Publicado em 31 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet
Robson Bonin
Veja
A coluna Radar mostrou mais cedo que Jair Bolsonaro havia dito a seus ministros mais próximos que iria se pronunciar sobre a derrota para Lula no fim da tarde desta segunda-feira, da 31. O humor do presidente — instável desde o anúncio da eleição do adversário — mudou e agora ele só prevê comentar o resultado da eleição nesta terça-feira.
Bolsonaro, segundo auxiliares, passou o dia calado, sem fazer as tradicionais piadas. Durante a tarde, elaborou em conversas com aliados algumas ideias do que poderia falar. Estava “modulando o discurso” para não deixar de destacar os episódios que, em sua visão, justificariam a derrota nas urnas.
COMBUSTÍVEL – O silêncio de Bolsonaro é combustível para que os bloqueios de caminhoneiros avancem no país. O presidente até tratou do tema com um de seus ministros e deu aval para que medidas judiciais sejam adotadas para liberar as estradas, mas optou por não falar diretamente aos apoiadores.
No primeiro dia depois da eleição, o presidente Jair Bolsonaro manteve-se em silêncio. Sem reconhecer a derrota nem fazer qualquer tipo de manifestação sobre a eleição, o presidente reuniu-se com ministros no Palácio do Planalto para avaliar os próximos passos.
Enquanto isso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva manteve uma agenda leve, ainda voltada ao recebimento dos cumprimentos de chefes de Estado estrangeiros. O petista almoçou com o presidente argentino Alberto Fernandez, que esteve em São Paulo, e conversou por telefone com vários líderes partidários.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Uma das piores sensações que existem é perder eleição, só comparável à morte de parente próximo, traição conjugal, falência ou prisão. E quanto mais importante a eleição, pior é a sensação de ter sido traído pelos apoiadores e pelos eleitores. Assim, é possível imaginar o que Bolsonaro está sentindo hoje, depois de passar a noite em claro, contando os votos que não teve, Estado por Estado. Com dizia João Saldanha, é vida que segue, para todo mundo, menos para Bolsonaro, o derrotado. (C.N.)