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quarta-feira, outubro 06, 2021

Queimado pelas “offshores”, Paulo Guedes se tornou um “estorvo útil” para Jair Bolsonaro

Publicado em 6 de outubro de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do F.Mata (Arquivo Google)

Vicente Nunes
Correio Braziliense

Apesar do barulho em torno da divulgação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm contas em paraísos fiscais (offshores), o presidente Jair Bolsonaro nada fará em relação ao tema. Não quer dar munição à oposição. E tem certeza de que os subordinados nada fizeram de errado.

Especificamente em relação a Paulo Guedes, dizem aliados de Bolsonaro, o ministro se tornou um “estorvo útil” para o presidente da República. Quando começar de verdade a campanha à reeleição em 2022, Bolsonaro poderá jogar a culpa em Guedes se a economia não se recuperar.

UMA BOA DESCULPA – Afinal, ressaltam os aliados do presidente, ele sempre deixou claro que não entendia nada de economia, e que confiava no Posto Ipiranga dele. Ninguém descarta a possibilidade de Bolsonaro dizer aos eleitores que acreditou demais no ministro e está pagando o preço por isto.

Outro ponto levantado pelos aliados de Bolsonaro: não há nenhum nome forte no mercado ou na academia disposto a substituir Paulo Guedes no Ministério da Economia. Todos os grandes economistas consideram o governo atual como um caso perdido.

Quanto a Campos Neto, Bolsonaro não quer briga com o projeto que o governo dele defendeu no Congresso, o da independência do Banco Central. A ordem, portanto, no governo, é deixar a poeira baixar até a próxima crise chegar. Por enquanto, os críticos ficarão falando sozinhos.

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O NEGOCIADOR GUEDES SE QUEIMOU NO SENADO
Denise Rothenburg

A notícia de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixa seu dinheiro lá fora, numa offshore ativa nas Ilhas Virgens Britânicas, caiu como uma dinamite nas negociações para aprovar a PEC da reforma do Imposto de Renda.

Os senadores começam a pensar que não dá para o ministro proteger o próprio dinheiro num paraíso fiscal e taxar justamente os lucros e dividendos daqueles que mantêm seus recursos por aqui, tentando ajudar a recuperação da economia e a geração de empregos.

ECONOMIA TRAVADA – Conforme o leitor já sabe, Guedes vem sendo atacado pela seara política há tempos, porque os aliados do governo estão cada vez mais impacientes com as dificuldades na economia e a falta de perspectiva para um milagre econômico no período eleitoral.

Agora, esses ataques vão aumentar e vai ter muita gente dizendo que o ministro perdeu o verniz para negociar as reformas. E os políticos estão quebrando a cabeça para tentar descobrir se houve operações de mercado com os recursos depositados nas offshores de banqueiros reveladas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Sem esse detalhamento, fica difícil saber se há alguma irregularidade.

Nos tempos da Operação Lava-Jato, Sergio Moro conseguiu informações sobre as offshores de alguns enroscados no caso porque se tratava de suspeita de corrupção. Até aqui, não há nada que caracterize esses recursos como tal. Até porque a maioria declarou ao fisco.


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