18/06/2018
Uma decisão judicial vai tirar Letícia Rodrigues, de 25 anos, e seus quatro filhos de cima de um terreno da Prefeitura de Gaspar. A jovem invadiu o terreno no início do mês de junho, construiu um casebre e, há cerca de duas semanas, vive em situações precárias.
Após reportagem do Jornal Cruzeiro do Vale noticiar a realidade vivida pela família, a comunidade se sensibilizou com a situação e fez diversas doações. Além de roupas e cestas básicas, Letícia ganhou de uma madeireira todo o material necessário para a construção de uma nova casa. A moradia começou a ser erguida e no sábado, dia 16 de junho, a mulher recebeu a visita de fiscais da prefeitura, que embargaram a obra. “Eles me mostraram a cópia de uma ordem judicial que diz que eu devo sair imediatamente. Não deixaram a cópia, mas falaram que eu vou receber a visita do oficial de Justiça comunicando da decisão. Ainda não recebi. Mas, quero cumprir o que estão falando. Só não tenho para onde ir”, desabafa.
Letícia afirma que sua intenção não é desacatar a ordem judicial e que está procurando uma casa para alugar ou, quem sabe, um terreno para comprar parcelado. Porém, ainda não encontrou um local. “Meus parentes todos pagam aluguel, então não têm como me ajudar. Se eu conseguir comprar um terreno parcelado, consigo construir uma casinha com a madeira que ganhei de doação. Ou então posso alugar. Mas, se antes já estava difícil, imagina agora”.
Com a doação vinda da comunidade, Letícia deu início à construção de uma nova casa para criar os filhos com mais dignidade. A obra agora está parada e a mãe tem medo de perder o material recebido. “Recebi muitas doações. Tem muita gente ajudando. Uma mulher até disse que me dá os materiais para construir um banheiro. O problema agora é que não tenho onde construir. Não quero desobedecer a ordem e não quero chegar no ponto de perder meus filhos. Quanto mais eu espero, mais complicado fica. Só quero um cantinho para construir minha casa”.
Ordem judicial
Até o início da tarde de segunda-feira, dia 18 de junho, Letícia ainda não havia sido notificada por um oficial de justiça sobre a decisão de desocupar o terreno. De acordo com Pedro Bornhausen, Chefe de Gabinete da Prefeitura de Gaspar, a notificação deve ser feita até o fim da tarde de segunda. “A renda que ela tem foi uma das argumentações que usamos na justiça. Infelizmente temos uma fila de mais de mil pessoas que esperam uma casa, terreno ou apartamento e não temos como passar ela na frente. A decisão é que ela desocupe o terreno de forma imediata. Apesar de não podermos resolver a questão da moradia, daremos todo o amparo social que a família precisar”.
Lembre o caso
No início do mês de junho, Letícia Rodrigues, os quatro filhos e a mãe acamada invadiram um terreno pertencente à Prefeitura de Gaspar. O terreno está localizado no Loteamento Novo Horizonte, no bairro Gaspar Mirim, e nele a mulher construiu, com a ajuda dos vizinhos, um casebre de 20 metros quadrados. Ele é em chão batido, tem frestas nas paredes, não possui banheiro, nem água e energia elétrica.
A falta de dinheiro para pagar o aluguel levou a família a optar pela invasão. Os seis vivem da pensão de dona Maria, mãe de Letícia, que recebe um salário mínimo; e do valor que a mulher recebe como pensão do ex-marido. Letícia está na fila para receber da Prefeitura de Gaspar a doação de uma casa. Porém, existem mais pessoas em sua frente e o poder público não pode permitir que ela permaneça no local, principalmente porque trata-se de uma Área Verde. Ou seja, não se pode construir naquele local.
Para ajudar
Letícia está à procura de um terreno para comprar de forma parcelada ou de uma casa que posa alugar para morar com a família. Qualquer informação que possa ajudar a jovem mãe pode ser repassada no telefone 99213-4383.
Nota da redação deste Blog - Em Jeremoabo será que o prefeito irá descumprir a lei e permitir invasão?
As leis tem que ser cumpridas, e vale para todos, senão vamos ter um avalanche de invasão em Jeremoabo.
A população aguarda uma solução por parte do prefeito e uma ação por parte da Câmara, do jeito que está não pode ficar.