quinta-feira, dezembro 11, 2025

A Conta Chegou: A Justiça Bate à Porta do Ex-Prefeito Deri do Paloma

                                   Foto Divulgação Ilustrativa


A política costuma dar lições duras — e uma das mais severas é a lembrança de que nenhum poder é eterno, nenhuma influência é blindagem definitiva e que a impunidade, por mais confortável que pareça, não dura para sempre. Em Jeremoabo, esse capítulo começou a ser escrito no passado e agora ganha novos contornos: a Justiça finalmente cobra as respostas que o ex-prefeito Deri do Paloma acreditou que jamais precisaria dar.

Nesta quarta-feira (11), na Vara Federal da Subseção Judiciária de Paulo Afonso, aconteceu mais uma audiência do processo xxxxxxxx-xx.2023.4.01.3306, que apura supostos atos de improbidade administrativa envolvendo o ex-gestor e outros réus, em ação movida pelo Ministério Público Federal. Entre os pontos centrais, está a polêmica denúncia sobre o ticket combustível, levantada à época pelos vereadores de oposição de Jeremoabo — uma denúncia que muitos tentaram abafar, desqualificar ou transformar em perseguição política. Mas aí está ela, firme, robusta e avançando no Judiciário.

A ilusão da proteção

Durante sua gestão, Deri do Paloma confiou cegamente no que julgava ser uma rede de proteção política e jurídica. Acreditou em aliados poderosos, em discursos de blindagem, em favores recíprocos e na velha sensação de intocabilidade que costuma acompanhar muitos gestores acostumados ao uso indiscriminado da máquina pública.

Hoje, no entanto, a realidade é outra: os protetores desapareceram, os escudos sumiram, e o que resta é o peso da lei — uma lei que nunca esquece, apenas espera o tempo certo.

A audiência de hoje ouviu testemunhas arroladas pelo MPF, enquanto outras serão apresentadas pelas defesas dentro do prazo concedido pelo juiz federal João Paulo Pirôpo de Abreu. O processo segue seu curso natural, e a verdade, inevitavelmente, começa a emergir.

Quando o poder passa, sobra a responsabilidade

A diferença entre ser prefeito e ser ex-prefeito é abissal. Quando a caneta perde a tinta, quando a estrutura some, quando o servilismo acaba, quando a máquina deixa de funcionar ao redor do gestor… aquilo que foi feito, ou mal-feito, volta como uma sombra inevitável.

É exatamente isso que vemos agora: a conta da improbidade chegando.

Não adianta mais tentar desqualificar vereadores que cumpriram o papel de fiscalizar. Não adianta tentar imputar perseguição política. Não adianta argumentar inocência acompanhada de soberba. O momento agora é de prestar contas — à sociedade e à Justiça.

A Justiça funciona — mais cedo ou mais tarde

A audiência desta manhã é mais um capítulo de um processo que está longe de terminar. Mas já diz muito:
— diz que a Justiça não engavetou a denúncia;
— diz que o Ministério Público sustenta suas acusações;
— diz que o tempo da impunidade está acabando;
— diz que Jeremoabo começa, finalmente, a virar uma página dolorosa da sua história recente.

E diz, principalmente, que quem governou acreditando em proteção eterna agora precisa enfrentar a realidade sem a sombra do poder que tanto o favoreceu.

Jeremoabo merece essa verdade

A população, que tantas vezes se sentiu enganada, merece acompanhar cada etapa desse processo com clareza. Afinal, recursos públicos não são brincadeira, e combustível pago com dinheiro do povo não pode virar moeda de troca, benefício pessoal ou instrumento de manipulação política.

Se houve improbidade — isso caberá ao juiz decidir.
Mas o que já está claro é que a Justiça está andando.
E para muitos que apostaram no silêncio e no esquecimento… chegou a hora da verdade.


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