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quinta-feira, maio 28, 2020

Congresso cogita greve de uma semana contra Bolsonaro



As ameaças do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), após seus aliados terem sido alvos de operações da Polícia Federal, elevou a temperatura no Congresso Nacional. O clima é tenso principalmente na cúpula do Senado e da Câmara dos Deputados, que ainda avalia o quadro político. Há uma pressão vinda principalmente das bancadas, que pedem uma resposta do Parlamento como instituição.

No Senado, por exemplo, a avaliação é que as instituições democráticas estão “perdendo o controle da situação” e que o governo “perdeu o medo” do controle exercido pelos outros Poderes, o sistema de freios e contrapesos. “Davi [Alcolumbre] e [Rodrigo] Maia precisam sair da toca”, disse um parlamentar, em condição de anonimato.
Alguns congressistas sugerem uma resposta mais explícita, com paralisação das votações por uma semana e colocar na agenda o que é “emergente”: a defesa da democracia. Outro grupo levantou a hipótese de o Congresso eleger um interlocutor para conversar com os militares.
Este nome não poderia ser nem do “Centrão”, que se aproximou do presidente, nem dos partidos de esquerda. A aposta desses congressistas é que as Forças Armadas não vão embarcar nesse movimento do presidente da República.
De forma geral, apesar de questionamentos sobre o inquérito conduzido pelo Supremo, é quase unânime no Senado o apoio à operação contra o “gabinete do ódio”, que seria responsável por comandar a disseminação de notícias falsas. O único consenso é que a aprovação do projeto, de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que trata de regular e punir a disseminação das chamadas “fake news”, não é uma resposta à altura. “Isso [projeto do Alessandro Vieira] é um [revólver] 38 contra uma bazuca”, disse uma fonte.

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