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sexta-feira, agosto 05, 2022

Se todos perdessem com a inflação, ela já teria acabado: Bancos e fundos lucram, e muito

Publicado em 5 de agosto de 2022 por Tribuna da Internet

Charge do Cazo (Folha da Manhã)

Pedro do Coutto

No final da tarde de quarta-feira, o Banco Central elevou de 13,25% para 13,75% ao ano a taxa Selic que rege o pagamento de juros anuais sobre a dívida interna do país que oscila entre R$ 5,8 trilhões e R$ 6 trilhões, equivalente a algo em cerca de 80% do Produto Interno Bruto brasileiro.

Partindo-se do princípio que o total da dívida seja de R$ 6 trilhões, meio ponto significa um acréscimo nas despesas do tesouro de mais R$ 30 bilhões ao ano. As autoridades financeiras de todos os governos que se sucedem argumentam falsamente que a Selic mais alta contém o ciclo inflacionário. Não é fato.

AVANÇO – Se assim fosse, a inflação não teria avançado no tempo paralelamente aos acréscimos mensais que incidiram sobre a Selic nos últimos dois anos. No O Globo a reportagem é de Gabriel Shinohara e na Folha de S. Paulo, de Natália Garcia.

Em 2020, a Selic estava fixada em 6,5% no início do ano. Ela vem subindo sem parar e agora atingiu 13,75%, mas a inflação não cedeu: tornou-se ainda mais veloz. Portanto, não há relação entre a taxa Selic e a contenção inflacionária.

PAPÉIS DO TESOURO – É uma lenda que todos perdem com o processo inflacionário. A menor parte ganha. É muito simples. Os bancos e os fundos de investimentos e de pensão das estatais aplicam nos papéis do Tesouro regidos pela Selic.  

Com isso, obtém uma rentabilidade acima do mercado.  A Selic não é reajustada para conter inflação alguma, mas para garantir rentabilidade real (juros acima da inflação) para os grandes aplicadores. Portanto, é falsa a versão de que a Selic mais alta ou os juros mais altos contribuem para conter a inflação. Não é verdade.

EMPRÉSTIMO CONSIGNADO –  Impressionante a decisão do governo focalizado por reportagem de Geralda Doca, O Globo, de permitir que pessoas inscritas na fila do Auxilio Brasil (R$ 600 por mês) possam obter crédito consignado de R$ 2 mil por família junto a empresas financeiras.

O assunto mereceu um comentário brilhante de Miriam Leitão no Jornal da Globo, quando afirmou que os juros previstos elevam-se a 78% ao ano, tornando impraticável o ressarcimento do crédito que o governo pretende liberar para aqueles que estão dependendo de R$ 600 para se alimentar um pouco.

Leticia Lopes, O Globo, destaca que os juros propostos pelas financeiras atingem quase três vezes o valor cobrado nos empréstimos consignados feitos por aposentados e pensionistas do INSS. Como pode pessoas que dependem de R$ 600 para sobrevivência básica, sustentar empréstimos dessa ordem? Um descalabro total.

DIFICULDADES –   A situação é dramática. Reportagem na Folha de S. Paulo é de Eduardo Cucolo, com base no Datafolha, relata que quase sete em cada dez brasileiros estão em busca de produtos de marcas mais baratas, muitas vezes adquirindo alimentos de menor qualidade, perto de vencer a validade ou fora dos padrões tradicionais, para economizar nas compras.

Segundo o levantamento, 67% mudaram os hábitos de compra. Entre os que recebem o Auxílio Brasil, 31% passaram a comprar sobras de carnes, mesmo percentual dos que têm consumido soro de leite. São 36% tanto os que adquiriram produtos próximos ao vencimento como os que levaram para casa feijão partido e pontas de frios. Um desastre, resultado de uma política econômica sem reflexo social, a política de Paulo Guedes.

ADEUS A AFONSO CASTILHO – Li no O Globo de ontem sobre a morte de um grande amigo, Afonso Figueiredo Castilho, que foi diretor da Caixa Econômica Federal.

Éramos amigos há mais de 60 anos, uma figura excepcional. Trazia consigo sempre uma energia positiva, uma alegria interior que transmitia a todos. Vou me lembrar sempre dele. Foi uma perda enorme para a sua família e para os seus amigos. Fica a lembrança de sua vida.

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