Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

quarta-feira, agosto 25, 2021

Bolsonaro leva confronto para as ruas e joga o tudo ou nada no dia 7 de Setembro


Charge do Jorge Braga (opopular.com.br)

Pedro do Coutto

O presidente Jair Bolsonaro, reportagem de Marianna Holanda, Renato Machado e Thiago Resende, Folha de S.Paulo desta terça-feira, resolveu levar para as ruas o confronto político que o envolve em relação à democracia brasileira, o respeito à Constituição e as eleições de 2022.

A matéria acentua que Bolsonaro novamente afastou-se de iniciativas voltadas para uma reaproximação com a classe política e com a opinião pública. O presidente da República, numa entrevista à Rádio Eldorado de São Paulo na noite de segunda-feira, voltou a condenar as urnas eletrônicas e defender o retorno ao voto impresso, o que representou novamente uma suspeição relativa ao processo eleitoral e a verdade do voto popular.

RUPTURA – Bolsonaro, dessa forma, fez questão de destacar a ruptura e demonstrou claramente que não recua de um desfecho que nada tem a ver com o embate democratico e um caminho de respeito à vontade dos eleitores e das eleitoras do país. Bolsonaro aproveita o Dia da Independência para tentar inflamar os seus apoiadores no sentido de uma pressão sobre o Congresso, sobre o Supremo e contra o povo para conduzir a um desfecho em que ele figura diante de si mesmo como a única solução possível para o seu mandato e, infelizmente, para o país.

Deve-se esperar uma reação das Forças Armadas que não lhe poderá ser favorável pelos motivos já colocados até aqui, porém acrescentados de um fato extremamente crítico para o Palácio do Planalto: o exemplo do coronel  Aleksander Lacerda do comando da PM de São Paulo pelo governador João Dória em razão de ataques absurdos contra ministros do Supremo e contra o Congresso Nacional.

REBELDIA – No Rio de Janeiro, o comandante da PM foi também substituído. O que dá margem a pensar que o foco de rebeldia institucional encontra-se de forma mais aparente exatamente em comandos da Polícia Militar, pela Constituição uma reserva do Exército, e que, portanto, não pode se sobrepor ao segmento militar.  Na minha impressão, pela primeira vez na história, um coronel da PM, no caso de São Paulo, tenta assumir a liderança de um movimento contra a Carta Magna e as instituições democráticas do país.

Bolsonaro certamente não levou esse aspecto em conta. Provavelmente também não prestou atenção na reportagem de Evandro Éboli, Bianca Gomes e Sérgio Roxo, O Globo de ontem, e destacou a situação de alerta que preocupa governadores de estados em relação à atuação política de comandos da PM. No Rio de Janeiro, por exemplo, o governador Cláudio Castro afastou o comandante da PM numa sequência que pode indicar alguma conexão com a investida do coronel Aleksander Lacerda em São Paulo, demitido por Dória.

O confronto nas ruas, na minha opinião, não beneficiará Bolsonaro como assinalam as pesquisas do Datafolha e da XP Investimentos. Bolsonaro não se conforma com as tendências eleitorais e, como os fatos demonstram, resolveu seguir e persistir na estrada que no seu projeto tem como objetivo suspender as eleições do ano que vem.

SEM RESPOSTA – Mas suspender as eleições presidenciais ou todos os demais pleitos ? Ele mesmo, Bolsonaro, não tem resposta para esse dilema que elaborou no seu pensamento, mas que não encontra consequência concreta na realidade dos fatos. Bolsonaro prossegue em seu delírio e dele não se afastará sem que o impasse provoque uma ruptura no quadro político e institucional.

Com o seu projeto de suspender as eleições, Bolsonaro revela não possuir as condições necessárias para permanecer como presidente da República. Ele foi eleito em 2018 e se alimenta de sua vitória, mas sem levar em consideração os dias de hoje e o futuro das urnas de amanhã.

As urnas são a expressão da democracia. Elas o conduziram à vitória, mas também poderão assinalar a sua derrota. A política é assim e a democracia também.

Em destaque

Ao atacar Israel, o Irã agora corre o risco de enfrentar também os Estados Unidos

Publicado em 1 de outubro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Irã ataca Israel lançando cerca de 180 mísseis à n...

Mais visitadas