Publicado em 4 de agosto de 2022 por Tribuna da Internet
Bruna Lima
Metrópoles
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro decidiu que as Forças Armadas serão convocadas durante o pleito no estado para garantir a segurança do processo das eleições.
A convocação, contudo, terá motivação diferente das quatro últimas que ocorreram no Rio. Em 1994, o TRE-RJ pediu a intervenção das Forças Armadas devido à ameaça de fraude nos votos com cédulas de papel. Já em 2008, 2012 e 2018, os militares foram convocados para auxiliar na contenção da violência urbana no estado.
CENÁRIO DE ÓDIO – Desta vez, o tribunal considera como ameaças a violência urbana e a escalada da tensão política provocada pelo cenário de ódio e pelos ataques de Jair Bolsonaro e seus apoiadores contra o sistema eleitoral.
“A maior preocupação é a violência concreta de um cenário polarizado, de tensão política, e de que, além do tráfico e da milícia, existam ações de extremistas e lobos solitários que queiram atrapalhar o processo eleitoral”, disse o presidente do TRE-RJ, desembargador Elton Leme.
A ideia de convocar as Forças Armadas já existia desde dezembro de 2021, quando Leme assumiu a presidência do TRE-RJ. Diante dos últimos eventos de violência e crimes com motivação política – como o assassinato do petista Marcelo Arruda por um bolsonarista em Foz do Iguaçu, e a bomba caseira no evento de Lula na Cinelândia –, o plano avançou.
NOVO GABINETE – O TRE-RJ aprovou, então, na tarde de quinta-feira (28/7), a criação do Gabinete Extraordinário de Segurança Institucional, para definir diretrizes da atuação das Forças Armadas nas eleições. O grupo conta com a participação de representantes do Comando Militar do Leste, do Ministério Público estadual, da Procuradoria Regional Eleitoral, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), da Polícia Militar, da Polícia Federal e da Polícia Civil.
A primeira reunião do gabinete ocorreu na manhã desta sexta-feira (30/7). O encontro objetivou integrar a equipe que atuará na segurança das eleições, trocar informações sobre o cenário de violência eleitoral e discutir as atribuições de cada órgão na fiscalização. As agendas irão ocorrer a cada 10 dias.