crescimento consistente. E, embora o presidencialismo brasileiro assegure muitos poderes ao presidente da República, não são poucos os desafios impostos àquele que será escolhido.
Se há um consenso nos discursos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Geraldo Alckmin (PSDB) ele está na conclusão de que o principal desafio do próximo governante será eliminar os gargalos provocados pela estrutura precária das estradas, portos, aeroportos, hidrelétricas, etc., do País. Apenas na área da agricultura, estima-se que os gargalos de infra-estrutura aumentam em cerca de 30% o preço final de cada produto. O problema é que o tamanho da demanda por obras de infra-estrutura é tão grande que não há dinheiro para fazer tudo. De acordo com levantamento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, para eliminar todos os gargalos, seria necessário fazer-se 100 grandes obras que custariam R$ 400 bilhões. Extrapola em muito o que há de recursos para investimentos. O Ministério do Planejamento estima que há 19 obras de emergência, que precisam começar agora. Mas mesmo para elas não há dinheiro suficiente: elas custariam R$ 40 bilhões. Apenas para recuperar os 84,4 mil quilômetros de rodovias – 75% delas estão em estado deficiente – seriam necessários R$ 20 bilhões, segundo a Confederação Nacional de Transportes (CNT).
No Brasil, presidencialista por opção dos brasileiros, o presidente da República tem poderes que extrapolam o próprio presidencialismo. Ele pode, por exemplo, trabalhar com Medidas Provisórias (MPs), atributo que permite ao chefe do Executivo fazer as vezes do Legislativo. Com elas, o presidente impõe regras de vigência temporária para toda a sociedade e cria um forte constrangimento para o Legislativo. As MPs passam a valer a partir do momento em que são editadas e, para rejeitá-las, teria que ser revisto tudo o que aconteceu no País durante suas vigências. Usar esse artifício tem sido uma constante no presidencialismo brasileiro. Foi dessa maneira que Fernando Collor de Mello confiscou a poupança de todos. Durante seus oito anos de mandato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso editou 263 Medidas Provisórias. O presidente Lula, por sua vez, nos últimos três anos assinou 186 MPs. E isso não vai mudar. Tanto Lula como Alckmin em nenhum momento da campanha discutiram a possibilidade de restringir o uso das Medidas Provisórias.
Outra particularidade do poder do presidente do Brasil está na liberdade de
gastar o dinheiro do Orçamento. Nos Estados Unidos e na maior parte dos
países presidencialistas, o Orçamento é impositivo. Significa que a lei
orçamentária aprovada por deputados e senadores precisa ser executada integralmente. No Brasil é diferente. O Orçamento é apenas autorizativo. Determina um limite de gastos, mas o presidente gasta o quanto quiser. Há algumas vinculações e fundos específicos, mas mesmo nesses casos o presidente tem possibilidade de manobras. O fato de poder gastar mais ou menos dá ao governante um imenso poder de barganha. É por isso que desde a redemocratização todos
os presidentes trocaram apoio no Congresso pela aprovação de emendas ao Orçamento. Neste ano, no total, o Orçamento foi de R$ 1,6 trilhão, dos quais apenas R$ 24,4 bilhões para investimentos, ou seja, para novos programas e obras. “Temos no Brasil um presidencialismo extremamente forte, no qual o presidente alia instrumentos comuns dos sistemas presidencialistas a outros mais típicos do parlamentarismo, com um grande poder de alterar o Orçamento ao seu bel-prazer e com uma estrutura de Estado bastante centralizada, que gera uma relação de dependência muito grande dos Estados e municípios”, avalia o cientista político Cristiano Noronha, da empresa de consultoria Arko Advice. “O presidente brasileiro pode muito”, conclui Noronha.
Dito assim, pode parecer que depende apenas de uma canetada do presidente, de um ato de vontade, resolver todos os graves problemas de infra-estrutura do País. “O presidente brasileiro pode, de fato, ter prerrogativas grandes, mas vivemos numa democracia e por isso são grandes os seus limites e os instrumentos de controle que existem para evitar que se extrapole esse poder”, alerta o diretor de documentação e analista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz. Segundo ele, uma grande amarra do presidente está no fato de o País viver o que se chama de “democracia de coalizão”: como nenhum partido é capaz de exercer o poder sozinho, é preciso negociar com o Congresso para aprovar emendas e projetos de lei. “Há uma agenda legislativa para os próximos anos que inclui reforma política, com a extinção da reeleição, reforma tributária, ajustes importantes na Previdência, que não poderá ser aprovada sem uma profunda negociação entre quem estiver no governo e quem estiver na oposição. E o clima que resultará da eleição está longe de ser de conversa e negociação. Será preciso habilidade e inteligência”, comenta o analista do Diap. Ou seja: o poder é grande, mas, se não for bem exercido, pode comprometer o futuro de crescimento e desenvolvimento.
terá que promover reformas e investir em infra-
estrutura para pôr o Brasil na rota do crescimento
Por Hugo Studart e Rudolfo Lago
O Brasil está a poucos dias de fazer uma
escolha crucial para o seu futuro. Depois de uma longa ditadura militar, do trauma de ter o primeiro presidente eleito após 28 anos de arbítrio apeado do poder por um processo de impeachment, de sobreviver à hiperinflação e de viver a experiência de ser governado por um trabalhador, o País está maduro o suficiente para escolher seu caminho de desenvolvimento. No domingo 29, ao apertar a tecla “confirma” das urnas eletrônicas, os 126 milhões de eleitores estarão dizendo quem será o timoneiro eleito para fazer o Brasil entrar definitivamente na nova rota, assegurando distribuição de renda, empregos, ajuste fiscal e reformas políticas indispensáveis. Caberá necessariamente ao futuro presidente, seja ele quem for, reduzir o tamanho do Estado, controlar as despesas públicas com mão de ferro e assim se livrar dos vícios de administrações ineficientes, perdulárias e eternizadoras de privilégios. O futuro exige um Estado moderno, ágil, com capacidade de investimento em infra-estrutura e alta competitividade. Ingredientes fundamentais para a receita de um crescimento consistente. E, embora o presidencialismo brasileiro assegure muitos poderes ao presidente da República, não são poucos os desafios impostos àquele que será escolhido.
Se há um consenso nos discursos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Geraldo Alckmin (PSDB) ele está na conclusão de que o principal desafio do próximo governante será eliminar os gargalos provocados pela estrutura precária das estradas, portos, aeroportos, hidrelétricas, etc., do País. Apenas na área da agricultura, estima-se que os gargalos de infra-estrutura aumentam em cerca de 30% o preço final de cada produto. O problema é que o tamanho da demanda por obras de infra-estrutura é tão grande que não há dinheiro para fazer tudo. De acordo com levantamento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, para eliminar todos os gargalos, seria necessário fazer-se 100 grandes obras que custariam R$ 400 bilhões. Extrapola em muito o que há de recursos para investimentos. O Ministério do Planejamento estima que há 19 obras de emergência, que precisam começar agora. Mas mesmo para elas não há dinheiro suficiente: elas custariam R$ 40 bilhões. Apenas para recuperar os 84,4 mil quilômetros de rodovias – 75% delas estão em estado deficiente – seriam necessários R$ 20 bilhões, segundo a Confederação Nacional de Transportes (CNT).
No Brasil, presidencialista por opção dos brasileiros, o presidente da República tem poderes que extrapolam o próprio presidencialismo. Ele pode, por exemplo, trabalhar com Medidas Provisórias (MPs), atributo que permite ao chefe do Executivo fazer as vezes do Legislativo. Com elas, o presidente impõe regras de vigência temporária para toda a sociedade e cria um forte constrangimento para o Legislativo. As MPs passam a valer a partir do momento em que são editadas e, para rejeitá-las, teria que ser revisto tudo o que aconteceu no País durante suas vigências. Usar esse artifício tem sido uma constante no presidencialismo brasileiro. Foi dessa maneira que Fernando Collor de Mello confiscou a poupança de todos. Durante seus oito anos de mandato, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso editou 263 Medidas Provisórias. O presidente Lula, por sua vez, nos últimos três anos assinou 186 MPs. E isso não vai mudar. Tanto Lula como Alckmin em nenhum momento da campanha discutiram a possibilidade de restringir o uso das Medidas Provisórias.
Outra particularidade do poder do presidente do Brasil está na liberdade de
gastar o dinheiro do Orçamento. Nos Estados Unidos e na maior parte dos
países presidencialistas, o Orçamento é impositivo. Significa que a lei
orçamentária aprovada por deputados e senadores precisa ser executada integralmente. No Brasil é diferente. O Orçamento é apenas autorizativo. Determina um limite de gastos, mas o presidente gasta o quanto quiser. Há algumas vinculações e fundos específicos, mas mesmo nesses casos o presidente tem possibilidade de manobras. O fato de poder gastar mais ou menos dá ao governante um imenso poder de barganha. É por isso que desde a redemocratização todos
os presidentes trocaram apoio no Congresso pela aprovação de emendas ao Orçamento. Neste ano, no total, o Orçamento foi de R$ 1,6 trilhão, dos quais apenas R$ 24,4 bilhões para investimentos, ou seja, para novos programas e obras. “Temos no Brasil um presidencialismo extremamente forte, no qual o presidente alia instrumentos comuns dos sistemas presidencialistas a outros mais típicos do parlamentarismo, com um grande poder de alterar o Orçamento ao seu bel-prazer e com uma estrutura de Estado bastante centralizada, que gera uma relação de dependência muito grande dos Estados e municípios”, avalia o cientista político Cristiano Noronha, da empresa de consultoria Arko Advice. “O presidente brasileiro pode muito”, conclui Noronha.
Dito assim, pode parecer que depende apenas de uma canetada do presidente, de um ato de vontade, resolver todos os graves problemas de infra-estrutura do País. “O presidente brasileiro pode, de fato, ter prerrogativas grandes, mas vivemos numa democracia e por isso são grandes os seus limites e os instrumentos de controle que existem para evitar que se extrapole esse poder”, alerta o diretor de documentação e analista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz. Segundo ele, uma grande amarra do presidente está no fato de o País viver o que se chama de “democracia de coalizão”: como nenhum partido é capaz de exercer o poder sozinho, é preciso negociar com o Congresso para aprovar emendas e projetos de lei. “Há uma agenda legislativa para os próximos anos que inclui reforma política, com a extinção da reeleição, reforma tributária, ajustes importantes na Previdência, que não poderá ser aprovada sem uma profunda negociação entre quem estiver no governo e quem estiver na oposição. E o clima que resultará da eleição está longe de ser de conversa e negociação. Será preciso habilidade e inteligência”, comenta o analista do Diap. Ou seja: o poder é grande, mas, se não for bem exercido, pode comprometer o futuro de crescimento e desenvolvimento.
Lula diz que adversários deveriam rezar por sua reeleição
FELIPE NEVES
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, ironizou neste domingo seus adversários ao dizer que eles deveriam rezar para sua vitória no segundo turno.
"Ao invés de eles ficaram com tanta bronca de mim, eles deveriam pedir a Deus que eu ganhasse para eu poder deixar o Brasil muito melhor", disse Lula.
Em comício na região de Cidade Tiradentes (zona leste de São Paulo), o presidente fez questão de enfatizar a questão da luta de classes, sempre se colocando como quem governa para a maioria, em contraponto ao PSDB, que, segundo petistas, governa para os ricos.
Nesta linha, Lula citou os programas Prouni, Bolsa Família e Luz para Todos. Segundo ele, "um presidente da República precisa governar para 190 milhões, não para 30 ou 35 milhões como acontecia neste país".
O presidente disse ainda que "a verdade nua e crua" é que os pobres nunca estiveram no projeto político da elite brasileira, apenas durante as eleições. "Em época eleitoral, pobre vale mais do que banqueiro. Mas, depois das eleições, o pobre não é convidado nem para tomar um cafezinho", ironizou.
Lula reafirmou sua convicção de que foi Deus quem quis levar a disputa presidencial para o segundo turno. Ele admitiu que no início ficou triste, mas diz que agora está feliz com essa situação. "No segundo turno é que a gente está podendo provar quem é quem", afirmou.
O petista rebateu as acusações da oposição de que quer dividir o país entre ricos e pobres. "Não quero dividir coisa nenhuma. Eu já nasci pobre", disse Lula, arrancando aplausos de centenas de militantes. "Se dependesse de mim, a gente não tinha pobres e ricos, só tinha ricos", reiterou.
Antes do discurso do candidato à reeleição, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), já havia dado o tom. De forma irônica, ele afirmou que o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, parece "personagem de uma propaganda do Itaú Personalité".
A coordenadora da campanha de Lula em São Paulo, Marta Suplicy, seguiu a mesma linha. Segundo ela, "votar em Geraldo Alckmin é aprofundar a diferença entre ricos e pobres neste país".
Durante o evento, o tema da corrupção --o escândalo do dossiê e a recente denúncia da revista "Veja" envolvendo o filho do presidente Lula-- não foi abordado pelos presentes.
Privatizações
O petista voltou a alfinetar Alckmin no tema das privatizações. Segundo Lula, a oposição está com "raiva" porque ele está trazendo à tona seu histórico.
"Eles não venderam mais porque não puderam", disse, em referência às gestões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de Alckmin em São Paulo.
Para Lula, os tucanos têm tradição de assinar papéis e depois agirem diferente. Por isso, afirmou, não dá para acreditar que eles não pretendem privatizar empresas como o Banco do Brasil e a Petrobras. "Eu não tenho duas caras. Nós não vamos privatizar nenhuma empresa desse país", disse Lula.
Tropa de choque
Participaram do encontro, além de Marta e Aldo, os ministros Luiz Marinho (Trabalho), Celso Amorim (Relações Exteriores), Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), o senador Aloizio Mercadante, a primeira-dama Marisa Letícia, o deputado federal eleito Frank Aguiar e, pela primeira vez no palanque de Lula, o cantor e apresentador Netinho de Paula.
Ele declarou seu apoio ao petista dizendo que é importante votar em alguém do povo. "Um cara que viveu coisa que só gente que é do Gueto viveu", disse Netinho.
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, ironizou neste domingo seus adversários ao dizer que eles deveriam rezar para sua vitória no segundo turno.
"Ao invés de eles ficaram com tanta bronca de mim, eles deveriam pedir a Deus que eu ganhasse para eu poder deixar o Brasil muito melhor", disse Lula.
Em comício na região de Cidade Tiradentes (zona leste de São Paulo), o presidente fez questão de enfatizar a questão da luta de classes, sempre se colocando como quem governa para a maioria, em contraponto ao PSDB, que, segundo petistas, governa para os ricos.
Nesta linha, Lula citou os programas Prouni, Bolsa Família e Luz para Todos. Segundo ele, "um presidente da República precisa governar para 190 milhões, não para 30 ou 35 milhões como acontecia neste país".
O presidente disse ainda que "a verdade nua e crua" é que os pobres nunca estiveram no projeto político da elite brasileira, apenas durante as eleições. "Em época eleitoral, pobre vale mais do que banqueiro. Mas, depois das eleições, o pobre não é convidado nem para tomar um cafezinho", ironizou.
Lula reafirmou sua convicção de que foi Deus quem quis levar a disputa presidencial para o segundo turno. Ele admitiu que no início ficou triste, mas diz que agora está feliz com essa situação. "No segundo turno é que a gente está podendo provar quem é quem", afirmou.
O petista rebateu as acusações da oposição de que quer dividir o país entre ricos e pobres. "Não quero dividir coisa nenhuma. Eu já nasci pobre", disse Lula, arrancando aplausos de centenas de militantes. "Se dependesse de mim, a gente não tinha pobres e ricos, só tinha ricos", reiterou.
Antes do discurso do candidato à reeleição, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), já havia dado o tom. De forma irônica, ele afirmou que o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, parece "personagem de uma propaganda do Itaú Personalité".
A coordenadora da campanha de Lula em São Paulo, Marta Suplicy, seguiu a mesma linha. Segundo ela, "votar em Geraldo Alckmin é aprofundar a diferença entre ricos e pobres neste país".
Durante o evento, o tema da corrupção --o escândalo do dossiê e a recente denúncia da revista "Veja" envolvendo o filho do presidente Lula-- não foi abordado pelos presentes.
Privatizações
O petista voltou a alfinetar Alckmin no tema das privatizações. Segundo Lula, a oposição está com "raiva" porque ele está trazendo à tona seu histórico.
"Eles não venderam mais porque não puderam", disse, em referência às gestões do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de Alckmin em São Paulo.
Para Lula, os tucanos têm tradição de assinar papéis e depois agirem diferente. Por isso, afirmou, não dá para acreditar que eles não pretendem privatizar empresas como o Banco do Brasil e a Petrobras. "Eu não tenho duas caras. Nós não vamos privatizar nenhuma empresa desse país", disse Lula.
Tropa de choque
Participaram do encontro, além de Marta e Aldo, os ministros Luiz Marinho (Trabalho), Celso Amorim (Relações Exteriores), Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), o senador Aloizio Mercadante, a primeira-dama Marisa Letícia, o deputado federal eleito Frank Aguiar e, pela primeira vez no palanque de Lula, o cantor e apresentador Netinho de Paula.
Ele declarou seu apoio ao petista dizendo que é importante votar em alguém do povo. "Um cara que viveu coisa que só gente que é do Gueto viveu", disse Netinho.
Ligações de assessor revelam que Lula sabia, diz oposição
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Na reta final do segundo turno, a oposição usará os telefonemas de Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete no Palácio do Planalto, para o petista Jorge Lorenzetti, personagem central da crise do dossiê, para tentar mostrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia do dossiê contra tucanos.
O primeiro passo foi dado ontem, quando o sub-relator da CPI dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), apresentou requerimento pedindo a convocação de Carvalho, do ex-ministro José Dirceu e do assessor especial da Presidência Rogério Aurélio Pimentel. A uma semana das eleições, Lula mantém vantagem de 19 pontos sobre o tucano Geraldo Alckmin, segundo o Datafolha. Porém, para a oposição, o fato de Carvalho ter ligado para Lorenzetti pelo menos duas vezes no dia 15 de setembro pode ajudar a reverter esse quadro.
Foi nesse dia que a Polícia Federal prendeu emissários petistas com R$ 1,75 milhão num hotel em São Paulo, dinheiro que seria usado no caso do dossiê. Neste dia, o nome de Lorenzetti ainda não havia aparecido nas investigações.
Anteontem, o delegado Diógenes Curado entregou relatório parcial sobre as investigações, apontando Lorenzetti como mentor do dossiê. Pelas apurações, Lorenzetti também conversou com Dirceu. Já Aurélio Pimentel foi incluído no pedido de convocação porque se reuniu com o ex-assessor Freud Godoy, exonerado após a divulgação do caso.
O deputado Carlos Sampaio considerou o relatório "pífio" e decidiu convidar o delegado para tratar do assunto. "Não há mais dúvidas de que o Palácio do Planalto sabia dessa operação criminosa", disse Sampaio.
Segundo ele, Carvalho deveria ter revelado de imediato a ocorrência da ligação: "Por que ele guardou esse segredo por quase 40 dias e só vem revelar isso agora, no momento em que chega a quebra do sigilo telefônico do Lorenzetti e no momento em que a PF o aponta [Lorenzetti] como o articulador de toda a operação?", disse.
O coordenador da campanha tucana, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), cobrou explicações: "O que está aí é suficiente para caracterizar que os homens do presidente estão envolvidos nisso. Se o presidente não sabe de nada como sempre afirma, ele já não é o presidente. É só um demagogo". O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), vê crime eleitoral. "Depois de sua mulher, Gilberto Carvalho é a pessoa mais próxima do presidente, quase um irmão. Com essa proximidade, não será possível retirar do presidente da República a responsabilidade pelo crime eleitoral cometido".
Já o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) fez um trocadilho: "Acho que tínhamos no Brasil um outro PCC e não sabíamos. É o Palácio Comanda o Crime".
O senador também retomou o caso da morte do prefeito Celso Daniel, de Santo André (SP), para criticar Gilberto Carvalho. "As justificativas que ele deu [no caso Celso Daniel] são exatamente as mesmas de agora. Um telefonema para se informar. Os argumentos se repetem." Carvalho era secretário de Governo de Celso Daniel em Santo André quando este foi morto, em 2002. Escutas telefônicas da época mostram seu empenho para que prevalecesse a tese de crime comum. Ele foi acusado, pelos irmãos de Daniel, de repassar propina de empresários de ônibus ao PT, o que ele negou em acareação.
Na mesma linha foi seu colega José Agripino (PFL-RN). "O Gilberto Carvalho é figura marcada desde o caso Celso Daniel. Os telefonemas e os antecedentes são a presença do gabinete do presidente da República na trama do dossiê", afirmou.
Na reta final do segundo turno, a oposição usará os telefonemas de Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete no Palácio do Planalto, para o petista Jorge Lorenzetti, personagem central da crise do dossiê, para tentar mostrar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia do dossiê contra tucanos.
O primeiro passo foi dado ontem, quando o sub-relator da CPI dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), apresentou requerimento pedindo a convocação de Carvalho, do ex-ministro José Dirceu e do assessor especial da Presidência Rogério Aurélio Pimentel. A uma semana das eleições, Lula mantém vantagem de 19 pontos sobre o tucano Geraldo Alckmin, segundo o Datafolha. Porém, para a oposição, o fato de Carvalho ter ligado para Lorenzetti pelo menos duas vezes no dia 15 de setembro pode ajudar a reverter esse quadro.
Foi nesse dia que a Polícia Federal prendeu emissários petistas com R$ 1,75 milhão num hotel em São Paulo, dinheiro que seria usado no caso do dossiê. Neste dia, o nome de Lorenzetti ainda não havia aparecido nas investigações.
Anteontem, o delegado Diógenes Curado entregou relatório parcial sobre as investigações, apontando Lorenzetti como mentor do dossiê. Pelas apurações, Lorenzetti também conversou com Dirceu. Já Aurélio Pimentel foi incluído no pedido de convocação porque se reuniu com o ex-assessor Freud Godoy, exonerado após a divulgação do caso.
O deputado Carlos Sampaio considerou o relatório "pífio" e decidiu convidar o delegado para tratar do assunto. "Não há mais dúvidas de que o Palácio do Planalto sabia dessa operação criminosa", disse Sampaio.
Segundo ele, Carvalho deveria ter revelado de imediato a ocorrência da ligação: "Por que ele guardou esse segredo por quase 40 dias e só vem revelar isso agora, no momento em que chega a quebra do sigilo telefônico do Lorenzetti e no momento em que a PF o aponta [Lorenzetti] como o articulador de toda a operação?", disse.
O coordenador da campanha tucana, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), cobrou explicações: "O que está aí é suficiente para caracterizar que os homens do presidente estão envolvidos nisso. Se o presidente não sabe de nada como sempre afirma, ele já não é o presidente. É só um demagogo". O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), vê crime eleitoral. "Depois de sua mulher, Gilberto Carvalho é a pessoa mais próxima do presidente, quase um irmão. Com essa proximidade, não será possível retirar do presidente da República a responsabilidade pelo crime eleitoral cometido".
Já o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) fez um trocadilho: "Acho que tínhamos no Brasil um outro PCC e não sabíamos. É o Palácio Comanda o Crime".
O senador também retomou o caso da morte do prefeito Celso Daniel, de Santo André (SP), para criticar Gilberto Carvalho. "As justificativas que ele deu [no caso Celso Daniel] são exatamente as mesmas de agora. Um telefonema para se informar. Os argumentos se repetem." Carvalho era secretário de Governo de Celso Daniel em Santo André quando este foi morto, em 2002. Escutas telefônicas da época mostram seu empenho para que prevalecesse a tese de crime comum. Ele foi acusado, pelos irmãos de Daniel, de repassar propina de empresários de ônibus ao PT, o que ele negou em acareação.
Na mesma linha foi seu colega José Agripino (PFL-RN). "O Gilberto Carvalho é figura marcada desde o caso Celso Daniel. Os telefonemas e os antecedentes são a presença do gabinete do presidente da República na trama do dossiê", afirmou.
Um terço da nova Câmara é de milionários
THIAGO REIS
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha
Um em cada três deputados federais eleitos é milionário. Levantamento feito pela Folha mostra que, dos 513 parlamentares que assumem o cargo em 2007, 165 declararam ter patrimônio superior a R$ 1 milhão.
São 49 milionários eleitos a mais do que em 2002 (quando foram eleitos 116 milionários). Dos 165 deputados com mais de R$ 1 milhão, 74 são novatos e 91 estão na atual legislatura.
O patrimônio médio do parlamentar eleito também aumentou: foi de R$ 2,2 milhões para R$ 2,5 milhões. No total, os 513 parlamentares têm juntos R$ 1,2 bilhão --R$ 128 milhões a mais que os eleitos para a Câmara há quatro anos.
Levando em conta o rendimento médio mensal do brasileiro (R$ 527, de acordo com o IBGE), seria preciso trabalhar mais de 392 anos para acumular R$ 2,5 milhões.
Camilo Cola (PMDB-ES), 83, dono da viação Itapemirim, é disparado o mais rico dos deputados, com um patrimônio declarado de R$ 259 milhões. O segundo é Odílio Balbinotti (PMDB-PR), que declarou ter R$ 123 milhões.
Para o cientista político Fernando Abrucio, da FGV-SP, é impossível saber se as declarações são realmente compatíveis com a realidade.
Apesar dos números, segundo ele, muitos podem ter declarado menos do que têm. "No Brasil, não pega bem ser rico. É um país com alto índice de desigualdade. As pessoas não querem se declarar ricas. Mas não acho que seja algo singular dos políticos."
A bancada que terá o maior número de milionários é a do PFL: 38. Depois, vem o PMDB, com 37. O PSDB terá 21. As três legendas têm também o maior patrimônio declarado --total e médio. O PT terá seis milionários e é, pela média, o 16º partido em patrimônio.
Apesar do aumento do patrimônio dos deputados, Abrucio acredita que a minirreforma eleitoral --que proibiu showmícios e outdoors-- coibiu o abuso econômico e diminuiu a influência do dinheiro nestas eleições. "O que favoreceu mais foi ser conhecido pelo grande público e ter forte base social."
Devido à crise ética gerada pelo escândalo do mensalão e pela máfia dos sanguessugas, o cientista político coloca em dúvida o aumento de milionários. "Talvez haja mais gente [que já tinha mais de R$ 1 milhão] declarando suas contas agora."
A maior parte dos deputados federais milionários é do Sudeste (62). São Paulo está em primeiro na lista, com 29. Minas Gerais vem logo atrás, com 25. O Rio tem seis e Espírito Santo, dois.
O Amapá é o único Estado que não possui nenhum deputado com mais de R$ 1 milhão em patrimônio declarado.
Sem patrimônio
Dos 513 deputados eleitos, sete declararam não ter nenhum bem. À Folha, quatro desses deputados justificaram o patrimônio nulo dizendo que são seus parentes quem detêm os bens. Só três dizem não ter nenhum bem em seus nomes.
A deputada eleita Iris Machado (PMDB-GO), 63, não é titular de nenhum bem, mas o marido --o prefeito de Goiânia (GO), Iris Rezende (PMDB)-- tem R$ 6,3 milhões. O casamento dos dois políticos é baseado no regime de comunhão de bens.
É o caso também do deputado cearense Raimundo Gomes de Matos (PSDB), 55, que diz que seus bens estão todos no nome da mulher. "Foi uma decisão de foro íntimo", afirma. Os bens da mulher, segundo ele, estão avaliados em cerca de R$ 500 mil.
Já Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), 22, diz que ainda mora na casa do pai, o atual prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PSB). Por isso, afirma ser dependente dele. "Esse é meu primeiro emprego. O carro que dirijo, por exemplo, é do meu pai", disse o parlamentar.
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha
Um em cada três deputados federais eleitos é milionário. Levantamento feito pela Folha mostra que, dos 513 parlamentares que assumem o cargo em 2007, 165 declararam ter patrimônio superior a R$ 1 milhão.
São 49 milionários eleitos a mais do que em 2002 (quando foram eleitos 116 milionários). Dos 165 deputados com mais de R$ 1 milhão, 74 são novatos e 91 estão na atual legislatura.
O patrimônio médio do parlamentar eleito também aumentou: foi de R$ 2,2 milhões para R$ 2,5 milhões. No total, os 513 parlamentares têm juntos R$ 1,2 bilhão --R$ 128 milhões a mais que os eleitos para a Câmara há quatro anos.
Levando em conta o rendimento médio mensal do brasileiro (R$ 527, de acordo com o IBGE), seria preciso trabalhar mais de 392 anos para acumular R$ 2,5 milhões.
Camilo Cola (PMDB-ES), 83, dono da viação Itapemirim, é disparado o mais rico dos deputados, com um patrimônio declarado de R$ 259 milhões. O segundo é Odílio Balbinotti (PMDB-PR), que declarou ter R$ 123 milhões.
Para o cientista político Fernando Abrucio, da FGV-SP, é impossível saber se as declarações são realmente compatíveis com a realidade.
Apesar dos números, segundo ele, muitos podem ter declarado menos do que têm. "No Brasil, não pega bem ser rico. É um país com alto índice de desigualdade. As pessoas não querem se declarar ricas. Mas não acho que seja algo singular dos políticos."
A bancada que terá o maior número de milionários é a do PFL: 38. Depois, vem o PMDB, com 37. O PSDB terá 21. As três legendas têm também o maior patrimônio declarado --total e médio. O PT terá seis milionários e é, pela média, o 16º partido em patrimônio.
Apesar do aumento do patrimônio dos deputados, Abrucio acredita que a minirreforma eleitoral --que proibiu showmícios e outdoors-- coibiu o abuso econômico e diminuiu a influência do dinheiro nestas eleições. "O que favoreceu mais foi ser conhecido pelo grande público e ter forte base social."
Devido à crise ética gerada pelo escândalo do mensalão e pela máfia dos sanguessugas, o cientista político coloca em dúvida o aumento de milionários. "Talvez haja mais gente [que já tinha mais de R$ 1 milhão] declarando suas contas agora."
A maior parte dos deputados federais milionários é do Sudeste (62). São Paulo está em primeiro na lista, com 29. Minas Gerais vem logo atrás, com 25. O Rio tem seis e Espírito Santo, dois.
O Amapá é o único Estado que não possui nenhum deputado com mais de R$ 1 milhão em patrimônio declarado.
Sem patrimônio
Dos 513 deputados eleitos, sete declararam não ter nenhum bem. À Folha, quatro desses deputados justificaram o patrimônio nulo dizendo que são seus parentes quem detêm os bens. Só três dizem não ter nenhum bem em seus nomes.
A deputada eleita Iris Machado (PMDB-GO), 63, não é titular de nenhum bem, mas o marido --o prefeito de Goiânia (GO), Iris Rezende (PMDB)-- tem R$ 6,3 milhões. O casamento dos dois políticos é baseado no regime de comunhão de bens.
É o caso também do deputado cearense Raimundo Gomes de Matos (PSDB), 55, que diz que seus bens estão todos no nome da mulher. "Foi uma decisão de foro íntimo", afirma. Os bens da mulher, segundo ele, estão avaliados em cerca de R$ 500 mil.
Já Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), 22, diz que ainda mora na casa do pai, o atual prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PSB). Por isso, afirma ser dependente dele. "Esse é meu primeiro emprego. O carro que dirijo, por exemplo, é do meu pai", disse o parlamentar.
quinta-feira, outubro 19, 2006
A espécie humana "pode se dividir em duas"
Por BBC News 18/10/2006 às 19:48
No futuro, a humanidade pode se dividir em duas subespécies, como previu o escritor H.G. Wells, afirma Oliver Curry, doutor em teoria evolucionista da Escola de Economia de Londres. Segundo ele, haverá uma classe alta genética e uma classe inferior de pouca inteligência.
A raça humana vai atingir seu auge no ano três mil, antes da decadência por causa da dependência da tecnologia. As pessoas vão se tornar mais exigentes na escolha de seus parceiros sexuais e isso vai fazer a humanidade se dividir nas duas subespécies. Os descendentes da classe alta genética serão altos, magros, bonitos, inteligentes e criativos e muito mais evoluídos do que os humanos da ?classe inferior?, que vão involuir para criaturas de baixa inteligência, feias, anãs e de pernas arqueadas.
FIM DAS RAÇAS
Dentro de mil anos, os seres humanos vão ter de dois a três metros de altura, com longevidade de 120 anos, prevê o dr. Curry. A aparência física, medida pelos quesitos saúde, juventude e fertilidade, vai melhorar. Os homens vão ter características faciais simétricas, aparência atlética, queixos mais quadrados, vozes mais grossas e pênis avantajado. As mulheres vão desenvolver pele mais fina, delicada e sem pêlos, cabelos lisos, grandes olhos claros, seios empinados. As diferenças raciais vão desaparecer por causa da miscigenação, que produzirá pessoas uniformemente com uma cor de café.
Mas o dr. Curry adverte que, dentro de dez mil anos, os seres humanos acabarão pagando o preço genético por ter ficado escravos da tecnologia. Dependentes de máquinas para satisfazer todas suas necessidades, vão se assemelhar a animais domésticos.
MANDÍBULAS ATROFIADAS
Nesse estágio, as habilidades sociais, como comunicação e interação, se perderão juntamente com emoções como amor, simpatia, confiança e respeito. As pessoas se tornarão menos capazes de se preocupar com os outros ou de funcionar em grupo. Fisicamente, vão ter corpos infantis. As mandíbulas vão se atrofiar por causa da mastigação de comida processada. Poderá haver também problemas de saúde causados por dependência farmacológica e atendimento médico excessivo, resultando em sistemas imunológicos fracos. A prevenção da morte ajudará também a preservar defeitos genéticos que causam câncer.
Mais à frente, a seleção sexual ? a exagerada escolha de um parceiro ? vai redundar em mais e mais desigualdade genética. O resultado lógico serão duas subespécies, seres humanos ?graciosos? e ?robustos? semelhantes aos personagens Eloi e Morlocks do livro ?A Máquina do Tempo? publicado por H.G. Wells em 1895.
?Embora a ciência e a tecnologia tenham o potencial de criar um habitat ideal para a humanidade no próximo milênio, há a possibilidade de uma monumental ressaca genética nos milênios subseqüentes, causada por uma dependência exagerada da tecnologia que vai reduzir nossa capacidade de resistir a doenças ou de nos darmos bem uns com os outros?, explica o dr. Curry, que apresentou sua teoria no canal de televisão britânico Bravo, de audiência predominantemente masculina.
(Matéria do portal da BBC News traduzida e editada por José R. de Almeida)
Email:: zedealmeida@yahoo.com.br
© Copyleft http://www.midiaindependente.org:
É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
No futuro, a humanidade pode se dividir em duas subespécies, como previu o escritor H.G. Wells, afirma Oliver Curry, doutor em teoria evolucionista da Escola de Economia de Londres. Segundo ele, haverá uma classe alta genética e uma classe inferior de pouca inteligência.
A raça humana vai atingir seu auge no ano três mil, antes da decadência por causa da dependência da tecnologia. As pessoas vão se tornar mais exigentes na escolha de seus parceiros sexuais e isso vai fazer a humanidade se dividir nas duas subespécies. Os descendentes da classe alta genética serão altos, magros, bonitos, inteligentes e criativos e muito mais evoluídos do que os humanos da ?classe inferior?, que vão involuir para criaturas de baixa inteligência, feias, anãs e de pernas arqueadas.
FIM DAS RAÇAS
Dentro de mil anos, os seres humanos vão ter de dois a três metros de altura, com longevidade de 120 anos, prevê o dr. Curry. A aparência física, medida pelos quesitos saúde, juventude e fertilidade, vai melhorar. Os homens vão ter características faciais simétricas, aparência atlética, queixos mais quadrados, vozes mais grossas e pênis avantajado. As mulheres vão desenvolver pele mais fina, delicada e sem pêlos, cabelos lisos, grandes olhos claros, seios empinados. As diferenças raciais vão desaparecer por causa da miscigenação, que produzirá pessoas uniformemente com uma cor de café.
Mas o dr. Curry adverte que, dentro de dez mil anos, os seres humanos acabarão pagando o preço genético por ter ficado escravos da tecnologia. Dependentes de máquinas para satisfazer todas suas necessidades, vão se assemelhar a animais domésticos.
MANDÍBULAS ATROFIADAS
Nesse estágio, as habilidades sociais, como comunicação e interação, se perderão juntamente com emoções como amor, simpatia, confiança e respeito. As pessoas se tornarão menos capazes de se preocupar com os outros ou de funcionar em grupo. Fisicamente, vão ter corpos infantis. As mandíbulas vão se atrofiar por causa da mastigação de comida processada. Poderá haver também problemas de saúde causados por dependência farmacológica e atendimento médico excessivo, resultando em sistemas imunológicos fracos. A prevenção da morte ajudará também a preservar defeitos genéticos que causam câncer.
Mais à frente, a seleção sexual ? a exagerada escolha de um parceiro ? vai redundar em mais e mais desigualdade genética. O resultado lógico serão duas subespécies, seres humanos ?graciosos? e ?robustos? semelhantes aos personagens Eloi e Morlocks do livro ?A Máquina do Tempo? publicado por H.G. Wells em 1895.
?Embora a ciência e a tecnologia tenham o potencial de criar um habitat ideal para a humanidade no próximo milênio, há a possibilidade de uma monumental ressaca genética nos milênios subseqüentes, causada por uma dependência exagerada da tecnologia que vai reduzir nossa capacidade de resistir a doenças ou de nos darmos bem uns com os outros?, explica o dr. Curry, que apresentou sua teoria no canal de televisão britânico Bravo, de audiência predominantemente masculina.
(Matéria do portal da BBC News traduzida e editada por José R. de Almeida)
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É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
NÃO DEIXE ACONTECER: DEPUTADOS BAIANOS AUMENTARAM VERBA EM 25%
Por D. Aranha 19/10/2006 às 01:46
Este mês, os deputados estaduais baianos decidiram aumentar as verbas dos próprios gabinetes em 25%, com a justificativa de que têm o direito de equiparar essa verba à dos deputados federais. Não fique de braços cruzados! Assine o manifesto e envie aos deputados e ao Ministério Público.
NÃO DEIXE ACONTECER: DEPUTADOS AUMENTARAM VERBA EM 25%
Este mês, os deputados estaduais baianos decidiram aumentar as verbas dos próprios gabinetes em 25%, com a justificativa de que têm o direito de equiparar essa verba à dos deputados federais.
Como assim?!!!!! Porque os deputados federais têm, eles também querem?
Você lembra de Severino Cavalcanti, no ano passando, tentando aumentar os salários dos próprios deputados? E, como não conseguiu, aumentou em 25% a verba de gabinete, passando para R$ 43.750,00 por mês? Pois é, os nossos nobres deputados baianos não quiseram ficar para trás, e aprovaram o aumento da sua própria verba, na surdina, em pleno feriado!!!!!
Vamos mostrar que a sociedade não está de braços cruzados. Assine o manifesto abaixo e envie para o Ministério Público Estadual e para os deputados estaduais listados ao final do e-mail. Você vai gastar um minuto, mas esse ato pode representar uma economia de milhões de reais aos cofres públicos por ano.
==============================================
MANIFESTO CONTRA O AUMENTO DA VERBA DE GABINETE DOS DEPUTADOS BAIANOS
Nós, cidadãos baianos, consideramos injustificada e imoral o aumento das verbas de gabinete em 25% que os deputados estaduais da Bahia aprovaram em benefício próprio. Encaminhamos esta denúncia ao Ministério Público Estadual para que tome imediatamente as providências necessárias para impedir que os cofres públicos sejam lesados com essa medida irresponsável em milhões de reais por mês.
Abaixo-Assinado:
NOME: >>>
CPF: >>>
EMAIL: >>>
Enviar para:
mpublico@mp.ba.gov.br; aderbalcaldas@alba.ba.gov.br; alvarogomes@alba.ba.gov.br; acoronel@alba.ba.gov.br; apedrosa@alba.ba.gov.br; antoniorodrigues@alba.ba.gov.br;
arthurmaia@alba.ba.gov.br; cferraz@alba.ba.gov.br; elucas@alba.ba.gov.br; epimenta@alba.ba.gov.br; eboavent@alba.ba.gov.br; elielsantana@alba.ba.gov.br; elmar@alba.ba.gov.br; ereseda@alba.ba.gov.br; emiliano@alba.ba.gov.br; fabiosantana@alba.ba.gov.br; cgaban@alba.ba.gov.br; gersondedeus@alba.ba.gov.br; gbrito@alba.ba.gov.br; gpenedo@alba.ba.gov.br; heraldorocha@cpunet.com.br; hcedraz@alba.ba.gov.br; jcarlos@alba.ba.gov.br; deputadojavier@alba.ba.gov.br; jbonfim@alba.ba.gov.br; jnunes@alba.ba.gov.br; jmagalhaes@alba.ba.gov.br; joliveir@alba.ba.gov.br; jusmari@alba.ba.gov.br; lmata@alba.ba.gov.br; lsimoes@alba.ba.gov.br; luizargolo@alba.ba.gov.br; laugusto@alba.ba.gov.br; ldeus@alba.ba.gov.br; mnilo@alba.ba.gov.br; mmarinho@alba.ba.gov.br; mtrindade@alba.ba.gov.br; nelsonleal@alba.ba.gov.br; pjoel@alba.ba.gov.br; pazi@alba.ba.gov.br; pcamera@alba.ba.gov.br; psilva@alba.ba.gov.br; prangel@alba.ba.gov.br; palcanta@alba.ba.gov.br; pegidio@alba.ba.gov.br; rbraga@alba.ba.gov.br; rcarlos@alba.ba.gov.br; rmuniz@alba.ba.gov.br; randrade@alba.ba.gov.br; rcarletto@alba.ba.gov.br; sregis@alba.ba.gov.br; isidorio@alba.ba.gov.br; sfontes@alba.ba.gov.br; tpimenta@alba.ba.gov.br; tmpedrei@alba.ba.gov.br; tude@alba.ba.gov.br; assuncao@alba.ba.gov.br; vsantos@alba.ba.gov.br; waldenor@alba.ba.gov.br; wmota@alba.ba.gov.br; ypereira@alba.ba.gov.br; zvirgens@alba.ba.gov.br; zeneto@alba.ba.gov.br; ziltonrocha@alba.ba.gov.br; atribalista@gmail.com
Email:: atribalista@gmail.com
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Este mês, os deputados estaduais baianos decidiram aumentar as verbas dos próprios gabinetes em 25%, com a justificativa de que têm o direito de equiparar essa verba à dos deputados federais. Não fique de braços cruzados! Assine o manifesto e envie aos deputados e ao Ministério Público.
NÃO DEIXE ACONTECER: DEPUTADOS AUMENTARAM VERBA EM 25%
Este mês, os deputados estaduais baianos decidiram aumentar as verbas dos próprios gabinetes em 25%, com a justificativa de que têm o direito de equiparar essa verba à dos deputados federais.
Como assim?!!!!! Porque os deputados federais têm, eles também querem?
Você lembra de Severino Cavalcanti, no ano passando, tentando aumentar os salários dos próprios deputados? E, como não conseguiu, aumentou em 25% a verba de gabinete, passando para R$ 43.750,00 por mês? Pois é, os nossos nobres deputados baianos não quiseram ficar para trás, e aprovaram o aumento da sua própria verba, na surdina, em pleno feriado!!!!!
Vamos mostrar que a sociedade não está de braços cruzados. Assine o manifesto abaixo e envie para o Ministério Público Estadual e para os deputados estaduais listados ao final do e-mail. Você vai gastar um minuto, mas esse ato pode representar uma economia de milhões de reais aos cofres públicos por ano.
==============================================
MANIFESTO CONTRA O AUMENTO DA VERBA DE GABINETE DOS DEPUTADOS BAIANOS
Nós, cidadãos baianos, consideramos injustificada e imoral o aumento das verbas de gabinete em 25% que os deputados estaduais da Bahia aprovaram em benefício próprio. Encaminhamos esta denúncia ao Ministério Público Estadual para que tome imediatamente as providências necessárias para impedir que os cofres públicos sejam lesados com essa medida irresponsável em milhões de reais por mês.
Abaixo-Assinado:
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quarta-feira, outubro 18, 2006
Carta Aberta a Arnaldo Jabor
Por Mauro Carrara 18/10/2006 às 14:36
Quero comentários:
Carta Aberta a Arnaldo Jabor
De Mauro Carrara
Quase perfeitíssimo truão,
Primeiramente, atente ao substantivo, e não desconfie de insulto. Os bobos da corte são, historicamente, mais que promotores de fuzarca ou desvalidos a serviço do entretenimento. Os realmente talentosos urdiam na teia das anedotas a crítica a seus senhores monarcas, traduzindo pela ironia a bronca popular.
Era o caso do ácido e desengonçado Triboulet, vosso patrono, uma espécie de grilo falante capaz de estimular as consciências de Luís XII e Francisco I. Tantos outros venceram no ofício, como o impagável Cristobal de Pernia, uma espécie de conselheiro extra-oficial de Felipe IV.
Neste Brasil da pós-modernidade globalizante, el rei Dom Fernando Henrique Cardoso reviveu a bufonaria. No entanto, empregou-a de modo diverso, quase sempre como dissimulação hilariante para desviar atenções de sua ética de conveniência mercantil, tão bem definida por Dom José A. Gianotti, seu filósofo e encanador.
O ex-monarca utilizou ainda sua trupe de falastrões para promover a alienante festa pública sugerida por Maquiavel. Portanto, nunca é exagero te parabenizar pelo empenho profissional. Há anos, na ribalta televisiva, te devotas a divertir e iludir os "psites do sofá", mesmo depois que o tiranete a quem servias foi apeado do trono. Sempre diligente, conclamas e incitas, rebolando patranhas tal qual histriônico cabo de esquadra do restauracionismo.
Recentemente, contudo, causou-me espanto tua fúria salivante para edulcorar a participação do embusteiro Geraldo Alckmin no embate contra o grisalho herói de todos os sertões.
Como é próprio de teu ofício, fizeste rir ao embaralhar significados, ao abusar das hipérboles, ao exceder-se nos adjetivos impróprios, ao viajar na maionese das idéias desconexas.
No entanto, truão Jabor, prosperou aqui a dúvida. Que quiseste dizer com o clichê "choque de capitalismo"? Seria referência ao rombo de R$ 1,2 bilhão legado pelo embusteiro alquimista ao ressabiado governador Lembo? Ou seria apenas ironia herdada de teus predecessores, na profecia zombeteira de um novo "que comam brioches"?
Destacam-se também, como enigmas, tuas dupletas acres de escassa teoria. São os casos de "socialismo degradado", "populismo estatista" e "getulismo tardio". Eita, nóis! Que essas vigarices binárias nos viessem, ao menos, com sal de fruta. Né? Ora, de qual "socialismo" tratas? Será que resolveste, no supletivo dos sexagenários, estudar a industria cultural e as idéias de Adorno? Hum... Pouco provável.
No que tange ao termo "populismo", arrisco uma resposta. Tu o compraste na escribaria de ordenança dos novos donatários. É coisa do bazar de tolices de Civita e Frias Filho. Acertei? Diga aí...
Mas o que queres dizer com "getulismo"? Pelo que percebi, escapa-te o fenômeno à compreensão histórica. Tratas daquele do Departamento de Imprensa e Propaganda? Ou te referes àquele das necessárias justiças trabalhistas?
Outros exageros me encafifaram em tua anedota de encomenda. Tratas lisergicamente de um São Paulo "rico", como se construído dos empenhos da malta quatrocentona. Em teus seminários de apedeuta, desapareceu o povo. Evaporaram-se João Ramalho, Bartira, Tibiriçá, Anchieta, tantos mamelucos arabizados, tantos avós europeus aqui remixados, tantos irmãos nordestinos que ergueram nossos arranha-céus. Teu São Paulo mítico, tristemente, não admite a antropofagia.
E tem mais... Em tua pregação, o embusteiro Alckmin surge como legítimo herdeiro da alva elite construtora do progresso. Nesse delírio pós-positivista e lombrosiano, não há rastro da gestão criminosa dos privateiros tucanos, dos sonegadores dasluzeiros, dos pedageiros corruptos e dos sócios do marcolismo. Não te rendeste ao excesso? Ai, ai, ai...
Agitando guizos, executas tua prestidigitação. Empregas, em simultâneo, o sapato pontudo para alojar sob o tapete o sacrifício juvenil na Febem, as nove centenas de contratos irregulares e o estupendo assalto ao tesouro da gente bandeirante. Não exageraste? És bufão ou advogado, truão Jabor?
Entre tuas deformações, tão valiosas ao ofício, suponho até mesmo a cegueira de um olho. Ignoras o júbilo de milhões de vassalos não mais famintos, agora metidos a escrever o próprio nome. Vê, quanto atrevimento! Tampouco registras a voz de ameríndios e afro-descendentes, agora perigosamente mais próximos de ti, a tomar lugar nos bancos da universidades.
Não enxergas a energia elétrica nos grotões nem o canto de esperança dos humildes da terra, fortalecidos em cooperativas de produção.
Depois, qual demiurgo de botequim, dizes que o nasolongo Alckmin é "incisivo", enquanto o outro te parece "evasivo". Ladino que és, julgas os combatentes pelo aspecto cênico e não pela natureza das idéias. No caso do embusteiro alquimista, excedes ao elogiar o espantalho bélico, aplicadíssimo ao método stanislavskiano. Ora, magnífico truão, todos vimos que o herói de todos os sertões é adepto de outra técnica. Pisa o palco de Brecht, revelando-se como realmente é, antes que se mistifique no papel de fundeiro de microfone.
Cantaste, portanto, a vitória do "limpinho", do "sem barba", do malcriado que imita Tyson. Como líder de torcida, vibraste na platéia, tuas pernas flácidas saltitando de contentamento, as mãos agitando invisíveis fitas coloridas. Ah, mas perdeste a razão...
Depois, destilaste teu parvo sarcasmo sobre o "povo", sobre a "mãe analfabeta" do operário e sobre os "pobres", em suma, sobre esses todos do "lado de cá". Na piada rancorosa, revelaste um desprezo moldado para a auto-proteção.
Sabes o quanto é doloroso viver deste lado da linha, no território dos anônimos, dos que sofrem e trabalham de verdade.
Se há dialética nesta missiva, agrego teus motivos. Sabes o valor de uma adoção real, ainda que precises caminhar de quatro, atado à coleirinha de el rei. Sabes o quanto é estratégica essa assepsia, esse descontato com o ímpio das ruas, dos campos e das construções.
Assim, me permito uma visita a teu passado. Tua obra "séria" resultou, caro truão, em enorme fracasso. E, disso, bem sabes. Por um tempo, tuas ventosas de sanguessuga agarraram algumas tetas públicas. Desse modo, pudeste alimentar teus espetáculos de terceira categoria, ainda que fizessem rir quando a intenção era pretensiosamente induzir à reflexão.
Incerto dia, pobre de ti, todo o oportunismo de parasita foi castigado, de modo que te encontraste novamente vadio, mergulhado na mais profunda frustração. Naquele momento, julgo, buscaste inspiração em Triboulet...
Na Vênus Platinada do decrépito Marinho, iniciaste tua pândega panfletária, calcada na manipulação marota de cacos de idéias. Nada por inteiro. Coerente para quem, por natureza, carece de integridade.
Esse flashback permite, portanto, compreender melhor o roteiro cínico. Tanto faz se teu senhor largou o reino às escuras, se destacou piratas para pilhar o patrimônio público, se foi incompetente até mesmo para empreender no capitalismo que tanto celebras. Às tuas costas, no tempo, estende-se a terra arrasada pela peste do egoísmo, habitada de fariseus neoliberais e de peruas ridículas e mesquinhas. Por meio da ruidosa retórica de falso indignado, desvias o olhar público dessa paisagem da tragédia.
Para seguir o ato farsesco, fazes descer o pano da falácia sinistra do golpismo lacerdista, da distorção, da maledicência e da espetacularização do rito inquisitório. Simulas ver aqui, em alto grau, o que ignoras ali. Na telinha da "Grobo", distribui sofismas, injetas no sangue de Otello a desconfiança, patrocinas a intriga nacional.
Poder-se-ia encontrar em ti o personagem Sacripante. Uma observação acurada, entretanto, revela mais um Silvério dos Reis das artes cênicas. Certa vez, me disse Henfil: "o pior humorista é o que vende sua comédia aos canalhas que fazem o povo chorar". Simples, didático, serve à elaboração de um código de ética de tua categoria.
Pois, tua notícia deturpada do embate, devotado truão, mostrou-se cômico engodo. Foi lá, teu embusteiro "truco-lento" dar com as fuças na parede. Saiu do campo laureado e enganado, pior que Pirro. Este, menos imbecil, admitiu que a vitória contra os romanos fora uma tragédia, o prólogo de sua ruína.
Portanto, o exemplo da derrota também te serve. Decisivamente, ainda que te gabes, jamais superaste Paulo Francis, o bobo da corte mais destro nessas artes de sabujo-rabujo. E se cultivas alguma pretensão de hegemonia, te sugiro mover o pescocinho atrofiado. Pilantrinhas peraltas, como Mainardi e Azevedo, emparelham já contigo, disputam hidrofobicamente a suprema magistratura da bufonaria.
E, percebe truão, que a dupla tonto-fascista não te fica a dever: são também inescrupulosos, traiçoeiros e carregam a poderosa energia do ressentimento, sem contar que igualmente migraram do fracasso profissional para a aventura mercenária midiática.
Por fim, adorável truão, ajusta o relógio da tua soberba. Não é hora de celebrar a ignomínia convertida em comédia. Nem é momento de levantar a horda de rufiões da "ética" para cantar a vitória restauracionista. Para além dos simulacros do teu moralismo cínico, lambuzado de paroxismos impróprios, exercita-se o sabre do julgamento público, implacável, aquele cuja lâmina é afiada pelo tempo. Subiram os letreiros... Perdeste o charme. Perdeste a graça.
Nota de Boca de Mídia sobre o autor:
Mauro Carrara é jornalista, nascido em 1939, no Brás, em São Paulo. É o segundo filho de Giuseppe Carrara, professor de Filosofia em Bologna, e de Grazia Benedetti, uma operária e militante comunista de Nápoli. O casal chegou ao Brasil em 1934, fugindo da perseguição fascista. Mauro foi para a Itália em 1959, por sugestão do amigo dramaturgo G. Guarnieri. Em Firenze, estudou arte, ciências sociais e comunicação. De volta ao Brasil, passou dois anos na Amazônia. Ao atuar na defesa dos povos indígenas, foi preso pelo regime militar. Libertado, voltou à Itália. Como free-lancer, produziu reportagens para jornais como L?Unita e Il Manifesto. Com o primo Antonino, esteve no Vietnã, no início da década de 70. Em 1973, no Chile, juntou-se à resistência ao golpe contra Allende. No Brasil, como clandestino, aproximou-se do cartunista Henfil, cujos trabalhos traduziu para uma revista alternativa italiana. Na década de 80, prestou serviços para a ONU em países como China, Iraque e Marrocos. Nos anos 90, assessorou ONGs brasileiras, especialmente na área de Direitos Humanos. Ainda atua na área de comunicação e relações internacionais.
© Copyleft http://www.midiaindependente.org:
É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
Quero comentários:
Carta Aberta a Arnaldo Jabor
De Mauro Carrara
Quase perfeitíssimo truão,
Primeiramente, atente ao substantivo, e não desconfie de insulto. Os bobos da corte são, historicamente, mais que promotores de fuzarca ou desvalidos a serviço do entretenimento. Os realmente talentosos urdiam na teia das anedotas a crítica a seus senhores monarcas, traduzindo pela ironia a bronca popular.
Era o caso do ácido e desengonçado Triboulet, vosso patrono, uma espécie de grilo falante capaz de estimular as consciências de Luís XII e Francisco I. Tantos outros venceram no ofício, como o impagável Cristobal de Pernia, uma espécie de conselheiro extra-oficial de Felipe IV.
Neste Brasil da pós-modernidade globalizante, el rei Dom Fernando Henrique Cardoso reviveu a bufonaria. No entanto, empregou-a de modo diverso, quase sempre como dissimulação hilariante para desviar atenções de sua ética de conveniência mercantil, tão bem definida por Dom José A. Gianotti, seu filósofo e encanador.
O ex-monarca utilizou ainda sua trupe de falastrões para promover a alienante festa pública sugerida por Maquiavel. Portanto, nunca é exagero te parabenizar pelo empenho profissional. Há anos, na ribalta televisiva, te devotas a divertir e iludir os "psites do sofá", mesmo depois que o tiranete a quem servias foi apeado do trono. Sempre diligente, conclamas e incitas, rebolando patranhas tal qual histriônico cabo de esquadra do restauracionismo.
Recentemente, contudo, causou-me espanto tua fúria salivante para edulcorar a participação do embusteiro Geraldo Alckmin no embate contra o grisalho herói de todos os sertões.
Como é próprio de teu ofício, fizeste rir ao embaralhar significados, ao abusar das hipérboles, ao exceder-se nos adjetivos impróprios, ao viajar na maionese das idéias desconexas.
No entanto, truão Jabor, prosperou aqui a dúvida. Que quiseste dizer com o clichê "choque de capitalismo"? Seria referência ao rombo de R$ 1,2 bilhão legado pelo embusteiro alquimista ao ressabiado governador Lembo? Ou seria apenas ironia herdada de teus predecessores, na profecia zombeteira de um novo "que comam brioches"?
Destacam-se também, como enigmas, tuas dupletas acres de escassa teoria. São os casos de "socialismo degradado", "populismo estatista" e "getulismo tardio". Eita, nóis! Que essas vigarices binárias nos viessem, ao menos, com sal de fruta. Né? Ora, de qual "socialismo" tratas? Será que resolveste, no supletivo dos sexagenários, estudar a industria cultural e as idéias de Adorno? Hum... Pouco provável.
No que tange ao termo "populismo", arrisco uma resposta. Tu o compraste na escribaria de ordenança dos novos donatários. É coisa do bazar de tolices de Civita e Frias Filho. Acertei? Diga aí...
Mas o que queres dizer com "getulismo"? Pelo que percebi, escapa-te o fenômeno à compreensão histórica. Tratas daquele do Departamento de Imprensa e Propaganda? Ou te referes àquele das necessárias justiças trabalhistas?
Outros exageros me encafifaram em tua anedota de encomenda. Tratas lisergicamente de um São Paulo "rico", como se construído dos empenhos da malta quatrocentona. Em teus seminários de apedeuta, desapareceu o povo. Evaporaram-se João Ramalho, Bartira, Tibiriçá, Anchieta, tantos mamelucos arabizados, tantos avós europeus aqui remixados, tantos irmãos nordestinos que ergueram nossos arranha-céus. Teu São Paulo mítico, tristemente, não admite a antropofagia.
E tem mais... Em tua pregação, o embusteiro Alckmin surge como legítimo herdeiro da alva elite construtora do progresso. Nesse delírio pós-positivista e lombrosiano, não há rastro da gestão criminosa dos privateiros tucanos, dos sonegadores dasluzeiros, dos pedageiros corruptos e dos sócios do marcolismo. Não te rendeste ao excesso? Ai, ai, ai...
Agitando guizos, executas tua prestidigitação. Empregas, em simultâneo, o sapato pontudo para alojar sob o tapete o sacrifício juvenil na Febem, as nove centenas de contratos irregulares e o estupendo assalto ao tesouro da gente bandeirante. Não exageraste? És bufão ou advogado, truão Jabor?
Entre tuas deformações, tão valiosas ao ofício, suponho até mesmo a cegueira de um olho. Ignoras o júbilo de milhões de vassalos não mais famintos, agora metidos a escrever o próprio nome. Vê, quanto atrevimento! Tampouco registras a voz de ameríndios e afro-descendentes, agora perigosamente mais próximos de ti, a tomar lugar nos bancos da universidades.
Não enxergas a energia elétrica nos grotões nem o canto de esperança dos humildes da terra, fortalecidos em cooperativas de produção.
Depois, qual demiurgo de botequim, dizes que o nasolongo Alckmin é "incisivo", enquanto o outro te parece "evasivo". Ladino que és, julgas os combatentes pelo aspecto cênico e não pela natureza das idéias. No caso do embusteiro alquimista, excedes ao elogiar o espantalho bélico, aplicadíssimo ao método stanislavskiano. Ora, magnífico truão, todos vimos que o herói de todos os sertões é adepto de outra técnica. Pisa o palco de Brecht, revelando-se como realmente é, antes que se mistifique no papel de fundeiro de microfone.
Cantaste, portanto, a vitória do "limpinho", do "sem barba", do malcriado que imita Tyson. Como líder de torcida, vibraste na platéia, tuas pernas flácidas saltitando de contentamento, as mãos agitando invisíveis fitas coloridas. Ah, mas perdeste a razão...
Depois, destilaste teu parvo sarcasmo sobre o "povo", sobre a "mãe analfabeta" do operário e sobre os "pobres", em suma, sobre esses todos do "lado de cá". Na piada rancorosa, revelaste um desprezo moldado para a auto-proteção.
Sabes o quanto é doloroso viver deste lado da linha, no território dos anônimos, dos que sofrem e trabalham de verdade.
Se há dialética nesta missiva, agrego teus motivos. Sabes o valor de uma adoção real, ainda que precises caminhar de quatro, atado à coleirinha de el rei. Sabes o quanto é estratégica essa assepsia, esse descontato com o ímpio das ruas, dos campos e das construções.
Assim, me permito uma visita a teu passado. Tua obra "séria" resultou, caro truão, em enorme fracasso. E, disso, bem sabes. Por um tempo, tuas ventosas de sanguessuga agarraram algumas tetas públicas. Desse modo, pudeste alimentar teus espetáculos de terceira categoria, ainda que fizessem rir quando a intenção era pretensiosamente induzir à reflexão.
Incerto dia, pobre de ti, todo o oportunismo de parasita foi castigado, de modo que te encontraste novamente vadio, mergulhado na mais profunda frustração. Naquele momento, julgo, buscaste inspiração em Triboulet...
Na Vênus Platinada do decrépito Marinho, iniciaste tua pândega panfletária, calcada na manipulação marota de cacos de idéias. Nada por inteiro. Coerente para quem, por natureza, carece de integridade.
Esse flashback permite, portanto, compreender melhor o roteiro cínico. Tanto faz se teu senhor largou o reino às escuras, se destacou piratas para pilhar o patrimônio público, se foi incompetente até mesmo para empreender no capitalismo que tanto celebras. Às tuas costas, no tempo, estende-se a terra arrasada pela peste do egoísmo, habitada de fariseus neoliberais e de peruas ridículas e mesquinhas. Por meio da ruidosa retórica de falso indignado, desvias o olhar público dessa paisagem da tragédia.
Para seguir o ato farsesco, fazes descer o pano da falácia sinistra do golpismo lacerdista, da distorção, da maledicência e da espetacularização do rito inquisitório. Simulas ver aqui, em alto grau, o que ignoras ali. Na telinha da "Grobo", distribui sofismas, injetas no sangue de Otello a desconfiança, patrocinas a intriga nacional.
Poder-se-ia encontrar em ti o personagem Sacripante. Uma observação acurada, entretanto, revela mais um Silvério dos Reis das artes cênicas. Certa vez, me disse Henfil: "o pior humorista é o que vende sua comédia aos canalhas que fazem o povo chorar". Simples, didático, serve à elaboração de um código de ética de tua categoria.
Pois, tua notícia deturpada do embate, devotado truão, mostrou-se cômico engodo. Foi lá, teu embusteiro "truco-lento" dar com as fuças na parede. Saiu do campo laureado e enganado, pior que Pirro. Este, menos imbecil, admitiu que a vitória contra os romanos fora uma tragédia, o prólogo de sua ruína.
Portanto, o exemplo da derrota também te serve. Decisivamente, ainda que te gabes, jamais superaste Paulo Francis, o bobo da corte mais destro nessas artes de sabujo-rabujo. E se cultivas alguma pretensão de hegemonia, te sugiro mover o pescocinho atrofiado. Pilantrinhas peraltas, como Mainardi e Azevedo, emparelham já contigo, disputam hidrofobicamente a suprema magistratura da bufonaria.
E, percebe truão, que a dupla tonto-fascista não te fica a dever: são também inescrupulosos, traiçoeiros e carregam a poderosa energia do ressentimento, sem contar que igualmente migraram do fracasso profissional para a aventura mercenária midiática.
Por fim, adorável truão, ajusta o relógio da tua soberba. Não é hora de celebrar a ignomínia convertida em comédia. Nem é momento de levantar a horda de rufiões da "ética" para cantar a vitória restauracionista. Para além dos simulacros do teu moralismo cínico, lambuzado de paroxismos impróprios, exercita-se o sabre do julgamento público, implacável, aquele cuja lâmina é afiada pelo tempo. Subiram os letreiros... Perdeste o charme. Perdeste a graça.
Nota de Boca de Mídia sobre o autor:
Mauro Carrara é jornalista, nascido em 1939, no Brás, em São Paulo. É o segundo filho de Giuseppe Carrara, professor de Filosofia em Bologna, e de Grazia Benedetti, uma operária e militante comunista de Nápoli. O casal chegou ao Brasil em 1934, fugindo da perseguição fascista. Mauro foi para a Itália em 1959, por sugestão do amigo dramaturgo G. Guarnieri. Em Firenze, estudou arte, ciências sociais e comunicação. De volta ao Brasil, passou dois anos na Amazônia. Ao atuar na defesa dos povos indígenas, foi preso pelo regime militar. Libertado, voltou à Itália. Como free-lancer, produziu reportagens para jornais como L?Unita e Il Manifesto. Com o primo Antonino, esteve no Vietnã, no início da década de 70. Em 1973, no Chile, juntou-se à resistência ao golpe contra Allende. No Brasil, como clandestino, aproximou-se do cartunista Henfil, cujos trabalhos traduziu para uma revista alternativa italiana. Na década de 80, prestou serviços para a ONU em países como China, Iraque e Marrocos. Nos anos 90, assessorou ONGs brasileiras, especialmente na área de Direitos Humanos. Ainda atua na área de comunicação e relações internacionais.
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É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
terça-feira, outubro 17, 2006
Eles misturam os bolsos
Por: Sebastião Nery
Antonio Castro, da Arena, era prefeito de Cabo Frio, no Rio. Stelio Santos, também da Arena, era vereador de Cabo Frio. Amigos, Antonio Castro chamou Stelio para seu chefe de gabinete.
Em pouco tempo, Stelio era o verdadeiro prefeito. Inteligente, ativo, mandava e desmandava. E Antonio Castro, por preguiça, gostava. Uma tarde, os dois despachavam na prefeitura, chegou uma conta da Sapataria Vison para o prefeito pagar. Era um par de sapatos comprado pela mulher dele. Antonio Carlos ficou irritado:
- Minha mulher está maluca. Sapato na conta da prefeitura? O que é que eu faço? Em que verba ponho isso?
Stelio resolveu logo o problema:
- Sapato, sapato. Põe na verba de "calçamento".
José Américo
O velho. sábio e saudoso José Américo, da Paraíba, ensinava:
- Uma das desgraças nacionais é que muitos de nossos homens públicos não distinguem o que é público do que é privado. Eles misturam os bolsos.
Todo esse mar de lama ético, toda essa corrupção em que o governo Lula e o PT mergulharam o País, como jamais se havia visto, nasceu exatamente daí. Lula, o PT, seus parceiros e aliados, não conseguem distinguir o que é a coisa pública (a "res publica" romana) do que é a coisa privada.
Eles "misturam os bolsos". Desde os gregos, Aristóteles buscou o conhecimento antes de tudo a partir da "compreensão das diferenças" (é o mesmo "distinguo" tomista, naturalmente de Santo Tomás de Aquino).
Hoje, no Rio, Lula vai se encontrar com seus "intelectuais". Quase todos velhos "apanhadores em campos de centeio" (J.B. Salinger), gente da "cultura imobiliária", de que fala o gênio de Millor Fernandes, e que, entra governo e sai governo, em vez de aprenderem a "distinguir", só sabem "misturar" verbas públicas com suas contas bancárias particulares.
Gullar
Um intelectual, intelectual de verdade, dos maiores do País, que outras vezes, em outras campanhas de Lula, deve ter estado lá com ele, desta vez em hipótese alguma estará no Canecão. Ferreira Gullar já disse por que não vai:
1 - "Seria hilariante, se não fosse constrangedor, ouvir Lula dizer que, no segundo turno, iria travar um debate profundo sobre a ética... O político cara-de-pau não hesita em negar a mais incontestável das evidências, se ela o compromete e pode lhe tirar votos... Sabe muito bem que finge e mente e que ninguém acreditará no que afirma".
2 - "Lula garantiu que está louco para discutir problemas éticos, quando se sabe que é a última coisa que gostaria de fazer... Os petistas, particularmente os dois citados (Lula e o ministro Tarso Genro), são mestres em simulações, verdadeiros atores e tanto melhores se o gênero é a farsa".
3 - "O que mais impressiona nessa farra petista de falcatruas é que ela persiste, apesar dos escândalos que tem provocado... Muita gente se pergunta: eles são aloprados? Não, não são aloprados, são corruptos, são viciados em corrupção. A corrupção é a sua segunda natureza" (domingo, na "Folha").
Dirceu
No "Radar" da "Veja", o Lauro Jardim conta:
"José Dirceu continua em assembléia permanente com Lula. Ou seja, eles têm se falado muito nesta campanha. Mas sem holofotes. Dirceu sabe que a exposição desse relacionamento atrapalharia a campanha pela reeleição".
Em 93, apareceu em Paris a biografia de Mikoian, Anastas Ivanovitch Mikoian (1895-1971), um dos últimos velhos bolcheviques, ex-presidente do Soviete Supremo, com novas revelações sobre Beria (Laurenti Pavlovitch), que passou toda a vida na Tcheka, GPU, NKVD, os vários nomes da polícia secreta soviética e, em julho de 53, três meses depois da morte de Stalin (março de 53), "preso como traidor do Estado e nas vésperas do Natal fuzilado".e
De lá, escrevi algumas colunas sobre José Dirceu, Lula e o PT ("O Beria de Lula", "PT, um partido policial", etc). Nos vários misteriosos anos que passou em Cuba, enquanto os companheiros treinavam guerrilha e vinham morrer no Brasil, o esperto e beriano Dirceu fez mestrado e doutorado em informações, em política e polícia secretas, e veio depois aplicar tudo no PT.
Garcia
Foi com esse arsenal secreto que, no ano seguinte, Dirceu tomou o PT de assalto, passou a abastecer e controlar a vida de Lula e nunca mais deixou de ser o dono de Lula, do PT e, depois, do governo. No ano passado, expelido do governo e da Câmara por exigência higiênica da democracia, numa longa entrevista (não lembro se à Folha" ou a "O Globo"), perguntaram a Dirceu quem era seu melhor amigo. Respondeu de pronto: "Marco Aurélio Garcia".
Quando Genoino foi derrubado da presidência do PT, Dirceu enfiou logo lá, como presidente do PT e chefe da campanha de Lula, o Berzoini, seu velho guarda-costas e, como vice-presidente, Marco Aurélio Garcia. Quando Berzoini caiu, da campanha e do partido, no escândalo do dossiê, Dirceu pôs também, na campanha e na presidência do PT, o Garcia, o "maior amigo".
Dirceu continua o Beria de Lula.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Antonio Castro, da Arena, era prefeito de Cabo Frio, no Rio. Stelio Santos, também da Arena, era vereador de Cabo Frio. Amigos, Antonio Castro chamou Stelio para seu chefe de gabinete.
Em pouco tempo, Stelio era o verdadeiro prefeito. Inteligente, ativo, mandava e desmandava. E Antonio Castro, por preguiça, gostava. Uma tarde, os dois despachavam na prefeitura, chegou uma conta da Sapataria Vison para o prefeito pagar. Era um par de sapatos comprado pela mulher dele. Antonio Carlos ficou irritado:
- Minha mulher está maluca. Sapato na conta da prefeitura? O que é que eu faço? Em que verba ponho isso?
Stelio resolveu logo o problema:
- Sapato, sapato. Põe na verba de "calçamento".
José Américo
O velho. sábio e saudoso José Américo, da Paraíba, ensinava:
- Uma das desgraças nacionais é que muitos de nossos homens públicos não distinguem o que é público do que é privado. Eles misturam os bolsos.
Todo esse mar de lama ético, toda essa corrupção em que o governo Lula e o PT mergulharam o País, como jamais se havia visto, nasceu exatamente daí. Lula, o PT, seus parceiros e aliados, não conseguem distinguir o que é a coisa pública (a "res publica" romana) do que é a coisa privada.
Eles "misturam os bolsos". Desde os gregos, Aristóteles buscou o conhecimento antes de tudo a partir da "compreensão das diferenças" (é o mesmo "distinguo" tomista, naturalmente de Santo Tomás de Aquino).
Hoje, no Rio, Lula vai se encontrar com seus "intelectuais". Quase todos velhos "apanhadores em campos de centeio" (J.B. Salinger), gente da "cultura imobiliária", de que fala o gênio de Millor Fernandes, e que, entra governo e sai governo, em vez de aprenderem a "distinguir", só sabem "misturar" verbas públicas com suas contas bancárias particulares.
Gullar
Um intelectual, intelectual de verdade, dos maiores do País, que outras vezes, em outras campanhas de Lula, deve ter estado lá com ele, desta vez em hipótese alguma estará no Canecão. Ferreira Gullar já disse por que não vai:
1 - "Seria hilariante, se não fosse constrangedor, ouvir Lula dizer que, no segundo turno, iria travar um debate profundo sobre a ética... O político cara-de-pau não hesita em negar a mais incontestável das evidências, se ela o compromete e pode lhe tirar votos... Sabe muito bem que finge e mente e que ninguém acreditará no que afirma".
2 - "Lula garantiu que está louco para discutir problemas éticos, quando se sabe que é a última coisa que gostaria de fazer... Os petistas, particularmente os dois citados (Lula e o ministro Tarso Genro), são mestres em simulações, verdadeiros atores e tanto melhores se o gênero é a farsa".
3 - "O que mais impressiona nessa farra petista de falcatruas é que ela persiste, apesar dos escândalos que tem provocado... Muita gente se pergunta: eles são aloprados? Não, não são aloprados, são corruptos, são viciados em corrupção. A corrupção é a sua segunda natureza" (domingo, na "Folha").
Dirceu
No "Radar" da "Veja", o Lauro Jardim conta:
"José Dirceu continua em assembléia permanente com Lula. Ou seja, eles têm se falado muito nesta campanha. Mas sem holofotes. Dirceu sabe que a exposição desse relacionamento atrapalharia a campanha pela reeleição".
Em 93, apareceu em Paris a biografia de Mikoian, Anastas Ivanovitch Mikoian (1895-1971), um dos últimos velhos bolcheviques, ex-presidente do Soviete Supremo, com novas revelações sobre Beria (Laurenti Pavlovitch), que passou toda a vida na Tcheka, GPU, NKVD, os vários nomes da polícia secreta soviética e, em julho de 53, três meses depois da morte de Stalin (março de 53), "preso como traidor do Estado e nas vésperas do Natal fuzilado".e
De lá, escrevi algumas colunas sobre José Dirceu, Lula e o PT ("O Beria de Lula", "PT, um partido policial", etc). Nos vários misteriosos anos que passou em Cuba, enquanto os companheiros treinavam guerrilha e vinham morrer no Brasil, o esperto e beriano Dirceu fez mestrado e doutorado em informações, em política e polícia secretas, e veio depois aplicar tudo no PT.
Garcia
Foi com esse arsenal secreto que, no ano seguinte, Dirceu tomou o PT de assalto, passou a abastecer e controlar a vida de Lula e nunca mais deixou de ser o dono de Lula, do PT e, depois, do governo. No ano passado, expelido do governo e da Câmara por exigência higiênica da democracia, numa longa entrevista (não lembro se à Folha" ou a "O Globo"), perguntaram a Dirceu quem era seu melhor amigo. Respondeu de pronto: "Marco Aurélio Garcia".
Quando Genoino foi derrubado da presidência do PT, Dirceu enfiou logo lá, como presidente do PT e chefe da campanha de Lula, o Berzoini, seu velho guarda-costas e, como vice-presidente, Marco Aurélio Garcia. Quando Berzoini caiu, da campanha e do partido, no escândalo do dossiê, Dirceu pôs também, na campanha e na presidência do PT, o Garcia, o "maior amigo".
Dirceu continua o Beria de Lula.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Meu nome é Luiz Inácio Lula da Silva mas
Por: Helio Fernandes
Pode me chamar de presidente, e repetir 4 anos de retrocesso
Faltam pouco mais de 10 dias para a eleição, o 2º turno com a vitória anunciada de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2002, começando 4 meses antes da eleição, escrevi vários artigos, todos com o mesmo título, logicamente com textos diferentes, mas com igual convicção. Título geral: "Meu nome é Luiz Inácio Lula da Silva, mas pode me chamar de presidente".
52 milhões de eleitores confirmaram a esperança que se desprendia ou que surgia da alternância do Poder. Num país dominado pela elite, no Império e na República, um trabalhador no governo era mais do que uma experiência, era a consagração da democracia.
Isso foi dito com votos, com palavras, com expectativa, barulhenta ou silenciosa. E se 52 milhões de cidadãos "teclaram" o número de Lula em 2002, outros 52 milhões não fizeram isso, mas deixaram implícito e explícito: não davam a ele o voto na urna, mas emprestavam esse voto, na esperança, na compreensão, na divagação de que finalmente a República deixaria de ser um sonho arruinado, destroçado, desesperançado.
Durante esses quase 4 anos fui expressando minha decepção, minha inquietação, minha constatação de que nada aconteceria. Logo, logo não havia mais dúvida: Lula assumia com 2 projetos. Um, pessoal, que era de se impor através da exibição na televisão, ou então pelas viagens internacionais, dialogando com os donos do mundo. Nos primeiros meses ou até, digamos, 1 ano, seu charme, carisma, da vitória de um trabalhador pobríssimo que conseguira vencer tudo e chegar a presidente da República, se mantiveram intactos.
Mas logo se via que um outro esquema dominava o governo, o Planalto e o Alvorada, e por motivos os mais diversos arrastava o próprio Lula. Arrastava ou o mantinha inteiramente por fora de tudo? Lula continuava a se exibir na televisão interna e nos palcos externos, mas a desconfiança se consolidava. E imediatamente se materializava o grupo da ambição que se consolidava utilizando a corrupção. Pretendiam o que Hitler chamara de "Reich dos mil anos" e FHC os 20 anos, no mínimo do Poder pela entrega do patrimônio nacional.
Meu primeiro brado retumbante: quando o presidente Lula disse na televisão: "Fico esperando ansioso que o Palocci e o Meirelles acenem com o sinal verde para baixar os juros". Era muito, protestei abertamente. O regime é presidencialista, o presidente pode tudo, por que depender de dois subordinados? Por sua vez, subordinados ao FMI?
Em menos de 2 anos tudo desmoronou. Escândalos e mais escândalos foram chegando ao conhecimento geral. Eram de tal ordem, num volume tão extraordinário, que seqüestraram o próprio presidente Lula. Continuou negando, insistiu no monótono "não sei de nada", mas foi demitindo, desonrosamente, os principais auxiliares. Teve que expulsar com cartão vermelho aqueles que esperava que lhe acenassem com cartão verde.
Os 4 anos de Lula representam a maior e mais incoerente tragédia do que pode ser chamado sem qualquer hesitação de cópia do "fernandohenriquecardosismo". É terrível para um presidente que prometeu a esperança e a realização fazer tudo igual ao antecessor, que é conhecido pelo RETROCESSO DE 80 ANOS EM 8.
Ultrapassando logo o tempo e o espaço, estamos perto do 29 de outubro, do 2º turno e da nova vitória de Lula. No 1º turno teve 48,5% dos votos. Não vai perder 1 só desses votos e ganhará mais 6 ou 7%, chegando facilmente aos 55%. Alckmin pode chegar a 45%, que ilusão.
PS - Este artigo, bem antes da eleição inútil do dia 29 e do debate vazio do dia 27, pode ter, e tem mesmo, o título dos que escrevi em 2002. Mas o repórter, dominado pelo desalento, pelo desencanto, pela descrença.
PS 2 - Como não gosto de votar em branco ou anular o voto, e como votar em Alckmin representa a mesma coisa, ficou a opção a ser cumprida com tanta dor no coração, que o melhor mesmo é, antes da votação, colocar um marcapasso. Réplica do que colocaram no país, ESTAGNANDO-O ou CONDENANDO-O ao RETROCESSO.
Geraldo Alckmin
Outro que desaparece. Não tenho nada pessoalmente contra ele, só o que representa. Por isso o velório antes da morte, dia 29.
Meu artigo em defesa dos funcionários da AERUS, PETROS e AEROS, que são roubados na APOSENTADORIA COMPLEMENTAR, teve excelente repercussão. No sábado mesmo houve reunião-jantar, e quase ia saindo um acordo positivo. Ivan Barreto, presidente da AMBEP, tentou apoiar o lado bom da AEPET. Já fizera a defesa de Fernando Siqueira, diretor da AEPET e membro do Conselho Deliberativo da AMBEP. Mas logo o grupo ruim que assaltou a AEPET tomou providências.
O presidente da AEPET, Heitor Pereira, estava presente, mas quem falou foi o engenheiro Sidney Reis. Manda mais que o presidente, e se apresenta como ASSESSOR JURÍDICO. (Recado para a OAB: se ele não é advogado, pode ser ASSESSOR JURÍDICO?).
Como são malabaristas, na eleição da AMBEP, que não demora, querem tirar Fernando Siqueira do Conselho Deliberativo e colocá-lo no Conselho Fiscal. A AMBEP representa mais de 130 mil funcionários. Heitor Pereira continuará em silêncio.
A Sujíssima Veja errou mais uma vez. Garantiu que Alckmin é ameaça real (ou dólar?) ao presidente Lula.
Assim como engana o leitor na informação e na opinião, engana também na análise. Onde a surpresa? Lula não terá menos de 55% dos votos.
Alckmin contamina até amigos (?). Prometeu o Ministério da Fazenda ao corrupTASSO, ninguém foi tão derrotado quanto ele, principalmente no seu estado, o Ceará. Além disso, Alckmin que não ganha, prometeu em vão.
O presidenciável registrado pelo PSDB, mas com a cúpula desse partido com horror a ele, garantiu a Michel Temer que seria presidente da Câmara. Temer pretendia isso ou a vice do Serra, foi vetado por Quercia.
Temer já se julgava presidente da Câmara. Ficou em penúltimo lugar na legenda. Mas como 2 candidatos do PMDB foram impugnados e se elegeram, Temer, desesperado, vive a angústia de ser suplente. Se fosse no Senado, que maravilha viver. Não presidirá a Câmara.
Ney Suassuna, derrotado pelo povo do seu estado, e não reeeleito, faz agora apelo aos colegas: para que cassá-lo, seu mandato está no fim.
Não tem apoio, respondem: a cassação não é pelo tempo e sim pela credibilidade. O relator, Jefferson Peres, desconheceu os apelos, pediu sua cassação. Foi insultado, injuriado, agredido. Piorou a situação.
José Roberto Dutra é arrogante, pretensioso, incompetente. Perdeu para governador do Sergipe, não se reelegeu senador, ganhou de presente a Petrobras. Teve que ser demitido às pressas ou a grande empresa acabava.
Foi novamente candidato a senador, outra vez derrotado. Mesmo apoiado por Marcelo Déda, prefeito duas vezes e eleito governador.
Dutra sonha que Lula repita o 1º mandato e nomeie derrotados. Será salvo do ostracismo. Poderia ser ministro da Limpeza Pública, o cargo não existe.
Cristovam Buarque tem mandato no Senado até 2010. Tem dito a amigos que voltará ao governo do Distrito Federal. Como ganhar de Paulo Otavio (que será o sucessor de Arruda) ou até de Roriz?
Clodovil Hernandez não sabe mesmo o que irá fazer em Brasília. Começou esfogueado, foi aconselhado a "amainar", que palavra, "amainou".
Na verdade, quer um programa semanal na TV Globo, que até admite estudar. Se continuasse no pique em que ia, Clodovil estava ameaçado a nem chegar em Brasília. Ou sair muito antes.
Quando Sergio Cabral, com um projeto contra os gays, mudou de lado por questão eleitoral, alguém disse a ele, gozadoramente: "Você podia devolver tudo o que ganhou ilicitamente". E o candidato, rápido: "Se o Garotinho devolver, eu também devolvo". É um homem de convicções.
Que tristeza: Denise Frossard jogou fora uma eleição que precisava apenas dela passar para o 2º turno. Passou e fez tanta bobagem, que perdeu a grande chance da sua vida. E frustrou a expectativa do estado todo.
O PSDB do Rio e do Estado do Rio acabou, venho dizendo há meses. A liderança emergente é de Otavio Leite, que teve excelente votação.
Eduardo Paes, que cresceu na CPI contra corruptos, apóia Sergio Cabral. O PSDB não tem o governo, a prefeitura, os senadores. E bancada na Câmara Federal vai diminuindo cada vez mais. Sem renovação.
Continuo a análise (que comecei ontem) da revista "Piauí". Sigo apenas a exigência criada pela arrogância e pretensão dos banqueiros donos. Essa "Piauí" é um incrível desperdício. Para o público custa 7,90, para os donos muito mais, não importa, é dinheiro fácil.
Monótona, desinteressante, cansativa. Dois artigos tidos como alavanca e ponto de apoio: de Ivan Lessa, lembrando os 28 anos em que morou em Londres. 613 linhas, em 16 blocos indevassáveis, todas as linhas com 32 batidas. Memória inútil de Ivan Lessa, nada que valha a pena. Ninguém sabe o que faz ali. O tempo passou, Ivan Lessa acabou.
O melhor texto é de Dorrit Harazim, que escreve bem. Mas como editora da revista deveria ter percebido que ninguém vai se perder num emaranhado de 752 linhas na mesma diagramação da matéria do Ivan Lessa.
A atração (?) prometida era uma entrevista com Roberto Jefferson, feita pelo próprio banqueiro dono. Ficaram com vergonha, deixaram para o DVD que sairá dia 17 de novembro. Como o estilo é o homem, o banqueiro dono "aparece" escondido em diversas e inúteis páginas.
A revista não vai durar nem fechar. Será mantida pelo cacife do banco. Mas no máximo ficará como as revistas dominicais dos grandes jornais do mundo, que todos colocam de lado "para ler depois". E esquecem.
XXX
Flamengo e Vasco não saíram da mediocridade. Pegaram dois times na zona de rebaixamento, não tiveram piedade, não era para ter mesmo. Competição é competição.
O Fluminense acumula técnicos e derrotas, cada vez mais longe de qualquer objetivo positivo.
Só não está "garantido" no rebaixamento porque essa área já tem 3 donos certos. Mas é uma campanha lamentável.
Treinadores como PC Gusmão, Antonio Lopes, Geninho e outros não se destacam, mas pelo menos conhecem o Brasil inteiro. 1 mês em cada estado, que maravilha viver.
Contra esses timinhos que a seleção "enfrenta", Ronaldinho Gaúcho vai se reafirmando. Anteontem, pelo seu Barcelona, fez 1 gol de falta, como gosta. E mais 1 de pênalti, sem maiores dificuldades.
Deixa longe o outro Ronaldo, ex-fenômeno, que fez uma falta violentíssima, fora dos hábitos, o que contribuiu para a expulsão.
XXX
Para obter os votos que o PDT não tem, o ex-governador Alckmin se declara "contra a privatização". FHC não gostou, claro.
E qual a razão de Alckmin ter atravessado todo o furacão DOADOR do presidente FHC sem dar uma palavra, sem esboçar, pelo menos esboçar, um protesto?
Estamos assistindo total empulhação: a compra e venda de votos que não possuem.
Pode me chamar de presidente, e repetir 4 anos de retrocesso
Faltam pouco mais de 10 dias para a eleição, o 2º turno com a vitória anunciada de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2002, começando 4 meses antes da eleição, escrevi vários artigos, todos com o mesmo título, logicamente com textos diferentes, mas com igual convicção. Título geral: "Meu nome é Luiz Inácio Lula da Silva, mas pode me chamar de presidente".
52 milhões de eleitores confirmaram a esperança que se desprendia ou que surgia da alternância do Poder. Num país dominado pela elite, no Império e na República, um trabalhador no governo era mais do que uma experiência, era a consagração da democracia.
Isso foi dito com votos, com palavras, com expectativa, barulhenta ou silenciosa. E se 52 milhões de cidadãos "teclaram" o número de Lula em 2002, outros 52 milhões não fizeram isso, mas deixaram implícito e explícito: não davam a ele o voto na urna, mas emprestavam esse voto, na esperança, na compreensão, na divagação de que finalmente a República deixaria de ser um sonho arruinado, destroçado, desesperançado.
Durante esses quase 4 anos fui expressando minha decepção, minha inquietação, minha constatação de que nada aconteceria. Logo, logo não havia mais dúvida: Lula assumia com 2 projetos. Um, pessoal, que era de se impor através da exibição na televisão, ou então pelas viagens internacionais, dialogando com os donos do mundo. Nos primeiros meses ou até, digamos, 1 ano, seu charme, carisma, da vitória de um trabalhador pobríssimo que conseguira vencer tudo e chegar a presidente da República, se mantiveram intactos.
Mas logo se via que um outro esquema dominava o governo, o Planalto e o Alvorada, e por motivos os mais diversos arrastava o próprio Lula. Arrastava ou o mantinha inteiramente por fora de tudo? Lula continuava a se exibir na televisão interna e nos palcos externos, mas a desconfiança se consolidava. E imediatamente se materializava o grupo da ambição que se consolidava utilizando a corrupção. Pretendiam o que Hitler chamara de "Reich dos mil anos" e FHC os 20 anos, no mínimo do Poder pela entrega do patrimônio nacional.
Meu primeiro brado retumbante: quando o presidente Lula disse na televisão: "Fico esperando ansioso que o Palocci e o Meirelles acenem com o sinal verde para baixar os juros". Era muito, protestei abertamente. O regime é presidencialista, o presidente pode tudo, por que depender de dois subordinados? Por sua vez, subordinados ao FMI?
Em menos de 2 anos tudo desmoronou. Escândalos e mais escândalos foram chegando ao conhecimento geral. Eram de tal ordem, num volume tão extraordinário, que seqüestraram o próprio presidente Lula. Continuou negando, insistiu no monótono "não sei de nada", mas foi demitindo, desonrosamente, os principais auxiliares. Teve que expulsar com cartão vermelho aqueles que esperava que lhe acenassem com cartão verde.
Os 4 anos de Lula representam a maior e mais incoerente tragédia do que pode ser chamado sem qualquer hesitação de cópia do "fernandohenriquecardosismo". É terrível para um presidente que prometeu a esperança e a realização fazer tudo igual ao antecessor, que é conhecido pelo RETROCESSO DE 80 ANOS EM 8.
Ultrapassando logo o tempo e o espaço, estamos perto do 29 de outubro, do 2º turno e da nova vitória de Lula. No 1º turno teve 48,5% dos votos. Não vai perder 1 só desses votos e ganhará mais 6 ou 7%, chegando facilmente aos 55%. Alckmin pode chegar a 45%, que ilusão.
PS - Este artigo, bem antes da eleição inútil do dia 29 e do debate vazio do dia 27, pode ter, e tem mesmo, o título dos que escrevi em 2002. Mas o repórter, dominado pelo desalento, pelo desencanto, pela descrença.
PS 2 - Como não gosto de votar em branco ou anular o voto, e como votar em Alckmin representa a mesma coisa, ficou a opção a ser cumprida com tanta dor no coração, que o melhor mesmo é, antes da votação, colocar um marcapasso. Réplica do que colocaram no país, ESTAGNANDO-O ou CONDENANDO-O ao RETROCESSO.
Geraldo Alckmin
Outro que desaparece. Não tenho nada pessoalmente contra ele, só o que representa. Por isso o velório antes da morte, dia 29.
Meu artigo em defesa dos funcionários da AERUS, PETROS e AEROS, que são roubados na APOSENTADORIA COMPLEMENTAR, teve excelente repercussão. No sábado mesmo houve reunião-jantar, e quase ia saindo um acordo positivo. Ivan Barreto, presidente da AMBEP, tentou apoiar o lado bom da AEPET. Já fizera a defesa de Fernando Siqueira, diretor da AEPET e membro do Conselho Deliberativo da AMBEP. Mas logo o grupo ruim que assaltou a AEPET tomou providências.
O presidente da AEPET, Heitor Pereira, estava presente, mas quem falou foi o engenheiro Sidney Reis. Manda mais que o presidente, e se apresenta como ASSESSOR JURÍDICO. (Recado para a OAB: se ele não é advogado, pode ser ASSESSOR JURÍDICO?).
Como são malabaristas, na eleição da AMBEP, que não demora, querem tirar Fernando Siqueira do Conselho Deliberativo e colocá-lo no Conselho Fiscal. A AMBEP representa mais de 130 mil funcionários. Heitor Pereira continuará em silêncio.
A Sujíssima Veja errou mais uma vez. Garantiu que Alckmin é ameaça real (ou dólar?) ao presidente Lula.
Assim como engana o leitor na informação e na opinião, engana também na análise. Onde a surpresa? Lula não terá menos de 55% dos votos.
Alckmin contamina até amigos (?). Prometeu o Ministério da Fazenda ao corrupTASSO, ninguém foi tão derrotado quanto ele, principalmente no seu estado, o Ceará. Além disso, Alckmin que não ganha, prometeu em vão.
O presidenciável registrado pelo PSDB, mas com a cúpula desse partido com horror a ele, garantiu a Michel Temer que seria presidente da Câmara. Temer pretendia isso ou a vice do Serra, foi vetado por Quercia.
Temer já se julgava presidente da Câmara. Ficou em penúltimo lugar na legenda. Mas como 2 candidatos do PMDB foram impugnados e se elegeram, Temer, desesperado, vive a angústia de ser suplente. Se fosse no Senado, que maravilha viver. Não presidirá a Câmara.
Ney Suassuna, derrotado pelo povo do seu estado, e não reeeleito, faz agora apelo aos colegas: para que cassá-lo, seu mandato está no fim.
Não tem apoio, respondem: a cassação não é pelo tempo e sim pela credibilidade. O relator, Jefferson Peres, desconheceu os apelos, pediu sua cassação. Foi insultado, injuriado, agredido. Piorou a situação.
José Roberto Dutra é arrogante, pretensioso, incompetente. Perdeu para governador do Sergipe, não se reelegeu senador, ganhou de presente a Petrobras. Teve que ser demitido às pressas ou a grande empresa acabava.
Foi novamente candidato a senador, outra vez derrotado. Mesmo apoiado por Marcelo Déda, prefeito duas vezes e eleito governador.
Dutra sonha que Lula repita o 1º mandato e nomeie derrotados. Será salvo do ostracismo. Poderia ser ministro da Limpeza Pública, o cargo não existe.
Cristovam Buarque tem mandato no Senado até 2010. Tem dito a amigos que voltará ao governo do Distrito Federal. Como ganhar de Paulo Otavio (que será o sucessor de Arruda) ou até de Roriz?
Clodovil Hernandez não sabe mesmo o que irá fazer em Brasília. Começou esfogueado, foi aconselhado a "amainar", que palavra, "amainou".
Na verdade, quer um programa semanal na TV Globo, que até admite estudar. Se continuasse no pique em que ia, Clodovil estava ameaçado a nem chegar em Brasília. Ou sair muito antes.
Quando Sergio Cabral, com um projeto contra os gays, mudou de lado por questão eleitoral, alguém disse a ele, gozadoramente: "Você podia devolver tudo o que ganhou ilicitamente". E o candidato, rápido: "Se o Garotinho devolver, eu também devolvo". É um homem de convicções.
Que tristeza: Denise Frossard jogou fora uma eleição que precisava apenas dela passar para o 2º turno. Passou e fez tanta bobagem, que perdeu a grande chance da sua vida. E frustrou a expectativa do estado todo.
O PSDB do Rio e do Estado do Rio acabou, venho dizendo há meses. A liderança emergente é de Otavio Leite, que teve excelente votação.
Eduardo Paes, que cresceu na CPI contra corruptos, apóia Sergio Cabral. O PSDB não tem o governo, a prefeitura, os senadores. E bancada na Câmara Federal vai diminuindo cada vez mais. Sem renovação.
Continuo a análise (que comecei ontem) da revista "Piauí". Sigo apenas a exigência criada pela arrogância e pretensão dos banqueiros donos. Essa "Piauí" é um incrível desperdício. Para o público custa 7,90, para os donos muito mais, não importa, é dinheiro fácil.
Monótona, desinteressante, cansativa. Dois artigos tidos como alavanca e ponto de apoio: de Ivan Lessa, lembrando os 28 anos em que morou em Londres. 613 linhas, em 16 blocos indevassáveis, todas as linhas com 32 batidas. Memória inútil de Ivan Lessa, nada que valha a pena. Ninguém sabe o que faz ali. O tempo passou, Ivan Lessa acabou.
O melhor texto é de Dorrit Harazim, que escreve bem. Mas como editora da revista deveria ter percebido que ninguém vai se perder num emaranhado de 752 linhas na mesma diagramação da matéria do Ivan Lessa.
A atração (?) prometida era uma entrevista com Roberto Jefferson, feita pelo próprio banqueiro dono. Ficaram com vergonha, deixaram para o DVD que sairá dia 17 de novembro. Como o estilo é o homem, o banqueiro dono "aparece" escondido em diversas e inúteis páginas.
A revista não vai durar nem fechar. Será mantida pelo cacife do banco. Mas no máximo ficará como as revistas dominicais dos grandes jornais do mundo, que todos colocam de lado "para ler depois". E esquecem.
XXX
Flamengo e Vasco não saíram da mediocridade. Pegaram dois times na zona de rebaixamento, não tiveram piedade, não era para ter mesmo. Competição é competição.
O Fluminense acumula técnicos e derrotas, cada vez mais longe de qualquer objetivo positivo.
Só não está "garantido" no rebaixamento porque essa área já tem 3 donos certos. Mas é uma campanha lamentável.
Treinadores como PC Gusmão, Antonio Lopes, Geninho e outros não se destacam, mas pelo menos conhecem o Brasil inteiro. 1 mês em cada estado, que maravilha viver.
Contra esses timinhos que a seleção "enfrenta", Ronaldinho Gaúcho vai se reafirmando. Anteontem, pelo seu Barcelona, fez 1 gol de falta, como gosta. E mais 1 de pênalti, sem maiores dificuldades.
Deixa longe o outro Ronaldo, ex-fenômeno, que fez uma falta violentíssima, fora dos hábitos, o que contribuiu para a expulsão.
XXX
Para obter os votos que o PDT não tem, o ex-governador Alckmin se declara "contra a privatização". FHC não gostou, claro.
E qual a razão de Alckmin ter atravessado todo o furacão DOADOR do presidente FHC sem dar uma palavra, sem esboçar, pelo menos esboçar, um protesto?
Estamos assistindo total empulhação: a compra e venda de votos que não possuem.
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