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quarta-feira, fevereiro 26, 2020

Ataque do Planalto ao Congresso e ao Supremo é inaceitável em democracia plena

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Charge do Duke (dukechargista.com)
Vicente Limongi Netto
As gloriosas cores verde-oliva ensaiam golpe contra as instituições. Nada é feito de afogadilho. O plano sempre foi este. Torpedear o bom senso. Insultar o direito alheio. Governo que não sabe conviver com críticas é estarrecedor e fraco. No devido tempo, expondo pretextos espúrios, resolveram solapar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. O destempero caiu na cabeça de quem foi eleito democraticamente.
Afronta-se a legitimidade das urnas. Violenta-se o direito do cidadão. Fica evidente, diante do plano sórdido de Bolsonaro e capachos da torpeza e do mal, que o vídeo vazado do ministro Augusto Heleno insultando o Congresso foi proposital. Serviu como senha nefasta e ditatorial para desacreditar o Brasil no cenário internacional.
FARSA PALACIANA – O povo e a imprensa não admitirão servir de pasto para o estapafúrdio cenário antidemocrático que se desenha. Lutarão até o fim para não voltar a serem penalizados por prepotentes de plantão. Deputados, senadores, vereadores, prefeitos, ministros e governadores saberão repudiar a farsa palaciana.  O Brasil não se transformará em rios de sangue para satisfazer os apetites doentios daqueles que foram consagrados pelas urnas.E agora, melancolicamente, voltam-se contra elas. 
Os abutres e hienas dos conchavos sorrateiros estão nus. Conduzidos e humilhados pela colossal fraqueza de gestos, atitudes, pobreza de espírito, covardia e hipocrisia. Que tomaram conta de suas almas. 
MORO NO CEARÁ – Para dizer bobagens, sangrando ainda mais os corações da amedrontada e afrontada população, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, não precisava ir flanar no Ceará.  A síntese da percepção de Moro diante do quadro da violenta onda de 147 assassinatos no Estado cearense foi estarrecedora: “Está tudo sob controle. Não há uma situação de absoluta desordem nas ruas”.
Coisa feia, ministro. Ponha os pés no chão. Na mesma linha ridícula de Moro, outra declaração inacreditável partiu da ministra Damares Alves. Atropelando e desafiando a Constituição, Damares defendeu, em Genebra, o direito de greve dos militares encapuzados no Ceará. Depois, alertada pela barbaridade proferida, a falastrona Damares recuou. Virou hábito a autoridade falar o que não deve, pelos cotovelos, pagando, a seguir, pela língua sem freios.

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