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quarta-feira, agosto 03, 2022

Presidente da Câmara dos Deputados dos EUA chega a Taiwan




Visita de Nancy Pelosi é criticada pela China

Por Patricia Zengerle e Michael Martina 

Taipé - A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, chegou a Taiwan nesta terça-feira (2), iniciando uma visita que Pequim tinha advertido contrariamente, dizendo que isso prejudicaria as relações sino-americanas.

Pelosi está em uma viagem pela Ásia que inclui visitas anunciadas a Singapura, Malásia, Coréia do Sul e Japão.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse no início desta semana que qualquer visita de autoridades norte-americanas a Taiwan seria "uma interferência grosseira nos assuntos internos da China" e alertou que "o Exército de Libertação do Povo Chinês nunca ficará de braços cruzados".

Direitos humanos

Há mais de 30 anos, Pelosi irritou o governo da China ao aparecer na Praça da Paz Celestial e mostrar uma faixa em homenagem aos dissidentes mortos nos protestos de 1989.

Nesta terça-feira, a congressista desconsiderou as advertências da China e desembarcou em Taiwan para apoiar seu governo e se reunir com ativistas de direitos humanos.

A viagem de Pelosi é o auge de décadas das principais críticas norte-americanas ao governo chinês, especialmente em questões de direitos, e ressalta a longa história de adoção, pelo Congresso dos EUA, de uma linha mais dura do que a Casa Branca nas negociações com Pequim.

Segunda na linha sucessória à presidência dos EUA, depois da vice-presidente Kamala Harris, Pelosi se tornou a representante política mais importante dos EUA a viajar para Taiwan desde o então presidente da Câmara, Newt Gingrich, em 1997. Ela lidera uma delegação de seis outros membros da Câmara.

Em 1991, dois anos após a sangrenta repressão da China às manifestações pró-democracia, Pelosi e dois outros parlamentares dos EUA apresentaram uma faixa na Praça da Paz Celestial que dizia: "Aos que morreram pela democracia na China". A polícia se aproximou, forçando-os a deixar a praça.

Em 2015, ela levou um grupo de democratas da Câmara ao Tibete, a primeira visita desse tipo desde a agitação generalizada em 2008. Pelosi tem falado regularmente sobre questões de direitos humanos no Tibete e se encontrou com o Dalai Lama, que Pequim considera um separatista violento.

Reação

A China vê as visitas de autoridades dos EUA a Taiwan como um sinal encorajador para o campo pró-independência da ilha. Washington não tem laços diplomáticos oficiais com Taiwan, mas os EUA são legalmente obrigados a fornecer os meios para que a ilha se defenda.

Kharis Templeman, especialista em Taiwan da Hoover Institution da Universidade de Stanford, disse que Pelosi, de 82 anos, estaria procurando cimentar seu legado ao sinalizar apoio a Taiwan contra a pressão de Pequim.

"E que pessoa melhor para enviar esse sinal do que a própria presidente da Câmara? Então ela está em uma posição simbólica muito poderosa para se colocar contra o PCC", afirmou Templeman, referindo-se ao Partido Comunista Chinês.

Pequim considera Taiwan parte de seu território e nunca renunciou ao uso da força para colocar a ilha sob seu controle. Taiwan rejeita as reivindicações de soberania da China e diz que apenas seu povo pode decidir seu futuro.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que uma viagem levaria a "desdobramentos e consequências muito graves".

Analistas disseram que a resposta de Pequim provavelmente será simbólica. "Acredito que a China tentou sinalizar que sua reação deixaria os EUA e Taiwan desconfortáveis, mas não causaria uma guerra", afirmou Scott Kennedy, analista sobre China no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington.

O Congresso norte-americano há muito adota uma linha mais dura em relação a Taiwan do que a Casa Branca, não importando se estão no comando os democratas, como o presidente Joe Biden e Pelosi, ou os republicanos.

Os republicanos apoiaram a viagem de Pelosi. "Qualquer membro que queira ir, deve ir. Isso mostra dissuasão política ao presidente Xi", disse o deputado Michael McCaul, principal republicano do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, à NBC News.

Reuters / Agência Brasil

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Nancy Pelosi chega a Taiwan sob protestos da China

Presidente da Câmara dos EUA é a mais alta representante americana a visitar a ilha em 25 anos. Regime de Pequim vê gesto como apoio à independência de Taipei e anuncia exercício militar ao redor de Taiwan.

A presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, desembarcou em Taiwan nesta terça-feira (02/08) para uma visita que não fora confirmada até a última hora, e que ocorre apesar de incisivos alertas da China sobre possíveis consequências militares e diplomáticas da iniciativa.

O avião da Força Aérea americana que Pelosi está utilizando em seu giro pela Ásia deixou a capital da Malásia, Kuala Lumpur, e voou por uma rota estendida para chegar a Taipei contornando o Mar do Sul da China. Transmissões ao vivo pela televisão mostraram-na sendo recebida no aeroporto Songshan, em Taipei, pelo ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu.

Pouco antes da chegada de Pelosi, a mídia estatal de Pequim noticiou que caças chineses atravessaram o Estreito de Taiwan, que separa a China continental de Taiwan. Não ficou imediatamente claro qual seria a missão deles.

Pelosi é a mais alta autoridade americana a visitar Taiwan em 25 anos. Em um comunicado, a deputada de 82 anos disse que a visita da delegação americana à ilha "honra o compromisso inabalável da América de apoiar a democracia vibrante de Taiwan".

Taiwan é uma ilha autogovernada, com um regime democrático e politicamente próxima de países do Ocidente, e uma importante produtora de chips eletrônicos. A ilha declarou sua independência da China em 1949, mas Pequim a considera parte de seu território.

O presidente americano, Joe Biden, havia indicado que as Forças Armadas dos EUA não consideravam uma boa ideia a visita de Pelosi neste momento, no qual as tensões geopolíticas já estão acirradas pela guerra na Ucrânia.

"Solidariedade" com Taiwan

Pelosi afirmou que as conversas com os líderes de Taiwan se concentrariam na promoção de interesses compartilhados e na promoção de uma região do Indo-Pacífico livre e aberta.

"A solidariedade americana com os 23 milhões de taiwaneses é hoje mais importante do que nunca, enquanto o mundo enfrenta uma escolha entre autocracia e democracia", disse ela. 

O giro de Pelosi pela Ásia incluiu visitas a Cingapura, Malásia, Coreia do Sul e Japão. A mídia taiwanesa havia noticiado na segunda-feira que ela era esperada para uma visita ao Parlamento de Taiwan, mas a viagem não fazia parte de seu itinerário oficial.

China anuncia exercícios militares

A chegada de Pelosi foi imediatamente criticada por Pequim. O ministério das Relações Exteriores chinês disse que o gestou violou a soberania e a integridade territorial da China e afetou severamente os fundamentos políticos das relações entre Pequim e Washington. O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, afirmou que os políticos americanos que "brincam com o fogo" na questão de Taiwan "não terminariam bem".

A Xinhua, agência de notícias oficial da China, informou que os militares chineses realizariam treinamentos com munições reais de quinta-feira a domingo nas águas que circundam Taiwan. No início desta semana, Pequim já havia advertido que haveria "desenvolvimentos e consequências muito sérias" se Pelosi visitasse Taiwan.

O presidente chinês, Xi Jinping, considera a "reunificação" com Taiwan um objetivo fundamental, e não descartou o possível uso da força para alcançar isso. Já Taiwan rejeita as reivindicações de soberania da China e diz que somente seu povo pode decidir o futuro da ilha.

Washington segue uma política de "uma só China" e reconhece diplomaticamente apenas Pequim, e não Taipei, o que significa que Taiwan não tem uma relação diplomática oficial com os Estados Unidos. No entanto, os EUA fornecem apoio político e militar considerável a Taiwan.

A China exige que os países escolham entre manter relações formais com Pequim ou com Taipei. Apenas 14 países do mundo mantêm relações diplomáticas oficiais com Taiwan.

Deutsche Welle

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