Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - e não o Congresso - foram os alvos da suposta ameaça feita pelo general Braga Netto de que não haveria eleições em 2022 sem voto impresso. A informação é da colunista Thaís Oyama, do UOL.
Na semana passada, o jornal Estadão revelou que o ministro da Defesa se reuniu com um interlocutor que ficou responsável em enviar seu recado: "a quem interessasse, que não haveria eleiões em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável" (lembre aqui).
Segundo a publicação da colunista, o interlocutor citado seria o senador Ciro Nogueiro, que assumiu a Casa Civil, e além de Lira, os "alvos" originais foram atingidos pelo comunicado, entre eles o ministro Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Ainda de acordo com o UOL, pouco antes da suposta ameaça de Braga Netto, uma reportagem apontou que os ministros do STF Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre Moraes estariam promovendo reuniões com congressistas para esvaziar o projeto do voto impresso, que tramita na Câmara dos Deputados.
No dia seguinte à publicação, Bolsonaro indicou ter lido o texto. "Tem uma articulação de três ministros do Supremo para não ter o voto auditável. Se não tiver, eles vão ter que apresentar uma maneira de termos eleições limpas. Se não tiver, vamos ter problemas no ano que vem", disse o presidente durante conversa com apoiadores.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, vai intimar o ministro da Defesa, Braga Netto, para prestar esclarecimentos sobre supostas ameaças que teria feito contra o processo eleitoral (leia mais aqui).