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quinta-feira, fevereiro 02, 2023

Redução de juros depende também da ação do próprio governo federal

Publicado em 2 de fevereiro de 2023 por Tribuna da Internet

Charge do Sinfornio (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

Ao participar de um evento na terça-feira na Federação Brasileira de Bancos, o ministro Fernando Haddad afirmou que o projeto de governo que ele pretende implantar com urgência é o que estabelece um sistema de juros menores para o crédito no mercado, especialmente o voltado para as pequenas e médias empresas. Reportagem de João Sorima Neto, O Globo de ontem, focaliza a questão.

Mas o fato é que a redução dos juros no mercado financeiro depende não apenas da vontade do governo ou de um novo posicionamento dos banqueiros do país, mas também da política adotada pelo governo para remuneração dos títulos que lastreiam a dívida interna do país da ordem de R$ 7 trilhões como focalizamos na edição de ontem. Enquanto que para uma inflação que o IBGE calculou ano passado em 7,5%, o Banco Central mantiver a taxa Selic em 13,75% ao ano, não há como pensar na redução dos juros no mercado financeiro.

LUCRO – É só observar a diferença entre a taxa inflacionária oficial e o índice de correção dos títulos do Tesouro. Uma diferença de praticamente 8 pontos, o que faz com que os títulos do Tesouro sejam procurados pelos grandes investidores do mercado financeiro diante da expectativa de lucro que faz com que os investimentos financeiros superem por larga margem as aplicações nos setores produtivos da economia. Não há risco nos papéis do Tesouro regidos pela taxa Selic estabelecida pelo BC.

Os juros brasileiros são os mais altos do mundo, sobretudo se comparados à inflação. São enormemente maiores que os americanos e os cobrados no Reino Unido, na França  e na China para ficarmos apenas nesses exemplos. É só colocar em confronto as taxas inflacionárias desses países com as taxas de juros cobradas pelos respectivos mercados.

Por isso, para uma meta de inflação para este ano calculada em torno de 4%, como assinala Carolina Nalin, em reportagem também no O Globo, perspectiva evidentemente impossível, o índice da correção dos papéis que sustentam a dívida interna permanecem fixados em 13,75%.  Tal política do governo Lula, contra a vontade do próprio presidente da República, repete a traçada pelo ministro Paulo Guedes e adotada pela (des) administração de Jair Bolsonaro.

VITÓRIA DE PACHECO –  Jeniffer Gularte e Lauriberto Pompeo publicaram reportagem na edição de ontem de O Globo, destacando os esforços do governo Lula para assegurar a vitória de Rodrigo Pacheco na disputa pelo Senado. Não creio que tal esforço fosse indispensável, tão claro é o confronto entre Pacheco e Rogério Marinho, candidato do bolsonarismo, apoiado por Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente.

Mas existem sempre aqueles que desejam valorizar o seu apoio, tornando-o necessário ou até imprescindível para o projeto do próprio governo Lula da Silva. Pessoalmente não posso acreditar que a maioria do Senado que assumiu o seu mandato pudesse votar num candidato como Rogério Marinho que demonstrou não ter a firmeza indispensável para condenar frontalmente, como a imensa maioria da população brasileira condena, a invasão do próprio Congresso Nacional e as depredações selvagens por adeptos fanáticos da extrema-direita.   

AMERICANAS –  Reportagem de Bruno Rosa, O Globo, destaca que a Loja Americanas começou a demitir os empregados terceirizados, evidentemente para reduzir as despesas, sem considerar, como sempre ocorre nesses casos, a importância da mão-de-obra,  que no fundo significa a preocupação com o trabalho humano. Mas essa é outra questão.

No caso concreto, é a oportunidade de o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, conferir se a Americanas depositou o INSS e o FGTS e se os cálculos da demissão sem justa causa – 40% sobre o FGTS – estão corretos. Isso porque é importante saber se o passivo trabalhista está ou não incluído na dívida de R$ 43 bilhões.

Alguém poderá dizer que a terceirização se refere à contratação de empresas que prestam tais serviços. É verdade. Mas a questão essencial é que mesmo nos casos de terceirização, se as obrigações trabalhistas não forem cumpridas pelas empresas de locação de mão-de-obra, a empresa contratante, no caso a Americanas, torna-se responsável pelo não cumprimento das normas legais.

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