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segunda-feira, outubro 31, 2022

Um voto pela pacificação do Brasil - Editorial



Há um país repleto de problemas a ser governado a partir de janeiro. O vencedor hoje deve trabalhar pelos próximos quatro anos em prol do Brasil, não de facções político-ideológicas

Os brasileiros voltam às urnas hoje para decidir que país desejam construir nos próximos quatro anos. Este jornal considera que nenhum projeto político, por mais bem-intencionado que seja, conseguirá recolocar o País no rumo do desenvolvimento se não estiver sustentado por uma ampla concertação nacional. Por essa razão, recomendamos que o eleitor pondere, na hora de escolher em quem vai votar, qual dos dois candidatos, o petista Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, é o mais qualificado para pacificar o Brasil. 

Não são triviais os problemas que aguardam a ação diligente e republicana do próximo mandatário, razão pela qual o vencedor terá de ter habilidade e espírito público para liderar a superação do abismo político que afetou até mesmo relações familiares e de amizade e convidar a sociedade brasileira a restaurar o verdadeiro sentido do interesse nacional.

Nas democracias mais avançadas, forças políticas com distintas orientações ideológicas e programáticas se alternam no poder sem que isso provoque grandes traumas na sociedade. Uma eleição não abala o estado de espírito da nação, como se fosse a batalha final de uma guerra em que os derrotados devem ser eliminados da vida pública.

Isso acontece porque, naquelas democracias, prevalece entre os cidadãos e seus representantes políticos o reconhecimento de que há um interesse nacional que paira muito acima da miríade de interesses setoriais que podem estar em disputa a cada ciclo eleitoral. E há, principalmente, a confiança da maioria da sociedade de que o chefe de governo eleito, seja qual for a sua coloração partidária, não se desviará do bem comum, vale dizer, não governará apenas para o grupo que o elegeu, mas sim para todos os cidadãos.

O Brasil que volta às urnas hoje para escolher o próximo presidente da República, lamentavelmente, ainda não se encontra em tal patamar de amadurecimento social e democrático. Mas pode dar um passo significativo nessa direção.

Lula e Bolsonaro, indubitavelmente, são os dois líderes políticos mais populares da Nova República. Entretanto, ambos foram incapazes de usar sua enorme popularidade para inspirar em seus governados, como faria um verdadeiro estadista, o reconhecimento dos valores e aspirações comuns que nos unem como brasileiros. Ao contrário. Tanto um como outro foram hábeis em diversos momentos de suas trajetórias políticas em lançar luz justamente sobre os pontos de dissenso entre os cidadãos, explorando-os como arma eleitoral.

A boa notícia é que não se chega àquele estágio avançado de desenvolvimento político por um passe de mágica, ou ainda como decorrência natural de atributos muito específicos de determinados povos. O amadurecimento da democracia em qualquer país é uma construção humana coletiva que deve ser liderada por governantes genuinamente empenhados em promover a união dos cidadãos em torno de objetivos comuns, sem prejuízo da garantia constitucional da liberdade para defender valores e projetos políticos distintos, húmus de qualquer sociedade livre, plural e vibrante.

Seja qual for o resultado da eleição, não se pode perder de vista que há um Brasil a ser governado a partir de 1.º de janeiro de 2023. É dever dos eleitores exigir de quem for eleito que trabalhe pelos próximos quatro anos em prol do País, não de facções político-ideológicas. E é dever político e moral do vencedor não só reconhecer que ele não é a encarnação das vontades de todos os eleitores, o que chega a ser um truísmo, mas, ativamente, chamar para o diálogo as forças políticas sobre as quais, por ora, triunfou. É assim que se constrói um país democrático.

À luz do histórico de Lula e Bolsonaro, pode parecer ingenuidade esperar que um ou outro seja capaz de unir os brasileiros em torno de um projeto de nação. Mas não há espaço para ingenuidade nesta página. Não se trata de passar uma borracha sobre o passado de corrupção e recessão econômica que marcou os governos petistas nem tampouco fazer tábula rasa das aberrações patrocinadas pelo atual governo. É preciso, porém, olhar para a frente.

O eleito, se assim quiser, tem um enorme poder, sobretudo simbólico, para reunir os brasileiros pelo exemplo que inspirar, tanto na esfera pública como no núcleo familiar. Um Brasil mais próspero, mais pacífico e menos desigual, seguramente, haverá de emergir dessa singela ambição. 

O Estado de São Paulo

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