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domingo, agosto 28, 2022

Na Festa do Peão de Barretos, Bolsonaro foi “mitificado” pelo locutor e dominou a arena

Publicado em 28 de agosto de 2022 por Tribuna da Internet

Na Festa do Peão de Barretos, Bolsonaro domina a arena

Bolsonaro é mestre em fazer campanha nesse tipo de evento

Eduardo Graça e Edilson Dantas
O Globo

Quando o presidente da República subiu ao palco da Festa do Peão, em sua quinta visita ao maior evento do gênero na América Latina, na noite de sexta-feira, a partida já estava ganha. Para um público fã de rodeio e do sertanejo estimado em 35 mil pessoas, o poderoso gogó do locutor Cuiabano Lima (“a voz de Barretos”) resumia os temas que os eletrizariam: ufanismo (“vivemos e morremos por nossa bandeira”), fé cristã ( “vamos rezar um Pai Nosso para o Brasil e o presidente”), culto personalista (“vem aí o capitão do povo”) e defesa da liberdade individual acima de eventuais consensos coletivos (“proibiram o rodeio em Minas Gerais, isso não vai ficar assim, queremos liberdade para o esporte do sertanejo”).

O jingle da campanha de reeleição foi tocado, o empresário Luciano Hang — investigado pela Polícia Federal por participação em um grupo de WhatsApp que discutia possível golpe de Estado em caso de vitória de Lula (PT) nas eleições — pulou no palco tal qual animador de plateia, a paródia do “Baile da favela” do MC Reaça criticava a esquerda e, incentivadas, as pessoas xingaram o ex-presidente em coro.

“MITO” – Recebido aos gritos de “mito”, acompanhado pelos ex-ministros Tarcísio de Freitas e Marcos Pontes, candidatos em São Paulo ao governo e ao Senado, e após discurso rápido de pouco menos de quatro minutos, em que saudou o agronegócio e “os produtores e a gente do campo”, Jair Bolsonaro cavalgou na arena e acenou para o público exatamente como nas duas edições anteriores da festa, cancelada em 2020 e 2021 por causa da pandemia da Covid-19. Com a exceção do ataque pessoal ao ex-presidente, parecia que se estava em 2018.

 Mas se engana quem acha que Barretos parou no tempo. Miss Brasil Rural Simpatia da edição 2022, Lorraine Souza, 19, é uma mulher lésbica. Passeava pela feira com a faixa acompanhada pela ex-namorada, Bruna Martins, 23, salva-vidas.

— O preconceito diminuiu em Barretos e adoro a festa — conta Lorraine. — Mas não me identifico com nenhuma candidatura, anularei o voto.

PRÓS E CONTRAS – Tradicionalmente identificada com valores conservadores, a música sertaneja serve como paralelo, aponta o historiador Gustavo Alonso, para as tensões que separam os universos urbanos e rurais no país. É preguiçoso, defende o autor de “Cowboys do asfalto”, associá-la a uma única expressão política.

Além dos alinhados ao bolsonarismo (Gusttavo Lima, Zé Netto e Cristiano; Zezé di Camargo), há os decepcionados, como Eduardo Costa (de “Cuidado”), o apoio público de Marília Mendonça à campanha #EleNão em 2018 e o surgimento do queernejo, com temas caros às pessoas LGBTQIA+. O mesmo Zezé, lembra Alonso, fez o jingle de Lula (“Meu país”) em 2002.

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