À CNN Brasil, o senador disse que o ministro do STF não orientou que ele formalizasse o seu depoimento sobre a reunião com Daniel Silveira e Jair Bolsonaro
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse nesta sexta-feira (3) que vai pedir o afastamento do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), da relatoria do inquérito dos atos antidemocráticos.
Na quinta-feira (2), Do Val denunciou um suposto golpe de Estado que estaria sendo arquitetado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Segundo o senador, ele contou a Moraes sobre a reunião envolvendo o ex-presidente e o ex-parlamentar.
Em entrevista à CNN Brasil, Do Val disse que o ministro mentiu ao dizer que pediu para ele fazer um registro oficial da situação. Em uma conferência realizada pelo grupo Lide, em Lisboa, Moraes contou que perguntou se o senador colocaria essas informações no papel. No entanto, de acordo com ele, Do Val não aceitou a proposta.
“Informo que não são verídicas as recentes declarações do ministro Moraes quando diz que me orientou que as informações da reunião com Silveira e Bolsonaro fossem formalizadas. Estarei fazendo uma solicitação para a PGR afastar o ministro Moraes da relatoria dos atos antidemocráticos”, declarou Do Val.
À CNN Brasil, o senador disse que solicitou que a Polícia Federal (PF) tenha acesso a todas as mensagens trocadas com Moraes e com Silveira e que elas passarão a fazer parte dos autos do inquérito.
“Como ele [o ministro Alexandre de Moraes] vai entrar nos autos, não poderá mais ser relator”, disse.
Denúncia do senador
Marcos do Val revelou que, após a derrota nas urnas, Bolsonaro arquitetou uma forma de dar um golpe para continuar no poder;
O plano teria partido de Bolsonaro e do deputado Daniel Silveira em reunião em 9 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, em Brasília;
O objetivo era se aproximar do ministro Alexandre de Moraes para captar algo comprometedor que pudesse impedir a posse de Lula.
Senador recua e muda versão
Do Val mudou a versão da denúncia depois de conversar com os filhos do ex-presidente. Segundo ele, a ideia não partiu de Bolsonaro, e sim de Daniel Silveira – que teria tentado manipular o ex-presidente. O plano teria sido apresentado na frente de Bolsonaro em reunião no Alvorada.
Depoimento à PF
Depois, ele depôs à PF (Polícia Federal) por mais de quatro horas. A oitiva foi colhida para o inquérito que investiga a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes no 8 de Janeiro.
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