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sexta-feira, outubro 28, 2022

A crise inventada, ou como diria Shakespeare, muito barulho por nada




O que se viu nesse episódio da inserções é a mesma forma de atuar de Donald Trump: o método de tumultuar o processo eleitoral

Por Míriam Leitão (foto)

A crise das inserções é inventada. Ela não existe. Ontem, o governo passou o dia criando fumaça e espuma, mas quando se busca saber o que mesmo existe, encontra-se o nada.

O governo anunciou com ares de escândalo que faltavam inserções em rádios do Norte e Nordeste. Mas o fez de uma forma a parecer que a culpa era do TSE.

Como é esta rotina: as candidaturas preparam suas inserções e mandam para as emissoras e fiscalizam. Se há problemas eles recorrem à Procuradoria-Geral Eleitoral e ao TSE. Mas o tribunal não distribui conteúdo, não fiscaliza.

Algumas das emissoras entrevistadas pela imprensa disseram que não receberam o material em alguns dias. Ou então negaram a denúncia. Há falta de materialidade na denúncia apresentada ao TSE.

O presidente Bolsonaro disse, ao final do dia, que vai recorrer ao STF. Isso é um direito dele. Mas o que se viu nesse episódio é a mesma forma de atuar de Donald Trump: o método de tumultuar o processo eleitoral.

Bolsonaro continuará tentando tumultuar, se as pesquisas continuarem mostrando que ele está em desvantagem nesse final da reta final. Ele só aceita o resultado de ganhar. Mas isso quem vai dizer é o eleitor. A eleição de segundo turno está prevista na Constituição para o último domingo de outubro, portanto é nesse dia que iremos às urnas. O voto é um direito de cada pessoa, de cada cidadão e cidadã.

O Globo

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