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segunda-feira, janeiro 03, 2022

Bolsonaro teme que acusações contra filhos arranhem ainda mais sua imagem

 




Temor do presidente tem, na verdade, quatro grandes motivos: os filhos Flávio, Carlos, Eduardo e Jair Renan são alvo de investigações 

Para tentar se blindar das investigações contra os 4 filhos, presidente avisa que, nos debates, não aceitará questionamentos sobre enrascadas da família

Por Ingrid Soares 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cometidos ao desviar salários de funcionários do gabinete no período em que foi deputado estadual. As acusações vieram à tona no final de 2018, com a revelação de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), apontando movimentações vultosas de recursos por Fabrício Queiroz, assessor do parlamentar na assembleia legislativa. Segundo a denúncia apresentada pelo MP à Justiça fluminense, o desviou foi superior a R$ 6 milhões.

A defesa de Flávio conseguiu, no Tribunal de Justiça do Rio, garantir o foro especial do parlamentar e a transferência da investigação para segunda instância. O MP recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra essa decisão.

Em 30 de novembro, a Segunda Turma da Corte manteve o foro privilegiado. Por três votos a um, os ministros também anularam as provas colhidas na investigação. Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski consideraram ilegais quatro dos cinco relatórios do Coaf, o que, na prática enfraquece a acusação. Edson Fachin foi o voto divergente nos dois casos.

Flávio ainda provoca constrangimento ao pai por causa da compra de uma mansão, avaliada em R$ 6 milhões, num dos bairros mais caros de Brasília.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) também é investigado pelo Ministério Público, desde julho de 2019, por prática semelhante e pela contratação de funcionários fantasmas em seu gabinete na Câmara Municipal. A apuração corre em segredo de Justiça.

Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está na mira de inquérito que apura organização criminosa digital no âmbito das fake news, em andamento no STF. Em novembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) arquivou uma apuração preliminar aberta sobre o uso de R$ 150 mil em espécie na compra de imóveis pelo deputado.

Em fevereiro de 2011, época em que ainda não tinha mandato, ele adquiriu um apartamento em Copacabana por R$ 160 mil — pagou R$ 110 mil com um cheque administrativo e o restante em espécie. Em dezembro de 2016, já como parlamentar, comprou um apartamento em Botafogo por R$ 1 milhão: deu um sinal de R$ 81 mil e pagou R$ 100 mil em espécie. O restante seria quitado por meio de financiamento imobiliário.

Por sua vez, Jair Renan Bolsonaro é alvo de um inquérito da Polícia Federal que apura tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A investigação é sobre o suposto pagamento de propina por empresários com interesses na administração pública. O inquérito aponta que o filho 04 do presidente é associado com outras pessoas "no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade". "O núcleo empresarial apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários", destaca o documento.

As suspeitas envolvem o uso da empresa de eventos de Jair Renan, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para promover articulações entre a Gramazini Granitos e a Mármores Thomazini, grupo que atua nos setores de mineração e construção, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Segundo a PF, o grupo empresarial tem interesses junto ao governo e presenteou, em setembro de 2020, Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil. Um mês depois, representantes das empresas se reuniram com Rogério Marinho.

O depoimento de Jair Renan estava marcado para 17 de dezembro, mas ele não compareceu. Uma nova data deve ser agendada. Todos os filhos de Bolsonaro negam as acusações.

Em uma demonstração do que pode vir a ocorrer na campanha, o presidente se irritou e abandonou uma entrevista ao programa Pânico, da TV Jovem Pan News, quando foi questionado pelo humorista André Marinho se "rachador teria de ir para cadeia".

Especialistas veem impacto na campanha à reeleição

Para André César, cientista político da Hold Assessoria, a situação dos filhos do presidente Jair Bolsonaro é uma controvérsia permanente para o governo e terá impacto nas eleições deste ano. "Isso vai ser muito frisado ao longo da campanha. Bolsonaro, em 2018, se apresentou como uma novidade, agora, não é mais. Ele vai ser cobrado, e uma das mais fortes cobranças será nessas relações, no mínimo, polêmicas entre o Planalto e os filhos do presidente", destaca.

Na opinião do cientista político Cristiano Noronha, da Arko Advice, há uma estratégia de defesa política, mas sob o argumento de que, se eventualmente há acusação, quem tem de responder são os filhos, não necessariamente o presidente.

"Diretamente, se for um assunto ligado a ele, aí não tem como fugir. Bolsonaro tenta se afastar, obviamente, desses problemas pontuais que alguns filhos enfrentam e não quer nenhum tipo de envolvimento direto com essa questão, ao menos publicamente. Ele acha que, como presidente, não tem que responder sobre ações que não o envolvam diretamente", avalia. "Acredito que está querendo evitar entrar nessa seara porque os filhos têm, inclusive, mandatos (à exceção de Jair Renan), então, cada um responde pelos seus atos."

Vera Chemim, mestre em direito público pela Fundação Getulio Vargas (FGV), frisa que o calcanhar de aquiles de Bolsonaro são os filhos, razão pela qual ele tem agido no sentido de protegê-los.

"Tem sido esse o contexto que vem norteando parte das condutas do presidente, junto ao Legislativo e, de modo especial, no Judiciário: ora cooptando os principais partidos políticos por meio da concessão de emendas parlamentares, ora ajuizando demandas junto ao STF para tentar, a qualquer custo, defender os seus filhos", afirma. "Exemplos disso são a demanda para a manutenção de foro privilegiado, a sanção de vários dispositivos legais que infirmaram (enfraqueceram) e continuam infirmando a quase extinta Operação Lava-Jato."

A especialista lembra que "Bolsonaro tem ojeriza a participar de debates, cujo potencial é suficientemente significativo para prejudicá-lo do ponto de vista eleitoral". "Acrescentem-se temas como a apatia no combate ao coronavírus e a compra tardia de vacinas. Tudo isso remete à queda de sua popularidade e credibilidade política", acrescenta.

Outros problemas

Na avaliação de Raquel Borsoi, analista de risco político da Dharma Politics, as eleições de 2022 serão marcadas pela polarização, incerteza e tumulto. Ela diz, no entanto, ser pouco provável que as acusações contra os filhos do presidente atinjam a popularidade dele. "O maior impacto na popularidade de Bolsonaro tende a vir de problemas como inflação, desemprego e fome", ressalta. "Bolsonaro possui uma estratégia bem consolidada de comunicação junto à sua base mais fiel, via canais não oficiais de comunicação, que mitigarão os efeitos dessas acusações, além de contar com aliados na PGR e no STF."

Cientista político da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Ricardo Ismael defende que o debate central para a população serão tópicos econômicos e sociais. "Houve o agravamento de pobreza e da fome, questões relativas à educação, à moradia e à saúde. Evidente que a vacinação deu outra dinâmica, mas a questão da saúde pública vai merecer ainda mais a atenção dos candidatos", sustenta. "E, nesse quesito, a avaliação do governo não é boa. O desafio vai ser a redução do prejuízo acumulado até agora, principalmente nos grupos de menor renda."

O sociólogo e analista político Pedro Celio salienta que Bolsonaro está sendo avaliado ainda pelas promessas de campanha, especialmente em relação ao compromisso de combater a corrupção. No entanto, a condução da pandemia será um fator preponderante. "Denúncias graves apareceram, com malversação de recurso no Ministério da Saúde. Essas questões vão aparecer, e a população vai querer ouvir dele uma manifestação mais convincente do que tem dado, que é quase que nenhuma", comenta.

Correio Braziliense / Estado de Minas

As economias da América Latina mais preparadas para enfrentar 2022

 




Alguns países têm conseguido se recuperar com mais rapidez dos efeitos da pandemia

O último ano foi, para uma parte da América Latina, de um "efeito rebote" na economia.

Como 2020 havia sido excepcionalmente duro para a economia global por conta da pandemia de covid-19, as taxas de crescimento vividas por alguns países em 2021 (não é o caso do Brasil, que viu seu PIB recuar no terceiro trimestre e vive cenário de recessão técnica) podem ser enganadoras.

A razão é que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB, ou soma de tudo o que é produzido na economia) se mede em relação ao ano anterior, pode parecer, à primeira vista, que países em situação de crescimento deram um salto espetacular.

O problema é que a base de comparação — 2020 — é muito baixa, portanto esse crescimento é o tal "efeito rebote".

De olho no ano que vem, as projeções de organismos internacionais dão uma fotografia um pouco mais "realista" de como os países latinos-americanos estão avançando (ou não).

O principal termômetro da economia de um país é seu PIB, mas há outros indicadores importantes a serem considerados.

A BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) traz, a seguir, dados que levam em conta crescimento econômico, inflação e classificação de risco das economias do continente:

Crescimento econômico

Olhando-se exclusivamente o crescimento econômico, os países com as perspectivas de maior alta para o próximo ano são Panamá, República Dominicana, El Salvador e Peru, segundo as previsões mais recentes da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal).

Projeção de crescimento do PIB de cada país em 2022. Estimativas na América Latina (em %). 


As perspectivas, no entanto, podem variar dependendo "dos avanços desiguais nos processos de vacinação (contra o coronavírus) e a capacidade dos países em reverter os problemas estruturais por trás da baixa trajetória de crescimento que exibiam antes da pandemia", diz o organismo em seu Estudo Econômico da América Latina e Caribe, publicado em outubro.

"Bem posicionados"

Entre as economias maiores da região, há algumas como Chile e Colômbia que estão "razoavelmente bem posicionadas para se recuperar em 2022, inclusive em meio à ansiedade (provocada pela) variante ômicron", diz à BBC News Mundo Benjamin Gedan, vice-diretor do Programa América Latina do centro de estudos Wilson Center, em Washington.

'Rapidez na vacinação coloca o país na dianteira'

Em comparação com outros países da região, o Chile está em boa forma, diz o pesquisador, porque a maior parte de sua população está completamente vacinada e mais da metade dos chilenos já receberam uma dose de reforço.

O Banco Central do país projeta um crescimento de cerca de 2% no ano que vem, embora a economia possa crescer mais por conta do aumento da demanda por sua produção de cobre e lítio, afirma Gedan.

No entanto, persistem dúvidas sobre como o país vai avançar durante o mandato do presidente eleito, Gabriel Boric, sob uma nova Constituição que deverá ser objeto de referendo no segundo semestre do ano que vem.

A Colômbia também tem boas perspectivas para 2022, diz o pesquisador, "apesar do nervosismo por suas eleições presidenciais" e do rescaldo dos protestos populares de 2021.

'Panamá lidera projeções de crescimento para 2022'

Entre os países menores, o Panamá lidera a lista de projeção de crescimento para o próximo ano, segundo a Cepal.

"Parece que (o Panamá) está se recuperando muito bem", aponta Gedan.

A economia panamenha tende a se beneficiar do reaquecimento do comércio mundial, em um momento em que o governo local tem um ambicioso programa de infraestrutura.

Um potencial obstáculo, porém, é que a ômicron pode afetar a importante indústria turística panamenha.

Onda de inflação

Uma das dores de cabeça de partes do mundo e da América Latina é a escalada de inflação durante este ano.

Mesmo em lugares onde o crescimento econômico está voltando, o custo de vida tem subido, fazendo com que o salário não chegue até o fim do mês para muita gente.

O Brasil tem atualmente uma das taxas de inflação mais altas do continente: 10,74% nos últimos 12 meses, segundo a mensuração mais recente do IPCA, feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em meio a uma combinação de alta no dólar, no preço dos combustíveis e no custo de alimentos.

'Brasil tem uma das inflações mais altas da América Latina, embora em patamar muito inferior a Cuba, Argentina e Venezuela'

A taxa de inflação brasileira, já em dois dígitos, só é superada no continente pelas taxas exorbitantes de Cuba (70% de inflação, segundo dados recentes do próprio governo), Argentina (51%) e Venezuela, que tem um problema crônico de hiperinflação.

A maioria dos países tem enfrentado a alta inflacionária com elevações nas taxas de juros (como fez o Banco Central brasileiro, que subiu a taxa Selic), o que por sua vez tende a inibir o crédito para empresas e consumidores.

A inflação tem sido impulsionada, em parte, pela alta no preço dos alimentos, escreveu Maximiliano Appendino, economista da Divisão de Estudos Regionais do Departamento de Hemisfério Ocidental do FMI, Fundo Monetário Internacional.

Há muita incerteza com relação ao preço de matérias-primas, aos gargalos internacionais nas cadeias de abastecimento e à alta nos custos de transporte marítimo, além do temor de que a ômicron ou outras variantes continuem a atrasar o fim da pandemia.

Por outro lado, acrescentou Appendino, a região precisa equilibrar uma perspectiva de inflação incerta com a geração de empregos, "ainda substancialmente abaixo dos níveis anteriores à pandemia">

No Brasil, o desemprego atinge patamares de 12,1%, segundo o IBGE - são 12,9 milhões de pessoas desocupadas.

Classificação de risco

Agências de classificação de risco como Moody's, Standard & Poor's e Fitch avaliam a solvência de um país — sua capacidade de cumprir com suas obrigações financeiras.

É um indicador por vezes contestado, mas que serve para analisar a saúde de uma economia.

'A Venezuela mantém a pior avaliação de risco creditício na América Latina'

Em uma escala decrescente, a melhor classificação é Aaa e a mais baixa é C.

A lista abaixo ordena os países latino-americanos de mais bem avaliados para os de desempenho pior, segundo a agência Moody's.

Baixo risco creditício

    Chile (A1)

Risco de crédito moderado

    México (Baa1)
    Peru (Baa1)
    Colômbia (Baa2)
    Panamá (Baa2)
    Uruguai (Baa2)

Qualidade de crédito questionável

    Paraguai (Ba1)
    Guatemala (Ba1)
    Brasil (Ba2)
    Rep. Dom. (Ba3)
    Honduras (B1)
    Costa Rica (B2)
    Bolívia (B2)
    Nicarágua (B3)
    El Salvador (Caa1)
    Equador (Caa3)
    Argentina (Ca)
    Cuba (Ca)
    Venezuela (C)

Fonte: Moody's (Dezembro de 2021).

Um difícil 2022

De modo geral, "as perspectivas de crescimento da América Latina para 2022 são sombrias", comenta Gedan.

Não só pelos efeitos econômicos deixados pela covid-19, mas também porque a região já estava em mau estado quando entrou na pandemia.

'Colômbia e Brasil vão às urnas em 2022'

O próximo ano vem com "uma preocupante ressaca de dívida e uma inflação em alta", argumenta o pesquisador.

No âmbito político, os cortes em gastos públicos podem desencadear novos episódios de insatisfação social, como ocorreu, por exemplo, na Colômbia em abril de 2021 em resposta às propostas de reformas econômicas, argumenta Gedan.Nesse sentido, a incerteza política nas principais economias da América Latina "tem limitado os investimentos que a região precisa para se recuperar", ele opina.

Essa incerteza vem dada por governos novos, como os de Pedro Castillo no Peru e Gabriel Boric no Chile, e pelas eleições presidenciais do ano que vem no Brasil e na Colômbia.

BBC Brasil

Disputa pela candidatura ao Senado cria entraves para o PSDB fazer alianças em São Paulo

Publicado em 2 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

TRIBUNA DA INTERNET | Os tucanos não se bicam, mas brigam muito e  continuarão em cima do muro

Charge do Jorge Braga (Arquivo Google)

Deu na Coluna do Estadão

Enquanto o vice-governador Rodrigo Garcia avança na montagem de uma ampla aliança em torno de sua candidatura a governador de São Paulo, cresce no PSDB paulista a ideia de lançar um tucano para o Senado, o que estreitaria a margem de manobra do atual vice nas negociações com potenciais aliados.

Para deixar claro essa disposição, o próprio presidente do PSDB-SP, Marco Vinholi, tem se movimentado nos bastidores para ser o candidato do partido ao Senado. Além dele, o senador José Serra, que encerrará seu mandato neste ano (e, óbvio, tem prioridade na fila), José Aníbal, Fernando Alfredo e Joice Hasselmann também querem a vaga. Sem consenso, os tucanos, de novo, falam em realizar “prévias”.

FALTAM VAGAS – Garcia e o União Brasil assumiram compromisso de estarem juntos na eleição. Ele também conversa com o MDB. Esses dois partidos, porém, gostariam de indicar o candidato a vice na chapa ou, quem sabe, ao Senado…

Apesar de o nome de Joice Hasselmann ser cotado para o Senado, ela assumiu compromisso de apoiar o apresentador José Luiz Datena caso ele decida disputar a vaga no Salão Azul.

Já Fernando Alfredo, presidente do PSDB paulistano, estaria disposto a fechar com Marco Vinholi, o que aumenta ainda mais a disputa.

SEM PRESSA – Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata ao Planalto, afirma não estar com pressa na escolha de um economista para compor sua equipe. Segundo a senadora, é preciso primeiro “desenhar um planejamento”. Adversários dela já montaram seus times.

“Economista fornece porta de saída para os problemas que lhe são apresentados”, disse Tebet à Coluna. Apesar da aparente calma, ela tem mantido conversas. Entre os interlocutores está João Camargo, chefe da Genial Investimentos.

E nos preparativos para a disputa presencial deste ano, a pré-campanha da senadora foi surpreendida na última semana de 2021 ao tentar registrar na internet o domínio simonetebet2022.com.br. O endereço, mesmo sendo bem específico, já estava em nome de outra pessoa.

Falta de maturidade política faz Bolsonaro perder votos e estimula a volta de Lula ao poder

Publicado em 3 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

Revolta da Vacina

Charge do Duke (domtotal.com)

Merval Pereira
O Globo

A insensibilidade do presidente Bolsonaro diante do sofrimento alheio, quando ele é difuso, é sinal de que é incapaz de compreender o alcance do papel de um presidente da República, que chegou aonde chegou pelo voto dos cidadãos, e não por escolha divina. Bolsonaro é capaz de comover-se com a morte de um rapper conhecido por fazer “funk de direita” ou de um militar no exercício de sua função, mas é incapaz de homenagear um grande artista nacional que seja de esquerda ou simplesmente adversário de sua maneira de ver o mundo.

Para ele, existem apenas os que são seus apoiadores ou os adversários, não há brasileiros como coletividade, todos os que deveriam estar representados por ele como presidente. Não viajar para a Bahia diante da catastrófica inundação que deixou milhares de desabrigados e cerca de 30 mortos, para passear de jet ski no sul do país, é mais um desses episódios que demarcam sua psicótica personalidade. “Espero não ter que voltar mais cedo”, comentou, na esperança de não interromper suas férias.

FALTA DE EMPATIA – Até mesmo por cálculo eleitoral, o candidato à reeleição deveria estar de prontidão para gestos de solidariedade, mesmo vazios de conteúdo. Mas Bolsonaro não esconde sua falta de empatia, e esse sincericídio não é sinal de honestidade intelectual, mas de incapacidade doentia de se relacionar socialmente com adversários, vistos como inimigos, ou de sentir uma dor coletiva.

Usar politicamente sua filha de 11 anos para marcar posição contra a vacinação infantil é também demonstração de insensibilidade diante da coletividade. Bolsonaro não entende que há ações governamentais que precisam ser tomadas em benefício do coletivo, especialmente quando se trata de uma crise sanitária.

A altamente contagiante Ômicron exige dos governos medidas de proteção da sociedade, como a maioria dos países democráticos do mundo está fazendo, sem que restrições signifiquem um ataque à liberdade individual.

DIZIA SPENCER – Nunca foi tão oportuna a frase famosa atribuída ao filósofo inglês Herbert Spencer: “A liberdade de cada um termina quando começa a do outro”. Não houve, em nenhuma ocasião, demonstração de sentimento pela perda de quase 620 mil vítimas da Covid-19, apenas referências superficiais ao fato, como a confirmar o que ele sempre disse: a morte é inevitável diante da pandemia, não há o que fazer.

O papel dos governos não é submeter-se à inevitabilidade da morte, mas criar condições de adiá-la o mais possível para seus cidadãos, proporcionando um sistema de saúde eficiente e adotando medidas preventivas, como vacinação em massa, incentivo ao uso de máscara, distanciamento social, no caso da presente pandemia.

Bolsonaro nunca visitou um hospital durante a fase mais aguda da crise sanitária que vivemos; ao contrário, incentivou a certa altura a invasão dos hospitais com o objetivo de flagrar supostas farsas na contagem dos mortos.

CONTRA A VACINA – Aproveitou todas as oportunidades para se colocar contra a vacinação, por atos administrativos ou simples retórica, politizando uma pandemia que mudou o mundo, o modo de viver das pessoas e exigia que houvesse no comando do país um líder capaz de organizar as ações coletivas na direção correta.

A cada atitude dessas, Bolsonaro une a maior parte dos que votaram nele para se livrar do PT na direção contrária, transformando o antipetismo que o levou ao poder numa reação que poderá levar Lula à Presidência logo no primeiro turno, pois se mostrou durante seu desgoverno uma solução pior que aquela que ele representava quando foi eleito.

A anticorrupção, grande motor para levá-lo à eleição, já não se mostra suficiente para evitar o PT, pois o bolsonarismo transformou-se num nicho radicalizado que não justifica um voto útil contra Lula ou a esquerda.

VOLTA DO LULISMO – Ao colocar-se a favor do fisiologismo e contra o combate à corrupção, para salvar-se e à família, Bolsonaro abre caminho para a volta do lulismo, enquanto não aparecer algum candidato que se mostre viável para impedi-lo de permanecer no governo.

A volta do PT poderá ser facilitada por essa demonstração de que o voto em Bolsonaro fez o país regredir em todos os projetos que estavam colocados além das ideologias, como a política ambiental, a desagregação do sistema de saúde, a desmobilização do já frágil sistema educacional. O maior eleitor de Lula é o fracasso do governo de Bolsonaro.

Que 2022 seja mais leve!


Brasil precisa de um novo Itamar, que venceu a inflação e soube conter a dívida pública

Publicado em 3 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

MORTE DO EX PRESIDENTE ITAMAR FRANCO COMPLETA 10 ANOS - Carmo Web TV

Itamar Franco, um político que soube honrar a Presidência

Carlos Newton

O general Golbery do Coutto e Silva nem era verdadeiramente general, pois abandonara o serviço ainda como coronel e ganhara a promoção por generosidade corporativa militar, digamos assim. Mas era um oficial verdadeiramente superior.

Parodiando a teoria do artista plástico americano Andy Warhol, que previa a fama por apenas 15 dias, Golbery costumava dizer que a memória do povo brasileiro também dura apenas 15 dias. Depois disso, o assunto de Golbery ou a fama de Warhol logo se esgotariam, para cair numa espécie de esquecimento coletivo.

Este raciocínio de Golbery parece mesmo ser verdadeiro e explica muita coisa na política. Aliás, não por mera coincidência, o cineasta Glauber Rocha, que jamais foi militarista, considerava Golbery o “gênio da raça”, por ter sido eminência parda da ala moderada do regime militar, que enfrentava a chamada linha dura de Costa e Silva, Emílio Médici e Silvio Frota.

FOI DEMONIZADO – Principal mentor da abertura política nos governos de Ernesto Geisel e João Figueiredo, como chefe da Casa Civil, Golbery acabou abandonando o Planalto em agosto de 1981, em protesto à reação da linha dura, que cometera os atentados a bomba na Tribuna da Imprensa e no Riocentro.

Embora tenha sido demonizado pela esquerda, o fato concreto é que, sem a moderação de Golbery, o regime militar brasileiro teria sido ainda mais truculento, e a História há de perpetuar esses fatos.

Hoje, um pensador como Golbery, autor do livro “Geopolítica do Brasil”, faz falta ao governo paramilitar de Bolsonaro, que se desfez do mais preparado oficial de seu entorno, o intelectualizado general Otávio Rêgo Barros, que poderia ter sido o conselheiro ideal desse estouvado e despreparado capitão, que só chegou ao poder pela ironias do destino.

TESTANDO GOLBERY – Agora, estamos no decisivo ano eleitoral, em que será testada ao vivo e a cores a teoria de Golbery. Na disputa presidencial, veremos se a memória do brasileiro dura apenas 15 dias, ou o eleitor vai lembrar o passado recente.

Na hora de votar, devemos lembrar que houve governos “beirando a irresponsabilidade”, como na era dos tucanos privatistas”.

Depois, tivemos o mensalão e o petrolão do petismo, quando Lula da Silva, José Dirceu, Antônio Palloci e muitos outros enriqueceram surpreendentemente.

MAIS LEMBRANÇAS – Em seguida, não se pode esquecer que houve a derrocada econômica e as pedaladas de Guido Mantega e Dilma Rousseff. Em seguida, o início da venda dos ativos da Petrobras no curto governo do corrupto Milton Temer, chefe do chamado “quadrilhão” do PMDB.

Mas recentemente, tivemos o tratoraço, o orçamento secreto, as emendas sem dono e a transformação do Brasil no país da impunidade, na gestão de Bolsonaro, que se aliou aos mestres da corrupção e ainda alega ter moralizado a administração pública, vejam a que ponto chegamos.

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P.S. – Como diziam os sambistas Aldacir Louro, Aluizio Marins e Adolfo Macedo, criadores do eterno sucesso “Recordar é Viver”, é preciso sonhar que podemos reviver o passado. Assim, nas eleições, seria oportuno que os brasileiros votassem em alguém como Itamar Franco. Em sua breve gestão, o político mineiro tirou o Brasil da inflação e deixou a dívida pública em meros R$ 60 bilhões. Depois dele, uma sucessão de governantes irresponsáveis elevou essa dívida para R$ 5,5 trilhões. Atenção, são trilhões. Portanto, se o eleitor não tiver juízo, logo serão quaquilhões, como dizia o Tio Patinhas. (C.N.)


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