A Casa Branca afirmou, nesta quinta-feira (4), que a Rússia se prepara para falsificar provas para acusar a Ucrânia de bombardear uma prisão em uma área controlada por forças russas, um ataque que deixou dezenas de prisioneiros de guerra ucranianos mortos.
Kiev e Moscou trocam acusações pelo ataque contra a prisão de Olenivka, sob controle russo, no leste da Ucrânia.
"Acreditamos que as autoridades russas estão tentando falsificar evidências para atribuir às forças ucranianas o ataque contra a prisão de Olenivka em 29 de julho", afirmou o porta-voz de Segurança da Casa Branca, John Kirby, à AFP.
Kirby acrescentou que "os russos tentarão incriminá-los antes que jornalistas e possíveis investigadores cheguem ao local", aludindo a informações obtidas por agências de inteligência americanas que não foram divulgadas.
Washington sustenta que as autoridades russas "querem fazer acreditar" que as vítimas foram mortas por um míssil Himars, um sistema de artilharia de alta precisão fornecido pelos EUA e que se tornou uma parte vital do esforço de guerra ucraniano, disse Kirby.
Acusações nesse sentido já surgem em alguns veículos da mídia, revelou.
Mais de 50 prisioneiros de guerra ucranianos foram mortos na explosão, incluindo combatentes que se renderam após semanas de cerco à fábrica Azovstal de Mariupol.
Moscou aponta Kiev como responsável pelo atentado, acusação que as autoridades ucranianas negam. Kiev afirma que foram as forças russas que massacraram os prisioneiros.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, chamou o atentado de "um crime de guerra deliberado da Rússia".
A televisão estatal russa transmitiu imagens de barracas carbonizadas, camas de metal destruídas e fotos borradas do que pareciam ser corpos humanos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou na quarta-feira que uma investigação seria iniciada para determinar a "verdade".
AFP / Estado de Minas