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terça-feira, agosto 24, 2021

Terceira via com Ciro Gomes só se este atacar Bolsonaro e esquecer Lula da Silva


Caso Ciro divida-se no confronto não terá a menor chance de êxito

Pedro do Coutto

No momento em que os dez principais partidos políticos do país, reportagem de Jussara Soares e Fernanda Trisotto, O Globo de segunda-feira, lançam manifestação de apoio aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso contra a ação de Jair Bolsonaro, os editoriais de O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S.Paulo destacaram a importância de uma  terceira via para a sucessão presidencial de 2022, caso Bolsonaro permaneça como candidato.

Na minha opinião, Ciro Gomes, que é o terceiro nome possível , só poderá ter alguma chance de representar esse papel se atacar o presidente da República e esquecer, na primeira fase da campanha, o ex-presidente Lula da Silva. Esta opinião é também compartilhada com o meu amigo Alexandre Farah, ex-deputado do PDT, partido do ex-governador do Ceará.

CONFRONTO – Entretanto, ambos concordamos, e deixo a questão para os leitores deste site, Ciro Gomes só terá alguma possibilidade se assumir uma posição totalmente contrária a de Jair Bolsonaro. Se Ciro Gomes dividir a sua campanha tanto contra Lula quanto contra Bolsonaro não terá a menor chance de êxito.

Ele só tem um caminho que é o de tentar derrotar Bolsonaro e, conseguindo tal propósito, empenhar-se para chegar ao segundo turno contra o líder do PT que lidera as pesquisas do DataFolha e da XP Investimentos. Inclusive, assinalo, o resultado obtido pela XP Investimentos torna-se extremamente favorável à oposição ao governo, uma vez que destaco que o universo pesquisado concentra-se mais nos investidores e aplicadores financeiros e nos executivos dos fundos de pensão.

Assim, se Lula disparar sobre Bolsonaro no segmento de renda mais alta, a sua diferença aumentará, como é natural, junto às faixas de rendas menores. Ciro Gomes deve observar com atenção esse fenômeno e tentar representar a insatisfação das classes médias com o rumo do atual governo e com a crise brasileira que se reflete no aumento do custo de vida e no congelamento dos salários e aposentadorias.

ÚNICO CAMINHO – Na posição contrária ao atual chefe do Executivo, o ex-governador do Ceará encontra-se ao lado de Lula. Mas o que fazer? O único caminho que resta a ele é arrebatar para si áreas de insatisfação, sobretudo com a ameaça de cancelar eleições e explodir a democracia brasileira.

Como o Datafolha e a XP demonstraram, Ciro Gomes com 12% das preferências de voto, não pode almejar ultrapassar Lula da Silva. Mais simples para ele é tentar ultrapassar os 25% que ainda restam a Bolsonaro, mas que na minha impressão, irão recuar para cerca de 17%.

O PSDB assinou o documento de apoio aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Se estiver mesmo, como definiu o seu presidente Bruno Araújo, empenhado a cursar a terceira estrada, terá que se alinhar ao lado do PDT de Ciro Gomes. É muito difícil que Ciro consiga derrotar Lula, sobretudo com base no potencial de votos do petista. Mas esta é outra questão. O problema essencial é que convencer eleitores contrários a Bolsonaro a apoiá-lo é a única alternativa que lhe resta para tentar um novo voo em direção ao Planalto.

BRASIL VELHO – Numa entrevista a Adriana Fernandes, o Estado de S. Paulo, o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa, afirmou que a discussão sobre a política e a economia que se desenvolve hoje em nosso país refere-se ao Brasil velho e não ao Brasil moderno, assim como ele e todos nós desejamos.

Mas desejar é uma coisa, cabe perfeitamente na teoria. Alcançar concretamente o que se espera é uma questão prática. O economista Marcos Lisboa, na realidade um intelectual em questões econômicas, a meu ver não levou em conta na formulação de suas ideias que nada é mais velho do que a fome, do que a falta de saneamento, do que o caos na saúde pública e nas ameaças à democracia, fatores todos esses que caracterizam o desgoverno chamado Jair Bolsonaro.

PROBLEMAS ANTIGOS – Nada mais antigo do que o desmatamento, do que a escravidão que ressurge com o congelamento salarial e com os aumentos de preços dos alimentos expressos de forma bastante nítida no Brasil de 2021. Vejam o projeto de corrupção que envolveu a tentativa de compra de vacinas superfaturadas através do Ministério da Saúde e de uma equipe mais ou menos organizada e intermediários,  que espontaneamente se apresentaram para viabilizar compras, inclusive com pagamentos adiantados, de imunizantes destinados a salvar centenas de milhares de vidas humanas.

Tudo isso pertence ao Brasil antigo, que aliás, exceto nos anos dourados de JK, ficou prisioneiro do passado. A renúncia de Jânio Quadros desencadeou uma tempestade e permanece atravessando uma década atrás da outra. O futuro, acrescento, é a reação à renda do trabalho, à recuperação de empregos, à visão de um novo horizonte para um novo amanhã. Tudo ao contrário do que o panorama atual oferece.

JUSTIÇA A MARCÃO –  Escrevo esse artigo antes do jogo da noite de ontem entre o Fluminense e o Atlético Mineiro, portanto, desconheço o resultado do meio da noite. Mas recebi com alegria e senso de justiça, tricolor que sou, a decisão da diretoria de, pelo menos desta vez, dar uma oportunidade concreta ao ex-zagueiro Marcão, hoje treinador das Laranjeiras.

Ao longo dos últimos anos, vários técnicos se sucederam no Fluminense e o ex-zagueiro foi convocado a assumir o espaço. Teve êxito. O time melhorou sempre com ele. Entretanto, na hora de firmar um contrato, era escolhido sempre alguém de fora. Os fracassos se sucederam.

A vida tem esse lado sombrio. A injustiça me faz lembrar as escalações para o Correio da Manhã nas duas últimas décadas da existência do grande jornal. Nulidades absolutas foram levadas à direção do jornal num processo impulsionado pela incompetência. Basta comparar o comando do grande Luiz Alberto Bahia como redator chefe e os que o sucederam até o seu completo desmoronamento em 1974.  Acho a investidura de Marcão um ato de justiça e que ele tenha êxito como técnico.


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