Publicado em 6 de abril de 2021 por Tribuna da Internet
José Carlos Werneck
Por razões que não revela, como afirmou durante sua live de quinta-feira passada, o presidente Jair Bolsonaro demitiu o general Fernando Azevedo e Silva do cargo de ministro da Defesa e nomeou em seu lugar o general Braga Netto, que vinha ocupando a chefia da Casa Civil da Presidência da República. Parecia indício de um golpe, mas, apesar da fértil imaginação de alguns, o clima em Brasília permanece de total tranquilidade.
A maior prova disso é a visita de cortesia, que o novo e o antigo comandantes do Exército, generais Paulo Sérgio Nogueira e Edson Pujol, fizeram juntos, na mesma quinta-feira, ao ex-comandante Eduardo Villas Bôas, importante liderança das Forças Armadas, portador de uma grave doença degenerativa, que dificulta seus movimento, mas não afeta sua lucidez.
SEM CONSPIRAÇÃO – O encontro transcorreu num clima amistoso e bastante descontraído, conforme descrito pelo Exército, nas redes sociais, como uma demonstração de “laços inquebrantáveis de respeito, camaradagem e lealdade.”
Paulo Sérgio e Pujol foram comandados de Villas Bôas, que é um pouco mais antigo. O general Villas Bôas é da turma de 1973 e o general Pujol da turma de 1977 e foram companheiros no Alto Comando do Exército, integrado por 16 generais de quatro estrelas, enquanto o novo comandante, Paulo Sérgio Nogueira, da turma de 1980, foi promovido a general quatro estrelas no comando de Villas Bôas.
A reunião informal mostrou que a “crise militar” motivada pela substituição do ministro da Defesa não teve a gravidade apontada por políticos e pela mídia.
AO LARGO DOS QUARTÉIS… – Como bem salientou o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, em entrevista concedida a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, no Governo, à exceção do presidente e seu vice, que foram eleitos pelo povo, todos os demais integrantes são passíveis de demissões e substituíveis.
Realmente estava coberto de razão o general Rego Barros, quando afirmou que: “Que a política permaneça ao largo dos quartéis”.
Perfeitíssimo! Enfim, existe integral respeito às Instituições. Felizmente, no Brasil atual, não existe mais espaço para aventuras. E isso vale para todos: da Direita e da Esquerda.