Pedro do Coutto
Com a vitória por larga margem nas prévias de Nevada, mais uma entre aquelas que já conseguiu, tudo indica que Bernie Sanders será candidato do Partido Democrata a disputar as eleições em novembro contra Donald Trump. É verdade que ainda faltam muitas prévias, mas o fato evidente é que ele despertou a emoção das bases e isso deverá levá-lo a vitória nas eleições partidárias.
O quadro tornou-se francamente favorável a sua indicação, uma vez que Joe Biden não conseguiu decolar. Percebe-se uma situação de frieza dos democratas em relação a ele. Mas ele poderá acrescentar votos a Sanders na campanha eleitoral americana.
UNIR AS BASES – O partido Democrata atravessa uma fase difícil depois da derrota de Hilary Clinton, porém por este aspecto não se pode dizer que a legenda não conseguirá a união de suas bases e a emoção humana que é o ponto primordial dos embates eleitorais. As campanhas e as urnas surpreendem. Há vários exemplos.
Em 1960, Nixon, favoritíssimo, perdeu para John Kennedy . Dois anos depois, em 1962 disputou o governo da Califórnia contra o democrata Edmond Brien. Perdeu e anunciou aos jornalistas sua saída da política, que teve como ponto marcante ter sido vice-presidente de Eisenhower nos mandatos conquistados em 52 e 56.
Em 64 o partido Republicano concorreu com Barry Goldwater. Lyndon Johnson venceu disparado. Em 68 o quadro republicano estava vazio. Houve uma divisão dos democratas aberta pelo governador George Wallace. E Nixon derrotou Hupert Humprey. Portanto situações inesperadas ocorrem.
TRUMP FAVORITO – Agora os fados da política destacam favoritismo de Donald Trump. Mas é preciso levar em consideração os aspectos que surgirão ao longo da campanha nos noves meses que faltam para as urnas.
Por exemplo. Depois da convenção, a legenda que foi de Roosevelt e de Kennedy poderá alcançar a unidade na maratona pela Casa Branca. Além disso, é necessário considerar o peso do apoio do ex-presidente Barack Obama que, como é natural, faz parte da ética absoluta que caracteriza seu comportamento. Vale acentuar que a hipótese de tal apoio traz consigo uma conquista social importante, caso do Obamacare.
Obamacare, projeto do ex-presidente incorporado à legislação, permitiu cobertura de serviço de saúde a 20% da população dos EUA. Esses 20%, reduzidos em números absolutos, representam 60 milhões de pessoas, famílias que passaram a contar com uma atenção que antes não recebiam. Pontos como esse logicamente podem acrescentar votos. Donald Trump hoje está forte. Amanhã pode não se ter a mesma certeza.
O aspecto importante em matéria eleitoral é que eleição não se ganha na véspera, como é o caso das partidas de futebol. O voto se conquista nas urnas. A vitória também.