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quinta-feira, outubro 28, 2021

Por fake news, YouTube já removeu 33 vídeos do canal de Jair Bolsonaro desde abril




Lives suspensas no Youtube são acessadas em outras redes

Por Marlen Couto

As grandes plataformas de redes sociais enfrentam maior pressão para endurecer e aplicar suas próprias regras contra fake news e discurso de ódio, principalmente após a explosão de desinformação na pandemia de Covid-19 e da invasão ao Congresso americano no início do ano.

No Brasil, o símbolo da mudança de tom, em meio à pressão internacional, são as remoções de postagens desinformativas disseminadas pelo presidente Jair Bolsonaro e por seus aliados. O YouTube é quem mais tem adotado a medida. Ao todo, a plataforma do Google removeu 33 vídeos do canal oficial do presidente desde abril, quando atualizou suas políticas para proibir vídeos que recomendem o uso de hidroxicloroquina ou ivermectina para a Covid-19, medicações sem eficácia para o tratamento da doença.

MAIS RESTRIÇÕES – Em setembro, uma nova atualização mirou teorias conspiratórias e desinformação sobre a vacina.

Apesar disso, as punições ainda são pontuais quando envolvem autoridades e diversos conteúdos do presidente e de seus aliados com mensagens falsas sobre a pandemia e outros temas seguem no ar, alerta o pesquisador Guilherme Felitti, da Novelo Data, que acompanha as remoções em perfis ligados à base bolsonarista.

— As plataformas são boas para criar regras, mas não são boas para executar essas regras. A experiência que temos é de que elas são ignoradas quando estamos falando de alguns players específicos, como Bolsonaro. A aplicação das políticas só funciona quando há um incentivo externo, quando há polêmica ou a imprensa alerta para o descumprimento das regras. As redes não são ativas a ponto de sua própria equipe detectar casos de desinformação e puni-los— analisa Felitti.

FALTA DE UNIDADE – Outra questão é a falta de unidade das punições e medidas tomadas. Quase todos os vídeos de Bolsonaro já removidos pelo YouTube, a maioria lives, continuam disponíveis, por exemplo, no Facebook há meses. A velocidade e a dinâmica das redes são outro desafio.

Além de contarem com audiência imediata significativa, os vídeos do presidente são baixados e hospedados em aplicativos de mensagem, como WhatsApp e Telegram, e de lá são compartilhados pela base bolsonarista.

No caso da recente live, após remoção no Facebook e Instagram, o Twitter inseriu selo com informação de que a fala de Bolsonaro viola suas regras.

Nota do blog Tribuna da Internet – Em tradução simultânea, reina a esculhambação nas redes sociais. Os governos são impotentes e não sabem como regularizá-las. Apenas isso. (C.N.)

O Globo / Tribuna da Internet

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