Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

quarta-feira, fevereiro 05, 2020

Já não nos é permitido continuar ERRANDO!

José Mário Varjão Varjão
Quando tudo é igual, de antemão já se percebe que a evolução passou por longe, prevalecendo a mesmice, assim, nada de novo, mas apenas uma repetição daquilo que há de pior.
Tanto é verdade que muitos se utilizam da própria incapacidade para criar e passam a repetir os mesmos erros de outrora, ao mostrarem falhas passadas e cometidas por antecessores, para assim, encobrir a incompetência que lhe é nata.

Partindo deste princípio, pergunto: qual o interesse da sociedade jeremoabense estar assistindo vídeos de falhas das gestões passadas, se hoje, nada existe que seja digno de ser mostrado como exemplo de boa gestão! Daí, analisa-se que só fracasso de uma gestão desastrosa, incapaz de um bom exemplo sequer, durante o período de 1,7 ano, sobre o qual nenhum comentário digno de elogio é possível de ser atribuído, não decorrente de uma crítica sistemática, mas devido a inoperância da própria gestão, onde muitos dos envolvidos diretamente, quando entre amigos, expressam a própria insatisfação, consciente de que navega em um barco a deriva, enquanto seu comandante, sentado sobre a própria incapacidade de diagnóstico e análise, fica a mercê de sua vulnerabilidade administrativa, vivendo das fantasiosas estórias contadas pelo séquito de bajuladores, alimentando-se e se envaidecendo com os comentários dos Puxa-sacos Mor que o acompanham, inconsciente de que logo logo será abandonado e esquecido, assim como já ocorrido com tantos outros, e até com gestão menos ruim.
A situação da gestão administrativa de JEREMOABO é caso para estudo psico, tão absurda é a sua realidade aversa aos conceitos das boas normas e princípios constitucionais, fazendo valer o dito popular que diz: "se o bem não dura para sempre, também não há mal que seja eterno".
Promovemos uma mudança certa, mas através da pessoa errada, logo, continuar mudando é uma necessidade, tendo porém, o cuidado para não incorrer no mesmo erro, erro esse que pode vir por buscar o que sabidamente não satisfaz ao desejado, ou ainda, por promover a busca sem avaliar quem pode vir, promovendo mais uma mudança em direção e sentido errados, portanto, reflitam:
Já não nos é permitido continuar ERRANDO!
Nota da redação deste  Blog  - 

REFLEXÃO POLÍTICA

Os políticos  são "a cara do povo" e isso incomoda a população, que não quer se ver espelhada em seus eleitos. Esse é o grande  dilema  do povo  que comunga com a mentira e a corrupção, fato confirmado por atos  amplamente  sedimentado  no seu seio da nossa sociedade,   como  por exemplo, o "chamado jeitinho brasileiro"  e  a  forte tendência  em "levar vantagem em tudo" e no final condenam  os eleitos por agirem do mesmo modo. Costumamos condenar  o político  por conta do maucaratismo, mas no fundo essa  é a nossa ´'cara  é a 'cara' de nós mesmos". Sabemos que  a maioria esmagadora dos eleitores  votam pensando em seus interesses privados e, dessa forma  elegem políticos com a mesma lógica de conduta. Se queremos  mudar a política  temos que mudar primeiro o nosso modo de pensar política . É  errado pensarmos que  todos os políticos são  eticamente maus , e que o cidadão é sempre passivo,  esse raciocínio   é  raso, superficial  portanto   é extremamente  importante que  passemos a assumir  as nossas escolhas   feitas nas urnas,  se essas escolhas  forem  feitas  da forma correta  com certeza estaremos mudando a  'cara' da nossa sociedade e as nossas próprias 'caras´Os políticos são a cara do povo, por mais que não gostemos de nos ver espelhados assim.


Libertação de Geddel Vieira Lima escancara a esculhambação jurídica que assola o país


Resultado de imagem para geddel charges"
Charge do Son Salvador (Arquivo Google)
Carlos Newton
Como se sabe, a Procuradoria-Geral da República se manifestou nesta segunda-feira (dia 3) a favor da concessão do regime semiaberto para o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que atuou nos governos Lula e Temer. Essa decisão, com toda certeza, pode ser considerada o maior exemplo da insegurança jurídica em que vive o país. A coordenadora da Lava Jato na Procuradoria, Lindora Maria Araujo, considera que Geddel realmente preencheu os requisitos legais, porque já cumpriu 29 meses de prisão e apresentou bom comportamento.
É uma Piada do Ano atrás da outra, porque o ex-ministro alega que já fez 17 cursos – dois de 100 horas e outros 15 cursos de 180 horas –, em áreas como inglês, matemática, formação para eletricista, auxiliar de oficina mecânica, áreas do Direito, vendedor, lavanderia hospitalar, auxiliar de pedreiro e auxiliar de cozinha.
“CRIME E CASTIGO” – Ainda segundo os advogados, Geddel leu os livros “Inteligência emocional” e “Crime e castigo”, que lhe garantiram oito dias a menos na pena. Ele também trabalhou enquanto ficou detido no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, antes de ser transferido para Salvador.
É o fim da picada, como se dizia antigamente. Como se sabe, acumpliciado com a própria mãe, Marluce, e com o irmão Lúcio, Geddel amealhou uma fortuna colossal, a ponto de manter um apartamento exclusivamente para guardar malas e pacotes contendo o equivalente a R$ 51 milhões em notas de reais, dólares e euros.
Como é que podemos explicar a nossos filhos e netos que ele será solto após cumprir apenas 29 meses de prisão?Isso não tem explicação e indica que o país vive uma situação de insegurança jurídica que merece ser considerada como esculhambação institucionalizada, em favor da impunidade das elites.
SENTENÇA ANULADA –Outro grande exemplo foi a decisão do juiz Marcus Holz, da 3ª Vara Federal de Curitiba, que anulou sua própria sentença no processo da Operação Lava Jato que condenou a empreiteira Mendes Júnior Engenharia e dois executivos ao pagamento de mais de R$ 380 milhões.
A anulação da sentença ocorreu com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal de que os réus delatados têm o direito de apresentar as alegações finais depois dos réus delatores. De acordo com a justificativa do magistrado, o entendimento também deve ser aplicado às ações de improbidade administrativa, por serem dotadas de viés acusatório semelhante às ações penais.
Agora, o Ministério Público Federal, a Petrobras e a União vão apresentar novamente suas acusações finais, que serão exatamente iguais às anteriores. Em seguida, será aberto prazo para as alegações dos réus delatores, que vão fazer as mesmas conclusões. E só depois irão se manifestar as defesas dos réus que não são colaboradores, e eles também não mudarão seus argumentos, apenas acrescentando que houve “perseguição política”, como todos os corruptos e corruptores sempre alegam.
TRABALHO EXTERNO – A defesa de Geddel afirmou à Justiça que, se liberado para o semiaberto e para o trabalho externo, o ex-ministro já tem oferta de emprego na empresa Soll Distribuidora de Petróleo Ltda. Ele foi convidado para atuar como assessor de diretoria administrativa, vejam bem a que ponto chegamos.
O pedido de progressão terá que ser decidida pelo relator do caso no Supremo, o ministro Edson Fachin. Como todos os benefícios a serem concedidos estão previstos em lei, Fachin não terá alternativa. E como Geddel está preso em Salvador, que não tem onde ele possa cumprir sua pena em regime semiaberto, tudo indica que ele vá direto para casa, segundo a jornalista Bela Megale, de O Globo.
Agora, só falta o ex-governador Sérgio Cabral ser libertado, porque seus cúmplices Luiz Fernando Pezão e Jorge Picciani já estão livres, leves e soltos, como diria Nelson Motta. E la nave va, cada vez mais fellinianamente.
###
P.S. – De vez em quando, tenho saudades do Brasil. Se não me falha a memória, esse país já foi muito melhor(C.N.)

Banqueiro insaciável, Daniel Dantas está entre os maiores destruidores da Amazônia


Resultado de imagem para daniel dantas opportunity"
Obcecado por dinheiro, Daniel Dantas é um inimigo do país
Alceu Luís Castilho, Leonardo FuhrmannThe Intercept Brasil
“O pior inimigo do meio ambiente é a pobreza”, sentenciou o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante uma apresentação no Fórum Econômico Mundial em janeiro. “As pessoas destroem o ambiente porque precisam comer”, ele disse, em Davos, na Suíça. É mentira – e a gente pode provar com números. Durante meses, nos debruçamos sobre 284.235 multas por desmatamento nos últimos 25 anos. E descobrimos que os maiores destruidores do meio ambiente – principalmente da Amazônia – não são os pobres. São algumas das pessoas mais ricas e poderosas do Brasil.
Dados públicos do Ibama, o órgão do governo federal responsável pela preservação do meio ambiente, compilados e analisados pelo De Olho nos Ruralistas, mostram que os 25 maiores desmatadores da história recente do país são grandes empresas, estrangeiros, políticos, uma empresa ligada a um banqueiro, frequentadores de colunas sociais no Sudeste e três exploradores de trabalho escravo.
MULTAS NÃO PAGAS – Os 25 maiores desmatadores somaram mais de R$ 50 milhões em multas entre 1995 e 2019. No total, suas centenas de autuações chegam a R$ 3,58 bilhões, praticamente o orçamento do Ministério do Meio Ambiente inteiro para 2020. Corrigido, o valor chegaria a R$ 6,3 bilhões. Sozinhos, os campeões da destruição são responsáveis por quase 10% do total de multas aplicadas por devastação de flora desde 1995 – R$ 34,8 bilhões.
A imensa maioria deles jamais pagou suas multas e acumula outras dívidas com o poder público. Os valores, que são proporcionais à área desmatada, mostram que quem destrói a floresta não são as pessoas pobres, como defende Paulo Guedes, e que o desmatamento não é ‘cultural’, como diz Bolsonaro. A destruição é movida a dinheiro – muito dinheiro – e uma boa dose de impunidade.
O levantamento, feito a partir das autuações por crimes contra a flora – há outros tipos de multas no Ibama –, abrange dois grandes grupos: as pessoas físicas e jurídicas que participaram de desmatamentos e aquelas que se beneficiaram diretamente de produto vindo de área desmatada, como na compra de madeira sem certificação de origem.
Acima de R$ 1 milhão -A enorme base de dados foi analisada a partir dos infratores que tiveram multas acima de R$ 1 milhão. Somando os valores, chegamos aos maiores multados dos últimos 25 anos.
O valor base da multa na região da Amazônia Legal é de R$ 5 mil por hectare. As multas podem ser maiores quando há no lugar espécies raras ou ameaçadas de extinção ou no caso de áreas de reserva ou proteção permanente. Boa parte das multas recebidas pelos recordistas se encaixa nesses agravantes.
Na lista, chama a atenção a repetição de nomes. Dos 25 campeões de infrações por desmatamento do país, só um – Agropecuária Vitória Régia – recebeu uma única multa. Os outros 24 foram reincidentes. Uma das empresas que aparecem no ranking, a Cosipar, levou multas em nada menos do que 16 anos diferentes. O valor chega a R$ 156,9 milhões – destes, R$ 155 milhões ainda não foram pagos.
GRILEIROS BILIONÁRIOS – No ranking, o campeão das multas é o Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, órgão federal responsável pelo assentamento de camponeses. Mas isso não significa que os assentados tenham sido os responsáveis pelo desmatamento: muitos locais onde foram aplicadas as multas já não são, de fato, assentamentos. Eles são focos de grilagem de terras como São Félix do Xingu, no sul do Pará: das 15 multas milionárias recebidas pelo Incra em 2012, 12 foram aplicadas no município, capital da pecuária em terras do governo federal. Como a terra não tem um dono oficial, a culpa recai sobre o órgão federal que detém sua posse.
GRUPO OPPORTUNITY – Em segundo lugar no ranking está a Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, empresa dos fundos de investimentos geridos pelo banco Opportunity, de Daniel Dantas. A empresa, comandada pelo ex-cunhado de Dantas, Carlos Rodenburg, acumula multas de mais de R$ 325 milhões.
Em 2009, a AgroSB, como é conhecida, declarava ser dona de mais de 500 mil hectares de terra, onde eram criadas mais de 500 mil cabeças de gado. À justiça, a empresa disse que não cometia desmatamento, mas que adquiriu áreas já degradadas. O argumento foi rejeitado, e a empresa voltou a ser autuada, em valores milionários, em 2010, 2011 e 2017. Não foi o único problema: em 2012, pessoas em condições análogas à escravidão foram resgatadas na fazenda.
Atualmente, a agropecuária tem dez áreas embargadas pelo Ibama para recuperação da vegetação, em Santana do Araguaia, no Pará, e São Félix do Xingu. A maior delas tem mais de 2,3 mil hectares, um território do tamanho de metade da Floresta da Tijuca.
DIZ A EMPRESA… – Em nota ao Intercept, a AgroSB atribui diversas multas à uma “perseguição direcionada à companhia” entre 2008 e 2010. Segundo a empresa, essas multas, em sua maioria, “vêm sendo cancelados pela Justiça e pelo órgão ambiental em razão da falta de fundamentos fáticos ou jurídicos”. Segundo AgroSB, o valor das multas canceladas chega a R$ 20 milhões.
Daniel Dantas também tem mais um nome ligado a ele na lista: o fazendeiro Tarley Helvecio Alves, que ocupa a 18ª posição. Alves foi administrador da fazenda Caracol, de propriedade de Verônica Dantas, irmã e sócia de Daniel no banco Opportunity. Com três áreas embargadas em Cumaru do Norte, também no Pará, as multas dele chegam a R$ 70 milhões.
TRABALHO ESCRAVO – Antonio José Junqueira Vilela Filho, o terceiro da lista, é conhecido no Intercept. Em 2017, contamos como o pecuarista e sua família, frequentadores de colunas sociais em São Paulo, foram denunciados pelo Ministério Público Federal por grilagem de terras e exploração de trabalho escravo na região de Altamira, no Pará.
 O ranking mostra que as multas não são suficientes para frear os crimes ambientais. Preso em 2014 pela Operação Castanheira, realizada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, o fazendeiro Giovany Marcelino Pascoal foi condenado por desmatamento em 2018. Não adiantou: ele voltou a ser multado pelo Ibama em 2019.
Pascoal, o segundo maior reincidente da lista, atua na região de Novo Progresso, onde foi organizado em agosto passado o Dia do Fogo, ação de desmatadores em defesa do governo Bolsonaro. Desde 2010, ele aparece oito vezes nas listas daqueles com multas anuais acima de R$ 1 milhão. Ao Intercept, Pascoal disse por telefone que está recorrendo e que algumas multas não são responsabilidade dele, mas não especificou quais.
VELHO DESMATADOR – Outro nome da lista é velho conhecido no rol dos reincidentes em desmatamento na Amazônia. O fazendeiro Laudelino Delio Fernandes Neto, dono da Agropecuária Vitória Régia (a nona no ranking), chegou a ser acusado de ter facilitado a fuga de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, apontado como mandante do assassinato da missionária católica Dorothy Stang em Anapu, no Pará, em 2005. Ele ainda foi denunciado pelo Ministério Público Federal por desvios de mais de R$ 7 milhões da Sudam, a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia.
Vice-prefeito de Anapu, eleito em 2008, e candidato a prefeito no município em 2012, Delio Fernandes declarou ao Tribunal Superior Eleitoral possuir R$ 10,2 milhões em bens, sendo R$ 9 milhões relativos a 9 mil hectares em Anapu e Senador José Porfírio. Seu irmão, Silvério Albano Fernandes, foi vice-prefeito de Altamira e teve seu nome especulado para assumir a chefia do Incra na região no governo Bolsonaro, para o qual fez campanha.
OUTROS POLÍTICOS – Delio Fernandes não é o único político da lista. Entre os 25 maiores desmatadores, há o ex-deputado federal Antonio Dourado Cavalcanti. Deputado entre as décadas de 1950 e 1970, ele era líder do grupo do qual fazia parte a Destilaria Gameleira, com sede em Mato Grosso. A usina condenada por manter mais de mil escravos – o maior resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão dos últimos anos – também está no ranking. Com R$ 69 milhões em multas, ela ocupa a 19ª posição.
Na lista de políticos, o ranking também tem José de Castro Aguiar Filho, atual prefeito de Flora Rica, no oeste paulista, pelo MDB. Suas multas milionárias em São José do Xingu, no Mato Grosso, não o impediram de ganhar as eleições na pequena cidade com quase 80% dos votos válidos.
Entre os 25 maiores destruidores, 13 são empresas. Onze delas têm capital aberto, listadas na Bovespa. Se engana quem pensa que madeireiras e carvoarias são as vilãs: as empresas que mais desmatam são, em sua maioria, ligadas à siderurgia e à agropecuária.
SAI MAIS BARATO – Siderúrgicas são listadas porque se beneficiam diretamente da retirada de madeira para o uso do carvão. Para elas, apesar das multas – que geralmente não são pagas –, sai mais barato comprar madeira oriunda de áreas protegidas do que respeitar os devidos ritos legais de proteção ambiental. A Siderúrgica Norte Brasil S/A e a Sidepar ocupam, respectivamente, a terceira e a quarta posições no ranking, e, juntas, acumulam mais de R$ 500 milhões em multas.
O setor agropecuário é representado não apenas pela pecuária, mas também por causa da produção de soja em larga escala. Também é comum que o mesmo empresário tenha uma madeireira e uma empresa de grãos, ou crie gado e, ao mesmo tempo, tenha uma companhia de outro setor – de bancos a empreiteiras.
Duas das empresas listadas têm capital internacional. Uma é a Ibérica, uma sociedade entre empresários bascos. A outra é a Gethal Amazonas Madeiras Compensadas, controlada pelo milionário sueco Johan Eliasch e que tem uma empresa uruguaia entre seus sócios.
ALTERAÇÃO DE NOMES – A Gethal é a única do setor de madeiras na lista dos 25 – contrariando o senso comum sobre o desmatamento na Amazônia. Assim como só há uma do setor de carvão, matéria-prima das siderúrgicas, a Líder. A constante alteração de nomes e CNPJs das empresas dos dois setores, com sócios em comum, diminui a reincidência em multas ao longo dos anos.
A atual legislação ambiental brasileira, que determina as multas, só foi consolidada no fim dos anos 1990. Na década anterior, só há dez autuações por crimes contra a flora nos registros do Ibama. E os valores eram irrisórios: em 1996, por exemplo, foram aplicadas 22 multas de R$ 0,01. O cenário começou a mudar em 1998, com a lei 9.605, de crimes ambientais, que estipulou regras e valores maiores em multas para destruidores da floresta.
Os números mostram que, ao longo das duas décadas de aplicação da lei, ela afetou principalmente grandes desmatadores. De um total de R$ 34 bilhões em multas por destruição de flora entre 1995 e 2000, R$ 25 bilhões (73,5%) foram aplicados a 4,6 mil pessoas físicas e jurídicas que, em pelo menos um ano do período analisado, tiveram infrações somadas acima de R$ 1 milhão.
MULTAS NÃO PAGAS – As sanções, no entanto, não significam que a punição resolve o problema. O Intercept já mostrou que, do total de R$ 75 billhões em multas ambientais já aplicadas desde os anos 1980, só 3,3% foram efetivamente pagos (e o governo tem tomado medidas para receber ainda menos). O valor poderia sustentar o Ministério do Meio Ambiente inteiro por 21 anos.
Os pequenos infratores – que o governo insiste em culpar pela destruição do meio ambiente – são os que mais pagam multas. Já os maiores, responsáveis pela destruição das partes mais extensas da floresta, deixam os processos prescreverem e continuam desmatando.
O Intercept tentou entrar em contato com os 25 listados por meio do número de telefone listado na Receita Federal. Os dois números da Destilaria Gameleira não funcionam. A página cadastral da empresa de Jeovah Lago Silva, Minuano Sementes, não dispõe de meio de contato. Carlos Alberto Mafra Terra foi contatado por telefone e e-mail, sem sucesso. A Líder Ind e Com de Carvão Vegetal LTDA EPP foi contatada por meio de um e-mail no diretório da Receita Federal, mas a mensagem retornou. Paulo Diniz Cabral da Silva foi contatado por e-mail e WhatsApp, mas não houve resposta. Os telefones de José de Castro Aguiar Filho e Tarley Helvecio Alves, listados na Receita Federal, não funcionam.
CONHEÇA OS 25 MAIORES DESMATADORES
1º – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – R$ 421 milhões; 2º – Agropecuária Santa Bárbara – R$ 323 milhões; 3º – Antonio Jose Junqueira Vilela Filho – R$ 280 milhões; 4º – Siderúrgica Norte Brasil S/A – R$ 272 milhões; 5º – Sidepar Siderúrgica do Pará S.A. – R$ 258 milhões; 6º – Gethal-Amazonas S.A. Indústria de Madeira Compensada – R$ 231 milhões; 7º – Gusa Nordeste S.A. – R$ 202 milhões; 8º – Agropecuária Vitória Régia S/A – R$ 170 milhões; 9º – Companhia Siderúrgica do Pará – COSIPAR – R$ 157 milhões; 10º – José Alves de Oliveira – R$ 105 milhões; 11º – José Carlos Ramos Rodrigues – R$ 101 milhões; 12º – Fernando Luiz Quagliato – R$ 100 milhões; 13º – Gilmar Teixeira – R$ 99 milhões; 14º – Hamex Comércio de Produtos Alimentícios Ltda – R$ 94 milhões; 15º – USIMAR – Usina Siderúrgica de Marabá S/A – R$ 88 milhões; 16º – Siderurgica Iberica S/A – R$ 87 milhões; 17º – Giovany Marcelino Pascoal – R$ 86 milhões; 18º – Tarley Helvecio Alves – R$ 70 milhões; 19º – Destilaria Gameleira Sociedade Anônima – R$ 69 milhões; 20º – Carlos Alberto Mafra Terra – R$ 66 milhões; 21º – Jose de Castro Aguiar Filho – R$ 61,8 milhões; 22º – Lider Ind. e Com. de Carvão Vegetal Ltda EPP – R$ 61,5 milhões; 23º – Paulo Diniz Cabral da Silva – R$ 61,1 milhões; 24º – Siderúrgica Alterosa S/A – R$ 60 milhões; 25º – Jeovah Lago da Silva – R$ 58 milhões.
####
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Uma reportagem importantíssima, feita em parceria com a ONG De Olho nos Ruralistas. Serve para o general Hamilton Mourão e o ministro Sérgio Moro, do Conselho da Amazônia, lerem e refletirem, para tomar providências(C.N.)

No Executivo, ao menos 52 mil filhas solteiras recebem pensões de ex-servidores


Charge do Tiago Recchia (Arquivo Google)
Vinícius Valfré
Estadão
O pagamento de pensão para filhas solteiras não é exclusividade do Congresso e dos militares. No Executivo, ao menos 52 mil mulheres recebem a benesse pelo simples fato de não terem casado no papel e seus pais, todos civis, terem trabalhado para a União até 1990.
Documentos do Ministério da Economia analisados pelo Estado mostram que há uma pensionista que recebeu R$ 3 mil em dezembro passado, mas R$ 233,4 mil em novembro. Os dados totais não são disponibilizados.
DENÚNCIA – As informações dos únicos dois meses só estão disponíveis por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), em acolhimento a denúncia do site Fiquem Sabendo. Somente nos dois últimos meses do ano, o custo do benefício para o País foi de R$ 630,5 milhões.
Questionado pela reportagem sobre valores muito acima do teto do funcionalismo – de R$ 39 mil – como nos casos em que houve pagamento superior a R$ 200 mil, o Ministério da Economia informou apenas que a folha de novembro traz a segunda parte da gratificação natalina dos servidores, aposentados e pensionistas.
SEM COMENTÁRIOS – O Estado localizou a advogada de uma pensionista solteira que recebeu R$ 81 mil em novembro e R$ 41 mil em dezembro, mas ela disse que não comentaria o assunto. O governo não se manifestou sobre remunerações específicas, que podem conter verbas retroativas ou benefícios acumulados.
A “bolsa solteira” foi criada por uma lei de 1958, já revogada, com a justificativa de que as mulheres não poderiam se sustentar sem um pai ou um marido. O benefício também é garantido até o fim da vida às filhas solteiras de ex-parlamentares e de ex-servidores do Congresso que não se casam ou não tem emprego público.
PELO RESTO DA VIDA – A folha de pagamento do Legislativo tem 194 mulheres, com pensões de até R$ 35 mil por mês, como mostrou o Estado. Um aposentado do INSS, por exemplo, ganha no máximo R$ 6.101. No caso dos parlamentares, bastava ser eleito para um mandato para ter direito a herança pelo resto da vida a suas filhas solteiras.
A lei foi revogada em 1990, mas quem adquiriu o direito continua recebendo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou a pensão como “absurdo” e afirmou que fará todos os esforços para acabar com o que batizou de “solteiragate”, por ser hoje um benefício considerado escandaloso. Maia deve apresentar uma ação ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o tema volte a ser debatido pela corte.
No Executivo, a maioria das mulheres é filha de ex-servidores ligados ao Ministério da Infraestrutura. São 19,9 mil solteiras que receberam a pensão em dezembro. A justificativa é que a pasta reuniu dezenas de órgãos federais de transporte que foram extintos ao longo dos anos. Entre eles, o antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), extinto em 2001, e a Rede Ferroviária Federal (RFSSA), encerrada em 1999.
GRATIFICAÇÕES – Apenas em novembro, as pensões para as solteiras custaram R$ 418,1 milhões em todo o Executivo. Em dezembro, foram necessários outros R$ 212,4 milhões. A diferença se dá por conta das gratificações natalinas incluídas na folha do 11º mês. Os valores recebidos pelas mulheres podem incluir decisões judiciais e retroativos. No último mês, cada uma recebeu, em média, R$ 4.039,27.
O levantamento considerou apenas mulheres ligadas a órgãos federais civis, excluídos, portanto, Forças Armadas e Ministério da Defesa. Pensionistas de Estados extintos, como o da Guanabara, também não foram consideradas.
MUDANÇA DE CRITÉRIO – Denúncias de fraudes não são raras. Há casos em que as mulheres se casam ou constituem união estável, mas não notificam os órgãos públicos sobre a mudança no estado civil. Assim, continuam recebendo. Na Câmara, uma delas chegou a ser indiciada por estelionato e responde a inquérito no Ministério Público Federal.
O TCU, em 2016, alterou a interpretação da lei sexagenária e exigiu o cumprimento de critérios mais rígidos para manutenção dos benefícios. Passou a ser necessário comprovar que realmente dependiam da verba.
Pensões acabaram suspensas administrativamente, em diversos órgãos. Insatisfeitas, as solteiras recorreram ao STF, que as desobrigou novamente de comprovar a necessidade da pensão.
IMORAL – O pagamento da pensão 30 anos depois da revogação da lei divide opiniões. Professor de gestão pública e auditor do Tribunal de Contas de Pernambuco, João Eudes Bezerra Filho afirma que manter um benefício criado há 62 anos é algo imoral e desconectado dos reais desafios da administração pública.
“O impacto é muito negativo, não só pelo valor de milhões de reais por ano, mas também moralmente. O governo deveria ir à Justiça pedir para que STF interceda, buscando reduzir prejuízos”, afirma.
Secretário-geral do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), o advogado Diego Cherulli foi responsável por uma parcela das ações que chegaram ao STF contestando a determinação do TCU. Ele reconhece que pagar pensões a filhas de ex-funcionários por elas se manterem solteiras não condiz com o atual momento do País.
DIREITO ADQUIRIDO – Por outro lado, pondera ser necessário respeitar o direito adquirido, sob pena de comprometer planejamentos pessoais e de gerar injustiças. “É um privilégio, de fato. Mas não podemos desconsiderar o direito adquirido e o planejamento das pessoas. A pessoa se planejou para receber, durante a vida toda, R$ 15 mil, R$ 20 mil. Entendo que, para quem já recebe, é devida a manutenção”, diz.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Um descalabro que se reflete em gastos milionários dos recursos públicos, privilegiando filhas que não são, em sua maioria, incapazes, mas que,  por “direito adquirido”, desfrutam de gordas pensões. Um sociedade na qual se contrasta a defesa crescente dos direitos das mulheres, o respeito e o tratamento igualitário, todos justíssimos, e ao mesmo tempo, paralelamente, tenta se justificar os pagamentos mensais pela “impossibilidade” das filhas solteiras beneficiadas, sozinhas, manterem os seus padrões de vida. (Marcelo Copelli)

terça-feira, fevereiro 04, 2020

Quem Quer Vai, Quem NÃo Quer Manda


Resultado de imagem para fotos justiça é cega mas o povo enxerga"
Foto Divulgação - Google.


Após publicar a matéria concernente ao cumprimento da liminar por parte do INSS/Receita Federal, já ia repousar quando recebo uma mensagem perguntando, porque o governo cumpria uma ordem judicial e o prefeito de Jeremoabo não cumpria, onde citou como exemplo o caso dos " amarelinhos".
Em parte é simples explicar, o prefeito pra sanar o problema se deslocou até Paulo Afonso para cobrar da Justiça, se deslocou até Feira de Santana, e deve ter ido para mais algum lugar que deixo de informar por não saber.
A pergunta que faço é a seguinte, depois que o Juiz Federal concedeu a Liminar dos " amarelinhos," quantas vezes os vereadores se deslocaram até Paulo Afonso, para cobrar o cumprimento da mesma,?
Pelo que eu saiba, nenhuma vez,
Falar é muito fácil, agora fazer é onde está o nó da coisa.

Em destaque

Anistia a 8/1 com redução de penas no Congresso seria inusual, dizem especialistas

  Foto: Joedson Alves/Arquivo/Agência Brasil Congresso Nacional 18 de novembro de 2024 | 12:22 Anistia a 8/1 com redução de penas no Congres...

Mais visitadas