Guilherme Amado
Metrópoles
Somente agora foi divulgado o que houve no jantar que a senadora Kátia Abreu ofereceu a senadores e a ministros do Supremo Tribunal Federal em 13 de maio, em Brasília, que girou em torno dos comentários que o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, tem feito acerca de Alexandre de Moraes, o ministro do STF mais odiado por Bolsonaro.
Segundo um dos presentes contou numa roda, o general, reproduzindo o discurso do governo, disse que Moraes era o ministro que mais causava tumulto nas relações entre Executivo e Supremo.
DISSE MORAES – Alexandre de Moraes, que ouviu tudo, sorriu e brincou: “Eu? Eu ainda nem comecei!”.
A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro. No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo, sem detalhar de que maneira o faria.
O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o Supremo. “Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão, na Avenida Paulista.
Prisão de Silveira – Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente.
Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados. O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da Aids.
O inquérito motivou o início de mais um round entre os dois. “Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Desculpem-me a franqueza, mas os dois se comportam de maneira equivocada. Jair Bolsonaro é completamente desqualificado para a função de presidente, e Alexandre de Moraes também se comporta como se fosse juiz de futebol em campo de pelada na várzea, como se dizia antigamente. É lamentável. (C.N.)