Luiz CalcagnoCorreio Braziliense
O presidente Jair Bolsonaro postou um terceiro vídeo em seu perfil oficial do Facebook, na noite desta sexta-feira (28/2), atribuindo a gravação à publicação da jornalista Vera Magalhães, do Estadão. A peça divulgada é de 2015, mas nada tem a ver com os vídeos que o presidente encaminhou para vários contatos, convocando a população para manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), e revelados pela repórter.
Na quinta-feira (27), durante a live semanal, Bolsonaro já havia dito que o vídeo exibido pela repórter do Estadão era de 2015, embora as duas peças de convocação para protestos mostrassem imagens da facada que o presidente levou durante a campanha presidenciais e imagens também de sua posse, fatos ocorridos em 2018 e 2019, respectivamente.
Agora, o presidente tenta fazer crer que a convocação para as manifestações do próximo dia 15 nada tem a ver com ele.
DISSE BOLSONARO – Ao exibir o vídeo antigo, de 2015, como se tivesse sido postado por Vera Magalhães, o que na verdade não ocorreu, disse o presidente Bolsonaro:
“O vídeo abaixo chegou ao conhecimento da jornalista Vera Magalhães que, na sede de um furo jornalístico, publicou matéria como se eu estivesse convocando ato para as manifestações de 15/março/2020. Ela, certamente por má fé, não atentou que o vídeo era de 2015, onde houve uma manifestação no dia 15 de março (domingo) daquele ano contra o governo do PT. Como se não bastasse ela ainda mentiu dizendo que eu atacava o Congresso. Na verdade esses (sic) figuras não se cansam de praticar um péssimo jornalismo e prejudicar o Brasil”, disparou o presidente.
No vídeo, Bolsonaro aparece falando em um local que aparenta ser uma praia. “Quem não estiver de serviço, como cidadão, assim como eu, vamos participar desse movimento. O que está em jogo é o futuro do país. Não precisamos chegar à situação que está a Venezuela para tomar uma providência. Todos nós somos brasileiros e quem tem que sair daqui são eles. Então, Brasil acima de tudo e até o dia 15, ok?”, afirma o então deputado Jair Bolsonaro. Na filmagem, ele não diz, no entanto, o mês.
GRAVE MAL ESTAR – A tentativa de desacreditar a repórter tem motivos. Na verdade, a convocação de Bolsonaro para as manifestações contra os demais poderes causou grave mal-estar e poderá custar ao presidente o pouco capital político que resta com os deputados e senadores.
Além do vídeo, convocações nas redes sociais incluíram montagens com imagens de militares, incluindo o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional GSI, general Augusto Heleno, pedindo a saída dos presidentes do Congresso e Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Com um dia de atraso, tanto Mourão quanto Heleno repudiaram o uso das respectivas imagens no banner.
Nesta terça, líderes partidários da Câmara vão se encontrar para debater como reagir a essa iniciativa de Bolsonaro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Chega a ser comovente o esforço que os admiradores de Bolsonaro fazem para tentar limpar o presidente. Mas não adianta, porque o próprio Bolsonaro se encarrega de se sujar todo. Parece Piada do Ano essa ideia de exibir um vídeo de 2015 como se fosse uma das gravações citadas pela repórter. É uma mentira que se desmente por si mesma. Chega a ser estarrecedor que um presidente da República faça uma asneira desse tipo. É lamentável. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Chega a ser comovente o esforço que os admiradores de Bolsonaro fazem para tentar limpar o presidente. Mas não adianta, porque o próprio Bolsonaro se encarrega de se sujar todo. Parece Piada do Ano essa ideia de exibir um vídeo de 2015 como se fosse uma das gravações citadas pela repórter. É uma mentira que se desmente por si mesma. Chega a ser estarrecedor que um presidente da República faça uma asneira desse tipo. É lamentável. (C.N.)