Outra Vez a Bahia Salvando o Brasil: A Postura de Otto Alencar e Jaques Wagner Contra Atalhos Antidemocráticos
Por José Montalvão
A democracia brasileira, tantas vezes testada, volta e meia revela quem realmente está comprometido com suas bases fundamentais. Nos últimos dias, um desses momentos de prova veio à tona quando o senador Otto Alencar (PSD-BA) reagiu firmemente ao descobrir uma articulação para que o projeto de Anistia — aprovado na Câmara — fosse levado diretamente ao plenário do Senado, pulando a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Um movimento que, se consumado, violaria não apenas o rito legislativo, mas a própria lógica de freios e contrapesos que sustenta a República.
A reação de Otto foi imediata, contundente e necessária. Não se tratou de mero gesto político; foi uma defesa explícita do Estado Democrático de Direito. Ao lado do também senador Jaques Wagner, mais uma vez a Bahia mostrou maturidade, coragem e fidelidade ao que é correto. A postura dos dois parlamentares ecoa o sentimento de milhares de cidadãos que esperam, exigem e merecem representantes com compromisso real com a legalidade.
Otto Alencar foi preciso ao criticar o comportamento de deputados que aprovaram o texto da anistia sem respeito ao diálogo com a sociedade. Ele lembrou uma verdade elementar, mas que alguns parecem insistir em esquecer: em uma democracia, ninguém está acima da lei. Nem parlamentares, nem governantes, nem grupos econômicos, nem estruturas de poder que tentam se blindar a qualquer custo.
O Brasil já sofreu demais com abusos, desmandos e corrupção. A tentativa de promover anistia ampla para apagar crimes cometidos contra a democracia é um risco grave. E não é exagero dizer que impedir atalhos como o tentado no Senado é, sim, uma forma de proteger o país — proteger sua história, sua ordem institucional e seu futuro.
Por isso, os parabéns a Otto e Wagner não são apenas merecidos. São necessários. Representam o reconhecimento público de que a política ainda pode — e deve — ser exercida com ética, coragem e respeito ao povo. São esses gestos que reafirmam que a democracia brasileira, apesar dos ataques, segue viva porque ainda há quem a defenda com seriedade.