Publicado em 6 de outubro de 2021 por Tribuna da Internet
Luís Felipe Granado
Portal iG
A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (5) a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para prestar contas à sociedade sobre sua empresa offshore em paraíso fiscal , a Dreadnoughts International.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também mantém conta no exterior durante o exercício do cargo, não foi incluído na convocação requerida pelo deputado Paulo Ramos à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público.
“EVITAR CONFUSÃO” – O deputado Kim Kataguiri lembrou que Guedes pediu publicamente para tirar offshores da reforma tributária a fim de “evitar confusão”.
“Confusão significa prejuízo para o bolso dele. O mesmo ministro que quer taxar lucros e dividendos, manda o dinheiro para o exterior para não pagar impostos”, declarou.
Além disso, ressaltou que a prática configura claro conflito de interesses e viola o Código de Conduta do cargo. “No primeiro parágrafo o texto diz que é vedado o investimento em bens, cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão, ou política governamental a respeito da qual o ministro tenha informações privilegiadas”, explicou o deputado.
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NO SENADO, DEVE SER DIA 19
Naomi Matsui (Metrópoles)
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou nesta terça-feira (5/10) um convite para o ministro Paulo Guedes dar explicações sobre a Dreadnought International, empresa que mantém nas Ilhas Britânicas Virgens, famoso paraíso fiscal.
O requerimento aprovado é para convite, ou seja, Guedes não será obrigado a comparecer ao colegiado. Segundo o presidente do colegiado, Otto Alencar, a sessão será marcada para 19 de outubro. Também foi convidado o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
APENAS CONVITE – Inicialmente, senadores de oposição pediam a convocação de Guedes e Campos Neto. Após pedido de governistas, no entanto, a solicitação foi convertida em convite.
A existência da offshore foi revelada neste domingo (3/10) pelo especial Pandora Papers, do qual o Metrópoles faz parte. As investigações mostraram que Guedes pode ter lucrado R$ 14 milhões com a valorização do dólar apenas durante o seu mandato à frente da pasta.