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quarta-feira, novembro 25, 2009

Remédio que inibe ereção em ratos anima deputado

Celso Nascimento


As sessões plenárias da Assembleia Legislativa às vezes são trágicas, outras vezes são cômicas. Na maior parte do tempo, porém, conseguem conjugar as duas “qualidades” – e então se tornam tragicômicas. É verdade: há deputados sérios, preocupados realmente com questões de interesse público. Certos ou errados, defendem seus pontos de vista com honestidade e honram cada voto que os colocou lá.
Infelizmente, porém, o plenário das tardes de segunda à quarta-feira costuma ser um enfadonho desfile de discursos irrelevantes – uns a elogiar o governo por motivos banais, outros a desenvolver retóricas de crítica sem suficiente embasamento fáctico, técnico ou político. Há deputados que tentam se fazer de engraçados, grunhem, descabelam-se. E há também os que passam o tempo lendo os e-mails que recebem de supostos eleitores, hipotéticas pessoas reais.
ultima = 0;

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Neste último caso notabiliza-se o veterano e aplicado deputado (100% de presença!) Antonio Belinati. Todos os dias, invariavelmente, ocupa a tribuna por 15 longos minutos para ler cada mensagem que recebe em seu computador. A maioria elogiando sua atuação parlamentar ou contendo pedidos de emprego. Tem boa intenção o deputado – afinal, é um dos poucos que se comunicam tão diretamente com o povo.
Mas ontem, contudo, certamente porque não cuida de identificar a origem e a seriedade das mensagens, Belinati acabou sendo vítima de um trote. Tratava-se de e-mail enviado por um piadista, falsamente identificado como bioquímico formado na USP, de 77 anos, morador no município de Francisco Alves, vítima de abusos sexuais na adolescência. Ele pedia a colaboração do deputado para concluir importante pesquisa científica que teria desenvolvido em seu laboratório caseiro ao longo dos últimos 22 anos.
De que tratava a pesquisa? De um assunto muito caro a Antonio Belinati, objeto até de um projeto que apresentou tempos atrás: a castração de estupradores e pedófilos com o uso de salmora e pimenta.
O “bioquímico” disse ter projeto mais humanitário: esterilização com o uso de uma droga inventada por ele a partir da semente de girassol e que, aplicada no criminoso, lhe causaria dificuldades de ereção. Segundo o “signatário” do e-mail, os ratos que submeteu ao tratamento perderam o desejo sexual e reduziram a produção de espermatozoides. Uma maravilha da ciência que precisaria ser testada em humanos com a ajuda da Universidade Estadual de Maringá – tudo em nome da justiça, inclusive divina.
Belinati leu com todo o respeito o e-mail sem saber que se tratava de uma brincadeira de muito mau gosto, criminosa até. Ele não sabia, mas outros deputados sabiam e não advertiram o colega... Ingênuo em sua boa vontade, em querer ajudar o “cientista”, o deputado apelou ao próprio governador para que autorizasse testes com o seu produto.
O episódio pode ter três efeitos. O primeiro deles é desacreditar as mensagens que Belinati lê (as passadas e as futuras). Outro, é fazer com que o deputado não gaste mais tempo lendo e-mails. E o terceiro efeito, talvez o principal, é reconhecer que o presidente da Assembleia, deputado Nelson Justus, que se recusa a autorizar a instalação de CPIs, tem razão. Provavelmente por medo do nível dos debates.
Fonte: Gazeta do Povo

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