sábado, dezembro 13, 2025

Política, Rumores e Lógica: a velha dinâmica entre prefeito e vice em Jeremoabo

 

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Política, Rumores e Lógica: a velha dinâmica entre prefeito e vice em Jeremoabo

Por José Montalvão

Nos últimos dias, recebi um charger — em tom de insinuação — sugerindo um possível afastamento político entre o prefeito de Jeremoabo, Tista de Deda, e seu vice-prefeito. Busquei contato com o prefeito para apurar a veracidade dos fatos, mas não obtive retorno até o fechamento deste artigo. Portanto, por responsabilidade jornalística, é preciso deixar claro: não há confirmação oficial de qualquer rompimento.

Entretanto, mesmo reconhecendo em Tista de Deda um gestor de coração aberto, democrático e conhecido por manter bom relacionamento com diversos setores políticos e sociais, é impossível ignorar que rachas entre prefeito e vice não são novidade, nem em Jeremoabo, nem na política brasileira como um todo. Pelo contrário: fazem parte de uma dinâmica recorrente do poder local.

Diante disso, vale partir para o raciocínio lógico e político, sem paixões, para compreender por que essas situações se repetem com tanta frequência.

Chapas eleitorais: acordos, não afinidades

Na maioria dos casos, chapas majoritárias são formadas por acordos de conveniência eleitoral, e não por afinidade ideológica, amizade pessoal ou projetos políticos comuns. Une-se o que é possível para vencer a eleição. Depois da posse, surgem as diferenças.

Disputa por espaço e poder

Um dos focos clássicos de conflito é a disputa por espaço administrativo. O vice-prefeito, muitas vezes, espera comandar uma secretaria estratégica ou ter influência direta nas decisões do governo. Quando isso não ocorre, o sentimento de exclusão pode gerar atritos internos.

A frustração do cargo de vice

É importante lembrar que, pela Constituição, o vice-prefeito não possui função executiva própria. Seu papel é substituir o titular em caso de ausência ou impedimento. Essa limitação institucional frequentemente provoca frustração política, sensação de isolamento e perda de protagonismo.

O dilema do protagonismo

Se o vice aparece demais, pode ser visto como uma ameaça política.
Se aparece de menos, sente-se “apagado” e inviabilizado para a próxima eleição.
Esse equilíbrio quase impossível costuma alimentar tensões silenciosas.

A sucessão como estopim

À medida que o mandato avança, sobretudo no último ano, o olhar se volta para o futuro. O vice, naturalmente, passa a se enxergar como candidato à sucessão. Já o prefeito pode preferir outro aliado, um secretário de confiança ou até tentar a reeleição. É nesse ponto que muitos aliados se transformam em adversários.

Jeremoabo dentro da normalidade política

Embora existam exceções — parcerias duradouras e leais — a regra, especialmente na política municipal, é que o poder redefine relações antes mesmo do fim dos quatro anos de mandato.

Portanto, se essa insinuação de distanciamento entre prefeito e vice vier a se confirmar, não será exatamente uma surpresa. Será apenas Jeremoabo seguindo a rotina da política brasileira, onde alianças nascem nas urnas e, muitas vezes, se desfazem nos corredores do poder.

Até que haja fatos concretos e declarações oficiais, o que existe são apenas rumores. E, em política, rumores sempre dizem mais sobre o ambiente do que sobre a verdade em si.

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