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quinta-feira, abril 20, 2006

Ihéus vive novo escândalo político

Por: Luiz Conceição


O aposentado Luiz Eduardo Cerqueira Ramos, preso quando tentava fraudar a emissão de títulos eleitorais no SAC, deflagra novo escândalo político em Ilhéus. Em depoimento à Polícia Federal, ele acusa a funcionária do Gabinete do prefeito Maria do Socorro Freitas Reis (assessora da ex-secretária de Governo da prefeitura e candidata a deputada estadual Luciana Reis) de ter lhe pago R$ 5 mil para participar do esquema de fraude de títulos para a eleição deste ano.
A denúncia acontece há cerca de 30 dias da rejeição, pelo plenário da Câmara Municipal, do pedido de cassação do prefeito Valderico Reis (pai de Luciana Reis) e do vereador Zerinaldo Sena (sem partido) pela suposta compra de votos de vereadores para formação de maioria parlamentar.
Com base no inquérito, o Ministério Público Eleitoral, através da 8ªPromotoria de Justiça, ofereceu denúncia ao juiz da 25ªEleitoral, Zona Hermes Costa Lima, no dia 11, contra os acusados Luiz Eduardo Cerqueira Ramos e Bruno Ramos Oliveira, por ter o primeiro tentado se inscrever fraudulentamente, como eleitor. A denúncia pode vir a ser complementada se no curso do inquérito novas provas forem colhidas, inclusive contra outras pessoas citadas pelo principal acusado.
OPERAÇÃO - Embora a prisão em flagrante tenha sido no dia 6, somente esta semana o fato se tornou público, a partir de novo depoimento do acusado à Polícia Federal, na sala da Coordenadoria de Controle do Presídio Ariston Cardoso, na quinta-feira passada, sob acusação de porte ilegal de arma, apreendida durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua casa.
Luiz Eduardo assumiu inteiramente a responsabilidade pela montagem de cópia da cédula de identidade em nome de Dênio Vinicius Alencar Silva, que seria utilizado pelo seu primo Bruno Ramos Oliveira para alistamento eleitoral.
No depoimento, acompanhado pelos seus advogados Cosme Araújo Santos e Geerdsohn Ribeiro da Silva, o acusado assume ter arquitetado todo o esquema, que teria sido utilizado pela primeira vez na última eleição para vereador em Ilhéus. Diz que o artifício se constituía da seguinte maneira: de posse de uma cédula de identidade eram montadas novas identidades alterando-se o nome da mãe e a data de nascimento do titular, sendo o documento posteriormente copiado e utilizado para instruir requerimento de alistamento eleitoral.
Pesa no depoimento acusação contra o assessor do vereador Zerinaldo Sena, de prenome Clinton, que teria sido o responsável pelo fornecimento das cédulas de identidade para eleição de 2004, quando foram falsificados 300 títulos eleitorais.
Pelo trabalho, Luiz Eduardo teria recebido R$ 10 mil em espécie. Clinton, segundo o acusado, manteria uma estrutura de oito pessoas, credenciadas como fiscais partidários, que eram transportadas pelo próprio comitê até os locais de votação, onde cada "eleitor" fabricado votava até 40 vezes.
Esquema seria utilizado na eleição para deputado
Ao depor, o preso Luiz Eduardo declarou que, ao final de 2005 foi contratado pela funcionária do Gabinete do Prefeito Maria do Socorro Freitas Reis, a quem conhece como Socorrinho, que também assessora a campanha da ex-secretária de Governo Luciana Reis ( que deixou o cargo para disputar vaga de deputada estadual), para montar o mesmo esquema que seria utilizado na próxima eleição para deputado.
A assessora teria feito a encomenda de dois mil títulos eleitorais, depois de ter tomado conhecimento da fraude, através de Fred, que morava na residência de Edgar Vieira da Silva Filho, também custodiado no presídio.
O acusado relatou ter recebido R$ 5 mil em espécie, antecipadamento, que lhe foram entregues por Socorrinho, dinheiro usado na aquisição de material de construção em lojas da zona norte de Ilhéus, sendo, inclusive, recepcionado em uma delas pela ex-secretária municipal.
A assessora teria, então, lhe perguntado, se poderia ser montado esquema de fraude para impugnar alguma candidatura que estivesse à frente de sua ex-chefe nas pesquisas, às vésperas das eleições. O esquema ainda estava sendo estudado, mas já fabricava títulos eleitorais, quando acabou flagrado pela Polícia Federal.
A acusado se recorda ter pedido o alistamento de Joquizan Santos da Siva. O preso citou a participação no esquema de Valder Santos Cardoso e Wellington Ribeiro Santana, que não puderam ser encontrados.
No depoimento, Luiz Eduardo tenta isentar o primo Bruno Oliveira, que teria ido ao SAC em sua companhia e desconhecia suas intenções, tendo apresentado títulos de eleitor em nome de Wellington Ribeiro Santana, Shadia Barros Oliveira e Matias Aparecido Santos de Jesus, já utilizados na eleição de 2004.
Os títulos seriam reutilizados na fraude este ano, após suas multiplicações, além de sete protocolos de requerimento de alistamento eleitoral que seriam entregues a Socorrinho.
Fonte: Jornal A TARDE

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