Publicado em 2 de julho de 2021 por Tribuna da Internet
Gustavo Côrtes e Matheus de Souza
Estadão
O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar em xeque a segurança das urnas eletrônicas e afirmou a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada que está em contato com hackers para fazer uma demonstração pública, via redes sociais, da segurança do sistema.
Em meio às diversas críticas ao governo devido a escândalos envolvendo a compra de vacinas, Bolsonaro tem evitado comentar o tema e aumentando o tom na afirmação de que haverá fraudes nas eleições do ano que vem.
DEMONSTRAÇÃO PÚBLICA – “Eu pretendo, estou tentando, já fizemos contato com as pessoas que entendem do assunto, são hackers, para fazer uma demonstração pública. Lógico que a televisão não vai mostrar, mas vou fazer uma live”, afirmou o presidente.
O voto auditável é uma das bandeiras de Bolsonaro, que já afirmou ter provas de que o pleito que o levou à presidência teria sido fraudado. Ele alega que teria vencido no primeiro turno em 2018.
Em 24 de junho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes deu 10 dias para que o chefe do Executivo apresentasse provas de suas alegações de irregularidades no sistema eleitoral. Hoje, Bolsonaro comentou sobre o tema. “Apresento se eu quiser”. “Não tenho obrigação de apresentar prova pra ninguém”, declarou a apoiadores.
O discurso de fraude nas eleições do presidente vem acompanhado por ataques ao seu principal adversário político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O que Bolsonaro tem falado a apoiadores é que existe uma “articulação” para colocar Lula de volta no Planalto através de fraude. “O que um candidato aí está fazendo?”, começou, evitando citar o nome de Lula, “ele está reunindo alguns líderes partidários já loteando o futuro governo dele. Daí os caras começam a trabalhar contra o voto auditável. Porque só chega, esse cara só chega na fraude.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro demonstra não ter o menos juízo. Fazer fraudes é crime; ensinar a fazer fraudes é crime também. Outra coisa: quem deu 15 dias de prazo para Bolsonaro encaminhar as provas de fraude foi o corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão. (C.N.)