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terça-feira, dezembro 05, 2023

Ouro dispara e supera novo recorde; veja o que está por trás da valorização




Os preços perderam fôlego ao longo do dia e fecharam em queda acima de 2%, próximo de US$ 2.027

Metal chegou a ser cotado a US$ 2.135 nesta segunda (4), mas perdeu fôlego e fechou com queda de 2%

Por Anna Cooban

Os preços do ouro atingiram um marco histórico nesta segunda-feira (4), impulsionados pelas crescentes expectativas entre os investidores de cortes nas taxas de juro, dólar mais fraco e tensões geopolíticas.

O metal chegou a ser cotado a US$ 2.135 (cerca de R$ 10.675) por onça (aproximadamente 30 gramas), o maior valor desde o recorde de US$ 2.072 (R$ 10.360), alcançado em agosto de 2020.

O preço perdeu fôlego ao longo do dia e fechou com queda acima de 2%, próximo de US$ 2.027 (cerca de R$ 10.135), segundo dados da Refinity.

Nas últimas semanas, os investidores têm ficado cada vez mais confiantes de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) conseguiu controlar a inflação mediante aumentos agressivos das taxas de juro e pode começar a reduzir os custos dos empréstimos já em março do próximo ano.

Taxas de juros mais altas aumentam os rendimentos de ativos como os títulos do Tesouro dos EUA, atraindo investidores.

Porém, quando as taxas de juros são baixas, estão caindo ou — como neste caso — se espera que caiam, a demanda por títulos do Tesouro diminui e o ouro, que não paga juros, torna-se relativamente mais atraente.

O rendimento do título de referência de 10 anos do Tesouro dos EUA caiu de uma alta de 5% em 16 anos, atingida em meados de outubro, para 4,3% nesta segunda-feira.

“As expectativas do fim do ciclo de aperto foram precificadas, empurrando os rendimentos de longo prazo para baixo”, escreveu Daria Efanova, chefe de pesquisa da plataforma de negociação Sucden Financial, em nota.

“Isso criou um ambiente mais favorável para o ouro como um ativo sem rendimento”.

John Reade, estrategista de mercado do World Gold Council, uma associação de produtores de ouro, disse à CNN que, com os investidores prevendo vários cortes nas taxas de juros ao longo do próximo ano, os preços do ouro poderiam “muito possivelmente” disparar acima do recorde de alta registrado nesta segunda-feira.

Essas previsões de taxas também pesaram sobre o dólar americano, tornando o ouro mais atraente. Taxas de juros mais altas tendem a aumentar o valor de uma moeda, atraindo mais capital do exterior para o país, e o inverso ocorre quando as taxas caem.

O dólar caiu 3% no mês passado em relação a uma série de seis moedas das principais economias do globo. Como o ouro é cotado em dólares americanos, a queda no valor da divisa tornou a compra do metal menos cara para os investidores de fora dos Estados Unidos, o que deveria ter impulsionado a demanda e, por sua vez, elevado os preços.

Risco geopolítico

Em um período mais longo, o ouro se beneficiou de outro fator: uma profunda sensação de inquietação global. O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, disse que este pode ser o momento mais perigoso que o mundo já viu em décadas.

Em geral, os investidores veem o metal como um porto seguro, pois é um ativo tangível e escasso que, em teoria, mantém seu valor. Os preços do ouro subiram 10% até agora neste ano.

“O ambiente de risco geopolítico parece ter mudado”, disse Reade. “Não apenas (por causa da) invasão da Ucrânia pela Rússia, não apenas pelas coisas terríveis que estão acontecendo em Israel e Gaza, mas pelas tensões comerciais entre os EUA e a China, preocupações sobre o que acontecerá no Mar do Sul da China, preocupações sobre o que a China fará em Taiwan.”

Um mundo mais fragmentado e febril tem incentivado os bancos centrais dos mercados emergentes a estocar o metal precioso, observou Reade. Além disso, os formuladores de políticas desses países, assustados com o congelamento das reservas cambiais do banco central russo no Ocidente, acumularam ouro como uma reserva alternativa de valor que eles consideram mais segura, acrescentou.

Conforme o Conselho Mundial do Ouro, os bancos centrais dos mercados emergentes compraram em média 473 toneladas métricas (521 toneladas) de ouro por ano, entre 2010 e 2021. No entanto, no ano passado, eles compraram 1.100 toneladas métricas do metal e, nos três primeiros trimestres deste ano, 800. Esse ritmo alucinante de compras “pode continuar por anos, se não décadas”, disse Reade.

Quase um quarto de todos os bancos centrais disse, em uma pesquisa publicada em maio, que planejava aumentar suas reservas de ouro nos próximos 12 meses.

“As preocupações com o cenário econômico global instável e o conflito entre Israel e Hamas alimentaram a demanda dos investidores por ativos portos-seguros, como o ouro”, disse Victoria Scholar, chefe de investimentos da Interactive Investor, em uma nota.

“Além disso, as expectativas de cortes nas taxas do Fed no próximo ano pressionaram o dólar americano para baixo (…) aumentando a atratividade do ouro.”

CNN

Os horizontes de Lula no cenário internacional




São amplos os horizontes e ambiciosas as pretensões do presidente, o problema é começar arrumando a casa

Por William Waack (foto)

Lula acaba de descobrir quanto vale a palavra do amigo ditador da Venezuela, Nicolás Maduro: nada.

O presidente brasileiro pediu bom senso ao mandatário venezuelano na questão da anexação de um pedaço da vizinha Guiana por parte da Venezuela. Colheu tudo o que o Brasil não precisava, uma tremenda confusão junto das nossas já vulneráveis fronteiras.

Não foi por falta de aviso. Lula já havia se empenhado em mudar a governança do mundo — leia-se como os países se relacionam entre si — agora que assumiu a presidência rotativa do G20, mas está com enormes dificuldades para arrumar até mesmo os arredores de casa, considerando que a América do Sul é casa para nós.

Uma eleição que ele tentou dirigir na Argentina tornou muito duvidoso um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Acordo que, sozinho, Lula já tinha tornado muito difícil.

O presidente brasileiro também pensa em entrar no cartel de combustível fóssil, a Opep+, como forma de acelerar o fim desses combustíveis, que no Brasil recebem mais incentivos e investimentos do que energia limpa.

De fato, são amplos os horizontes e ambiciosas as pretensões do presidente brasileiro. O problema é começar arrumando a casa.

CNN

O que acontece depois da aprovação dos venezuelanos para anexar parte da Guiana




O presidente venezuelano Nicolas Maduro fala durante campanha de encerramento antes do referendo para a defesa do território de Essequibo em Caracas

Governo de Nicolás Maduro disse que referendo teve 95% de aprovação

Por David Shortell

Por meio de um referendo, os venezuelanos aprovaram neste domingo (03), a anexação de uma região rica em petróleo, que hoje pertence à Guiana. A área é objeto de uma longa disputa territorial entre os dois países, alimentada pela recente descoberta de vastos recursos energéticos. O resultado foi divulgado pelo governo de Nicolás Maduro.

A área em questão, a região densamente florestada de Essequibo, equivale a cerca de dois terços do território nacional da Guiana e é aproximadamente do tamanho do estado da Flórida, nos Estados Unidos.

O referendo deste domingo (03), em grande parte simbólico, perguntou aos eleitores se eles concordavam com a criação de um estado venezuelano na região de Essequibo, “incorporando esse estado no mapa do território venezuelano.”

Em uma coletiva de imprensa, que anunciou os resultados preliminares da primeira parcela de votos computados, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela disse que 95% dos eleitores escolheram o “sim”, pela anexação.

No entanto, não está claro quais medidas o governo da Venezuela tomaria para fazer valer sua reivindicação.

A Venezuela há muito tempo reivindica o território e argumenta estar dentro de suas fronteiras durante o período colonial espanhol.

O governo venezuelano, no entanto, rejeita uma decisão de 1899 de árbitros internacionais que estabeleceu as fronteiras atuais, quando a Guiana ainda era uma colônia britânica.

O presidente Nicolás Maduro lançou o referendo nas redes sociais.

A Guiana chamou o movimento de um passo para a anexação e uma “ameaça existencial.”

Na semana passada, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, visitou as tropas em Essequibo e hasteou uma bandeira da Guiana em uma montanha com vista para a fronteira com a Venezuela.

A Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia, decidiu antes da votação que “a Venezuela deve abster-se de tomar qualquer ação que modifique a situação que atualmente prevalece no território em disputa.”

O tribunal planeja realizar um julgamento sobre a questão, após anos de revisão e décadas de negociações fracassadas. No entanto, a Venezuela não reconhece a jurisdição do tribunal.

O que acontece agora?

O resultado da votação foi amplamente esperado na Venezuela, embora suas implicações práticas provavelmente sejam mínimas, dizem analistas. Especialistas afirmam que a criação de um estado venezuelano dentro do Essequibo é uma possibilidade remota.

Não está claro quais medidas o governo venezuelano tomaria para dar continuidade ao resultado, e qualquer tentativa de afirmar uma reivindicação certamente será recebida com resistência internacional.

Ainda assim, a retórica crescente levou a movimentos de tropas na região. A comunidade internacional comparou o caso com a invasão russa na Ucrânia. Muitos residentes na região predominantemente indígena estão no limite.

“A longa disputa sobre a fronteira entre a Guiana e a Venezuela subiu a um nível de tensão sem precedentes nas relações entre nossos países”, escreveu o ministro das Relações Exteriores da Guiana, Robert Persaud.

Mesmo sem implementar o referendo, que exigiria mais medidas constitucionais e o provável uso da força, Maduro pode ganhar politicamente com o voto em meio a uma campanha desafiadora de reeleição.

Em outubro, a oposição venezuelana voltou a atacar Maduro devido a escassez de alimentos e a alta da inflação.

“Um governo autoritário que enfrenta uma situação política difícil é sempre tentado a procurar uma questão patriótica para que ele possa se envolver na bandeira e reunir apoio, e acho que isso é uma grande parte do que Maduro está fazendo”, disse Phil Gunson do International Crisis Group.

CNN

Parceiro problemático': como imprensa da Alemanha vê visita de Lula a Berlim




No domingo (3/12), Lula participou de jantar de trabalho oferecido por chanceler alemão Olaf Scholz

Por  Luís Barrucho, especial a Berlim (Alemanha)

A imprensa alemã destacou a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Berlim como uma oportunidade de reativar as relações entre Brasil e Alemanha, mas lembrou que as divergências entre os dois países em temas como a guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza podem ameaçar essa tentativa de reaproximação.

A ZDF, a maior emissora da Alemanha, chamou Lula de "parceiro problemático".

"O farol de esperança Lula, há muito venerado como uma estrela por muitos esquerdistas europeus, tornou-se há muito tempo num parceiro problemático", escreveu Frank Buchwald, correspondente sênior de política do canal de TV.

"A sua posição pouco clara na guerra da Ucrânia, a sua hesitação ambígua após o ataque terrorista do Hamas islâmico: tudo isto confunde os europeus — e especialmente os alemães", acrescentou.

Buchwald lembra que a relação entre Brasil e Alemanha e, mais amplamente, entre Mercosul e União Europeia, tem sido caracterizada pela "falta de entendimento".

"Se tivessem melhor memória, a surpresa deste lado do Atlântico talvez não fosse tão grande, porque a relação entre a União Europeia e o espaço econômico sul-americano Mercosul, entre o Brasil e a Alemanha, tem sido caracterizada há décadas pela incompreensão e desilusão no Sul, bem como por erros de julgamento, arrogância e paternalismo no Norte", assinalou.

"Durante muito tempo, os europeus foram considerados 'parceiros dos sonhos' por ministérios das Relações Exteriores da América do Sul: as jovens democracias do Chile, Argentina, Uruguai e especialmente do Brasil admiravam sociedades abertas, economias de mercado e estabilidade política", completou.

Mas, segundo Buchwald, o "clima mudou — também politicamente", escreveu, prevendo "conversas difíceis" entre Lula e o chanceler alemão, Olaf Scholz.

Na mesma toada, o jornal Frankfurter Allgemeiner Zeitung, um dos mais influentes do país, questiona se a Alemanha pode confiar em Lula.

"Quão confiável é Lula? O Lula que, após o ataque de Putin à Ucrânia, culpou ambos os lados pela eclosão da guerra; que, nos seus comentários sobre a guerra em Gaza, não descreve o Hamas como uma organização terrorista e fala de genocídio por parte do Exército israelense; e que está ao lado dos regimes autoritários no grupo Brics e também na América Latina", escreveu Tjerk Brühwiller, correspondente do jornal para a América Latina baseado em São Paulo.

Segundo Brühwiller, Lula "não quer e não irá se alinhar com o Ocidente em muitas questões".

"Não apenas por razões ideológicas. O Brasil se beneficia dançando em todos os casamentos, algo que Lula domina como nenhum outro. Ele quer ser o porta-voz do Sul Global e um construtor de pontes. Com a presidência do G20, ele tem mais uma plataforma à sua disposição desde o início deste mês", acrescenta.

Já a emissora Deutsche Welle falou sobre a possibilidade de reconstrução das relações entre Brasil e Alemanha após a visita de Scholz ao Brasil no início deste ano, considerada um "desastre diplomático" ou mesmo um "tapa na cara" pela imprensa alemã.

Na ocasião, Lula recusou qualquer ajuda militar à Ucrânia — um pedido de Scholz.

"Olaf Scholz é considerado alguém que tem um plano para tudo e todos. Se o chanceler tinha um plano há dez meses, quando visitou o recém-coroado presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, este correu terrivelmente errado", escreveu Oliver Pieper, repórter de política da emissora que cobre América do Sul.

"Lula, por quem a política alemã ansiava depois dos anos de chumbo do populista de direita Jair Bolsonaro, deixou bem claro que a Alemanha estava agora lidando com um parceiro pelo menos num nível de igualdade. Com uma agenda própria e autoconfiante como porta-voz do sul global e membro dos países Brics que também assumirá a presidência do G20 em 2024."

"A sua mensagem é clara: nenhuma sanção econômica contra a Rússia e nenhuma entrega de armas à Ucrânia, depois a exigência de uma nova composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas com um assento para o Brasil e para o continente africano, bem como um acordo de comércio livre entre o Mercosul e a União Europeia, na qual a UE apoia inicialmente, teria que avançar uma vez", acrescentou.

Um tema destacado em todas as reportagens da imprensa alemã foi o acordo Mercosul-União Europeia, para o qual o Brasil espera renovar o apoio da Alemanha.

Lula esperava aproveitar a visita a Berlim para concluir ainda neste ano o tratado, que sofre forte oposição da França.

Há cada vez menos expectativas, no entanto, de que o acordo seja concluído, devido às críticas públicas do presidente da França, Emmanuel Macron, após ter se encontrado com Lula em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde ambos estiveram para a Conferência do Clima da ONU (COP28).

No sábado (2/12), Macron havia dito à imprensa que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que prevê a redução de tarifas em produtos dos dois blocos, é "antiquado" e "entra em contradição" com as políticas ambientais dos dois países — já que não estabelece garantias de redução de desmatamento em países como o Brasil.

Em entrevista a jornalistas na manhã de domingo (3/12) em Dubai, Lula disse que a verdadeira preocupação da França no acordo Mercosul-União Europeia não é o meio ambiente — mas sim garantir formas de proteger seus produtores de competição que vem do Brasil e da América do Sul.

"A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil. Assumam a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão", afirmou.

"Se não tiver acordo paciência, não foi por falta de vontade", acrescentou.

Cronograma da visita

Alemanha é a maior parceira do Brasil em cooperação técnica e financeira

Lula desembarcou na Alemanha após passar por Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, onde discursou na COP28, a conferência climática global da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em Berlim, ele se encontra com lideranças políticas e empresários. Deverão ser firmados cerca de 20 acordos nas mais diversas áreas, entre as quais meio ambiente, mudança do clima, desenvolvimento global, agricultura, bioeconomia, energia, saúde, ciência, tecnologia e inovação.

Após chegar à capital alemã, na tarde de domingo (3/12), Lula teve um jantar de trabalho oferecido por Scholz.

Nesta segunda-feira (4/12) pela manhã, o petista se reuniu com o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e com a presidente do Conselho Federal (Bundesrat) e governadora do Estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Manuela Schwesig.

À tarde, Lula e Scholz voltam a se encontrar e presidem a 2ª Reunião de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível Brasil-Alemanha, com a participação de ministros de Estado brasileiros e ministros federais alemães.

As Consultas de Alto Nível são o mais elevado mecanismo de diálogo entre Brasil e Alemanha e a única reunião ocorreu em Brasília, em 19 e 20 de agosto de 2015. Na ocasião, a então chanceler Angela Merkel visitou o Brasil acompanhada de sete ministros e cinco vice-Ministros Federais.

No fim da tarde de segunda-feira, Lula e Scholz participam de um evento empresarial, que será realizado na Casa da Economia Alemã (sede da Federação da Indústria Alemã, BDI).

Na terça-feira (5/12) pela manhã, Lula deve participar de uma conferência na Fundação Friedrich Ebert, ligada ao Partido Social-Democrata (SPD), e se reunir com parlamentares da legenda. O SPD, partido do chanceler, tem proximidade histórica com o PT.

Este é, provavelmente, o último giro internacional do ano de Lula. O petista chegou a ser convidado para a posse do presidente argentino, Javier Milei, no dia 10 de dezembro, mas sinalizou que não comparecerá à cerimônia.

Quando voltar a Brasília, na terça-feira (5/12), Lula terá saído do Brasil 15 vezes, visitado 23 países e passado, no total, mais de 60 dias no exterior, desde que tomou posse para o terceiro mandato, em 1º de janeiro deste ano.

BBC Brasil

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Alexandre Pires vira alvo de operação da PF por garimpo ilegal em terra indígena


Por Redação

Alexandre Pires no navio
Foto: Divulgação

O cantor Alexandre Pires está sendo investigado pela Polícia Federal por possível envolvimento em um esquema de financiamento e logística ao garimpo ilegal na Terra Indígena Ianomâmi. 

 

De acordo com site Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, o pagodeiro foi alvo de um mandado de busca e apreensão na segunda-feira (4), por ter recebido ao menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada.

 

Segundo a PF, o esquema que está sendo investigado seria voltado para a lavagem de cassiterita retirada ilegalmente da terra indígena. O endereço original do minério é do garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba/PA. 

 

“Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas”, informou a corporação, em nota.

 

Além de Alexandre Pires, o inquérito aponta o envolvimento de um empresário do ramo musical, de reconhecimento nacional, que seria um dos responsáveis pelo crime. De acordo com o jornal 'O Globo', teria sido determinado o sequestro de mais de R$ 130 milhões dos suspeitos.

 

Foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista e Mucajaí, em Roraima. A Polícia cumpre ainda mandados em São Paulo e Santos, Santarém, Uberlândia e Itapema. 

Dino deve assumir no STF caso que atinge ministro de Lula


Por Mateus Vargas | Folhapress

Lula e Dino
Foto: Agência Brasil

O inquérito sobre as suspeitas de desvios de recursos de emendas parlamentares no Maranhão, que atinge o alto escalão do governo Lula (PT) e parlamentares, deverá ficar nas mãos de Flávio Dino no STF (Supremo Tribunal Federal).
 

Ex-governador do estado, Dino foi indicado por Lula para uma vaga na corte, aberta após a aposentadoria de Rosa Weber, e ainda precisa ser confirmado pelo Senado. A sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa está marcada para o dia 13.
 

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), e o deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA) são investigados no caso. No centro da apuração da Polícia Federal está a empreiteira Construservice e seu sócio oculto, Eduardo José Barros Costa, que é conhecido como Eduardo DP.
 

A PF avalia que empreiteiras de fachada são usadas para fraudar licitações e desviar recursos de obras da Construservice que utilizaram emendas dos parlamentares.
 

Para a PF, uma dessas empresas, a Arco, pertence ao próprio Juscelino, ainda que o ministro não seja sócio formal dela e diga não ter relação com a empreiteira. Como a Folha de S.Paulo mostrou, Juscelino indicou emenda para reparos na estrada de terra que leva à fazenda do próprio ministro, em serviço feito pela Arco.
 

O inquérito sobre desvios em obras de pavimentação com verba de emendas se tornou sensível para o governo e para o centrão. Além dos atuais investigados, há outros parlamentares que indicaram verba para serviços realizados pela Construservice.
 

A apuração que tem Juscelino e o deputado Josimar Maranhãozinho como investigados tramita no STF e tinha como relator o atual presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
 

O processo foi repassado à ministra Rosa Weber quando Barroso assumiu o comando do STF, no final de setembro. Após a aposentadoria da ministra, o caso ficou sem relator e, por isso, cairá nas mãos do próximo integrante da corte.
 

Relator da indicação de Dino, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), que não é um dos investigados, direcionou ao menos R$ 34 milhões para convênios com prefeituras que contrataram duas empresas que a PF afirma pertencerem a Eduardo DP.
 

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ainda encontrou repasses entre diversas empresas que disputavam licitações para obras indicadas pelo senador.
 

Já Josimar se tornou investigado após a PF encontrar repasses da Construservice a assessores do deputado.
 

A empresa de Eduardo DP também realizou obras em outros estados, como no Tocantins, com verba indicada pelo senador Eduardo Gomes (PL).
 

Tanto os parlamentares quanto Juscelino negam irregularidades e envolvimento com a Construservice. Os advogados do ministro das Comunicações dizem que são "absurdas as ilações de que Juscelino tenha tido qualquer proveito pessoal com sua atividade parlamentar".
 

Cabe ao relator do caso no STF avaliar, por exemplo, pedidos da PF para realizar novas apurações de busca e apreensão ou para a quebra de sigilos. Na terceira etapa da operação Odoacro, que apura o suposto desvio de verba de emendas, o ministro Luís Roberto Barroso autorizou apenas parte dos pedidos da PF.
 

Então relator do caso, Barroso alegou risco de "impacto institucional da medida", cujo dano poderia ser "irreversível", e barrou a intenção da PF de realizar busca em endereços do ministro das Comunicações.
 

Para solicitar autorização para a fase mais recente da Odoacro, os investigadores apontaram diálogos de Eduardo DP e Juscelino. As mensagens mostram que o atual ministro tratou com o empresário sobre a execução de emendas, obras e pagamentos a empresas e terceiros.
 

A empresa de Eduardo DP chegou a se tornar a segunda maior beneficiada em contratos de pavimentação da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) no governo Jair Bolsonaro (PL).
 

Dados do Portal da Transparência indicam que há cerca de R$ 160 milhões empenhados para a empresa de Eduardo DP pelo governo federal, sendo que mais de R$ 24 milhões foram pagos. Esses valores não consideram contratos firmados com a Construservice em convênios da Codevasf com prefeituras.
 

A empreiteira também ampliou o número de contratos no Maranhão nos últimos anos. De 2015 a 2022, sob os governos de Dino e de seu vice, Carlos Brandão (PSB), a empresa de Eduardo DP recebeu cerca de R$ 710 milhões do governo estadual.
 

Como mostrou a Folha de S.Paulo, Eduardo DP manteve relações políticas no Maranhão com aliados de Dino. Deputado estadual e coordenador político da campanha de Dino em 2022, Othelino Neto (PC do B) mantém uma relação de amizade com o sócio oculto da Construservice e empregou a esposa do empresário. Neto é marido de Ana Paula Lobato (PSB), suplente de Dino no Senado.
 

Ex-secretário de Infraestrutura de Dino no Maranhão, Clayton Noleto (PSB) também se aproximou de Eduardo DP. Responsável por assinar alguns dos contratos da Construservice com o governo estadual, Noleto recebeu declaração de apoio do empresário para a campanha à Câmara dos Deputados em 2022.
 

Eduardo DP chegou a planejar candidatura a cargos públicos, mas desistiu, e tem o apoio cobiçado por políticos do interior, dizem congressistas do Maranhão. Ele é filho de Arlene Costa, ex-prefeita de Dom Pedro (MA).
 

O empresário foi preso quatro vezes de 2015 a 2016 em investigações sobre agiotagem, corrupção e fraude em licitações. Em julho de 2022 Eduardo DP foi preso novamente, dessa vez pela PF, que encontrou na casa do empresário R$ 1,3 milhão em dinheiro, além de itens de luxo.

Artigo: Liberdade sempre. Responsabilidade também

Terça-Feira, 05/12/2023 - 09h15

Por André Curvello

Artigo: Liberdade sempre. Responsabilidade também
Foto: Divulgação

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e outras entidades que lutam pela qualidade do jornalismo, em defesa das boas práticas jornalísticas e dos profissionais do setor, demonstraram preocupação com uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), alertando para o risco da ampliação da censura e do assédio judicial contra jornalistas. Essa vigilância é fundamental para assegurar que a liberdade de imprensa não seja restringida. Leia o artigo completo do secretário estadual de Comunicação!

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