Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

segunda-feira, maio 13, 2019

Depois de enquadrar Bolsonaro, ala militar adota tática de ignorar Olavo de Carvalho


Resultado de imagem para bolsonaro almoça no QG do exercito
Com Olavo de Carvalho neutralizado, o governo pode caminhar unido
Talita Fernandes e Gustavo UribeFolha
Após as críticas do escritor Olavo de Carvalho terem chegado ao ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, considerado o decano entre os militares, o núcleo fardado do Poder Executivo adotou nova estratégia. Na tentativa de enfraquecer a influência do ideólogo de direita sobre Jair Bolsonaro, a ala pretende reforçar a contraposição entre os grupos militar e ideológico, ressaltando ao presidente que o primeiro oferece resultados concretos, enquanto o segundo só gerou barulho e sucessivas crises políticas.
Para evitar que o escritor ganhe a atenção dos veículos de imprensa, a ordem a partir de agora é ignorá-lo. A avaliação dos generais do governo é de que já deram a resposta que tinham que dar a Olavo, por meio das manifestações públicas de Villas Bôas, que o chamou de “Trótski de direita” e de “pivô de todas as crises”.
RESPALDO – O núcleo militar conta com respaldo de boa parte da classe política, assustada com o bate-cabeça e a falta de ação concreta dos ideológicos. Além disso, os sucessivos ataques de bolsonaristas aos políticos do centrão no Congresso fazem com que eles pendam para o lado dos militares.
O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo e um dos alvos de Olavo, passou a receber nos últimos dias uma série de vídeos com discursos feitos por políticos em defesa dele e dos militares do governo.
Outra manifestação de apoio foi feita por governadores durante reunião com Bolsonaro no Palácio do Planalto na última quinta-feira (9).
SINAIS TROCADOS – Os militares ficam incomodados com os sinais trocados dados pelo presidente sobre o conflito entre os dois grupos. Enquanto em declarações públicas e feitas por meio do porta-voz o tom é de “virar a página”, nas redes sociais, as contas oficiais de Bolsonaro defendem Olavo.
Os aliados veem nessa duplicidade de postura uma clara ação do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), um dos filhos do presidente e que é responsável por fazer suas postagens na internet.
O núcleo militar já se conformou que Bolsonaro não romperá com o escritor ou enquadrará os seus filhos, seguidores de Olavo. O esforço agora é tentar neutralizar o ideólogo, convencendo o presidente de que ele tem criado crises sem sentido que prejudicam a recuperação econômica do país.
NO ALMOÇO – A avaliação, por exemplo, foi feita a Bolsonaro em almoço com os comandos militares, na última terça-feira (7). Na conversa reservada, os generais demonstraram a ele insatisfação e afirmaram que Olavo de Carvalho não tem contribuído com a pacificação nacional.
Os militares do governo também têm argumentado que acabaram se tornando fiadores da gestão atual e que uma eventual saída deles poderia desestabilizar o mandato do presidente.
As críticas do escritor começaram logo no início do governo e se dirigiram inicialmente ao vice-presidente, Hamilton Mourão. Olavo reclama da atenção dada pelo general à imprensa, a quem sempre se refere de forma pejorativa. O segundo alvo dos ataques foi Santos Cruz, por estar sob o seu comando a Secretaria de Comunicação Especial.
VERBAS PUBLICITÁRIAS – A ala olavista defende que o Palácio do Planalto mantenha o mesmo tom hostil adotado com a imprensa durante a campanha eleitoral e direcione verbas publicitárias apenas para “veículos amigos”. Já os militares defendem uma relação cortês com jornalistas e veem nesse embate um desgaste desnecessário para o governo, que precisa transmitir para a população propostas e projetos para garantir o apoio à gestão.
Na visão dos militares, as ofensas dos olavistas começaram em tom pessoal e direcionado, mas ultrapassaram os limites atingindo a instituição das Forças Armadas.
Com o silêncio de Bolsonaro, o núcleo militar resolveu dar uma resposta aos ideólogos. Segundo relatos feitos à Folha, ela foi costurada a várias mãos, com o consentimento, por exemplo, dos ministros e generais do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, e da Defesa, Fernando Azevedo.
VILLAS BOAS – O escolhido para formular e assinar o texto foi Villas Bôas, que comandou o Exército até janeiro e é considerado um líder das Forças Armadas, além de contar com admiração fora das unidades militares.
A aposta era de que, por conta da credibilidade do general, o escritor fosse criticado pela opinião pública caso fizesse provocações contra ele. Para que a iniciativa não fosse brecada, o presidente não foi informado. Segundo assessores palacianos, ele ficou sabendo da resposta apenas após a sua publicação nas redes sociais.
Olavo não respondeu de imediato, mas, depois, chamou o militar, que sofre de uma doença degenerativa, de um “doente preso a uma cadeira de rodas”. A reação foi imediata. O general recebeu manifestações de desagravo tanto de parlamentares simpáticos como de oposição ao governo, o que levou o escritor a se explicar nas redes sociais. “Eu não gosto de brigar nem com quem está resfriado, quanto mais com quem está com doença grave”, disse.
SEM REPERCUSSÃO – Mesmo após o revés, Olavo continuou a atacar Santos Cruz, mas as críticas tiveram menos repercussão e acabaram ignoradas pela ala militar. Na semana em que se intensificou a ofensiva contra ele, Santos Cruz promoveu três agendas de repercussão, em uma tentativa de demonstrar que produz resultados e que conta com respaldo político.
O general promoveu café da manhã com deputados federais, anunciou calendário de projetos do PPI (Programa de Parcerias em Investimentos) e organizou reunião do presidente com governadores, incluindo nomes de oposição.
A ideia é que o esforço tenha continuidade nas próximas semanas, com reuniões com investidores para que participem de leilões de obras federais e encontros com congressistas simpáticos ao governo.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A informação mais importante foi confirmar a “enquadrada” em Bolsonaro no almoço no Forte Apache (Quartel-General do Exército), publicada com absoluta exclusividade pela “Tribuna da Internet”. Todo o resto já era sabido, e faltou mencionar a “enquadrada” que Bolsonaro deu nos filhos, que então a transmitiram ao próprio Olavo de Carvalho, que entrou na muda e nem precisa ser ignorado, pois já tomou a iniciativa de se ignorar. E o governo agora pode trabalhar mais unido. (C.N.)

Em destaque

Meta diz à AGU que fim da checagem só vale nos Estados Unidos

Publicado em 14 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Charge do Genildo (Arquivo Google) Deu na IstoÉ N...

Mais visitadas