Redação CORREIO
O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz foi suspenso por 60 dias de sua função, informou nesta sexta-feira a assessoria do ministro Tarso Genro (Justiça). A informação da suspensão foi confirmada após Protógenes ter dado entrevistas em que dizia ter sido demitido da corporação por ter participado de um comício eleitoral em Poços de Caldas (MG), o que ele nega.
Protógenes ficou conhecido por ser o responsável pela Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantes, o megainvestidor Naji Nahas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e outras 17 pessoas em dezembro de 2008. O delegado foi acusado de abusos durante as diligências da operação, que investigou crimes contra a ordem financeira. Entre acusações contra Protógenes estão vazamento de informações sigilosas e realização de escutas telefônicas sem autorização judicial, o que ele sempre negou.
Segundo a assessoria do Ministério da Justiça, a suspensão se deve à conclusão de um dos processos administrativos a que o delegado responde. O ministério não soube informar o teor do processo que gerou a suspensão nem a partir de quando ela começa a valer.
O caso será agora analisado pela assessoria jurídica do ministério. Mesmo com a suspensão, Protógenes continuará a receber salário, informou a assessoria do ministro Tarso Genro. O delegado disse que recebeu a informação sobre sua suposta demissão de um amigo. “Recebi o telefonema de um colega durante o congresso do PCdoB em São Paulo de que a minha demissão estava pronta para ser publicada na próxima segunda ou terça-feira. Isso é ato indigno, de tirania da cúpula da Polícia Federal. Um ato contra a democracia, um ato contra o Brasil.”
Segundo ele, a punição teria sido motivada por questões políticas. “A justificativa é a de que eu participei da campanha de Paulo Tadeu, do PT, à Prefeitura de Poços de Caldas [MG], de que eu havia participado de um comício. E que a prova era um vídeo no YouTube, uma montagem que foi comprovada pela própria PF.” Ele se disse perseguido. De acordo com ele, toda vez que faz palestras pelo Brasil ele diz receber intimações sobre “procedimentos da Polícia Federal”. (As informações são do G1)/Correio da Bahia
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