Por José Montalvão
Matrícula ABI-C002025
Não há adjetivos suficientes para classificar a atitude nefasta de um prefeito que, antes mesmo de assumir o cargo, declara publicamente que promoverá vingança ou perseguição. Trata-se de um comportamento que desnuda, sem filtros, o despreparo, a falta de maturidade institucional e a ausência completa de compromisso com a democracia. Um gestor público deve ser a figura do equilíbrio, da responsabilidade e do respeito às leis — jamais o arauto do revanchismo.
Quando um candidato eleito ameaça retaliar adversários, ele não atinge apenas aqueles que o criticaram: ele afronta a própria população que confiou seu voto. Demonstra não compreender a grandeza do cargo, não ter domínio emocional e, sobretudo, não possuir o senso de responsabilidade que se espera de quem assume o comando de um município. É o tipo de postura que desautoriza, que envergonha e que sinaliza tempestades antes mesmo do início do governo.
Diante de tamanha imaturidade, talvez fosse prudente esse futuro prefeito de Paulo Afonso procurar orientação com quem entende o que significa governar com equilíbrio e respeito — como o prefeito Tista de Deda, em Jeremoabo. Tista tem demonstrado na prática que administrar é servir, não perseguir; é unir, não dividir; é respeitar tanto simpatizantes quanto opositores, porque todos são munícipes e todos merecem tratamento igualitário, conforme determina a lei. Essa é a essência do governo republicano: governar para todos.
Em Jeremoabo, Tista tem ensinado, com ações e não com ameaças, que o verdadeiro líder é aquele que trata com dignidade até os que lhe fazem oposição. Esse é o tipo de postura que constrói cidades, fortalece instituições e inspira confiança. É o contrário do que se vê quando a promessa de governo é o revanchismo.
Infelizmente, a República brasileira sofre com personagens que transformam a política em palco pessoal de ressentimentos. É como um carro atolado na lama: se continuar acelerando na mesma direção, afunda cada vez mais. É preciso trocar o rumo, ampliar a visão, abandonar o ódio e buscar quem realmente sabe conduzir.
Enquanto alguns revelam despreparo e pequenez, outros mostram que é possível fazer diferente. E é justamente essa diferença que separa o gestor público do mero ocupante de cargo: a capacidade de governar com grandeza, serenidade e respeito — e não com ameaças, impulsos e ressentimentos.
Que o bom senso prevaleça onde a razão ainda não chegou.